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Desenvolvimento

físico e cognitivo
na segunda
infância (3-6 anos)

Prof. Taffarel Ramires Fernandes


Desenvolvimento físico – Crescimento e
Mudança Corporal

• A velocidade das mudanças físicas é mais lenta nesse


período em relação à velocidade das mudanças que
ocorrem nos dois primeiros anos de vida (mudança de
peso e altura são lentas).
Desenvolvimento físico – Crescimento e
Mudança Corporal

• Por volta dos três anos, as crianças normalmente começam a perder a forma
roliça característica dos bebês e assumem a aparência mais esguia e
atlética da infância. Entre um e três anos, com o desenvolvimento dos
músculos abdominais, a barriga grande da criança se fortalece.

• Alongam-se o tronco, os braços e as pernas, e a cabeça ainda permanece


relativamente grande, mas as demais partes do corpo vão se amoldando e
ficando mais parecidas com as de um adulto.
Padrões do Sono

• As crianças pequenas geralmente dormem mais profundamente à noite do que


em fases posteriores da vida, mas a maioria delas ainda necessita de uma
soneca ou repouso tranquilo durante o dia até aproximadamente os 5 anos.

• As expectativas culturais afetam esses padrões. Crianças de diferentes


culturas podem dormir o mesmo número de horas diárias, mas os horários
podem variar.
• Por exemplo: na cultura dos zuni do Novo México, as crianças pequenas não têm
uma hora regular para dormir e podem ficar acordadas assistindo às atividades
dos adultos até sentirem sono.
Padrões do Sono
• As crianças pequenas que têm horários designados para dormir podem
desenvolver rotinas complexas para adiar a hora de ir para a cama e podem
levar mais tempo do que antes para adormecer. Cerca de 20 a 30% das
crianças nos primeiros 4 anos de vida se debatem por mais de uma hora antes
de dormir e despertam os pais com frequência à noite.

• As crianças tendem a preferir que se deixe uma luz acesa e a dormir com um
brinquedo ou cobertor predileto ► esses objetos transicionais, frequentemente
utilizados como parceiros na hora de dormir, ajudam a criança a passar da
dependência do primeiro ano de vida para a independência da infância
posterior.
• Andar e falar durante o sono é bastante comum na segunda infância, e
geralmente isso não é prejudicial.
Perturbações do Sono

• Cerca de 25% das crianças de 3 a 8 anos, principalmente


os meninos, sofrem de terror noturno ou pesadelos.
Desenvolvimento do Cérebro

• Até os 3 anos de idade o cérebro tem 90% do peso adulto.


• Estirão de crescimento cerebral.
• Avanço na coordenação, processos de memória, atenção,
concentração, fala e audição – desenvolvimento continua
até os 15 anos.
Desenvolvimento físico – Habilidades
Motoras

• Ocorre avanços nas HABILIDADES MOTORAS GERAIS, como correr


e pular, que envolvem os grandes músculos. O desenvolvimento
das áreas sensória e motora do córtex permite melhor
coordenação entre o que as crianças querem fazer e o que sabem
fazer. Seus ossos e músculos são mais fortes, e sua capacidade
respiratória é maior, tornando possível correr, saltar e escalar
maiores distâncias, com mais rapidez e melhor.
Desenvolvimento físico – Habilidades
Motoras

• As HABILIDADES MOTORAS REFINADAS, como abotoar camisas e


desenhar figuras, envolvem coordenação entre mão e olho e
pequenos músculos. Progressos nessas habilidades permitem que
as crianças pequenas assumam mais responsabilidade por seu
cuidado pessoal.
Habilidades Motoras
Desenvolvimento das seguintes
habilidades:

subir escadas
andar com equilíbrio
correr
saltar O ingresso na escola auxilia o
pular desenvolvimento dessas
andar de bicicleta habilidades, uma vez que faz
parte das atividades
usar lápis e tesoura
pedagógicas o exercício das
realizar colagens com coordenação funções físicas e motoras da
subir e descer de móveis criança (coordenação motora
chutar, pegar e arremessar bolas ampla e fina).
pular corda
movimento de pinça
Dominância Lateral
Dominância Lateral
Como o hemisfério esquerdo do cérebro,
que controla o lado direito do corpo,
costuma ser dominante, a maioria das
pessoas prefere seu lado direito.

