SORGO
Eng. Agrônoma: Camila Prates
INTRODUÇÃO
• O sorgo (Sorghum bicolor) é uma planta que pertence à família das
gramíneas e é amplamente cultivada em regiões de clima quente e
seco. Originária da África, essa cultura tem se espalhado por diversos
continentes devido à sua resistência à seca e versatilidade, sendo
utilizada para a produção de alimentos, ração animal e
biocombustíveis.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO
SORGO
• Origem e Espécies: O sorgo é nativo da África e inclui várias espécies
cultivadas para diferentes finalidades. A espécie mais comum é o Sorghum
bicolor.
• Adaptabilidade: É uma planta altamente resistente a condições de seca e
solos menos férteis, o que a torna viável em regiões de clima semiárido.
• Ciclo de Vida: O ciclo do sorgo pode variar entre 90 e 120 dias, dependendo
da variedade e das condições de cultivo.
CLASSIFICAÇÃO E
TIPOS DE SORGO
• Sorgo granífero: Cultivado principalmente
para produção de grãos, usado em
alimentação humana e animal.
• Sorgo forrageiro: Utilizado para alimentação
animal, seja em forma de pastagem,
silagem ou feno.
CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE
SORGO
• Sorgo sacarino: Rico em açúcares no
caule, sendo utilizado para a produção de
bioetanol.
• Sorgo vassoura: Produz fibras no caule,
utilizadas para fabricação de vassouras.
MORFOLOGIA
• Raízes: O sistema radicular do sorgo é profundo e extenso, o que
permite uma maior exploração do solo e melhor aproveitamento da
água. A profundidade das raízes pode variar de 1 a 2 metros em
solos favoráveis, permitindo a planta sobreviver em condições de
seca.
• Caule: O caule do sorgo é ereto e geralmente suculento, podendo
ser grosso e ter grande capacidade de armazenamento de água e
nutrientes. Essa característica ajuda a planta a tolerar períodos de
seca.
MORFOLOGIA
• Folhas: As folhas são alternadas e possuem uma lâmina foliar larga, sendo semelhantes às do
milho. Elas apresentam uma cutícula espessa que reduz a perda de água por transpiração.
• Inflorescência: A inflorescência do sorgo é uma panícula terminal onde se desenvolvem as
flores e, posteriormente, as sementes. A panícula pode ser compacta ou mais solta,
dependendo da variedade de sorgo.
• Sementes: As sementes do sorgo são pequenas e esféricas, variando em cor de branco,
amarelo a marrom ou avermelhado. Elas são bastante resistentes e apresentam uma camada
de pericarpo que ajuda na proteção contra pragas e doenças.
FENOLO
GIA
• Estágio 0: Neste estágio é que a planta emerge, aqui aparece a primeira folha ligeiramente arredondada.
• Estágio 1: É caracterizado pelo surgimento das 3 primeiras folhas totalmente formadas, ou seja, com bainhas
e lígulas visíveis. Este estágio geralmente acontece 10 a 20 dias depois do plantio.
• (É aqui que começam a aparecer as primeiras doenças caso sua semente não tenha sido tratada
corretamente. Esteja atento!)
• Estágio 2: Este estágio acontece geralmente dos 20 a 30 dias, neste momento a planta se encontra com 18 a
22cm. É possível observar 5 folhas formadas.
• Estágio 3: Dos 30 a 40 dias, com 8 folhas maduras o sorgo entra no estágio 3, neste momento, a planta
atingirá a máxima absorção de nutrientes.
• (Neste estágio, é fundamental a avaliação do possível ataque de pulgão. É necessário que se entre na
lavoura, pois nesta fase o pulgão se concentrará na parte de baixo da folha (abaxial) somente sendo
possível a identificação ao manuseá-la. Em caso de infestação de mais de 50 pulgões por folha, é
necessário o controle.)
• Estágio 4: Dos 40 a 50 dias a planta se encontrará no estágio 4, caracterizado por 10 a 12 folhas e planta com
aproximadamente 30 a 40cm. A partir deste momento, acontecerá um rápido alongamento e a absorção de
quase todos os nutrientes (potássio, nitrogênio e fósforo) já terá acontecido de 20 a 40%.
