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Introdução à Morfologia

interna das plantas


(ANATOMIA VEGETAL)

AULA TEÓRICA

DOCENTES:
Dolescêncio A. Armando &
Eng.º Nelson Agostinho MSc

sexta-feira, 8 de novembro de 2024 1


Topico:
Anatomia da Raiz e Caule

Objectivos:
 Conceituar Anatomia vegetal

Descrever a importância do estudo da anatomia

Analisar a constituição interna Raiz/caule

Reconhecer a posição estrutural dos tecidos da

raízes e Caule;
2
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Anatomia vegetal

É o ramo da botânica que se ocupa em


estudar a estrutura interna das plantas.

Robert Hooke descobriu a célula em 1663, ele utilizou


um pedaço de cortiça, células vegetais mortas que
fazem parte da periderme dos caules e raízes em
crescimento secundário.
Anatomia vegetal

Distingue se:

1. Anatomia dos órgãos vegetativos (raiz, caule e


folha)
2. Anatomia órgãos reprodutivos (flor, fruto e
semente
Importância do estudo da anatomia vegetal

Estudar a estrutura do xilema secundário aplicar


em estudos de tecnologia da madeira e no
entendimento do fluxo da água no corpo da
planta.

Verificar as possíveis semelhanças entre grupos


com certo grau de parentesco e auxiliar o
posicionamento taxonómico desses indivíduos
Importância do estudo da anatomia vegetal

Relacionar as diversas estruturas internas da


planta com suas funções e assim verificar
possíveis tendências adaptativas da planta aos
diversos ambientes e entender a funcionalidade
dos mecanismos fisiológicos da planta.
A Raiz
A raiz é o órgão da planta, geralmente
subterrânea, orientada pela coifa que é
impregnada de mucilagem, que exerce a
função de:

 Facilitar a penetração das raízes no solo,


 Inibir o desenvolvimento das raízes de
outras plantas pela presença de
determinadas substâncias químicas,
Funções da coifa na raiz

 Atrair substancias potencialmente


benéficas presentes na rizosfera,

 Manter aderentes as partículas do solo,


melhorando o contacto entre este e as
raízes, facilitando a absorção de água..
Funções da coifa na raiz

Representação coifa impregnada pela mucilagem


Estrutura primária da raiz

A estrutura primária da raiz tem origem no


meristema apical. A organização interna da raiz é
bastante variada, mas é mais simples e mais
primitiva do que a do caule.
Os meristemas primários são os responsáveis pela
diferenciação dos tecidos primários da raiz.
Estrutura primária da raiz

A protoderme origina a epiderme

O meristema fundamental
dá origem à região cortical
(Córtex) - parênquima;

O Procâmbio forma o
sistema vascular (tecidos
vasculares primários).
Estrutura primária da raiz

A raiz principal forma-se a partir da radícula, e a


partir dela formam-se raízes secundárias. Nas
monocotiledôneas a raiz principal é efémera
(dura pouco tempo), aparecendo raízes que se
formam na dependência do caule, as raízes
adventícias.
O plano de organização das raízes primárias é
comum a todas as plantas.
Estrutura primária da raiz

Esquema interpretativo da estrutura primária da raiz


Estrutura primária da raiz

Existe uma nítida separação entre os três


sistemas de tecidos que compõe a raiz.

a. Sistema dérmico – formado por epiderme;

b. Sistema fundamental – formado pelo córtex;

c. Sistema vascular – formado pelos tecidos


vasculares (xilema e floema)
Estrutura primária da raiz

Esquema mostrando os sistemas de tecidos da raiz.


SISTEMA DÉRMICO - EPIDERME

Formada de células vivas, de paredes


primárias e cutícula delgada.
Nas espécies onde a epiderme persiste por
mais tempo, as paredes de suas células
podem apresentar maior cutinização ou até
mesmo podem sofrer suberização
SISTEMA DÉRMICO - EPIDERME

Nas raízes jovens, a epiderme especializa-


se para a função de absorção e para isto
desenvolvem numerosos pelos
radiculares (absorventes), que se formam a
partir dos tricoblastos (apêndices da
epiderme).
SISTEMA FUNDAMENTAL - CÓRTEX

Região formada por células parenquimáticas de


paredes delgadas com numerosos espaços
intercelulares, localiza se entre a epiderme e o
cilindro vascular, tem origem a partir do
meristema fundamental.
SISTEMA FUNDAMENTAL - CÓRTEX