Em pessoas cujos cérebros são mais


simétricos, o hemisfério direito tende a
dominar, tornando-as canhotas.

A preferência no uso das mãos nem


sempre é definida; nem todo mundo
prefere uma das mãos para todas as
tarefas.
Dominância lateral é
genética?
Dominância lateral é genética?

Estudos propõem a existência de um gene em particular para os casos


de pessoas destras.

As pessoas herdam esse gene de um ou de ambos os pais.

Aqueles que não herdam o gene ainda terão uma chance de 50% de
serem destros, caso contrário, serão canhotos ou ambidestros.

A determinação aleatória da dominância lateral entre aqueles que não


recebem o gene poderia explicar porque alguns gêmeos monozigotos
têm preferências diferentes por uma das mãos.
Desenvolvimento Artístico
• As mudanças nos desenhos das crianças
pequenas parecem refletir a maturação do
cérebro e dos músculos.
• Crianças de 2 anos – rabiscam não
aleatoriamente, mas em padrões como
linhas verticais e em ziguezague.
• Com 3 anos – desenham formas: círculos,
quadrados, triângulos, e começam a
combinar as formas para formar desenhos
mais complexos.
• 4 a 5 anos – mudança de desenhos abstratos
para objetos reais ► A transição da forma e
do desenho abstrato para a representação
de objetos reais marca uma mudança
fundamental no propósito dos desenhos
infantis, refletindo o DESENVOLVIMENTO
Saúde e Segurança
• O que antes costumava ser um período muito
vulnerável da vida é hoje muito mais seguro. Por
causa da imunização generalizada, muitas das
principais doenças da infância são atualmente
bastante raras nos países ocidentais
industrializados. Nos países em
desenvolvimento, contudo, doenças evitáveis
por vacinação, como sarampo, coqueluche e
tuberculose, ainda fazem muitas vítimas.
• Obesidade infantil (aumento do peso);
• Subnutrição infantil (baixo peso);
• Alergias alimentares (ex. ovo); e
• Mortes e ferimentos acidentais.
A Saúde em contexto: Influências Ambientais

Pobreza
• A pobreza é estressante, insalubre e perigosa. A baixa renda é o
principal fator associado à má saúde de crianças e adolescentes.
• Os problemas de saúde de crianças pobres, muitas vezes, começam
antes do nascimento. Muitas mães pobres não comem bem e não
recebem assistência pré-natal adequada; seus bebês são mais
propensos do que os de mães não-pobres a ter baixo peso natal ou
morrer no primeiro ano de vida.
A Saúde em contexto: Influências Ambientais
• não comem corretamente, não crescem de forma adequada e assim
são fracas e suscetíveis a doenças;
• vivem em casas superlotadas e sem condições de higiene;
• carecem de supervisão adequada, sobretudo quando os pais estão
trabalhando;
• tendem a sofrer envenenamento por chumbo, perda de audição e
visão, e anemia por deficiência de ferro, assim como problemas
relacionados a estresse, como asma, cefaleia, insônia e perturbações
intestinais;
• tendem a ter mais problemas de comportamento, perturbações
psicológicas e deficiências de aprendizagem;
Desenvolvimento cognitivo
• De acordo com Jean Piaget (1896-1980), em relação ao desenvolvimento
cognitivo, a criança encontra-se no estádio pré-operatório.

• O estádio pré-operatório ocorre no período entre três e seis anos e é


caracterizado pela construção da inteligência simbólica ou
representativa (aparecimento da função simbólica – capacidade
de empregar símbolos e signos que possuem significado para uma
pessoa. É observada na linguagem, no jogo simbólico e na imitação. ► a
criança pensa sobre as coisas e lembra delas sem que estejam
fisicamente presentes).
Desenvolvimento cognitivo

• Com o ingresso no período pré-operatório, a criança consegue


formar conceitos e categorias.

