PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO Ser Educacional 2024 Novembro

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PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO NO

BRASIL:
a importância da psicologia social
ANA MERCÊS BAHIA BOCK
Ser educacional
Novembro 2024
Vamos ao nosso percurso

• 1. A Psicologia nem sempre existiu: ela tem história


• 2. A quais interesses sociais a Psicologia tem respondido?
• 3. A Psicologia é regulamentada como profissão em 1962 (Lei 4119)
• 4. Quais condições históricas permitem compreender a
regulamentação?
• 5. Qual o projeto hegemônico da Psicologia no Brasil nos anos 1960?
• 6. O surgimento de outra alternativa para a psicologia: o projeto do
compromisso social
• 7. a importância da psicologia social neste percurso
1. A Psicologia nem sempre existiu: ela
tem história

• Foi preciso que surgisse o “sentimento de eu” para que a


psicologia pudesse ser criada pela sociedade
• O papel do capitalismo nesta história
a) A quebra da estabilidade e da hierarquização
b) O questionamento dos saberes religiosos
c) Um novo pensamento se impõe: a ciência
d) A necessidade de libertar os humanos da terra para que se
tornassem força de trabalho livre
e) O surgimento histórico da privacidade
1. A Psicologia nem sempre existiu: ela
tem história
• O Humano livre se vê indefinido: quem sou eu?
• A necessidade de fazer escolhas para definir-se
• A crise do eu
• A busca de um conhecimento que pudesse dar conta destas
questões
• A criação da Psicologia , como conhecimento científico que responde
às questões colocadas pela nova forma de vida e de produção.
• UMA CIÊNCIA DO EU
• UMA CIÊNCIA DA VIDA PRIVADA
• UMA CIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE
1. A Psicologia nem sempre existiu: ela
tem história
• A NOÇÃO DE SUBJETIVIDADE:
• SÍNTESE SINGULAR E INDIVIDUAL QUE CADA UM DE NÓS VAI CONSTITUINDO
CONFORME VAMOS NOS DESENVOLVENDO E VIVENCIANDO AS EXPERIÊNCIAS DA
VIDA SOCIAL E CULTURAL. SÍNTESE QUE NOS IDENTIFICA E NOS IGUALA.
• SUBJETIVIDADE É UM MUNDO DE IDEIAS, SIGNIFICADOS, EMOÇÕES, AFETOS QUE
ORGANIZAM O SUJEITO E QUE SE DERRAMAM NO MUNDO ONDE E POR MEIO DAS
ATIVIDADES DESTES HUMANOS.
• ASSIM, SUBJETIVIDADE ESTÁ EM NÓS E NO MUNDO ONDE NOS INSERIMOS. NOSSA
CULTURA PODE SER LIDA COMO A SUBJETIVIDADE QUE SE OBJETIVA. OS OBJETOS
DO MUNDO SÃO MATERIALIDADE E SÃO CARREGADAS DE SIGNIFICAÇÕES
EMOCIONADAS.
• OS HUMANOS ESTÃO NO MUNDO E O CONSTITUEM A SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.
• MAS, É NESTE MUNDO QUE CONSEGUIMOS A “MATÉRIA PRIMA” PARA NOS
CONSTITUIRMOS.
1. A Psicologia nem sempre existiu: ela
tem história

• CONCLUSÃO: apesar de gostarmos muito da psicologia e


acreditarmos na sua importância, é preciso compreendê-la
como uma ciência que tem história. Que nem sempre foi
necessária e que foram as condições históricas da
modernidade que a tornaram importante como saber.

• UMA SEGUNDA CONCLUSÃO: a história da psicologia está


diretamente relacionada à história social. A psicologia
responde a interesses das sociedades e dos projetos
hegemônicos existentes em um tempo histórico.
2. A quais interesses sociais a Psicologia
tem respondido?

• A título de hipótese: a libertação dos humanos de seus


lugares sociais fixos trouxe uma grande movimentação social.
Mas a sociedade burguesa não defendeu a igualdade social. Ela
precisava da desigualdade entre os humanos para que parte
deles fosse força de trabalho disponível no mercado. Esses
processos sociais vão exigindo conhecimentos que possam
contribuir para afirmar os SUJEITOS VÁLIDOS.
• A Psicologia como conhecimento que distingue, diferencia,
discrimina e categoriza. Nossos instrumentos e conhecimentos
caminharam nesta direção para dar resposta à sociedade
hegemônica.
3. A Psicologia é regulamentada como
profissão em 1962 (Lei 4119)

• No Brasil, a Psicologia é reconhecida como profissão em 1962, pela Lei 4119.