Nas plantas aquáticas ou naquelas que


crescem em solos pantanosos pode haver a
formação de um aerênquima , para facilitar a
aeração interna do órgão.
SISTEMA FUNDAMENTAL - CÓRTEX
O parênquima cortical da raiz é aclorofilado, excepto
em raízes aéreas e em algumas espécies aquáticas
SISTEMA FUNDAMENTAL - CÓRTEX
A endoderme das Dicotiledôneas possui em
suas paredes anticlinais, faixas de suberina e
lignina, essas fitas recebem a denominação
de estria de Caspary.

Função Controlar a entrada de água no


cilindro vascular nutrientes

Na endoderme o fluxo de solutos através do


apoplasto é desviado para o simplasto.
SISTEMA FUNDAMENTAL - CÓRTEX

Caminho da água através da raiz.


Sistema fundamental - CÓRTEX

Nas regiões mais velhas das raízes das


monocotiledôneas, acima da região de absorção,
as paredes das células endodérmicas vão sendo
recobertas por uma lamela de suberina ou
endodermina e num terceiro estágio, são
recobertas com uma espessa camada de celulose
lignificada adquirindo o aspecto de U.
Sistema fundamental - CÓRTEX

As células da endoderme em frente aos


elementos do protoxilema não desenvolvem
esses espessamentos secundários, sendo
denominadas de "células de passagem", pois
permitem a passagem de água e sais através
da membrana plasmática
Sistema fundamental - CÓRTEX

Detalhe do cilindro vascular mostrando as células de


passagem
SISTEMA VASCULAR

Resultante da diferenciação do Procâmbio,


é formado por uma ou mais camadas de
tecido não vascular chamado de periciclo.

O periciclo é a camada mais externa do


cilindro vascular, localizando-se logo abaixo
da endoderme
Sistema vascular - periciclo nas raízes
Nas raízes jovens é constituído de
parênquima, cujas paredes das células
são celulósicas e delgadas.

Nas angiospermas e gimnospermas, o


periciclo está relacionado com actividades
meristemáticas.

As raízes laterais são formadas a partir do


periciclo.
Sistema vascular - periciclo nas raízes

Nas raízes que apresentam crescimento


secundário, o felogênio e parte do câmbio
vascular também se originam no periciclo.

Nas monocotiledôneas o periciclo torna-se


lignificado nas regiões mais velhas da raiz
Sistema vascular

É constituído pelos seguintes tecidos:


Tecido vascular responsável pelo transporte
Xilema de água e sais minerais, composto por
traqueídes e elementos de vaso;

Tecido vascular responsável pelo transporte de


Floema seiva elaborada, composto por elementos
crivados;

Medúla Tecido parenquimático que ocupa a porção


central da raiz
Sistema vascular

Nas Eudicotiledôneas o xilema primário está


localizado na parte central, mais
internamente e o floema mais externamente
ao xilema (a medula está ausente)

Nas Monocotiledôneas o xilema e o floema


estão alternados formando cordões. A
medula está presente na parte central.
Esquema mostrando o cilindro vascular da raiz
Continuação da
aula anterior
Sistema vascular
O xilema e o floema estão inteiramente contidos no
cilindro central.

De acordo com o número de feixes lenhosos


presentes, podemos classificar as raízes em:

Monarcas (com um feixe lenhoso),


Dicotiledôneas diarca (com dois feixes), triarca (com

três feixes), tetrarca (com quatro feixes)

Monocotiledôneas. Poliarca (com mais de quatro


feixes lenhosos).
Disposição dos feixes lenhosos
Estrutura Secundária da Raiz

A estrutura secundária da raiz ocorre tanto na


Epiderme quanto no cilindro central.

Com o aparecimento de meristemas


secundários (câmbio e felogênio), tem início o
crescimento em espessura.
Estrutura Secundária da Raiz
O felogênio é formado por células parenquimáticas que
regridem (desdiferenciam) ao estado meristemático,
sofrendo divisões, produzindo, para o exterior, súber e,
mais internamente, feloderme.
Estrutura Secundária da Raiz

O crescimento do cilindro central se faz pelo


câmbio, situado entre o xilema e o floema

Formam para fora o floema secundário. O


existente anteriormente passa a se chamar
floema primário.