• Há também a emergência de memória episódica ou autobiográfica


(memórias referentes a eventos aos quais assistimos ou dos quais
participamos. Ex: a festa de aniversário).

• Aos quatro anos, a maioria das crianças faz cálculos pictóricos


(representados visualmente), envolvendo números inteiros (Ex:
contar quantos carrinhos tem).
As crianças têm Teorias da Mente?

• Considerando ainda o desenvolvimento cognitivo, crianças entre 4 e


5 anos desenvolvem uma teoria da mente, ou seja, uma teoria
sobre como sua própria mente e a dos outros funcionam e como as
pessoas são afetadas por suas crenças e sentimentos.

• Outro indício da teoria da mente é a capacidade de uma


criança contar uma mentira; para isso, ela tem que ser capaz de
imaginar o que a outra pessoa poderia pensar, ou seja, é um sinal
de desenvolvimento cognitivo.
As crianças têm Teorias da Mente?

• Ainda sobre a teoria da mente, pode-se destacar a distinção


entre a fantasia e realidade. Apesar de crianças entre 2 e 3 anos
já conseguirem distinguir entre eventos reais e imaginários, as
crianças de 4 a 6 anos nem sempre têm certeza de que o que
imaginam não é o real e, por isso, muitas vezes, as crianças dessa
fase agem como se os monstros de sua imaginação existissem.
Desenvolvimento cognitivo

• A linguagem da criança continua a se aperfeiçoar ao longo de seu


desenvolvimento: suas frases vão se tornando cada vez mais
complexas, os erros decorrentes da super regularização (aplicar
regras gramaticais a palavras que são exceções à regra) são
gradativamente eliminados. O vocabulário da criança aumenta
continuamente, a gramática e a sintaxe tornam-se mais
sofisticadas.
Desenvolvimento cognitivo

• Dessa forma, graças à linguagem, a criança no estádio pré-


operatório torna-se capaz de reconstruir suas ações passadas
sob a forma de narrativas e de antecipar suas ações futuras
pela representação mental (palavras, números ou imagens
atribuindo significado), ou seja, pode-se dizer que esse é o ponto de
partida do pensamento propriamente dito. Por exemplo, a criança
no estádio pré-operatório pode pensar e pedir a sua bola, sem estar
olhando para ela. Ela se lembra da bola (tem uma representação
mental da bola) e intencionalmente a procura.
Desenvolvimento cognitivo

• Com a capacidade da representação mental, a criança consegue


fazer com que um objeto represente outra coisa.
Por exemplo, um toquinho de madeira pode representar um
carrinho. Isso é possível porque ela pensa simbolicamente, tem
a representação mental de um carrinho e pode transpô-la para o
toquinho de madeira, que passa a simbolizá-lo.

• Nessa fase, o jogo simbólico ou brincar de faz de conta são


preponderantes nas atividades das crianças.
Figura 1. Brincadeira de faz de conta.
• Nesse estádio, a criança
apresenta uma atitude
egocêntrica, quer dizer,
ela vê o mundo a partir
de seu próprio ponto de
vista e é incapaz de
reconhecer a perspectiva
de outra pessoa.

• A atitude egocêntrica se
expressa, por exemplo,
no raciocínio, que
adquire as seguintes
características:
Desenvolvimento cognitivo

• No raciocínio finalista a criança entende que não há acaso na


natureza porque tudo é feito para as pessoas, inclusive as crianças.

Por exemplo, a criança diz: “Em Santos tem mar, para as pessoas
nadarem” ou “As estrelas estão no céu para a gente olhar pela
luneta”.

• A partir dessas frases, que ilustram o pensamento infantil, fica claro


que as crianças entendem que o ser humano está no centro do
universo e os “fenômenos” acontecem com a finalidade de atendê-
los.
Desenvolvimento cognitivo

• Raciocínio animista é a tendência das crianças de conceberem as


“coisas” como vivas e dotadas de intenção.