• Neste momento, é importante a avaliação pois começam a surgir os primeiros problemas com
Helmintosporiose.
• Estágio 5: Geralmente ocorre em 45 a 55 dias. Neste momento começa a ocorrer o chamado
“emborrachamento” (quando todas as folhas estão completamente desenvolvidas, resultando a máxima
área foliar). Fase de mudança vegetativa para reprodutiva da planta.
• Estágio 6
• O sexto estágio é o momento do florescimento, acontece de 55 a 65 dias. Neste momento o pedúnculo
(haste que segura a panícula) já está crescido, mas continua o seu desenvolvimento. Caso a lavoura esteja
tendo problemas com pragas e daninhas, dificilmente os problemas serão corrigidos deste estágio para
frente.
• Estágio 7: Neste estágio o grão se apresenta leitoso (facilmente quebrado), acontece
geralmente ao 7° dia após o florescimento e dura 10 dias. Neste momento, o caule
começa a perder massa pois estará enviando as reservas aos grãos.
• Estágio 8: A partir deste momento, o grão já se encontra pastoso e mais duro.
Geralmente, aqui o grão se encontrará em 75% do peso final. As plantas mais baixas da
planta começam a perder sua funcionalidade.
• Estágio 9: Este é o estágio final! Caracteriza a maturidade fenológica da planta.
Geralmente ocorre em 40 a 45 dias pós florescimento. Neste estágio a planta se encontra
com 25 a 30% de umidade.
CLIMA E SOLO
• Temperatura: O sorgo cresce bem em temperaturas entre 25 e 35°C. É
bastante resistente ao calor e possui tolerância à seca.
• Solo: A cultura do sorgo adapta-se a uma grande variedade de solos,
mas desenvolve-se bem em solos mais arenosos e com boa
drenagem. A faixa de pH do solo de 5,5 a 6,5 é ideal para seu cultivo e
melhor crescimento.
PLANTIO
• O sorgo é uma planta cultivada em sistema convencional e em sistema de plantio
direto
• Outro ponto importante é que os equipamentos de plantio que você vai utilizar devem
estar bem regulados. Isso varia de acordo com o tipo de sorgo
• Época de plantio: Geralmente, é plantado no início da estação chuvosa, para aproveitar
a umidade do solo.
• Espaçamento: Normalmente é de 40 a 70 cm entre linhas para sorgo granífero, e 30 a
40 cm para sorgo forrageiro.
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
Os danos causados por pragas reduzem a produtividade e a qualidade do produto final.
• Broca da cana (Diatraea saccharalis);
• mosca-do-sorgo (Stenodiplosis sorghicola);
• lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
• Largata do cartucho (Spodoptera frugiperda);
• pulgão-verde (Schizaphis graminum).
Mosca do sorgo
LAGARTA-ELASMO
(ELASMOPALPUS LIGNOSELLUS);
DANOS:
• Redução do número e do peso dos grãos.
• Grãos deformados ou completamente inviabilizados.
• Em infestações severas, pode ocorrer perda de até 80% da
produção.
CONTOLE:
• Monitoramento
• Variedades Resistentes
• Rotação de Cultura
• Controle Químico
LARGATA CARTUCHO
(Spodoptera frugiperda)
Danos: Alimenta-se das folhas, reduzindo a área
fotossintética da planta. Em casos severos, pode atingir a
base da planta, comprometendo o desenvolvimento.
Controle:
• Cultural: Manejo de restos culturais para reduzir
populações iniciais.
• Químico: Uso de inseticidas registrados e aplicação no
estágio inicial de infestação.
PULGÃO-VERDE
(SCHIZAPHIS
GRAMINUM).
DANOS:
• O pulgão suga a seiva das plantas utilizando seu estilete, o que resulta em:
• Amarelecimento e necrose das folhas.
• Redução do crescimento da planta devido à perda de nutrientes.
• Murchamento, especialmente em plantas jovens.
• A alta infestação pode levar à morte das plantas em estágios iniciais.
CONTROLE:
• Rotação de culturas
• Eliminação de plantas hospedeiras
• Plantio no período adequado
• Cultivares resistentes: