Pneumonia - AC 1
Pneumonia - AC 1
Pneumonia - AC 1
ADQUIRIDA NA
COMUNIDADE
DISCIPLINA DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
2024.2
* Agradecimentos ao Professor Nelson Pereira e Dr. Luiz Felipe Guimarães pelos slides cedidos para a montagem dessa aula
CLASSIFICAÇÃO DE PNEUMONIA QUANTO O LOCAL DE AQUISIÇÃO
IDOSOS
UPTODATE, 2023
IMPACTO DE COMORBIDADES NA INCIDÊNCIA DE PACIENTES
HOSPITALIZADOS COM PAC NOS EUA
DPOC
ICC
UPTODATE, 2023
Avaliação prospectiva de 2320 casos de PAC em 5 hospitais dos EUA
Avaliação prospectiva de 2320 casos de PAC em 5 hospitais dos EUA
FISIOPATOGENIA
● Microaspiração do
conteúdo do orofaringe
● Hematogênica
● Contiguidade
● Macroaspiração
● Direta
UPTODATE, 2023
FISIOPATOGENIA DA PAC - LEVE OU MODERADA
Resposta inflamatória controlada
• Tosse
• Percussão maciça
Resposta • Escarro
• Estertores
inflamatória • Falta de ar
• Hipoxemia
local • Dor pleurítica
• Infiltrado pulmonar
• Taquipneia
• Febre • Leucocitose
Resposta • Calafrios • Desvio p/ esquerda
inflamatória • Mal estar • ⬆ PCR
sistêmica • Anorexia • ⬆ VHS
• Taquicardia • ⬆ Procalcitonina
• Leucopenia
• Confusão mental • Trombocitopenia
Disfunção
• Hipotermia • ⬆ lactato
orgânica
• Hipotensão • ⬆ transaminases
• ⬆ creatinina e ureia
• Cariorrespiratória
• Renal
• Neurológica
Falência orgânica • Hematológica
• Metabólica
• Hepática
UPTODATE, 2023
FATORES DE RISCO PARA PAC RELACIONADOS AO HOSPEDEIRO
Drogas
• Supressores da secreção gástrica: IBP e bloqueadores dos receptores H2
• Drogas antipsicóticas
• Corticoides inalatórios
• Sedativos
UPTODATE, 2023
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS DA PAC
UPTODATE, 2023
PATÓGENOS MAIS COMUNS PAC
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS POR LOCAL DE ADMISSÃO
AMBULATORIAL ENFERMARIA UTI
BGN
Vírus respiratórios
PATÓGENOS MAIS COMUNS PAC – DICAS EPIDEMIOLÓGICAS
PACIENTE ETIOLOGIA
Sem comorbidade Streptococcus pneumoniae
Moraxella catarrhalis
Agente de infecções vias superiores
PACIENTE ETIOLOGIA
Infecções virais prévias Sp + Staphylococcus aureus
Abcesso pulmonar
Infecção mista Kp + anaeróbios
Único ou múltiplos
PATÓGENOS MAIS COMUNS PAC – DICAS EPIDEMIOLÓGICAS
PACIENTE ETIOLOGIA
Brucelose Ingestão de leite não pasteurizado, contato com
animais de criação
Histoplasmose Contato com fezes de morcego ou aves
(pombos)
Psitacose Exposição a aves (papagaios, calopsitas,
periquitos, cacatuas...)
FATORES DE RISCO PARA PATÓGENOS RESISTENTES NA PAC
Pseudomonas aeruginosa
Colonização Pa
Infecção prévia por Pa
Deteçãoc bgn escarro
Hospitalização recente com atb EV(3 meses)
Exacerbação frequente DPOC com corticoide e atb
Doenças pulmonares estruturais
Imunossupressão
QUADRO CLÍNICO
Febre (80%)
Dor pleurítica (30%)
Dispneia Taquipneia e taquicardia comuns
Tosse produtiva Crepitações
Escarro mucopurulento vs. claro/raro Em 1/3: sinais de consolidação
Sintomas gastrointestinais
Alterações do estado mental
Auxiliar o diagnóstico
Avaliar gravidade – sepse, complicações pulmonares e extrapulmonares
Avaliar presença de comorbidades
Testes sorológicos:
• Mycoplasma pneumoniae
• Coxiella spp.
• Legionella spp.
