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Mandado de Segurança

Luiz Magno Pinto Bastos Junior


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Mandado de segurança

1. Natureza jurídica e antecedentes


2. Definição constitucional-legal
3. Direito líquido e certo
4. Legitimação ativa
5. Autoridade coatora
6. Concessão de liminar e sentença
7. Pedido de suspensão de segurança
8. Questões procedimentais

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1. Natureza jurídica e antecedentes
históricos
• Remédio constitucional: procedimento especial e célere contra
a atuação ilegal do Estado
• Natureza mandamental (ordem e executoridade)
• Origem: criação doutrinária e jurisprudencial – proteção
abrangente da liberdade (habeas corpus)
– Constituição Republicada (habeas corpus –art. 72, §22)
– Construção pretoriana do STF (ampliação do escopo – proteção-meio)
– Restrição do HC à liberdade de locomoção (EC n. 3, de 3.9.1926)
• CF de 1934 e a Lei n. 191, de 15.1.36.

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2. Definição constitucional-legal

• Art. 5o, inc. LXIX da CF/88


“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público”
• Lei n. 12.016, de 7.8.2009
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
2. Definição constitucional-legal

• Elementos conceituais constitucionais


– proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-
corpus" ou "habeas-data”
– ilegalidade ou abuso de poder
– responsável for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público
• Elementos conceituais legais
– qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver
justo receio de sofrê-la
– por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça.
2. Definição conceitual-legal
• Espécies:
– Preventivo (ameaça atual e iminente)
• Demonstração irretorquível no ato da impetração
• MS Preventivo e MS contra lei em tese.
– Repressivo (prazo decadencial de 120 dias)
• Obrigações de trato sucessivo se renovam
• Impugnações de regras editalícias de concurso contam da data da
publicação do edital

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3. Direito líquido e certo

• Certeza sobre o que?


– Direito líquido e certo é aquele que pode ser provado
exclusivamente através de prova documental.
– Os documentos comprobatórios devem ser incontrovertidos e, em
princípio, apresentados juntamente com a inicial.
– Não há dilação probatória em mandado de segurança
(procedimento especial).
3. Direito líquido e certo

• A exigência de prova pré-constituída é absoluta?


– Exige-se que o impetrante apresente os documentos que
provem o alegado (que seja razoável que tivesse acesso àquele
momento)
– Pedido de exibição de documentos:
• Repartição ou estabelecimento público
• Poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo
• Poder de terceiro que se recuse a fornecê-lo

Art. 11 da Lei de Acesso à Informação (Lei n. 12.527, de 18.11.2011)


3. Direito líquido e certo

• Abrangência do objeto da tutela


– Exclusão das hipóteses de HC e de HD
– Exclusão nas seguintes hipóteses (art. 5º):
• Ato sujeito à recurso administrativo com efeito suspensivo,
independente de caução;
• de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
• de decisão judicial transitada em julgado.
3. Direito líquido e certo

• Impetração pelo titular do direito


– Pessoa física e jurídica (consagração legislativa)
– Impetração subsidiária (novidade):
• Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em
condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança
a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30
(trinta) dias, quando notificado judicialmente.
4. Ato coator

• Conduta (ilegal ou abusiva)


– Ato comissivo (comportamento)
• Decisão judicial (decisão teratológica)
– A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se
condiciona à interposição de recurso. Súm. 202/STJ
– Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito
em julgado. (Súm. 268/STF)
– Conduta omissiva (dever legal de agir)
5. Autoridade coatora

Art. 6º, §3º. “Considera-se autoridade coatora aquela que


tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem
para a sua prática.”

• Autoridade pública
– Autoridade responsável pela edição do ato impugnado (ou
pela conduta impugnada)
• Impetração pode ser feita contra a autoridade que tem poder
de correção do ato/conduta apontada
• Impetração não pode ser feita contra mero executor da
ordem questionada
5. Autoridade coatora

• Autoridade pública (no exercício de atribuições do poder


público)
“seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça”
• os representantes ou órgãos de partidos políticos;
• administradores de entidades autárquicas;
• dirigentes de pessoas jurídicas;
• pessoas naturais.
5. Autoridade coatora

• Autoridade pública
– Atos de gestão comercial (empresas públicas e sociedades de economia
mista e concessionárias de serviço público)
• § 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de
economia mista e de concessionárias de serviço público.
– Competência (pacificar jurisprudência)
• “Art.2º. Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de
ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser
suportadas pela União ou entidade por ela controlada.”
5. Autoridade coatora

