Aula TB 2023

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TUBERCULOSE

NA INFÂNCIA
Alice Leite Mesquita
EPIDEMIOLOGIA
 OMS - 2019: 10 milhões de casos – 1,1 milhões em < 15 anos (11%)
 OMS - 2019: 205 mil mortes em < 15 anos, dos quais 32.000 em crianças
Crianças
com coinfecção < 5 HIV
pelo anos progridem rapidamente da forma
primária
 Pandemia ou latente
de COVID-19: apenas à
1/3doença e com
das crianças manifestações
< 5 anos elegíveis para
graves
tratamento (TB miliar
preventivo e meningite) - casos sentinela
da ILTB receberam
INTRODUÇÃO DESAFIOS
WHO End TB Strategy - ↓incidência 80% e
mortalidade sintomas
• Subdiagnóstico: em 90% 2015-2030
inespecíficos que -se↑tratamento
confundem com da ILTB
outras doenças (<10 anos)nessa faixa e PVIH
• Doença paucibacilar (<10 anos)
• Dificuldade acesso aos métodos diagnósticos bacteriológicos – coleta
de lavado gástrico (limita a possibilidade diagnóstica na estratégia
primária de saúde)/impossibilidade de escarrar em menores
História Natural e
Espectro da tuberculose
– Retirado de KUMAR,
V.; ABBAS, A.; FAUSTO,
N. Robbins e Cotran –
Patologia – Bases
Patológicas das
Doenças. 8. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010

APRESENTAÇÃO

TB primária: 3-8 semanas após infecção primária fase


sintomática + alterações radiológicas
TB miliar: 1-3 meses após infecção primária
TUBERCULOSE PULMONAR

 Doença pulmonar + adenopatia intratorácica são as apresentações mais frequentes


 Tosse persistente > 2 semanas
 Febre > 38ºC por pelo menos 2 semanas sem outras causas
 Perda de peso ou retificação da curva de crescimento
 Pneumonia que não melhora com o tratamento habitual
QUADRO TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
CLÍNICO  ↑infância devido a disseminação linfo-hematogênica
 20% dos casos na infância
 Formas mais comuns: ganglionar (principalmente cervical) e meníngea/Adulto: pleural
 TB meníngea:
 principal meningite subaguda/crônica da infância
 meningite linfomonocitária, que não melhora com antimicrobiano
 Hidrocefalia comunicante/acometimento de base de crânio

TUBERCULOSE PERINATAL
 Forma congênita (rara): endometrite tuberculosa ou TB disseminada materna, transplacentária
ou por aspiração de LA – febre/hepatoesplenomegalia/desconforto respiratório
 Neonatal: exposição pós natal a contactante doente - ↑TB miliar. Importante: avaliação do RN
 Crianças: Comprovação bacteriológica apenas em 20% dos
casos. Cultura positiva em 40-50% dos casos. (TP)
 Adolescentes: comportam como adultos – bacilíferos
 Baseia-se na tríade: (1) contato com caso suspeito/ (2)PPD ou
IGRA reagentes/ (3) sinais e sintomas sugestivos no exame físico
ou radiográfico
 Sistemas de escore: Stegen, Jones e Kaplan (1969)//Keith Edwards
DIAGNÓSTICO (1987)// IUALTD (1988)//
 Ministério da saúde (2002), atualizado em 2018 (até 10 anos de
idade) pelo novo corte do PPD:
 quadro clínico-radiológico
 contato com paciente índice
 interpretação da prova tuberculínica
 estado nutricional do paciente
DIAGNÓSTICO
TESTE RÁPIDO MOLECULAR TB (TRM-TB)
• Teste baseado na amplificação dos ácidos nucleicos para detectar MTB e
triagem de cepa resistente – PCR real time
• Resultado +: pode ser de bacilos viáveis ou inviáveis - não usar para
diagnóstico nos casos de retratamento (reingresso após abandono e recidivas
• Não processar: amostrar exclusivas de saliva, partícula de alimento, pus (sem
muco), apenas de sangue, quantidade < 1 ml (exceto LCR – até 0,1 ml)
• Excelente desempenho na TB confirmada bacteriologicamente (minoria
das crianças)
DIAGNÓSTICO • Adultos  escarro com baciloscopia negativa (S=88%) e positiva (E=98%)
• Crianças 
DIAGNÓSTICO

