1 Direitos e Garantias Fundamentais 2

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Título II

DOS DIREITOS E GARANTIAS


FUNDAMENTAIS
DISTINÇÃO
HISTÓRICO
CONCEITO
DIFERENÇA entre Direitos e Garantias
CARACTERÍSTICAS
DESTINATÁRIOS
EVOLUÇÃO: Gerações - Dimensões
HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS
APLICABILIDADE
CLASSIFICAÇÃO
DISTINÇÃO

Direitos do Homem

Direitos Humanos

Direitos Fundamentais
DIREITOS DO HOMEM

São direitos válidos para todos os povos e


em todos os tempos. Trata-se de uma
dimensão jusnaturalista-universalista.

Os direitos do homem são “[...] direitos


inerentes à natureza do homem; direitos
inatos que cabem ao homem só pelo fato
de ser homem”. (SILVA, 2010, p.176).

São, portanto, identificáveis tão somente no


plano abstrato, desprovidos de qualquer
normatividade.
DIREITOS HUMANOS

“[...] expressão preferida nos


documentos internacionais”.
(SILVA, 2010, p.176). Ou seja,
refere-se aos direitos positivados
em tratados ou previstos em
costumes internacionais.
Assim, de acordo com
Mazzuoli (2015, p. 26), “trata-se,
em suma, daqueles direitos que já
ultrapassaram as fronteiras estatais
de proteção e ascenderam ao
plano de proteção internacional”.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
São os direitos do homem,
jurídico-institucionalmente garantidos
e limitados espaço-temporalmente.
Isso significa que os direitos
fundamentais são fruto da uma
positivação, ou seja, conjunto de
normas jurídicas estabelecidas pelo
homem.
Já fazem parte de uma ordem
jurídica vigente e concreta. “Os
direitos fundamentais são [...] que o
homem possui em face do Estado”.
(BONAVIDES, 2007, p. 561)
HISTÓRICO
Primeiros
marco histórico dos
direitos fundamentais
é a Magna Carta
Libertatum de 1215,
que limitou o poder
dos Reis ingleses,
obrigando-os a se
curvarem ao império
da lei, surgindo assim
o Constitucionalismo.
Posteriormente,
ainda na Inglaterra, em
1689 surge a Declaração
Inglesa de Direitos,
conhecida como Bill of
Rights, que trouxe em
seu texto o direito de
petição dos súditos para
o rei, eleições livres ao
parlamento, liberdade
de expressão, e debates
ou procedimentos no
Parlamento.
Nessa época, já estávamos em pleno Iluminismo (1650 –
1700) momento em que foi deflagrada a primeira fase dos
Direitos Naturais Universais. Resgatou-se a ideia clássica
jusnaturalista de que existem direitos inatos à pessoa humana
e dela não se podendo dissociar.
Tais ideais se alastraram pelo
mundo todo e influenciaram
a Revolução Norte-
americana em 1776, e mais
tarde a Francesa em 1789,
que cooperaram com o
surgimento
“Constitucionalismo
moderno”.
Posteriormente, da
Revolução Mexicana
ocorrida em 1910,
emerge a Constituição
Mexicana de 1917,
reconhecida como a
primeira Constituição
na história a ter em seu
bojo a proteção aos
direitos sociais.
Em 1919 surge a
Constituição de Weimar,
Constituição alemã pós
Primeira Guerra Mundial, e
nesse mesmo período
forma-se a Liga das Nações,
composta pelos países
vencedores, menos os
Estados Unidos da América,
e cria-se o Tratado de
Versalhes, com a finalidade
de resolver futuros conflitos
pela via diplomática,
evitando novos conflitos.
Com o fim da Segunda
Guerra Mundial, em 1945
a forma-se a Organização
das Nações Unidas,
compromisso de evitar a
ocorrência de novas
barbáries como o
holocausto promovido
pela Alemanha Nazista
sob o comando de Adolf
Hitler.
Em 1969, ocorre a
Convenção Americana
sobre Direitos Humanos –
conhecido como Pacto de
San José da Costa Rica,
que influenciou nosso
ordenamento jurídico
elevando os direitos
fundamentais à cláusulas
pétreas, ocupando assim,
posição de destaque no Art. 60. [...]
texto constitucional. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta
de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
CONCEITO
CONCEITO
São direitos constitucionais na
medida em que se inserem no
texto de uma Constituição ou
mesmo constam de simples
declaração solenemente
estabelecida pelo poder
constituinte. São direitos que
nascem e se fundamentam,
portanto, no princípio da
soberania popular (CAPEZ,
2010, p. 92).
CONCEITO
A expressão direitos
fundamentais do homem, [...]
não significa esfera privada
contraposta à atividade pública,
como simples limitação ao Estado
ou autolimitação deste, mas
limitação imposta pela soberania
popular aos poderes constituídos
do Estado que dela dependem.
(SILVA, 2010, p. 191).
DIFERENÇA
Direitos são disposições declaratórias de poder sobre
determinados bens e pessoas. Representam por si só
certos bens. São principais e visam a realização das
pessoas. Direito é o poder para realizar algo, pois o
ordenamento jurídico possibilita.

