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WINNICOTT E O DESENVOLVIMENTO DO SER

VISÃO DE CONJUNTO 1

Leopoldo Fulgencio

Professor Associado (Livre Docente) do Departamento de Psicologia da


Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade
do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Email: [email protected]

1
WINNICOTT E O DESENVOLVIMENTO DO SER
Resumo 2

Nessa conferência proponho fazer uma apresentação esquemática da


teoria do desenvolvimento emocional do ser humano, tal como
Winnicott a descreveu – com base nas descobertas empíricas feitas pela
psicanálise e na sua própria experiência como pediatra e psicanalista que
tratou de bebês, crianças, seus pais, bem como de adultos, neuróticos,
psicóticos e borderlines – oferecendo uma visão de conjunto em algumas
poucas pranchas que buscam apresentar a estrutura de seu pensamento
e a descrição dos principais fenômenos que caracterizam cada fase.

2
WINNICOTT:
UM PENSADOR DO SER -

Winnicott apresentou uma descrição do processo de


desenvolvimento emocional do ser humano, tendo a questão de
ser e continuar a ser como fundamento ontológico e ôntico. Ele
apresentou uma teoria do desenvolvimento composta por fases,
cronológica e dinamicamente estabelecidas, que explicitam as
diversas integrações, os diversos modos de ser e estar no mundo,
seja na saúde seja nos casos em que psicopatologias são geradas.
3
WINNICOTT:
UM DESENVOLVIMENTISTA 3

Ele mesmo se caracteriza como um pensador desenvolvimentista -

• “Vocês já devem ter percebido que, por natureza, treinamento e prática sou uma

pessoa que pensa de modo desenvolvimental”

(Winnicott, 1984h [1968], “Sum: Eu Sou”, p. 42; CW 8, 268)

4
WINNICOTT:
UM DESENVOLVIMENTISTA 4

; sendo reconhecido, como tal, inclusive por outros psicanalistas, por exemplo, André

Green, quando afirma:

• “Winnicott foi para mim o autor com uma concepção do desenvolvimento que

ultrapassa as de Freud e de Klein, acreditável e suficientemente imaginativa para se

fazer aceitar”.

(Green, 2010, “Lacan et Winnicott : la bifurcation de la psychanalyse contemporaine”, p. 69).

5
Na continuidade de sua caracterização como um
desenvolvimentista, Winnicott explicita sua perspectiva de
pensamento:

“Quando vejo um menino ou uma menina numa carteira escolar, somando ou subtraindo,

e lutando com a tabuada de multiplicação, vejo uma pessoa que já tem uma longa

história em termos de processo desenvolvimental, e sei que pode haver deficiências,

distorções no desenvolvimento ou distorções organizadas para lidar com deficiências que

têm de ser aceitas, ou que deve haver uma certa precariedade no que tange ao

desenvolvimento que parece ter sido conseguido.

(Winnicott, 1984h [1968]: “Sum: Eu Sou”, pp. 42-43; CW 8, 268).


6
6

Vejo o desenvolvimento como indo em direção à

independência e a significados sempre novos para o conceito

de totalidade, que pode ou não se tornar um fato no future

daquela criança, caso ela esteja e continue viva.

(Winnicott, 1984h [1968]: “Sum: Eu Sou”, pp. 42-43; CW 8,

268).
7
7

Também tenho plena consciência do quanto se depende do meio ambiente, e

do modo como esse meio, inicialmente importantíssimo, continua a ter

significado e vai ter significado, mesmo quando o indivíduo atinge a

independência, por meio de uma identificação com características ambientais,

como quando uma criança cresce, se casa e cria uma nova geração de filhos, ou

começa a participar da vida social e da manutenção da estrutura social”.

(Winnicott, 1984h [1968]: “Sum: Eu Sou”, pp. 42-43; CW 8, 268).

