Sofistas

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Os Sofistas

1. Contexto histórico
A mudança do contexto sociopolítico

Com o desenvolvimento das cidades e do comércio,


a partir do séc. VII a.C., Atenas tornou-se uma das
maiores cidades da Grécia: o centro econômico,
político, social e cultural de todo o país.

Ruínas do Partenon
A mudança do contexto sociopolítico

Antes do séc. VII a.C., a Grécia era organizada


política e economicamente pelo modelo do genos.

O genos era uma forma de


administração política
caracterizada pelo
agrupamento de uma
grande família aristocrática,
cujos membros acreditavam
descender de um
antepassado comum –
geralmente de um deus.
A mudança do contexto sociopolítico

O genos estava sob o comando de um patriarca,


que, com o auxílio da assembleia de guerreiros
(aristocratas), discutiam os assuntos políticos de
interesse comum.

Tinha como princípio a


igualdade entre os
aristocratas.
A mudança do contexto sociopolítico

O genos abrangia também a posse e a


administração de toda a propriedade: terras,
animais, casas, escravos e pessoas.
A mudança do contexto sociopolítico

No entanto, a partir do séc. VII a.C., o modelo do


genos foi gradativamente perdendo
importância.
Por quê? Porque, com a
urbanização das cidades e
o desenvolvimento do
comércio, a moeda
passou a ser o novo
símbolo de poder da
sociedade, substituindo
assim a posse da terra
(que era o símbolo de
poder do aristocrata).
A ascensão da classe comerciante

Desta maneira, com a mudança da economia rural


e agrária para uma urbana e comercial, a classe
dos comerciantes passou a ter mais importância e
utilidade social do que a dos próprios patriarcas.
A reivindicação da classe comerciante

Ansiosa em exercer o papel político, bem como por


ter consciência de sua importância para a cidade, a
nova classe dos comerciantes começou a
reivindicar uma maior participação política e disputar
o poder com os proprietários de terras.

Figura dos aristocratas conversando


sobre política. Somente as famílias
que eram nobres e ricas que
poderiam participar destas reuniões.
A reivindicação da população urbana

Além dos comerciantes, a população urbana


pobre, que formava a força militar que participava
das guerras, também começou reivindicar maior
participação política.

Não se conformavam
em participarem das
guerras e, ao mesmo
tempo, serem
excluídos das
decisões sobre o
destino da cidade.
Os conflitos sociais

O resultado não poderia ser outro senão o


surgimento de conflitos sociais pela disputa do
poder e pela participação política.
As reformas políticas

Para evitar o agravamento desses conflitos,


alguns legisladores aristocratas foram obrigados a
fazer concessões e, com isso, promoverem reformas
políticas.

Praça pública, local onde


aconteciam os debates sobre
o futuro da cidade. Nestas
reuniões todos participavam,
independente de sua situação
financeira (com exceção de
crianças e escravos). Deste
hábito, nasceu a então
conhecida democracia.
As reformas políticas

Uma das estratégias foi a criação do título de


“cidadania”.

Com isso,
independentemente da
linhagem familiar, todo
filho legítimo da cidade, de
sexo masculino e acima
de 21 anos, poderia
participar diretamente das
decisões políticas.

Essa estratégia agradou os comerciantes e a população


pobre, uma vez que ela os incluiu na política da cidade.
Outras reformas políticas: Sólon

Com o legislador Sólon (640-558 a.C.) outras


reformas foram idealizadas:

Sólon elaborou um
código de leis que
proibia a escravidão
por dívidas,
problema que afetava
muitos camponeses
pobres.
Outras reformas políticas: Sólon

Sólon também estabeleceu que os camponeses mais


pobres poderiam votar na ekklésia (assembleia
popular), que escolhia os magistrados.

Criou também a
boulé, conselho
composto de 500
membros escolhidos
pela ekklésia.

A boulé tinha a função de elaborar as leis para depois


serem aprovadas e votadas na ekklésia.
Outras reformas políticas: Clístenes

Posteriormente, no séc. IV a.C.,


com o legislador Clístenes (565-
492 a.C.), a política ateniense deu
um passo decisivo rumo à
democracia.

Dividiu a cidade de Atenas (que até então era dominada


apenas por quatro aristocracias familiares) em dez
distritos diferentes, misturando assim as famílias e
diminuindo o seu efetivo caráter tribal.
Outras reformas políticas: Clístenes

Para cada um destes distritos, Clístenes deu o nome


de Demos.

Com isso, cada cidadão


passou então a ter o direito
de participar das
decisões políticas do seu
respectivo demos, para
depois serem levadas para
a votação na ágora.