• Autoridade coatora
– Autoridade coatora não é Ré (no sentido técnico da expressão)
– Notificação (e não citação) para prestar informações
– Não há que se falar em confissão ficta
– Legitimidade recursal expressa (art. 14, §2º)

• Delimitação da instância
– Supremo Tribunal Federal
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
5. Autoridade coatora

• Delimitação da instância
– Supremo Tribunal Federal
Art. 102, I, “d” da CF/88: contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal
- Superior Tribunal de Justiça
Art. 105, I, “b” - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal;
- Tribunal de Justiça
Art. 83, inc. XI, “c” da CE-SC/89 - os mandados de segurança e de injunção e os
“habeas-data” contra atos e omissões do Governador do Estado, da Mesa e da
Presidência da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal ou de algum de seus
órgãos, dos Secretários de Estado, do Presidente do Tribunal de Contas, do
Procurador-Geral de Justiça e dos juízes de primeiro grau;
5. Autoridade coatora

• Teoria da encampação

– Súmula 628 do STJ: "A teoria da encampação é aplicada no mandado de


segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou
informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b)
manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c)
ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição
Federal."
5. Autoridade coatora

• Intimação da Pessoa Jurídica (novidade)


– Determinação para o envio de cópia à pessoa jurídica (art. 7º,
inc. II)
– Dever de comunicação da autoridade impetrada ao órgão de
representação judicial competente (art. 9º)
6. Liminar e concessão de segurança

• Concessão de liminar (suspensão do ato)


– fundamento relevante (fumus boni juris)
– do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida (periculum
in mora)
• Facultado ao juízo exigir caução, fiança ou depósito judicial
para garantir ressarcimento.
6. Liminar e concessão de segurança

• Hipóteses de vedação legal à concessão liminar (art. 7º, §2º)


– compensação de créditos tributários
– a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
– a reclassificação ou equiparação de servidores públicos; e
– a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza.

Flexibilização: princípio da proporcionalidade.


6. Liminar e concessão de segurança

• Impugnação da decisão concessiva


– Agravo de Instrumento
• Demonstração de se tratar de “decisão suscetível de causar à
parte lesão grave e de difícil reparação” (art. 522 do CPC)
– Pedido de suspensão de segurança
• Evitar “grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia
públicas” (art. 15 da LMS)
• Impugnação de decisão denegatória
– “É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão
de magistrado de primeira instância que indefere ou concede
liminar em mandado de segurança.” (Tese 136/STJ)
6. Liminar e concessão de segurança

• Efeitos da decisão liminar


– Autoexecutoriedade da decisão
– Regra processual que confere prioridade de julgamento
– Efeitos persistirão até a prolação da sentença
6. Liminar e concessão de segurança
• Sentença concessiva da segurança
– Duplo grau de jurisdição (reexame necessário)
– Interposição de Apelação e/ou Recurso Especia/Extraordinário pela parte
sucumbente.
– Efeitos patrimoniais contados a partir da impetração.
• Sentença denegatória da segurança
– Interposição de Apelação ou Recurso Ordinário
7. Suspensão de Segurança

• Hipótese:
– Evitar “grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas” (art. 15 da LMS)
• Regramento:
– Pessoa jurídica de direito público interessada
– Suspender os efeitos da decisão (liminar/sentença) pelo
presidente do órgão responsável pelo julgamento do recurso.
– Possibilidade de extensão dos efeitos da decisão de
presidência (art. 15, §5º)
8. Questões procedimentais

• Prazo decadencial para impetração


Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado.
• Litisconsórcio passivo necessário

• Carência de ação e possibilidade de ajuizamento de demandas


sob o rito ordinário
8. Questões procedimentais

• Prazo decadencial para impetração


Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado.
• Carência de ação e possibilidade de ajuizamento de
demandas sob o rito ordinário
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de
segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente,
por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos
patrimoniais.
Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa
julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.
(Súm. 304/STF)
8. Questões procedimentais

• Prioridade de julgamento
– Art. 7º. § 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade
para julgamento.
– Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos
recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo
habeas corpus.
• Prazo para publicação dos acórdãos.
– Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos
respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30
(trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será
substituído pelas respectivas notas taquigráficas,
independentemente de revisão.
9. Direito Sumular
• É incabível mandado de segurança que tem como pedido autônomo
a declaração de inconstitucionalidade de norma, por se
caracterizar mandado de segurança contra lei em tese. (Tese 430/STJ,
Súm. 266/STF)
• Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição. (Súm. 267/STF)
• O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
(Súm. 269/STF)
• Concessão de mandado de segurança não produz efeitos
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. (Súm.
271/STF)

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