8
UMA TEORIA DA DEPENDÊNCIA

Esse desenvolvimento emocional – diferente do que fizera Freud, descrevendo e

classificando o desenvolvimento em termos de modos de relações de objeto,

impulsionados pelas pulsões – foi redescrito, por Winnicott, em função da questão da

dependência que o ser humano tem em relação ao ambiente e ao outro: 8

• “Possuímos a única formulação realmente útil, que existe, da maneira pela qual

o ser humano psicologicamente se desenvolve de um ser completamente

dependente e imaturo para um estado maduro relativamente independente”

(Winnicott, 1989vk [1965], “A Psicologia da Loucura: Uma Contribuição da Psicanálise”, p. 94; CW 7, 229).

9
PROBLEMAS PARA COMPREENSÃO DA TEORIA WINNICOTTIANA DO
DESENVOLVIMENTO -

Problema 1. FALTA DE SISTEMATIZAÇÃO

Um dos problemas na compreensão de sua teoria é o fato que


esta não foi sistematicamente analisada e apresentada por
Winnicott, num único lugar (livro ou artigo), mas encontra-se
dispersa em diversos de seus textos; ainda que no seu livro
Natureza Humana , tenhamos uma apresentação geral do
processo.
10
Problema 2. LINGUAGEM NÃO HOMOGÊNEA

Outro problema se refere ao fato de que ele usa linguagens


diferentes para falar de fases diferentes, considerando isto como
uma necessidade epistemológica e metodológica 9 – “A
linguagem de uma parte específica é inadequada para as outras”
(Winnicott, 1988, Natureza Humana, “Introdução”, Parte II, p. 52; CW 10, 60) –; considerando, por
exemplo, que seria inadequado descrever as fases iniciais do
desenvolvimento em termos de relações edípicas.
11
Problema 3: O lugar da sexualidade
e da vida instintual -

Outro problema, para a compreensão da obra de Winnicott, se refere ao

lugar que Winnicott deu à sexualidade (não mais como presente desde o

início do desenvolvimento, mas como um modo específico, mais

maduro, de viver a vida instintual nas relações interpessoais: uma

conquista do desenvolvimento).

Isto pode ser envidenciado, por exemplo, nalgumas de suas passagens,

tais como :
12
Problema 3:
O lugar da sexualidade e da vida instintual 1

10 “Muitos erros de interpretação se originaram

da lentidão de alguns em entender que as

necessidades de um lactente não estão confinadas

às tensões instintivas, não importa quão

importantes possam ser” (1965r, p. 82, ING, p. 86)

13
Problema 3:
O lugar da sexualidade e da vida instintual 2

11 “[...] é necessário enxergar através do ‘mito

psicanalítico’ (agora felizmente desaparecendo)

de que o período inicial da infância é uma questão

de satisfações relativas à erotogeneidade oral”.

(Winnicott 1968a, pp. 195-196).

14
Problema 3:
O lugar da sexualidade e da vida instintual 3

12 “Em contraste, o elemento feminino puro

relaciona-se com o seio (ou com a mãe) no sentido

de que o bebê torna-se o seio (ou a mãe), no

sentido de que o objeto é o sujeito. Não consigo

ver impulso instintivo nisso”. (1971g, p. 113)

15
Problema 3: -
O lugar da sexualidade e da vida instintual
O Complexo de Édipo

• Nessa mesma direção e mudando lugar dado à

sexualidade no processo de desenvolvimento, a

compreensão do Complexo de Édipo como um

acontecimento que exige a integração do tipo

pessoa inteira; claramente reconhecível quando

ele diz:
16
Problema 3:
O lugar do Complexo de Édipo

13 Acredito que alguma coisa se perde quando o termo “Complexo de Édipo” é aplicado

às etapas anteriores, em que só estão envolvidas duas pessoas, e a terceira pessoa ou o

objeto parcial está internalizado, é um fenômeno da realidade interna. Não posso ver

nenhum valor na utilização do termo “complexo de Édipo” quando um ou mais de um dos

três que formam o triângulo é um objeto parcial. No Complexo de Édipo, ao menos do

meu ponto de vista, cada um dos componentes do triângulo é uma pessoa total, não

apenas para o observador, mas especialmente para a própria criança. (1988b, p. 67)