Surge então a democracia: “demos” = povo e


“kratos” = poder; ou seja, “governo ou poder do povo”.
Outras reformas políticas: Péricles

Todavia, foram as
reformas de Péricles
(495/492-429 a.C.), por
volta de 440 a.C., que
levaram a democracia ao
seu auge e colocou
Atenas como potência
política e referência
econômica principal à
frente de toda a Grécia.
Outras reformas políticas: Péricles

Dentre as ações tomadas por Péricles, encontram-se:

1ª) Instituiu pagamento para


aqueles que exercessem funções
públicas; com isso, os mais pobres
podiam servir à polis e receber o
sustento por seu trabalho.

2ª) Incentivou a atividade


econômica e cultural da cidade.

3ª) Ordenou a reconstrução da


Acrópole (destruída pelos persas).
Surgimento da Democracia

A democracia grega possuía, entre outras coisas, os


seguintes aspectos:

A igualdade de direitos (isonomia)


de todos os homens adultos em
participar do governo da cidade (e
não apenas dos aristocratas).

Consequentemente, todos os
participantes tinham o direito de
exprimir seus pontos de vista,
nascendo assim a figura do cidadão.
Mudança do modelo educacional

Com isso, o ideal de educação também muda:

A antiga forma de educação da aristocracia


afirmava que o homem perfeito era o guerreiro
belo (em seu corpo bem treinado) e bom (em
seu espírito bem formado);

Já a nova educação democrática


afirmava que o homem perfeito não
estava voltada para o bom e o belo
guerreiro, mas para o bom cidadão.
2. A contribuição dos
sofistas para a
democracia
Sofistas: defensores da democracia

Os sofistas contribuíram muito para a formação da


democracia na Grécia antiga pelo seguinte motivo:

A nova organização
política grega possibilitava
a participação direta do
cidadão, que acontecia
através da fala pública,
nos demos e ágora.

Aquele que mais soubesse dominar a oratória, mais


cumpria o papel da cidadania.
Sofistas: defensores da democracia

Logo, como os sofistas


eram considerados como
mestres da oratória e
da persuasão, a sua
utilidade pública era de
extrema importância,
fator esse que contribuiu
definitivamente com a
solidificação da
democracia direta na
Grécia antiga.
Sofistas: defensores da democracia

Ou seja, se a educação grega passa a ser a do bom


cidadão, então ela deverá formar fundamentalmente
o bom orador, uma vez que o momento em que o
cidadão mais aparece é justamente na hora da
discussão pública.

Para possibilitar esse modelo de


educação é que surgiram os sofistas.
3. O conhecimento para
os sofistas
Do horizonte cosmocêntrico para
o antropocêntrico

Com os sofistas, a filosofia deixa de ser


cosmocêntrica e passa a ser antropocêntrica.

A reflexão deixou de basear-se … para fundamentar-se numa


no Cosmo (natureza)… reflexão voltada para o homem.
O conhecimento para os Sofistas

Perante as diferenças antagônicas presentes entre as


filosofias dos pré-socráticos, os sofistas concluíram
que não podemos conhecer a verdade (o Ser),
pois, se pudéssemos, pensaríamos todos de uma
mesma maneira e haveria uma única filosofia.

Logo, diante desse


problema, só podemos
ter opiniões
subjetivas e relativas
sobre a realidade.
Relativismo - cada um enxerga o
mundo com os óculos que tem.
O conhecimento para os Sofistas
O conhecimento para os Sofistas

Ou seja, para os sofistas a verdade não existe. O que


existe são apenas pontos de vista pessoais que podem
ser argumentados ou não pela oratória (fala pública).
O conhecimento para os Sofistas

Mas, tendo em vista de que o homem não pode


conhecer a verdade plena (Ser), de que maneira
então ele constrói o seu conhecimento?

Segundo os sofistas, para se


relacionar com o mundo e com
os homens, o sujeito deve fazer
uso de um instrumento
fundamental para persuadir os
outros de suas próprias opiniões
e ideias: da linguagem.
O conhecimento para os Sofistas

Desta maneira, para os sofistas, a verdade (Ser) é


apenas uma questão de opinião e persuasão.

A linguagem, por sua vez, é


mais importante do que a
percepção (conhecimento
sensível) e o pensamento
(conhecimento intelectual),
pois é ela que possibilita o
discurso capaz de fazer com
que uma opinião seja
publicamente aceita e provada.
4. Representantes da
Escola Sofista
Protágoras de Abdera

Defendia um relativismo
total: é verdade somente
aquilo que é considerado pelo
homem, pois a percepção das
coisas é algo individual.

“O homem é a medida de
todas as coisas que são e
também das que não são”.
Busto de Protágoras
Górgias de Leontini

Defendia um niilismo total: se


o homem não pode conhecer
nada daquilo que está fora da
sua percepção de mundo,
então quer dizer que o Ser não
existe. Ou seja, tudo é nada.

“Nada existe; e mesmo que


existisse não poderia ser
pensado; e mesmo que pudesse
ser pensado, jamais poderia ser
Busto de Górgias
comunicado”.

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