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ÉTICA PROTESTANTE
E AS MUDANÇAS SOCIAIS:
Educação O poder e influência da Igreja
Por intermédio do direito feudatário, através
dos bispados e mosteiros, o papa exercia o domínio de um soberano. Dum modo ou de outro, a Igreja dominava uma grande parte das terras da Europa ocidental.
Não seria exagero afirmar que na França,
Alemanha e Inglaterra a igreja dominava a quarta parte dos territórios. Na Itália e na Espanha ela possuía mais. Venda de indulgências “ Assim que sua moeda no cofre cair, sua alma do purgatório irá subir” J. Tetzel Martinho Lutero Padre e professor (monge agostiniano) Wittemberg - 31/10/1517 95 teses Proposta: reforma da Igreja Lutero e as 95 teses Lutero era um monge agostiniano e professor de teologia em Wittemberg. Ao fixar suas 95 teses na porta da Igreja, ele, neste momento, propõe uma discussão pública sobre o tema, um debate acadêmico. Martinho Lutero Atual porta da Igreja de Wittemberg, onde, em 1517, Martinho Lutero fixou suas 95 teses. Atualmente a porta de madeira foi substituída por uma de ferro onde consta transcrita as 95 teses. Educação na Idade Média • “Ninguém pode pôr em dúvida que a atenção do legislador deve estar centrada, acima de tudo, na educação da juventude; negligenciar a educação é promover grandes danos à constituição.” - Aristóteles Alain Peyrefitte faz o seguinte comentário acerca da situação intelectual nesta época: “na Europa, nos séculos XII e XIV, em cada dez pessoas menos de uma sabia ler”. Desta forma, A Igreja era a única que poderia ler e ensinar as Escrituras. a Igreja possuía “estes dois instrumentos indispensáveis a toda cultura: a leitura e a escrita”. A aprendizagem generalizada da leitura e da língua materna impeliu os católicos à imitação: a Reforma tinha transformado a pedagogia. – Marcelle Denis • “Lutero lançou as bases da moderna escola pública e do ensino obrigatório. Para isso, sua tradução das Escrituras foi fundamental, como escreveu Giles: ‘Pode-se afirmar na história religiosa dos Estados germânicos, e também serve de base para todo um processo de alfabetização’[...] Luzuriaga observa: ‘A Reforma[...] organiza a educação pública não apenas no grau médio, ampliando a ação dos colégios humanistas da Renascença, mas também, e pela primeira vez, com a escola primária pública” • “O progresso de uma cidade não depende apenas do acúmulo de grandes tesouros, da construção de muros de fortificação, de casas bonitas, de muitos canhões e de fabricação de muitas armaduras(...) Muito antes, o melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando possui muitos homens bem instruídos, muitos cidadãos ajuizados, honestos e bem educados.” Lutero e a educação
Também as autoridades têm o dever de
obrigar os súditos a mandarem seus filhos à escola [...] Pois, na verdade, é dever dela preservar os ofícios e estados, para que, no futuro, possamos ter pregadores, juristas, pastores, escritores, médicos, professores e outros, pois não podemos prescindir deles. Lutero e a educação
Se podem obrigar os súditos capazes de
carregar lanças e arcabuzes, escalar os muros e outras coisas mais que devem ser feitas em caso de guerra, quanto mais podem e devem obrigar os súditos a mandarem os filhos à escola. Lutero e a educação
Porque aqui se trata de uma guerra pior, a
guerra contra o diabo, cujo propósito é sugar cidades e principados, esvaziando- os das pessoas capacitadas, até retirar o cerne, deixando apenas uma casca vazia de pessoas inúteis, as quais pode manipular e usar a seu bel-prazer. Filosofia educacional de Lutero • Preparo de crianças para leitura dos textos bíblicos; • Compreensão dos valores espirituais cristãos; • Treiná-los para o exercício da cidadania; • Participação consciente na comunidade e governo civil. João Calvino
• Emprega tremendo esforço
para cristianizar Genebra nos moldes do novo cristianismo reformado. Calvino e a educação
Calvino vai revolucionar o direito de
educação existente em sua época, neste momento a educação era privilégio de poucos, a saber:
“era tipicamente uma educação de nobres”,
Calvino e a educação
Com as reformas efetuadas em Genebra institui-
se a obrigatoriedade da instrução primária. “recorda-se também que a Reforma genebrense havia incluído imediatamente, entre as medidas sociais urgentes, a criação de uma escola nova e a instituição, pela primeira vez na Europa, da instrução primária obrigatória”. Calvino e a educação
“Ele [Calvino] apresentou ao conselho municipal um
projeto educacional (1536) gratuito que se destinava a todas as crianças – meninos e meninas – tendo um grande apoio público. Desta proposta, surgiu o Collège de Rive. Temos aqui o surgimento da primeira escola primaria, gratuita e obrigatória de toda a Europa” Academia de Genebra
Em 1559 Calvino criou a Academia de Genebra.