[é necessáio]“abandonar inteiramente a idéia de que a esquizofrenia e a paranóia surgem

por regressão do complexo de Édipo” (1989xa, p. 191)

17
VISÃO GERAL DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
-

É nesse sentido que, depois de anos me


dedicando ao estudo e ensino de sua obra, achei
necessário fazer uma apresentação geral do processo
de desenvolvimento emocional, uma visão de conjunto
que fosse uma apresentação escolar que pudesse
ajudar ao pesquisador e ao estudante a ter uma
apreensão geral de suas propostas e descrições.
18
ONTOLOGIA E TELOS DO DESENVOLVIMENTO
-

Para isto, foi necessário explicitar o que seria seu


ponto de partida e o telos desse
desenvolvimento, oferecendo, por um lado, uma
ontologia (referida questão da experiência de
ser) e, por outro, uma noção de saúde, pensando
no que supõe-se estar ocorrendo na saúde.
19
Ontologia

Em primeiro, cabe colocar em evidência, o


modo como Winnicott se refere à experiência de
ser, como fundamento da própria Natureza
Humana.

20
ONTOLOGIA: O ESTADO DE SER

Diz Winnicott:

14 Gostaria de postular um estado de ser que é um fato no bebê normal,

antes do nascimento e logo depois. Esse estado de ser pertence ao bebê,

e não ao observador. A continuidade do ser significa saúde. Se tomarmos

como analogia uma bolha, podemos dizer que quando a pressão externa

está adaptada à pressão interna, a bolha pode seguir existindo. Se

estivéssemos falando de um bebê humano, diríamos “sendo”.


(Winnicott, 1988, Natureza Humana, Parte 4, p. 148; CW 11, 144). Cf. tb. Fulgencio (2016,

2017, 2018).

21
15 Se por outro lado, a pressão no exterior da bolha for maior ou menor

do que aquela em seu interior, a bolha passará a reagir à intrusão. Ela se

modifica como reação a uma mudança no ambiente, e não a partir de um

impulso próprio. Em termos do animal humano, isto significa uma

interrupção no ser, e o lugar do ser é substituído pela reação à intrusão.

Cessada a intrusão, a reação também desaparece e pode haver, então, um

retorno ao ser.
(Winnicott, 1988, Natureza Humana, Parte 4, p. 148; CW 11, 144). Cf. tb. Fulgencio (2016,

2017, 2018).

22
TELOS DO DESENVOLVIMENTO: UMA NOÇÃO DESCRITIVA DA SAÚDE

Numa das suas descrições do que é a saúde, ele diz:

16 “A vida de um indivíduo são se caracteriza mais por medos,

sentimentos conflitantes, dúvidas, frustrações do que por seus aspectos

positivos. O essencial é que o homem ou a mulher se sintam vivendo sua

própria vida, responsabilizando-se por suas ações ou inações, sentindo-se

capazes de atribuírem a si o mérito de um sucesso ou a responsabilidade

de um fracasso. Pode-se dizer, em suma, que o indivíduo saiu da

dependência para entrar na independência ou autonomia”.


(Winnicott, 1971f [1967], “O Conceito de Indivíduo Saudável”, p. 10; CW 8, 69-70).

23
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO

Referindo-se ao lactente, Winnicott indicou haver 3 fases do desenvolvimento:

Na fase do holding o lactente é dependente ao máximo. De modo que podemos classificar a dependência

como se segue: 17

1. a da Dependência Absoluta (0-4 meses, aproximadamente),

2. a da Dependência Relativa (até 1,5 ano)

3. e Rumo à Independência (1,5 em diante)


(cf. Winnicott, 1960c, “Teoria do Relacionamento Paterno-Infantil”, pp. 45-46; CW 6, 148-149)

Também renomiei a fase “Rumo à Independência” para “Independência Relativa” e, considerando ser

uma fase muito longa, optei por dividí-la em duas:

a da Independência Relativa Infantil [1,5 anos até a latência]

e a da Independência Relativa Adulta [da adolescência em diante, até a morte final]

24
LINHAS DO DESENVOLVIMENTO 17

Procurei, ainda, colocar em destaque o fato de que Winnicott distinguiu duas


grandes linhas do desenvolvimento que se sobrepõe (às vezes fundidas, outras
distintas, ou ainda, integradas) ao longo do processo:

1. a Linha do Desenvolvimento do EGO

(ou linha do desenvolvimento do ser, linha identitária)

2. e Linha do Desenvolvimento do ID

(ou da vida instintual).