A cultura para MTB foi positiva em 12% (420/3640) de todas as crianças


avaliadas e o Xpert foi positivo em 11% (406/3640)  cultura mais sensível
TESTE RÁPIDO MOLECULAR TB (TRM-TB)

DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTIC
LG:
O S= 64%
E = 95%

Fezes:
S = 53%
E = 95%
CULTURA
 Elevada sensibilidade e especificidade
 Detecção do crescimento bacteriano, que varia de 14 a 30 dias, podendo estender-se
por até 8 semanas
 Métodos automatizados disponíveis no Brasil, entre eles MGIT®, no qual o tempo
de resultado varia entre 5 a 12 dias, quando positivo; e 42 dias, quando
negativo.
 Na coleta de escarro (duas amostras), pedir cultura apenas em uma (MS)

DIAGNÓSTICO  TB pulmonar

HISTOPATOLÓGICO
 Identificação de granuloma com necrose de caseificação é compatível com TB. Se
sem necrose, ponderar outras doenças granulomatosas – sarcoidose e silicose
(adultos)
 Armazenar amostra em SF 0,9%
 Pleural: rendimento AP + cultura: 90% dos diagnósticos
 Ganglionar: conclusiva em 90%
AMOSTRA

LAVADO GÁSTRICO
• “Escarro deglutido”
• Idealmente 3 amostras matinais coletadas em dias diferentes
• Cultura positiva em 30-40%
• Baciloscopia positiva em 10%  considerar possíveis falso-positivo pela
presença de micobactérias não tuberculosas. MS recomenda fazer
baciloscopia apenas onde seja possível realizar cultura.
DIAGNÓSTICO
Adultos e
ESCARRO OU ESCARRO INDUZIDO adolescentes
• Crianças até 5-6 anos são incapazes de expectorar
• Realizar sempre que possível, especialmente em adolescentes
• A baciloscopia de escarro deve ser realizada em 2 amostras em dias
subsequentes ao despertar
• Em adultos, se tecnicamente correta, detecta 60-80% dos casos
Tuberculose 1ª
 Formação de granulomas focais (foco de Gohn)
 Opacidade parenquimatosa (nódulo ou consolidação)
 Em adultos  predileção por lobo superior direito, que não ocorre em
crianças
 Progressão para necrose caseosa (cavitação)  disseminação
broncogênica  opacidades reticulo-nodulares
RX TÓRAX/TC
Tuberculose pós-primária
 Manifestações semelhantes a primária com predileção por lobo
superior e segmentos superiores dos lobos inferiores
 Opacidades centrolobulares com padrão de árvore em brotamento
 Tuberculoma  opacidades em LS + nódulos satélites circundando
o maior (galaxy sign)
Tuberculose miliar
 Pode ocorrer na forma primária ou pós-primária
 Expressa disseminação hematogênica da doença

RX TÓRAX/TC
 Indicações:
 Identificar ILTB em adultos e crianças
 Auxiliar no diagnóstico TB ativa (score)

 ILTB: Infecção pelo MTB sem manifestação de doença ativa


 Inoculação ID de derivado purificado de MTB para medir a resposta célula-
anticorpo  linfócito T de memória
PPD  Leitura 48-72 h após inoculação, pode se estender até 96h
 S = 77%/E = 97% (23% de falsos-negativos)  valorizar em crianças quando
POSITIVO
 Falso-positivo:
 Erro na aplicação (excesso de antígeno)
 Reação cruzada micobactérias
 Vacinação BCG  OBS: após 10 anos, somente 1% das PT + podem ser da BCG;
principalmente em vacinados > 1 ano ou revacinados
 Falso negativo:
 Interferon Gama Release Assay (IGRA)/Ensaios de liberação do IFN-g
 Células previamente sensibilizadas pelo MTB produzem ↑nível de
IFN-g
 QuantiFERON TB Gold: quantifica por ELISA níveis de IFN-g liberados
por células-T memória após estimulação de sangue com Ag
 T-SPOT: método ELISPOT quantifica células T efetoras específicas
ativadas após exposição ao Ag
IGRA  Antígenos mais específicos do MTB (ausentes na BCG e na maioria
das MB não tuberculosas) --> mais específico que a PT, porém
sensibilidade semelhante
 Produz resultados indeterminados  crianças na 1ª infância tem ↓
capacidade de produzir Ig
 Em < 2 anos, não deve ser realizado devido a falta de dados com
relação aos resultados e pouca confiabilidade do método (PT deve ser a
escolha)
1. Esquema básico < 10 anos, exceto meningoencefálica e
osteoarticular: 2RHZ/4RH