Garantias são os mecanismos de proteção e de defesa


dos direitos. Traduzem-se na garantia de os cidadãos
exigiram dos Poderes Públicos a proteção dos direitos, bem
como o reconhecimento de meios processuais adequados a
essa finalidade. Por exemplo: habeas corpus, mandado de
segurança, entre outros. São acessórios, estando
vinculados aos direitos.
DIFERENÇA
Os artigos constitucionais que programam
um Direito são tão somente declaratórios, isto
é, são disposições constitucionais que
reconhecem a existência de dada
prerrogativa, ao passo que os dispositivos
que tratam das garantias estabelecem as
defesas de tais direitos e possuem natureza
assecuratória.

Ocorre que a Constituição Federal não diz expressamente quais


são os dispositivos atinentes a um ou a outro, cabendo ao
interprete identifica-los. (VASCONCELOS, 2014, p. 130)
CARACTERÍSTICAS
Historicidade.
Como os direitos fundamentais
são proclamados em certa
época, podem desaparecer em
outras ou serem modificados
com o passar do tempo,
apresentam-se como um corpo
de benesses e prerrogativas que
somente fazem sentido se
contextualizadas num
determinado período histórico.
Universalidade.
Esta característica aponta a existência de um núcleo mínimo
de direitos que se estende às pessoas, independentemente
de raça, cor, sexo, idade, etnia, etc.;
Inalienabilidade.
Os direitos fundamentais, por não
integrarem o patrimônio do
indivíduo, não são passíveis de
serem comercializados. É de se
dizer que não possuem conteúdo
econômico.
Imprescritibilidade.
Não se extinguem pelo uso ou
decurso do tempo.
Irrenunciabilidade.
Não podem ser objeto de renúncia.
Limitabilidade.
Por não serem absolutos,
por vezes o exercício dos direitos
individuais pode acarretar
conflitos com outros direitos
constitucionalmente resguarda-
dos. (Ex: choque entre o direito de
informação e o de privacidade).
DESTINATÁRIOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
EVOLUÇÃO: Gerações -
Dimensões
Karel Vasak foi quem primeiro a
classificou os direitos humanos em
três gerações, aliando-as ao
revolucionário lema da Revolução
Francesa: “Liberté, Egalité et
Fraternité” (Liberdade, Igualdade
e Fraternidade).
Os direitos fundamentais
de 1ª geração importam na
consagração de direitos
civis e políticos clássicos,
essencialmente ligados ao
valor liberdade.

Apresentam-se como direitos dos indivíduos e são oponíveis,


sobretudo, ao Estado, na medida em que exigem deste,
precipuamente, uma abstenção, um não fazer, possuindo, dessa
forma, inequívoco caráter negativo.

Portanto, os direitos fundamentais de 1ª geração são os direitos


e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades públicas:
direito à vida, à liberdade, à expressão e à locomoção).
Os direitos de 2ª
geração acentuam o
princípio da igualdade
entre os homens
(igualdade material).

São, usualmente, denominados "direitos do bem-estar", uma


vez que pretendem ofertar os meios materiais imprescindíveis
para a efetivação dos direitos individuais.