25
APRESENTAÇÃO FIGURADA
DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

Na apresentação dessa visão de conjunto, inicio com uma


prancha dedicada à análise da ontologia proposta por
Winnicott, analisando, na Prancha 1, o que poderíamos
denominar como sendo um Mundo Humano Pré-Existente; que
parece ter grande proximidade com a preocupação e o lugar
dado pelos existencialistas modernos – dentre eles , Heidegger
–, à questão do ser (ao Dasein como termo que designa o
modo de ser do ser humano). 18 (Fig + Delta t)
26
27
Fases do Desenvolvimento

• Retomarei, então, agora, as fases do


desenvolvimento emocional 19

• organizando as informações em função de


alguns eixos 20

28
20
FIGURAÇÕES DAS FASES DO DESENVOLVIMENTO

Seguem-se, agora, 5 pranchas que procuram descrever os fenômenos aí presentes,

organizados em termos de faixas horizontais que agrupam, em cada fase:

 Os modos de ser-estar e relacionar-se do ser humano;

 As dinâmicas, tarefas, conquistas de cada fase;

 Os estados e diversos tipos de integração;

 Os modos de apreensão das linhas do desenvolvimento;

 e Os impulsos e funções sempre presentes nesse processo.

Assim, na Prancha 2, temos uma análise dos acontecimentos intrauterinos, no quadro do

qual se coloca a questão da origem do ser humano: 21 (Fig. + Delta t)

29
30
Prancha 3
Fase da Dependência Absoluta : 22 (Fig. + Delta t)

Na prancha 3, temos a fase da


dependência absoluta, mostrando o amalgama e
a dinâmica relacional na qual o bebê,
dependente do ambiente sem ter noção do
ambiente, sendo imaturo para a apreensão de
uma realidade não-EU.
31
Diz Winnicott, referindo-se a esta fase

Dependência Absoluta. Neste estado o lactente não tem meios de

perceber o cuidado materno, que é em grande parte uma questão de

profilaxia. Não pode assumir controle sobre o que é bem ou mal feito,

mas apenas está em posição de se beneficiar ou de sofrer distúrbios;

(Winnicott, “Teoria do Relacionamento Paterno-Infantil”, pp. 45-46)

32
33
Prancha 4
Fase da Dependência Relativa : 23 (Fig. + Delta t)

Em seguida, na Prancha 4, a fase da dependência


relativa, com o progressivo reconhecimento de que existe um
ambiente e um EU que são distintos (são apreendidos e
vividos como dois), na qual estarão presentes sub-fases (a
desilusão da onipotência, a transicionalidade e a do uso do
objeto), levando à conquista do EU SOU e à possibilidade de
apreensão dos objetos como externos.
34
Diz Winnicott, referindo-se a esta fase

Dependência Relativa. Aqui o lactente pode se dar conta da

necessidade de detalhes do cuidado materno, e pode de modo

crescente relacioná-los ao impulso pessoal, e mais tarde, num

tratamento psicanalítico, pode reproduzi-los na transferência;

(Winnicott, “Teoria do Relacionamento Paterno-Infantil”, pp. 45-46)

35
36
Fase Rumo à Independência -

Diz Winnicott, referindo-se a esta fase

Rumo à Independência. O lactente desenvolve meios para ir vivendo sem cuidado real.

Isto é conseguido através do acúmulo de recordações do cuidado, da projeção de

necessidades pessoais e da introjeção de detalhes do cuidado, com o desenvolvimento da

confiança no meio. Deve-se acrescentar aqui o elemento de compreensão intelectual,

com suas tremendas implicações.

