10A _Os valores_23.24

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Os Juízos de Valor Morais

Disciplina filosófica

- Axiologia ou Filosofia dos valores.


- Ética: valores morais.
O que são os valores?

Não são coisas, mas qualidades do que é desejável, preferível ou digno


de escolha.

- São aquilo que nos leva a ter preferência e interesse por algumas coisas,

pessoas, ações.

São ideais que orientam o nosso comportamento, dividindo o campo da


ação humana entre o desejável/indesejável, Justo/injusto,
altruísmo/egoísmo(valores éticos), belo/feio(valores estéticos),
sagrado/profano(valores religiosos),etc.
Juízos de Facto e juízos de Valor:

São descritivos - visam descrever como as coisas são.


Visam adequar o pensamento à realidade .

exs. “ A vaca é um animal sagrado para o hinduísmo.”


“ A França tem mais habitantes que Portugal”.

(podem ser confirmados ou infirmados por qualquer observação / a


verdade ou a falsidade deriva da adequação ou desadequação do
juízo à realidade).
Juízos de valor: avaliativos e
normativos/prescritivos(Juízos de valor
morais)
Exprimem ou manifestam preferências, são avaliativos.

- Envolvem uma apreciação/avaliação positiva/negativa das coisas. 1

- São juízos normativos/prescritivos: visam adequar a realidade ao pensamento. 2


(os juízos de valor morais dizem como a pessoa pensa que as coisas deviam ser,
envolvem as noções de certo e errado, justo e injusto, etc.).

Exs. “Gosto de pasteis de Belém”. 1 “Esta música é bela”. 1


“Mentir é incorreto.” 2 “A mutilação genital feminina é
inaceitável” 2
Identificar Juízo de Facto ou Juízo
de Valor/Juízo de Valor Moral:
1. A pena de morte é injusta.
2. A pena de morte foi abolida em Portugal.
3. Há quem acredite que a pena de morte é injusta.
4. As opiniões sobre a pena de morte variam muito.
5. Há quem tenha opiniões injustas sobre a pena de morte.
6. Este livro é maravilhoso.
Solucões:

1. JM
2. JF
3. JF
4. JF
5. JM
6. JV
Problema filosófico da natureza
dos juízos de valor morais:

Será que estes são Subjetivos, Culturalmente Relativos ou Objetivos?


Relevância do problema

Muitas sociedades atuais são multiculturais, são


constituídas por pessoas e grupos com culturas
diferentes: pessoas que vivem na mesma rua, mas
têm línguas, religiões, valores, costumes, etc.,
diferentes.
Qual a melhor maneira de lidar com essas
diferenças?
Devemos aceitá-las todas?
Relevância

Os juízos morais orientam grande parte do nosso


comportamento. Fazemos certas coisas porque achamos que
estão corretas, ao passo que evitamos fazer outras porque
achamos que estão erradas.
Mas em que consistem as noções de certo e errado?
Serão noções relativas às preferências de cada um
(Subjetivismo), ou dizem respeito a códigos sociais
partilhados por certas comunidades/sociedades –
(Relativismo cultural)?
Serão juízos morais verdadeiros, independentemente de
qualquer perspetiva (Objetivismo)?
Perspetivas/Teorias acerca dos
juízos morais:
- Subjetivismo moral
- Relativismo cultural/moral.
- Objetivismo moral-
O subjetivismo moral

O subjetivismo defende a seguinte tese: Todos os juízos de valor morais são


subjetivos.
- a sua Verdade ou falsidade depende dos sentimentos e preferências
individuais.
- os juízos de valor baseiam-se nos nossos sentimentos e crenças.
- nenhum juízo de valor é objetivamente certo ou errado.
- os juízos de valor podem ser V ou F (contudo, o seu valor de verdade não é
objetivo- varia de acordo com o ponto de vista/perspetiva do sujeito).

- ninguém tem direito a julgar no lugar dos outros.


- rejeita a subordinação do indivíduo ao modo de pensar da maioria da
sociedade.

- não há verdades morais objetivas e universais.

Ex. para um subjetivista, dizer “Roubar é errado” significa “Eu


desaprovo o roubo”.
Argumentos e objeções:

1. Argumento dos desacordos: constata-se que não há muitos consensos e que é


muito frequente existirem desacordos ou opiniões divergentes. Se houvesse
verdades morais objetivas não existiria um desacordo tão alargado entre as
pessoas sobre valores morais. Conclui-se que não há verdades morais objetivas.

Objeção:

- Há um forte consenso em torno de direitos fundamentais. Se os juízos morais são


tão subjetivos como explicar estes consensos?

- Implica que somos moralmente infalíveis.


2. Argumento do respeito pela liberdade moral: O subjetivismo promove o respeito entre
pessoas com convicções morais diferentes. Na base da moralidade subjetivista está a
liberdade de expressão dos sentimentos morais de cada um.