2. Esquema básico < 10 anos, meningoencefálica ou


osteoarticular: 2RHZ/10RH
TRATAMENT
O 3. Esquema básico ≥ 10 anos, exceto meningoencefálica e
osteoarticular: 2RHZE/4RH

4. Esquema básico ≥ 10 anos, meningoencefálica ou


osteoarticular: 2RHZE/10RH
TRATAMENT
O
CONITEC
(2019)

MEDICAMENTOS
ESQUEMA
BÁSICO < 10
ANOS (<25 KG x
>25 KG)
ESQUEMA
BÁSICO > 10
ANOS (ADULTO)
ESQUEMA
BÁSICO > 10
ANOS (ADULTO) –
osteoarticular ou
meningoencefálica
EFEITOS
ADVERSOS
Em caso de reações
graves de
hipersensibilidade,
como trombocitopenia,
anemia hemolítica e
insuficiência renal, o
medicamento suspeito
não pode ser reiniciado
após a suspensão, pois na
EFEITOS reintrodução a reação

ADVERSOS adversa pode ser ainda


mais grave.
 Acompanhamento clínico mensal
 Criança responde clinicamente em 1 semana, com melhora da
febre. No 1º mês de tratamento, nota-se ganho de peso e melhora da
tosse em casos pulmonares
 Doses devem ser ajustadas a cada ganho de peso
 Raramente tem efeitos adversos, exames bioquímicos (função
SEGUIMENTO renal, hepática e glicemia) devem ser individualizados
 Crianças com escarro e fácil coleta, controle bacteriológico
mensal semelhante a adultos
 Controle radiológico de tórax no 2º mês de tratamento e final
do tratamento
Se o RN for vacinado
erroneamente, não se faz a
PT, inicia-se quimioprofilaxia
6 meses e avaliar
individualmente a realização
da BCG (rifampicina é
bactericida e interfere na
QUIMIO resposta vacinal)

PROFILAXIA Não contra-indicar


amamentação exceto em caso
1ª de mastite tuberculosa.

Se o contactante do RN for a
mãe, afastar possibilidade de
TB congênita.
AVALIAÇÃO SINTOMÁTICOS: exame de escarro (baciloscopia ou TRM-TB), RX tórax e

DE CONTATO outros exames conforme sintomas

ASSINTOMÁTICOS: PT e/ou RX de tórax e tratar ILTB conforme indicação

ASSINTOMÁTICO VIVENDO COM HIV: tratar ILTB independente da PT


ILTB
TRATAMENTO
ILTB
TRATAMENTO
ILTB
TRATAMENTO
ILTB
REFERÊNCIAS
 Xpert MTB/RIF assay for the diagnosis of pulmonary
tuberculosis in children: a systematic review and meta-analysis.
Lancet Respir Med. 2015 June ; 3(6): 451–461. doi:10.1016/S2213-
2600(15)00095-8
 March MFBP, Aurílio RB. Diagnóstico laboratorial da
REFERÊNCIAS tuberculose na infância. Resid Pediatr. 2017;7(0 Supl.1):27-
31 DOI: 10.25060/residpediatr-2017.v7s1-07
 Julio MEC, Monteiro A, Firmida MC, Tavares DR, Coutinho AJF.
Estudo comparativo dos critérios para o diagnóstico da
tuberculose pulmonar infantil. Resid Pediatr. 2021;11(2):1-
8 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n2-150

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