(Winnicott, “Teoria do Relacionamento Paterno-Infantil”, pp. 45-46)

* Esta última fase, por ser muito ampla, a redescrevi como sendo duas:

3.1 a da Independência Relativa Infantil [1,5 anos até a latência]

3.2 e a da Independência Relativa Adulta [da adolescência em diante]

37
Prancha 5
Fase da Independência Relativa Infantil : 24 (Fig. + Delta t)

Na Prancha 5, temos a fase da independência relativa


infantil – também chamada por Winnicott de fase do
concernimento, e por Melanie Klein, de posição depressiva –,
temos uma longa série de integrações até a chegada ao status de
ser uma pessoa inteira que se relaciona com os outros como
pessoas inteiras (tendo, como tarefa, administrar a vida instintual,
sexual, nas relações interpessoais, no quadro do cenário edípico).

38
39
Prancha 6
Fase da Independência Relativa Adulta : 25 (Fig. + Delta t)

Na Prancha 6, ao final, temos a fase da


independência relativa adulta, que começa com a
entrada na adolescência e segue por todo o espectro
da vida adulta, culminando com a última das
experiências de integração, a morte e o retorno ao
não-ser.
40
41
DESENVOLVIMENTO & PSICOPATOLOGIA 26

A este conjunto, assim desenhado, deveríamos acrescentar uma apresentação que marcasse em

que momento desse processo de desenvolvimento localizamos as gêneses das diversas

psicopatologias, associando, grosso modo:

• as psicoses (pessoas não-integradas ou desintegradas) a problemas nas fases mais

primitivas do desenvolvimento (geradas por falha de sustentação ambiental);

• as neuroses (pessoas integradas), aos conflitos e mecanismos rígidos de defesa no trato

dos problemas que pessoas inteiras têm no trabalho de administrar a vida instintual ou

sexual (geradas quando o indivíduo conquistou esse tipo de integração);

• e as depressões (pessoas recém integradas), que geram problemas de humor, geradas

por problemas entre esses dois extremos.

42
PSICOPATOLOGIA (cont.)

Caberia, ainda, acrescentar alguns problemas não propriamente delimitados (em termos de

gênese) a falhas em fases específicas:

• a atitude antissocial, como fruto do fenômeno de deprivação, com o indivíduo em

condições de responsabilizar o ambiente por esta falha;

• os borderlines (ou falso self patológico), que se mostram como neuróticos, mas têm

problemas psicóticos;

• os sintomas psicossomáticos, que podem ser gerados em diversos momentos do processo;

• bem como as adicções, que mesmo sendo apontadas, por Winnicott, como sendo um

sintoma associado a falhas na fase da transicionalidade, podem ter origem noutros

momentos do desenvolvimento (como explicitou Joyce McDougall).

43
Para uma descrição mais detalhada… -

Esta apresentação visa fornecer um panorama, nos quais os detalhes dos

acontecimentos e marcos desse desenvolvimento, não foram, evidentemente, analisados.

Para um estudo mais detalho, pode-se consultar tanto esta minha maneira de

compreensão – seja em termos de uma análise geral da obra de Winnicott e sua teoria do

desenvolvimento (Fulgencio, 2014b, 2015a, 2016, 2017, 2018), seja diversos outros de meus textos

dedicados à temas mais específicos deste autor (Fulgencio, 2008a, 2008b, 2010a, 2010b, 2011a, 2011b, 2011c,
2012, 2013a, 2013b, 2013c, 2014a, 2014c, 2015b; Fulgencio, Simanke, Imbasciati, & Girard, 2018; Girard, 2010; Marchiolli &

Fulgencio, 2012) – quanto a de outros comentadores – tais como Phillips (1988), Abram ( 2007, 2008), Dias (2003),

Spelman (2013a, 2013b), Joyce & Caldwell (2011) –, bem como algumas coletâneas ou artigos versando

sobre suas propostas, tais como Abram (2012a, 2012b), Blass (2012) , Eigen (2012), Bonaminio (2012), Spelman &

Thomson-Salo (2015), Ogden (1985a, 1985b, 2014), dentre outros.

44
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