• Art. 13. Ao portador do diploma de Psicólogo é conferido o direito de ensinar Psicologia
nos vários cursos de que trata esta Lei, observadas as exigências legais específicas, e a
exercer a profissão de Psicólogo.

• § 1º Constitui função privativa do Psicólogo a utilização de métodos e técnicas psicológicas


com os seguintes objetivos: (Expressão "privativa" vetada pelo Presidente da República e
mantida pelo Congresso Nacional, em 17/12/1962)
• a) diagnóstico psicológico;
• b) orientação e seleção profissional;
• c) orientação psicopedagógica;
• d) solução de problemas de ajustamento.

• § 2º É da competência do Psicólogo a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras


ciências
4. Quais condições históricas permitem
compreender a regulamentação?

• Éramos pouquíssimos profissionais trabalhando com uma


psicologia pouco diversificada
• O que explica termos recebido a certidão de nascimento
mesmo antes do bebê nascer?
• O PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DO BRASIL
• O interesse da elite brasileira em ver o país se transformar de um país
agrário e rural em um país urbano e industrializado
• Importante lembrarmos que éramos da elite!
• O interesse em ter a colaboração de todos os saberes que respondessem
a alguma necessidade social utilizando tecnologia
• A psicologia se apresenta com os testes psicológicos para ajudar a
selecionar: o homem certo para o lugar certo.
4. Quais condições históricas permitem
compreender a regulamentação?

• Conclusão: a psicologia é regulamentada no Brasil porque


respondia com seus saberes e fazeres (seus instrumentos) a
necessidades que o projeto de modernização impunha. Os
trabalhadores das industrias nascentes eram trabalhadores do
campo, com pouca escolarização e poucos saberes para dar
conta da tecnologia de trabalho das industrias.
• As produções de conhecimento se direcionavam para estes
aspectos.
• Alguns temas não foram preocupação da psicologia: a
desigualdade social, a miséria, a fome, a democracia, o
racismo.
5. Qual o projeto hegemônico da
Psicologia no Brasil nos anos 1960?

• A Psicologia ficou marcada, em sua forma hegemônica, pelas


relações com o projeto de modernização
• Selecionou pessoal, orientou para o trabalho, ajudou nas escolas
a formar classes homogêneas (acreditando ser o melhor para o
aprendizado)... Não se voltou a questões sociais.
• Pensou o humano universalizado
• Importou teorias da Europa e dos EUA sem adaptá-las para a
realidade brasileira; sem se dar conta ou interesse em falar do
humano brasileiro, com sua cor de pele e sua textura de cabelo.
• Psicologia dominada por um pensamento colonizado!
5. Qual o projeto hegemônico da
Psicologia no Brasil nos anos 1960?

• Importante destacar que a realidade social é contraditória.


Se há uma psicologia “colonizada”, acrítica, há uma
psicologia que caminha nos subterrâneos da sociedade
brasileira que busca um conhecimento crítico, que fale da
desigualdade social.
• Exemplos destas produções e contribuições estão em
Manoel Bomfim, Ulisses Pernambucano, Helena Antipoff,
Aniela Ginsberg, Anita Cabral e outros e outras.
Posteriormente Neusa Santos, Silvia Lane, Ecléa Bosi,
Dante Moreira Leite, Silvia Leser de Melo.
• Todos e todas profissionais contra hegemônicos.
5. Qual o projeto hegemônico da
Psicologia no Brasil nos anos 1960?

• Mas, a hegemonia estava com o projeto tradicional e liberal.


• A visão de sujeito como dotado de uma força própria que lhe
permite desenvolver-se (o Barão de Munchhausen se puxando
pelos próprios cabelos). Uma visão de um fenômeno psicológico
enclausurado no sujeito que tem destino próprio e a priori. Um
sujeito dotado de potencialidades que aguardam sua atualização
conforme o mundo os estimula.
• A psicologia ficou de costas para a realidade social brasileira.
• Psicologizou os problemas sociais e os ocultou.
• CUMPRIU O PAPEL DE IDEOLOGIA.
INTERVALO
6. O surgimento de outra alternativa
para a psicologia

• As condições históricas do surgimento de um projeto alternativo


para a psicologia
• A ditadura militar e a construção subterrânea de uma oposição
• A necessidade da ditadura de fazer novo acordo com as camadas médias,
oferecendo vagas na universidade
• A camada média na universidade e o crescimento do movimento estudantil
• A presença de professores críticos que recuaram para as universidade como
defesa da brutalidade da ditadura
• A existência de uma psicologia constituída nos subterrâneos
• O crescimento do movimento social e das instituições dos trabalhadores
• O crescimento da insatisfação social e da mobilização
O PENSAMENTO CRÍTICO CHEGA À PSICOLOGIA
O projeto do compromisso social como
possibilidade crítica na psicologia