“A Academia (Schola Privata e a Schola Publica) iniciou com 600 alunos, aumentando já no primeiro ano para 900 alunos. A Instituição estava dividida em duas partes principais: a Schola Privata, que equivalia ao colégio (gymnasium), dividido em sete séries e destinado aos jovens de até 16 anos; a Schola Publica ou Academia, que ministrava ensino superior.(...) Com o estabelecimento da Academia, o historiador Charles Borgeaud (1861-1941) antigo professor da Universidade de Genebra, disse que ‘esta foi a primeira fortaleza da liberdade nos tempos modernos” Calvino e a educação
“Essas influências se percebem nas intenções educacionais
calvinista para as crianças e os jovens de Genebra: formar o cidadão útil para a sociedade com base nos ensinos das Escrituras Sagradas, no domínio das línguas clássicas e nas humanidades (artes e ciências), a fim de que o mesmo pudesse se tornar o construtor de um novo mundo . Para isso era necessário começar pela educação básica – educar as crianças é uma tarefa não somente da Igreja, ainda que sejam as Escrituras a base mais sólida para o desenvolvimento das crianças até sua maturidade da fé. É necessário também preparar o homem para o trabalho”.
Concepções da filosofia educativa em João Calvino
José Rubens Lima Jardilino Harvard
“Nos Estados Unidos, a história do início da tipografia se
confunde com a criação de uma escola conhecida hoje como Universidade de Havard. Os puritanos foram pioneiros em ambas iniciativas. O colégio foi criado em 1636 na vila de New Town, recebendo, posteriormente, o nome de Harvard em homenagem (1638) ao pastor puritano John Harvard (1607-1638, que havia doado cerca de 800 libras (metade de suas propriedades) e uma biblioteca com 260 livros, totalizando cerca de 400 volumes” Harvard
“A ignorância era algo extremamente temido dentro do
modelo educacional reformado-puritano. O estudo era amplo, oferecendo uma visão abrangente de todos os ramos do saber, evitando a dicotomia entre o saber religioso e não religioso, o espiritual e o natural. Como exemplo disso, vemos que ‘os estudantes ministeriais em Harvard não apenas aprendiam a ler a Bíblia na sua língua original e a expor Teologia, mas também estudavam Matemática, Astronomia, Física, Botânica, Química, Filosofia, Poesia, História e Medicina’” A ênfase na educação
“A ênfase puritana foi marcante em todos os níveis
educacionais, podendo ser avaliada tanto quantitativamente como qualitativamente. Seguindo a tradição da obrigatoriedade do ensino público, conforme enfatizada por Lutero, pelos calvinistas franceses (1560) e pelos holandeses (1618), em 1647, o Estado de Massachussets decretou a obrigatoriedade de uma escola primária, sempre que um povoado agrupasse mais de 50 lares” Bibliografia
ARISTÓTELES. A Política, São Paulo: Martin Claret. VIII. I. pg 267
BIÉLER, André. O Pensamento Econômico e Social de Calvino, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990 COSTA, H.M.P. Calvino 500 anos, São Paulo: Cultura Cristã, 2009 DE LIBERAL, Márcia Mello Costa.(org) Um olhar sobre ética e cidadania. São Paulo: Editora Mackenzie, 2002 LUTERO, M. Obras Selecionadas, vol. v, São Leopoldo: Sinodal, 1995