O EVANGELHO SEGUNDO FRIEDRICH NIETZSCHE

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O EVANGELHO

SEGUNDO
FRIEDRICH
NIETZSCHE: Dr. Eduardo Sales

NAS ENTRELINHAS
DE “O ANTICRISTO”
PROBLEMÁTICA
- Imaginário sobre Nietzsche
- A morte de Deus
- Inimigo do cristianismo
OBJETIVO E
METODOLOGI
A
Diferente de Hume e Feuerbach
 Religião Natural

Nietzsche argumenta a partir de uma


perspectiva teológica, e que, nas
entrelinhas, dialoga com a teologia e com a
tradição bíblica e, embora pareça um
atacante descompromissado, seus
argumentos indicam a postura de um
reformador e evangelista.
CRÍTICA À RELIGIÃO CRISTÃ
Crítica à compaixão. Decadence e Nihilismo Religioso: “valores niilistas
preponderam sob os nomes mais sagrados” (6). Deus como o Nada divinizado
(18).
Crítica ao cristianismo que deturpou o evangelho de Jesus. Os
sacerdotes que movidos por ressentimento e necessidade de domínio
formaram novos valores pregados pela teologia (Cavalcante, 2001).
 Decadênce: epistêmica – toda a vida disciplinada pela moral nihilista
(compaixão e cristianismo)
Sacerdote como o teólogo e o idealista: Envenenadores. “Dessa
defeituosa ótica em relação às coisas a pessoa faz uma moral, uma virtude, uma santidade,
vincula a boa consciência à falsa visão”. (9)
 A Moral Cristã: Causas e efeitos imaginários – Deus, Salvação, etc. Uma teologia
imaginária e um comércio de seres imaginários.
 Conceito psicológico de Deus (16). Deus criado pelo homem para atender às suas
necessidades psíquicas.
JESUS DE NIETZSCHE
Jesus como movimento rebelde contra a lei e a tradição judaica.
 Contra os Justos, Bons, Santos (27); Contra os teólogos; Morreu como
criminoso político
 Crítica Literária (evangelhos) Crítica teológica: Tipo do redentor
(distorção)
A “boa nova” é justamente que não mais existem oposições; o reino do céu pertence às
crianças; a fé que aí se exprime não é uma fé conquistada (32).
Uma tal fé não se encoleriza, não repreende, não se defende: não traz “a espada” (Mt. 10:40).
Seria possível, com alguma tolerância de expressão, chamar Jesus um “espírito livre” — ele
não faz caso do que é fixo: a palavra mata, tudo que é fixo mata (32). O conceito, a
experiência “vida”, no único modo como ele a conhece, nele se opõe a toda espécie de
palavra, fórmula, dogma, fé, lei.
JESUS DE NIETZSCHE
Ele fala apenas do que é mais íntimo: “vida”, “verdade”, “luz” é sua palavra
para o que é mais íntimo — todo o resto, a realidade inteira, toda a natureza, a
própria linguagem, tem para ele apenas o valor de um signo, de uma metáfora.
Jesus não luta contra o mundo, o mundo não é um problema para ele (32)
Não se acha, em toda a psicologia do “evangelho”, o conceito de culpa e
castigo; nem o conceito de recompensa. O “pecado”, qualquer relação
distanciada entre Deus e homem, está abolido — justamente isso é a
“boa nova”. A beatitude não é prometida, não é ligada a condições: é a
única realidade (33)
JESUS DE NIETZSCHE
Esse “portador da boa nova” morreu como viveu, como ensinou — não para
“redimir os homens”, mas para mostrar como se deve viver. A prática foi o que ele
deixou para a humanidade: seu comportamento ante os juízes, ante os esbirros, ante
os acusadores e todo tipo de calúnia e escárnio — seu comportamento na cruz. Ele
não resiste, não defende seu direito, não dá um passo para evitar o pior, mais ainda,
ele provoca o pior... E ele pede, ele sofre, ele ama com aqueles, naqueles que lhe
fazem mal... As palavras que ele diz ao ladrão na cruz contêm todo o evangelho.
“Este foi verdadeiramente um homem divino, um ‘filho de Deus’” — diz o ladrão.
“Se sentes isso” — responde o Salvador —, “então estás no paraíso, és
também um filho de Deus...”Não defender-se, não encolerizar-se, não atribuir
responsabilidade... Mas tampouco resistir ao mau — amá-lo (35)
JESUS DE NIETZSCHE E O
CRISTIANISMO
Não é uma “fé” que distingue o cristão: o cristão age, ele diferencia-se por agir
diferentemente; por não oferecer resistência, em palavras ou no coração,
àquele que é mau para com ele; por não fazer diferença entre forasteiros e
nativos, entre judeus e não-judeus (33).
Já a palavra “cristianismo” é um mal-entendido — no fundo, houve apenas um
cristão, e ele morreu na cruz. O “evangelho” morreu na cruz. O que desde então
se chamou “evangelho” já era o oposto daquilo que ele viveu: uma “má nova”,
um disangelho. (39)
É absurdamente falso ver numa “fé”, na crença na salvação através de Cristo, por
exemplo, o distintivo do cristão: apenas a prática cristã, uma vida tal como a
viveu aquele que morreu na cruz, é cristã...(39)
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, José Maurício Maciel. O Anticristo de Nietzsche: uma
leitura. In: VASCONCELOS, José Gerardo; MAGALHÃES JÚNIOR,
Antonio Germano; FONTELES FILHO, José Mendes (orgs.). Ditos
(mau)ditos. Fortaleza: Editora Gráfica LCR, 2001. p. 97-108.
NIETZSCHE, F. O Anticristo. Lisboa, Edições 70.
NIETZSCHE, Friedrich. O anticristo e ditirambos de Dionísio. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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