Objeção:

- O subjetivismo foca-se nos sentimentos e ignora o papel da razão, tornando a ética um


domínio de completa arbitrariedade, caótica.

- Permite que qualquer ponto de vista, por mais atroz que seja, tenha de ser aceite (coloca em
questão direitos considerados fundamentais. Logo, impede a censura de ações
completamente erradas.
- Elimina qualquer tentativa de debate racional sobre as questões
morais.
O relativismo moral /cultural

O relativismo defende a seguinte tese: Todos os juízos de valor são culturalmente


relativos (o que é moralmente certo ou errado depende da perspetiva de cada
sociedade ou cultura).

Dizer isso significa que a sua verdade ou falsidade depende de cada sociedade.

Os juízos não são objetivamente verdadeiros ou falsos, mas sim verdadeiros para as
sociedades que os aceitam e falsos para as sociedades que os rejeitam.

Não existem valores ou costumes que tenham “validade” transcultural e que possam
ser universalmente compreendidos e aceites.
Argumentos e objeções

1. Argumento da diversidade cultural: não há verdade moral objetiva, certo e


errado dependem das perspetivas culturais. Todas as práticas culturais estão
corretas. Não há práticas melhores ou piores, apenas diferentes. Promove a
coesão social e a tolerância face a outras culturas.
Objeções:
- Há juízos morais partilhados por todas as sociedades (proteção das crianças,
proibição do homicídio).
- Algumas sociedades podem estar enganadas nas suas avaliações morais.
- O relativismo impede o progresso e o diálogo intercultural.
2. Argumento da tolerância: O relativismo cultural promove a tolerância
entre culturas.
O relativismo cultural impede o etnocentrismo.
Objeção:
- A tolerância é um valor positivo, mas não implica que tenhamos de
considerar todas as práticas sociais como admiráveis.
- Há sociedades que cometem graves injustiças, que têm práticas
repressivas, que violam direitos humanos e que são, elas próprias,
intolerantes.
- Não permite explicar o progresso, aperfeiçoamento moral (As
mulheres não votavam, agora votam).
- Conduz ao conformismo, passividade (impede a dissidência).
- Nem toda a crítica é etnocêntrica (Apresentar objeções a um costume
é muito diferente de pôr em causa toda a cultura de uma sociedade.
- Não podemos tolerar sociedades e práticas intolerantes.
Exemplo

A sociedade europeia do século XVII considerava a escravatura moralmente


aceitável.

A sociedade europeia do séc. XXI, manifesta uma preferência diferente,


condenando a escravatura.

(mas, para um relativista, nenhuma das sociedades tem mais razão que a outra- os
valores são relativos às sociedades).
A afegã Bibi Aisha Mohammadzai tinha 12 anos quando o pai a prometeu em
casamento com um combatente talibã. Aos 14 anos casou-se.
Aos 18, fugiu de sua casa, mas foi detida e presa durante 5 meses. A polícia
entregou-a ao seu esposo e família, que a levou perante um tribunal talibã que
determinou que devia ser mutilada como punição. Naquela noite foi levada
para as montanhas. Num ritual macabro o marido decepou o seu nariz e
orelhas como vingança, abandonando-a quando pensou que estava morta.
Francine é uma mulher do Burundi cujo
cunhado lhe amputou os braços. Motivo? Deu
à luz uma menina em vez de um menino.
O objetivismo moral

O objetivismo defende a seguinte tese: alguns juízos morais são


objetivos.

Existem verdades morais objetivas e universais, ou seja, independentes


dos sujeitos ou das sociedades/culturas.

Um juízo moral pode ser objetivo se puder ser justificado com boas
razões. O que são boas razões?

São razões informadas (envolvendo factos e conhecimentos) e imparciais


(não tendenciosas).
Argumentos e objeções

1. Argumento da coincidência de valores – Há um acordo generalizado


em todas as sociedades relativamente ao respeito pelos direitos
humanos fundamentais.
Objeção:
- As sociedades discordam amplamente acerca da moralidade
(desacordo).
- Não existem verdades objetivas acerca do bem e do mal.
- A ideia de progresso moral é errada: cada sociedade orienta-se pelos
padrões do seu tempo.
2. Argumento da tolerância: A tolerância é um valor objetivo.
Nem todas as práticas culturais são aceitáveis.
Não podemos aceitar sociedades intolerantes.
Objeção:
A tolerência é um valor relativo às sociedades.
Não ser tolerante é um sinal de incompreensão relativamente a outras
culturas.
Corremos o risco de cair no etnocentrismo.
É estranho haver juízos morais objetivos (independentes do sujeito e da
sociedade.
Em defesa do objetivismo: Os
limites da tolerância.
Padrão/critério que pode ser usado para estabelecer os
limites da tolerância em relação a qualquer prática social:

A. A prática promove ou é um obstáculo ao bem estar das


pessoas por ela afetadas?

B. Há um conjunto alternativo de práticas culturais com


melhores resultados na promoção do bem estar ?

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