ISTs Na APS
ISTs Na APS
ISTs Na APS
“ISTs na APS”
OUTUBRO DE 2023
• Atendimento a pessoas com IST na AB
• É a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de 10-30% das gestantes e 10%
das mulheres atendidas na AB.
• As características clínicas incluem: corrimento vaginal com odor fétido, mais acentuado após
a relação sexual sem o uso do preservativo, e durante o período menstrual; corrimento
vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso;
• Não se trata de infecção de transmissão sexual, apenas pode ser desencadeada pela relação
sexual em mulheres predispostas, ao terem contato com o esperma, que por apresentar pH
elevado, contribui para desequilibrar a flora vaginal em algumas mulheres suscetíveis.
• A relação sexual não é a principal forma de transmissão, visto que esses microorganismos
podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas.
• Cerca de 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans e de 10 a 20% a outras espécies.
• Embora a candidíase vulvovaginal não seja transmitida sexualmente, é vista com maior
frequência em mulheres em atividade sexual, provavelmente, devido a microrganismos
colonizadores que penetram no epitélio via microabrasões.
• É causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório o colo
uterino, a vagina e a uretra.
• A Tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. No caso de mulheres com
Tricomoníase e alterações morfológicas celulares, deve-se realizar o tratamento e repetir a
citologia após três meses, para avaliar a persistência das alterações.
Úlcera genital
• Os agentes etiológicos infecciosos mais comuns nas úlceras genitais são: Treponema
pallidum (Sífilis primária e secundária); HSV-1 e HSV-2 (Herpes perioral e genital,
respectivamente); Haemophilus ducreyi (Cancroide); Chlamydia trachomatis sorotipo L1, L2
e L3 (LGV); Klebsiella granulomatis (Donovanose).
• Esses agentes podem ser encontrados isoladamente ou em associação em uma mesma lesão,
por exemplo, úlcera genital por Treponema pallidum e HSV-2.
• A primeira manifestação é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, indolor, com base
endurecida, fundo limpo, sendo rica em treponemas, que ocorre no local de entrada da
bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais do tegumento).
• A sífilis secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção.
Corrimento uretral
• Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal
e oral.
• O corrimento uretral, cujo aspecto varia de mucoide a purulento, tem volume variável e está
associado à dor uretral (independentemente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e
dolorosa), prurido uretral e eritema de meato uretral.
• Entre os fatores associados às uretrites foram encontrados: idade jovem, baixo nível
socieconômico, múltiplas ou nova parceria sexual, histórico de IST e uso inconsistente de
preservativos.
• Causas traumáticas (produtos e objetos utilizados na prática sexual) devem ser consideradas
no diagnóstico diferencial de corrimento uretral.
Uretrite Gonocócica
• A infecção retal é usualmente assintomática, mas pode causar corrimento retal (12%) ou
dor/desconforto perianal ou anal (7%).
• A infecção de faringe, tanto em homens como em mulheres, é usualmente assintomática
• A infecção gonocócica disseminada é rara (1%). Ela resulta da disseminação hemática a partir
das membranas mucosas infectadas e causa febre, lesões cutâneas, artralgia, artrite e
tenossinovite sépticas. Pode também causar, raramente, endocardite aguda, pericardite,
meningite e perihepatite. Acomete mais as mulheres, sendo associada à infecção
assintomática persistente, e o maior risco é durante o período menstrual, gravidez e pós-
parto imediato.
Uretrite Não Gonocócica
• É a uretrite sintomática cuja bacterioscopia pela coloração de Gram e/ou cultura são
negativas para o gonococo.
• A transmissão ocorre pelo contato sexual (risco de 20% por ato), sendo o período de
incubação, no homem, de 14 a 21 dias.
• Estima-se que dois terços das parceiras estáveis de homens com uretrite não-gonocócica
hospedem a C. trachomatis na endocérvice.
• Podem reinfectar seu parceiro sexual e desenvolver quadro de DIP se permanecerem sem
tratamento.
• O diagnóstico das uretrites pode ser realizado com base em um dos seguintes sinais e sinto-
mas ou achados laboratoriais: drenagem purulenta ou mucopurulenta ao exame físico;
bacterioscopia pela coloração Gram de secreção uretral, apresentando > 5 PMN em lâmina
de imersão. A infecção gonocócica é estabelecida pela presença de diplococos Gram -
intracelulares em PMN.
• Em mulheres, no entanto, o esfregaço de secreções cervicais detecta apenas 40-60% de
espécimes com cultura +, o que pode refletir o número baixo de gonococos em mulheres. O
rastreamento de indivíduos assintomáticos por microscopia não é recomendado.
Úlceras genitais:
• Os agentes etiológicos infecciosos mais comuns nas úlceras genitais são: Treponema
pallidum (Sífilis primária e secundária); HSV-1 e HSV-2 (Herpes perioral e genital,
respectivamente); Haemophilus ducreyi (Cancroide); Chlamydia trachomatis sorotipo L1, L2
e L3 (LGV); Klebsiella granulomatis (Donovanose). Esses agentes podem ser encontrados
isoladamente ou em associação em uma mesma lesão, por exemplo, úlcera genital por
Treponema pallidum e HSV-2.
• A sífilis primária também é conhecida como “cancro duro”, ocorre após o contato sexual com
o indivíduo infectado. O período de incubação é de 10 a 90 dias (média de três semanas).
• A primeira manifestação é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, indolor, com base
endurecida, fundo limpo, sendo rica em treponemas, que ocorre no local de entrada da
bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais do tegumento).
• A sífilis secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção.
Herpes Genital
• A primoinfecção herpética tem um período de incubação médio de seis dias. Em geral, é uma
manifestação mais severa caracterizada pelo surgimento de lesões eritemato-papulosas de
um a três milímetros de diâmetro e que rapidamente evoluem para vesículas sobre base
eritematosas, muito dolorosas e de localização variável na região genital. O conteúdo dessas
vesículas é geralmente citrino, raramente turvo.
• O quadro local na primoinfecção costuma ser bastante sintomático e, na maioria das vezes, é
acompanhado de sintomas gerais, podendo cursar com febre, mal-estar, mialgia e disúria,
com ou sem retenção urinária.
• Quando há acometimento do colo do útero, é comum o corrimento vaginal, que pode ser
abundante.
• Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos
núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência.
• A ocorrência de infecção do gânglio sensitivo não é reduzida por qualquer medida
terapêutica. Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e
60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação
viral. Essa reativação pode ser devido a quadros infecciosos, exposição à radiação
ultravioleta, traumatismos locais, menstruação, estresse físico ou emocional,
antibioticoterapia prolongada e/ ou imunodeficiência. O quadro clínico das recorrências é
menos intenso que o observado na primoinfecção e pode ser precedido de sintomas
prodrômicos característicos, como prurido leve ou sensação de “queimação”, mialgias e
“fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital.
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Referências Bibliográficas:
1. Abordagem do HIV/Aids e ouras infecções sexualmente transmissíveis na atenção básica (AB), Londrina, 2016.
2. 1.Brasil. Boletim Epidemiológico – Sífilis Ano IV- nº 1. Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais, 2015. Disponível em: http://
www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2015/58033/_p_boletim_sifilis_2015_final_ pdf_p__15727.pdf 2.Brasil.
Ministério da Saúde. Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, 2015. Link:
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2015/Relatorio_PCDT_ IST_CP.pdf 3.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de
boas práticas para HIV/Aids na Atenção Básica. Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
Brasília, 2014. Link: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/56264/_p_caderno_
boas_praticas_pdf_p__32688.pdf