• Chlamydia pneumoniae
Antígenos urinários
• L. pneumophila (S 70-90%; E > 99%)
• S. pneumoniae (S 50-80%; E: 90%)
PCR: influenza; SARS-CoV-2, outros vírus respiratórios; multiplex para os atípicos, coqueluche
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS - IMAGEM
Radiografia convencional do tórax em PA e perfil esquerdo
Vantagens:
• Preconizada na rotina pela maioria dos guidelines
• Barata
• Acessível
• Pouca radiação, comparada ao TC do tórax
• Pode ser feita à beira do leito
• Diagnostica a maioria dos casos, incluindo as complicações, diagnóstico diferencial e a evolução se necessário
Desvantagens:
• Pode não mostrar a pneumonia nas fases muito iniciais
• Menos eficiente em doentes com comorbidades pré-existentes
• Sua qualidade piora quando o paciente não tem condições para colaborar
• Dúvidas frequentes em casos com complicações e diagnóstico diferencial mais difícil
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia convencional do tórax em PA e perfil esquerdo
EXAMES DE IMAGEM
Diagnóstico etiológico das PAC difícil só com a clínica e com a radiologia.
Quadros superponíveis comuns.
PAC mistas
Pneumocystis jirovecii
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS - IMAGEM
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Vantagens:
• Alta sensibilidade para o diagnóstico
- incluindo fases iniciais em pacientes imunodeprimidos
• Pode identificar alterações sugestivas de alguns agentes etiológicos:
- S. aureus, M. pneumoniae, COVID-19, P. jirovecii;
• Mais eficiente para diagnóstico diferencial das pneumonias com comorbidades
- embolia pulmonar, câncer ou insuficiência cardíaca
• Mais preciso na identificação de complicações
Desvantagens:
• Mais demorado, não pode ser feito à beira do leito
• Maior quantidade de irradiação
• Custo maior
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS - IMAGEM
USG PULMONAR
Vantagens:
• Sem irradiação, podendo ser realizada sem restrições em crianças e grávidas
• Pode ser feita à beira do leito; rápido; barato
• Permite a avaliação mais dinâmica da evolução quando necessário;
• Muito sensível na detecção de pneumotórax, derrame pleural e suas
complicações (septações)
Desvantagens:
• Sua qualidade piora quando o paciente não tem condições para colaborar
• Menos eficiente em doentes com comorbidades pré-existentes
• Dúvidas frequentes em casos com complicações e diagnóstico diferencial
mais difícil
CLASSIFICAÇÃO - PAC
C: confusão mental
U: uréia ≥ 50 mg / dL
R: frequência respiratória ≥ 30
ciclos por minuto
B: pressão arterial
sistólica < 90 mm Hg ou
diastólica ≤ 60 mm Hg
C: confusão mental
R: frequência respiratória ≥
30 ciclos por minuto
B: pressão arterial
sistólica < 90 mm Hg ou
diastólica ≤ 60 mm Hg
UPTODATE, 2023
Sp O2 < 92%, internação (SBP 2018)
Uso de drogas
Alcoolismo
Doença mental
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Atelectasia Influenza
Ao exame:
• Regular estado geral, lúcido, acianótico, mucosas normocoradas, normohidratadas, escleróticas
anictéricas.
• Sinais vitais: PA: 120/80 mmHg, FR: 24 irpm, FC: 110 bpm e Tax: 39,0º C.
• Presença de lesões vesiculares em comissura labial que já teve outras vezes quando fica com febre ou
muito tempo exposto ao sol.
• Aparelho respiratório: murmúrio vesicular audível, sopro tubário em terço inferior do hemitórax direito,
onde se observa aumento do frêmito tóracovocal; estertores crepitantes na base direita e subcrepitantes
esparsos;
• ACV: RCR 2T, BNF, sem sopros..