Formam para dentro o xilema secundário e,


igualmente, o anterior passa a ser chamado
de xilema primário.
Estrutura Secundária da Raiz

Com o novo floema para fora, o já existente é


empurrado para a periferia.

E com a produção do novo xilema, o existente


é empurrado para o centro.
Estrutura Secundária da Raiz

Com a produção dos novos elementos, o


câmbio toma a forma de um cilindro, onde
dentro encontramos os elementos xilemáticos
e fora os floemáticos. E assim cresce o cilindro
central.
Estrutura Secundária da Raiz
Estrutura Secundária da Raiz
Estrutura secundária

Em geral, as raízes de monocotiledôneas e de


eudicotiledôneas herbáceas pouco ou nada
exibem de estruturas secundárias, sendo
compostas apenas por elementos primários.
Enquanto raízes que exibem esse crescimento,
o desenvolvimento se dá segundo esquema a
seguir.
O caule

Suporte mecânico para as folhas e para as


estruturas de reprodução do vegetal.

Alguns caules acumulam reservas ou água


ou actuam como estruturas de propagação
vegetativa.
O caule

Responsáveis pela condução de água e sais


minerais das raízes para as partes aéreas e
das substâncias aí produzidas, para as demais
regiões da planta, estabelecendo assim, a
conexão entre todos os órgãos do vegetal
O caule

O caule origina-se do epicótilo do embrião. O


embrião totalmente desenvolvido consiste de
um eixo hipocótilo-radicular, que apresenta
em sua porção superior um ou mais cotilédones
e um primórdio de gema.
O caule

Esse primórdio de gema pode ser um grupo de


células indiferenciadas (Raiz), ou apresentar-
se mais diferenciado, com uma porção caulinar
- o epicótilo, formando um pequeno eixo, nós e
entrenós curtos, portando um ou mais
primórdios de folhas.
O caule

Esquemas das sementes de Phaseolus sp e Ricinus communis.


O caule
Durante a germinação da semente, o meristema
apical continua o seu desenvolvimento,
promovendo o crescimento do eixo caulinar e a
adição de novas folhas. Nas plantas que
apresentam o caule ramificado, são formadas as
gemas axilares que posteriormente,
desenvolvem-se em ramos laterais.
Estrutura primária
O caule, tal qual a raiz, é constituído pelos
três sistemas de tecidos:
 Sistema dérmico,
 Sistema fundamental e
 Sistema vascular.

As variações observadas na estrutura primária do


caule das diferentes espécies deve-se a distribuição
relativa do tecido fundamental e dos tecidos
vasculares.
Estrutura primária

Nas coníferas e dicotiledôneas, o sistema


vascular, geralmente, aparece como um
cilindro ôco, delimitando uma região interna
a medula, e uma região externa, o córtex.
Estrutura primária do caule
Nas monocotiledôneas, o arranjo mais comum é os
feixes vasculares apresentarem uma distribuição
desorganizada por todo o caule.
O tecido vascular nos caules aparece sob a forma de feixes
com floema externo e xilema interno

1- Metaxilema 2- Protoxilema
O desenvolvimento dos elementos traqueais é centrífugo (xilema
endarco). O protoxilema é interno e o metaxilema é externo.
Formada pela actividade do câmbio vascular, que dá forma os tecidos
vasculares secundários, e do felogênio que dá origem ao revestimento
secundário - periderme.
Estrutura Secundária
Os caules diferem bastante entre si, no arranjo e na quantidade de
tecidos vasculares primários e no acúmulo de tecidos secundários.

O sistema vascular primário pode formar, entre outros:

Sifonostele
um cilindro contínuo - com os feixes bem próximos uns dos
outros
Eustele

Um cilindro constituído de feixes separados por faixas mais largas


de parênquima interfascicular
Atactostele

Arranjo mais complexo com os feixes isolados,


distribuídos de maneira desordenada.
Origem do câmbio vascular

É formado em parte do procâmbio, e em

parte do parênquima interfascicular entre os

feixes, mais exactamente do periciclo que

volta a se dividir, formando um meristema

secundário que faz a interligação das faixas

de procâmbio.
Origem do câmbio vascular

Alguns autores costumam dizer que o câmbio


vascular é formado respectivamente, pelo
câmbio fascicular e pelo câmbio
interfascicular.
Origem do câmbio vascular

Meristemas laterais do caule


Origem do câmbio vascular
O câmbio completamente desenvolvido, tem
a forma de um cilindro ôco, entre o xilema e
o floema primários, extendendo-se através
dos nós e dos entrenós. Se o eixo é
ramificado, o câmbio do eixo principal é
contínuo com o dos ramos e ele pode se
estender até certa distância no interior da
folha.
Crescimento Secundário em Monoc.