Para tanto, exigem do Estado uma atuação positiva, um fazer, o


que significa que sua realização depende da implementação de
políticas públicas estatais, do cumprimento de certas
prestações sociais por parte do Estado, tais como: saúde,
educação, trabalho, habitação, previdência e assistência social.
Assim, os direitos fundamentais de 2ª geração são os direitos
sociais, econômicos e culturais surgidos no início do século XX
(direito ao trabalho, ao seguro social, à subsistência, amparo à
doença, à velhice, entre outros).
Na 3ª geração de direitos
fundamentais apareceram
os direitos de fraternidade
ou solidariedade.

Tais direitos englobam, dentre outros, os direitos ao


desenvolvimento, ao progresso, ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, à autodeterminação dos povos, à
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade; à
qualidade de vida, os direitos do consumidor e da infância e
juventude, a paz, uma qualidade de vida saudável, a
autodeterminação dos povos, além de outros direitos difusos.
Os direitos fundamentais de 4ª
geração, também chamados de
direito dos povos, englobam o
direito à democracia, à informação,
ao pluralismo, do patrimônio
genético, entre outros.

Dessa forma, na 4ª geração são consagrados os direitos - como,


por exemplo, à democracia, à informação e ao pluralismo - dos
quais dependerá a concretização da sociedade aberta do futuro,
em sua dimensão de máxima universalidade, para a qual parece o
mundo inclinar-se no plano de todas as relações de convivência.

Há quem entenda ser o direito vinculado à evolução da ciência.


(genética, DNA, clonagem, Biodireito, Biotecnologia, entre
outros).
HIERARQUIA DOS TRATADOS
INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS
Art. 5º. [...]
§ 2° Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes de regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

Art. 5°, LXVII e Súmula Vinculante n° 25


O Brasil, por força do teor do § 2°, do artigo 5° da CF/88, se
comprometeu ampliar o rol de proteção de direitos
fundamentais, e foi o que aconteceu quando aderiu aos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos
(Pacto de San José da Costa Rica) de 1969. Foi em razão
disso, que a prisão civil do depositário infiel deixou de ser
lícita, conforme esclarece a súmula vinculante n° 25 do STF.
Art. 5º. [...]
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)

Capítulo II
Dos Direitos Sociais (art. 6º ao 11)

Capítulo III
Da Nacionalidade (art. 12 e 13)

Capítulo IV
Dos Direitos Políticos (art. 14 a 16)

Capítulo V
Dos Partidos Políticos (art. 17).
APLICABILIDADE
“Em conformidade com o teor do art. 5°, § 1°, CF/88, as normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade
imediata, o que retrata a preocupação dos modernos sistemas
constitucionais em evitar que as posições firmadas como essenciais para
a identidade da Constituição não passem de retórica, ou então que sejam
dependentes da atuação legislativa para que tenham eficácia”.
(MASSON, 2019, p. 226).

Contudo, essa não é uma regra absoluta. Isso porque, como


existem normas que não são autoaplicáveis, é certa que
sozinhas, não produzirão todos os seus efeitos essenciais.
Exemplo: normas de índole social que dependem de
complementação legislativa e atuação estatal.
APLICABILIDADE
“Porém, afirmar que uma norma constitucional é dotada de aplicabilidade
imediata não significa dizer que ela dispensa a atuação positiva de parte
dos poderes públicos. Significa dizer, apenas, que o direito nela previsto
poderá ser exigido pelo seu destinatário de imediato, sem necessidade de
regulamentação por lei”.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARAUJO, Luis Alberto David, NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito
Constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22.ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
VASCONCELOS, Clever. Curso de Direito Constitucional. 2.ed.São Paulo: Saraiva, 2014.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. 3.ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.
CAPEZ, Fernando. et al. Curso de Direito Constitucional. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MENDES, Gilmar Ferreira & Paulo Gustavo. Curso de Direito Constitucional. 7.ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7. ed. Salvador, JusPodivwm, 2019.
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 34.ed. São Paulo.
Malheiros, 2010.
SIQUEIRA JR. Paulo Hamilton. Direito Processual Constitucional. 5.ed. São Paulo: Saraiva,
2011

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