• Uma nova concepção de humano para a psicologia, a partir


das contribuições da psicologia social
• Um novo projeto para a profissão que passa a se dedicar ao
atendimento de grupos e segmentos sociais excluídos até
então do acesso à psicologia

• ESSE MOVIMENTO PERMITE O SURGIMENTO DE UM NOVO


PROJETO PARA A PROFISSÃO
O PROJETO DO COMPROMISSO SOCIAL
(a contribuição do estudo de Luane Santos)

• CAMPOS DE EXPRESSÃO
• 1. inserção e qualificação do trabalho das psicólogas nas
políticas públicas
• 2. a condição autônoma e a produção do trabalho coletivo
e interdisciplinar
• 3. a defesa dos direitos humanos e sociais
• 4. enfrentando a temáticas ligadas à dominação em suas
diversas expressões
O PROJETO DO COMPROMISSO SOCIAL
(a contribuição do estudo de Luane Santos)

• (continuação)
• 5. ampliação e fortalecimento das relações e instituições
democráticas
• 6. combate ao colonialismo cultural. Crítica ao pensamento
colonizado
• 7. defesa/organização da psicologia latino-americana
• 8. (re)invenção dos saberes e práticas
• 9. a centralidade do exercício crítico
A VIRADA DA PSICOLOGIA NA VIRADA DO
SÉCULO

• Formas democráticas de organização


• Posicionamento ousado sobre a homossexualidade (resolução
01/99)
• O ingresso do pensamento dos Direitos Humanos – as comissões
nos conselhos de psicologia
• O CREPOP como Centro de Referencias Técnicas de Psicologia e
Políticas Públicas
• O Congresso Ciência e Profissão
• A ULAPSI
• A Biblioteca Virtual em Psicologia (BVS-PSI)
A VIRADA DA PSICOLOGIA NA VIRADA DO
SÉCULO
• Os estudos sobre DESIGUALDADE SOCIAL
• A organização das psicólogas negras
• A presença do tema do racismo
• O fortalecimento das entidades de psicologia
• A criação do FENPB – Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia
Brasileira
• A I Mostra de Práticas em Psicologia: Psicologia e
Compromisso Social
7. A importância da psicologia social
neste percurso

•Todo este percurso tem


seu disparador na
psicologia social
A importância da psicologia social neste
percurso

• A psicologia social desde os anos 1970 fazia a crítica à


dicotomia que marcava a psicologia, separando mundo
social de mundo psicológico, subjetividade de objetividade,
individual e coletivo.
• No final dos anos 70 e inicio dos anos 80, nas academias, a
psicologia social criou uma área de atuação: a psicologia
comunitária
• Em 1984, Lane publica: Psicologia Social e uma nova
concepção de homem para a psicologia. Texto inserido
no livro: Psicologia Social: o homem em movimento
A importância da psicologia social neste
percurso

• Psicologia Social e uma nova concepção de homem


para a psicologia
• Lane indica a necessidade de superação da dicotomia e
propõe uma leitura dialética da relação individuo-sociedade
• Leitura dialética onde individuo e sociedade não são a mesma
coisa, mas a relação entre eles é constitutiva de ambos
• A psicologia social deve manter sua especificidade de estudo dos
coletivos, da vida social. Mas a psicologia deve incorporar a nova
concepção de humano, entendendo que toda a psicologia é social.
• Estava dada a largada para uma concepção crítica na psicologia e
criada a possibilidade do avanço para o novo projeto da profissão
OS DESAFIOS ATUAIS DA PSICOLOGIA
SOCIAL

• Estimular toda a psicologia a voltar-se à sociedade,


compreendendo a relação individuo-sociedade como
indissociável

• PSICOLOGIA RIMA COM DEMOCRACIA!


• A subjetividade se constitui em um meio social e cultural e sua saúde está diretamente
relacionada às condições de vida.
• Para um desenvolvimento saudável – sujeito autônomo, capaz de se expressar, de debater suas
ideias, de organizar-se em coletivos para partilhar e defender ideais, de trabalhar pelo bem estar
coletivo, depende das condições democráticas da sociedade.
• PSICOLOGIA DEFENDE A VIDA!
• por isto não tolera A FOME, A TORTURA, A VIOLÊNCIA, O PRECONCEITO, O RACISMO, A
DESIGUALDADE SOCIAL
• Nossa profissão exige que defendamos um projeto civilizatório humanizador
FIM

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