• Abdome: flácido, ausência de visceromegalias. PAC
• Membros inferiores sem alterações. LEVE
PATÓGENOS MAIS COMUNS PAC DE TRATAMENTO AMBULATORIAL
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS POR LOCAL DE ADMISSÃO
AMBULATORIAL ENFERMARIA UTI
BGN
Vírus respiratórios
PAC Principais exames para avaliar a gravidade,
LEVE comorbidades e microbiologia
JBP 2018
PAC Tratamento de PAC em pacientes ambulatoriais
LEVE Pacientes com comorbidades
Fatores de risco de resistência
Uso recente de antibióticos
Locais com mais de 25 % de R do pneumococo à azitromicina
OBS: Ciprofloxacino não deve ser utilizado isoladamente no tratamento empírico da PAC
pelo fato de não atuar no S. pneumoniae adequadamente
JBP 2018
CASO CLÍNICO 2
Paciente de 77 anos, com história de febre de 38 a 39º C há 2 dias, tosse inicialmente seca e irritativa que
logo tornou-se produtiva, com escarro amarelado; perdeu o apetite, e só quer de ficar deitado. Relatou um
pouco de falta de ar, sentindo-se cansado a qualquer esforço. Segundo amigos tornou-se muito confuso,
trocando nomes a toda hora. Mora com uma filha e 2 netos, entretanto durante o dia fica em um clube de CURB-65
idosos onde faz as refeições, é cuidado e tem algumas atividades de lazer com amigos idosos, indo para =
casa à noite quando sua filha chega do trabalho. 2
Ao exame:
• Mau estado geral, TA: 38,8º C, PA: 140 X 80 mm Hg, 112 bat/min, 28 irpm; SpO2: 92 %
• Um pouco desidratado 1+/4; mucosas um pouco descoradas, anictéricas e secas. PAC
• Murmúrio vesicular diminuído em ambos os pulmões; estertores crepitantes e subcrepitantes em MOD
ambas as bases pulmonares; várias crises de tosse com expectoração amarelada.
• Sem coerência em algumas de suas respostas; restante do exame neurológico sem alterações.
BGN
Vírus respiratórios
PAC Tratamento de PAC com indicação de
MOD internação em enfermaria
New England 2023, JBP 2018, UPTODATE 2023; IDSA e ATS 2007 e 2019
CASO CLÍNICO 3
73 anos, masculino, é levado a um setor de emergência por familiares que relatam início de “febre alta” há
3 dias, inapetência, prostração, muita tosse e “falta de ar”. O quadro piorou rapidamente e passou a noite
só dizendo bobagens, sendo trazido ao hospital. CRB-65
Nega tabagismo ou etilismo. Vacinado contra influenza anualmente. Fez vacina antipneumocócica há 2 =
anos. Diabetes controlado com dieta. Não usa nenhum remédio e negou uso de antibióticos no último ano. 4
Ao exame:
• Mau estado geral, TA: 38º C, PA: 70/40 mmHg, FR: 32 irpm, FC: 120bpm; SpO2: 87 %
• Desorientado no tempo e no espaço, cianose de extremidades, mucosas hipocoradas (1+/4+),
desidratado 2+/4, escleróticas ictéricas (1+/4+), pulsos periféricos de amplitude diminuída, e PAC
enchimento capilar lentificado GRAVE
• Murmúrio vesicular audível, universalmente diminuído, estertoração crepitante em terço inferior
do hemitórax direito, onde se observa aumento de frêmito toracovocal.
INTERNAR
CTI
CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO EM CTI – IDSA, Ewig
Critérios maiores
Necessidade de ventilação mecânica invasiva
Paciente em choque séptico necessitando de vasopressores
Insuficiência renal aguda necessitando de diálise
Critérios menores
> 30 irpm
Relação Pa O2 / Fi O2 ≤ 250
Infiltrados multilobares
Confusão ou desorientação
Uréia ≥ 50 mg / dl
Leucopenia < 4000 / mm3
Trombocitopenia < 100000 / mm3
Temperatura <36 º C
Hipotensão necessitando de reposição agressiva
IDSA, Ewig
PAC Principais exames para avaliar a gravidade,
GRAVE comorbidades e microbiologia
BGN
Vírus respiratórios
PAC Tratamento de PAC com indicação de CTI
GRAVE SEM fator de risco para Pseudomonas aeruginosa
New England 2023, JBP 2018, UPTODATE 2023; IDSA e ATS 2007 e 2019
PAC Tratamento de PAC com indicação de CTI
GRAVE COM fator de risco para Pseudomonas aeruginosa
New England 2023, JBP 2018, UPTODATE 2023; IDSA e ATS 2007 e 2019
UPTODATE, 2023
CRITÉRIO CURA - PAC
Taquicardia e hipotensão 2
Tosse 14
Fadiga 14
Infiltrado em RX torax 30
Uptodate, 2020
RESPOSTA INADEQUADA AO TTO
Persistência das manifestações por mais de 72 h
10 a 24 % dos internados e 7 % dos ambulatoriais
RESPOSTA INADEQUADA AO TTO
Persistência das manifestações por mais de 72 h
10 a 24 % dos internados e 7 % dos ambulatoriais
Escolha inadequada de antibióticos - Agente não coberto: outras bactérias, BK, vírus, pneumocistose...
( V ) O exame de escarro pode ser dispensado em pacientes sem comorbidades com quadros leves.