Algumas espécies podem desenvolver caules


espessos devido à formação de um câmbio,
como acontece em Agave, Cordiline e
Dracena.
Nestas espécies, o câmbio forma-se a partir
do parênquima localizado externamente aos
feixes vasculares (pericíclico).
Crescimento Secundário em Monoc.

Quando o câmbio entra em actividade forma


novos feixes vasculares e parênquima, para
o centro do órgão, e apenas parênquima
para a periferia do órgão.
Crescimento Secundário em Monoc.

Nas palmeiras há um considerável aumento


em espessura no caule, sem o
estabelecimento de uma faixa cambial
contínua; resultante de divisões e expansão
de células do parênquima fundamental-
crescimento secundário difuso.
Crescimento Secundário em Monoc.

Difuso, porque a actividade meristemática


não está restrita a uma determinada região e
secundário, porque ocorre em regiões já
distantes do meristema apical, à custa de
divisões das células parenquimáticas.
Crescimento Secundário em Monoc.

Algumas monocotiledôneas formam peridermes como nas


dicotiledôneas, como por exemplo em Dracaena, Aloe e nas
palmeiras. Outras no entanto, apresentam um tipo especial de
tecido protector, o súber estratificado, como, por exemplo em
Cordyline.

Nas monocotiledôneas que não crescem em espessura, a epiderme


pode permanecer intacta ou até tornar-se esclerificada. O
parênquima cortical pode transformar-se num tecido protetor, pela
suberinização ou esclerificação das paredes de suas células.
Crescimento Secundário “anômalo” em Dicotiledôneas

Os caules trepadores conhecidos por cipós ou liana, apresentam


crescimento secundário em espessura, diferente do apresentado
anteriormente, e por isso dito “anômalo”.

Este crescimento, pode ser muito variado, e um dos mais


conhecidos, é o observada em Bougainvillea sp (primavera) com
formação de várias faixas cambiais, que se formam
centrifugamente, produzindo: xilema e parênquima para o interior do
órgão, e floema e parênquima para a periferia
Caule de Bougainvillea sp. Mostrando “ilhas” de floema secundário incluso (FI)
no xilema secundário e felogênio em diferenciação (seta)
Crescimento Secundário em Monocotiledôneas
No caule de espécies trepadeiras, há sempre uma grande produção
de parênquima, o que garante flexibilidade para a planta, que enrola-
se em suportes em busca de maior luminosidade.

Espécies de Bauhinia trepadeiras, como por exemplo na escada-


de-macaco, após algum tempo de crescimento secundário usual, a
maior parte do câmbio cessa seu funcionamento, excepto em dois
pontos opostos que continuam em actividade, o que resulta na
formação de caules achatados.
Em algumas espécies com crescimento secundário anômalo, o
câmbio apesar de ocupar uma posição normal, leva à formação de
uma estrutura secundária com uma distribuição incomum de xilema e
floema.

Em Thunbergia (Acanthaceae), o floema secundário não se forma


apenas externamente ao câmbio. De tempo em tempo, o câmbio
produz floema também em direcção ao centro do órgão, formando o
que se conhece como floema incluso (Fig. 12). Além desses,
existem vários outros tipos de crescimento secundário “anômalos”.
Traços e Lacunas Foliares

O caule e as folhas são estruturas contínuas. Assim, para se


entender melhor o sistema vascular do caule, torna-se
necessário estudá-lo levando-se em conta, sua conexão com o
sistema vascular das folhas, que acontece na região dos nós,
onde um ou mais feixes caulinares divergem para a(s) folha(s).
Traços e Lacunas Foliares

O feixe vascular que se estende da base da folha, até unir-se a


outro feixe no caule é denominado traço foliar.

Traço foliar porção caulinar do suprimento vascular da folha.

feixe vascular que faz conexão entre o eixo


Traço de ramo
principal e a gema do ramo
Fim

Próxima aula: Anatomia do Caule e Folha

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