Por exemplo, uma criança diz: “O sol se põe porque foi dormir” ou
“Mãe, por que é que a vela sempre fica com medo quando eu
sopro?”.

• Observe, nos dois exemplos, que a criança descreveu os fenômenos


a partir do próprio referencial, usando atributos humanos para
explicá-los: humanos dormem – sol dorme; humanos tremem
quando têm medo – vela tem medo.
Desenvolvimento cognitivo

• O raciocínio artificialista é o fato da criança entender que as


coisas foram construídas pelo homem ou por atividade divina
operando do mesmo modo que a fabricação humana.

Por exemplo, uma criança, ao provar um abacaxi azedo, diz: “Mãe,


botaram limão nesse abacaxi”.
Desenvolvimento cognitivo

• O egocentrismo também faz a criança pensar que cada um de


seus sentimentos, de suas percepções ou explicações é
compartilhado por todas as pessoas. Isso faz com que uma menina,
por exemplo, ache que sua avó adoraria ganhar uma boneca de
presente de aniversário.
Desenvolvimento cognitivo

• Até cerca de sete anos, a criança permanece pré-lógica, seu


pensamento é intuitivo, ou seja, “[...] é uma simples
interiorização das percepções e dos movimentos sob a forma de
imagens representativas [...]” (PIAGET, 1967, p. 35).

• Assim, uma criança no estádio pré-operatório é capaz de


reconhecer que há a mesma quantidade de suco em dois copos
idênticos. Entretanto, se o suco de um dos copos é colocado
integralmente em outro copo mais alto e estreito, a criança dirá que
no copo mais alto e estreito tem mais suco, mesmo considerando
que a transposição tenha sido feita em sua frente.
Desenvolvimento cognitivo

• Esse exemplo explicita que o pensamento da criança não tem


noção de conservação (a quantidade do suco mudou com a
mudança de copo) e é limitada pela irreversibilidade, que é a
incapacidade de compreender que uma operação pode ter dois ou
mais sentidos (quando a criança puder pensar em restaurar o
estado original do suco despejando-o de volta ao outro copo, a
criança perceberá que a quantidade de suco em ambos os copos é a
mesma).
Outro Aspecto do Desenvolvimento Cognitivo –
Linguagem

• Dos dois aos seis anos de idade, o vocabulário da criança aumenta


continuamente durante os anos pré-escolares, a gramática e a
sintaxe tornam-se sofisticadas.

• Uma criança de dois anos possui um vocabulário de algumas


centenas de palavras; ao falar, formula sentenças com duas ou três
palavras. Ao final dos anos pré-escolares, a criança possui um
vocabulário de milhares de palavras e emprega sentenças de cinco
ou mais palavras (KAIL, 2004).
Outro Aspecto do Desenvolvimento Cognitivo –
Linguagem

• Assim como há a explosão de vocabulário, em torno dos 27 aos 36


meses, existe a explosão da gramática (BROWN, 1973 in KAIL,
2004), em que a criança aprende rapidamente muitas inflexões,
passa a usar plurais, verbos auxiliares e preposições.

• Um processo interessante dessa fase é a super regularização ou


super generalização. As crianças aplicam regras gramaticais a
palavras que são exceções à regra.
Por exemplo, conjugam verbos irregulares como regulares, “eu
sabo” em vez de “eu sei”; ou acrescentam “s” em vez de usar o
plural irregular, como “pãos” no lugar de “pães”.
Outro Aspecto do Desenvolvimento Cognitivo –
Linguagem

• As crianças diferem na velocidade do desenvolvimento do


vocabulário e da gramática devido a questões hereditárias e pelas
influências ambientais. Apesar dessas variações, a maioria das
crianças aprende a falar bem aos 5 ou 6 anos (HARDY-BROWN,
PLOMIN; DeFRIES, 1981; MARTHER; PLOMIN; DEFRIES, 1985 in BEE,
1996).

• A linguagem da criança continua a se aperfeiçoar ao longo de seu


desenvolvimento, suas frases vão se tornando cada vez mais
complexas, os erros decorrentes da super regularização são
gradativamente eliminados.

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