Como Analisar Narrativas M

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 20

Como analisar

narrativas
GANCHO, C.V. Como analisar narrativas. 9.ed. São Paulo:
Ática, 2006.
ANÁLISE DE NARRATIVA
• A análise de qualquer narrativa deve seguir o seguinte roteiro:
I. Análise dos elementos da narrativa;
II. Análise do Tema – assunto – mensagem;
III. Discurso predominante.
IV. Opinião crítica.
ELEMENTOS DA NARRATIVA
• Enredo;
• Personagens;
• Tempo;
• Espaço;
• Narrador (Foco narrativo).
Enredo = conjuntos de fatos de uma história
• Partes do enredo:
• Exposição (Apresentação): apresentação das personagens, do tempo e do espaço;
• Complicação (Desenvolvimento): é a parte em que se gera o(s) conflito(s) do
enredo;
• Clímax: é o momento culminante da história, o momento de maior tensão;
• Desfecho (Desenlace): a solução dos conflitos, boa ou má.
• Tipos de desfecho: surpreendente, feliz, trágico, cômico, etc.
Tipos de Enredo
• Linear = segue linearmente as partes do enredo.
• Apresentação, complicação, clímax e desenlace = enredo linear.

• Dinâmico (não - linear) = as partes do enredo não são lineares.


• Desfecho, apresentação, complicação, clímax = enredo dinâmico.

• Psicológico = fatos emocionais compõe o enredo. Ex: “Amor”, de Clarice


Lispector.
Pedro para, para Pedro
Um grupo de gozadores de Aracaju fundava uma associação chamada Clube
Sergipano de Penetras, especializado em penetrar em festas sem ser convidado.
O clube estreou auspiciosamente, comparecendo ao casamento da filha do
Governador Lourival Batista, pra comer doce e aceitar croquete oferecido em
bandeja.
O presidente do clube, universitário Wadson Oliveira, ainda aproveitou a presença
do Vice-Presidente Pedro . - Aleixo nas bodas e pediu a palavra, saudando-o
copiosa mente, a chamá-lo a cada instante de benemérito do país, grande figura
política, ínclito patriota, etc., etc., etc.
Dizem que Pedro Aleixo acreditou.
(PRETA, S. P. Febeapá. Rio de Janeiro, Sabiá, 1967. v. 2, p. 71.)
Análise do Enredo
• Partes do enredo:
1. Apresentação: 1º parágrafo;
2. Complicação: 2º parágrafo;
3. Clímax: 3º parágrafo;
4. Desfecho: 4º Parágrafo.
 Tipo de desfecho = surpreendente e engraçado.
• Tipo de enredo = linear.
Personagem = ser fictício responsável pela
ação
• É quem faz a ação do enredo;
• Mesmo baseadas em pessoas reais, ela sempre será fictício (invenção);

• PERSONA = aquele que faz a ação.


Classificação da personagens
• Quanto ao papel desempenhado no enredo:
a. Protagonista = personagem principal.
 Herói = personagem com características superiores ao seu grupo;
 Anti-herói: características inferiores às de seus grupos, mas que acaba tendo posição de
herói, sem competência para tal.
b. Antagonista = personagem se que opõe a protagonista (vilão).
c. Personagens secundárias = personagens menos importantes na história.
Classificação da personagens
• Quanto à caracterização:
a. Planas: caracterizadas por um número limitado de atributos, pouco complexas. Dois
tipos de personagens planas:
 TIPO – personagem com características típicas, invariáveis. Ex: estudante, padre, solteirona,
dona de casa, jornalista, etc.
 CARICATURA – reconhecida pelas características fixas e ridículas – geralmente em
narrativas de humor.
b. Redondas: apresentam maior variedade de características.
 Físicas, psicológicas (personalidade), sociais (classe social), ideológicas (modo de pensar),
morais (boa ou má).
Análise de personagem

Quanto ao papel no enredo: Quanto à caracterização:


1. Protagonista: 1. Planas:
• Herói ou anti-herói. • Tipo ou caricaturas.
2. Antagonista; 2. Redondas:
3. Secundária; • Características: físicas, psicológicas,
sociais, ideológicas e morais.
Tempo = momento fictício das ações
• Vários níveis:
1. Época em que se passa a história: século, ano, etc.;
2. Duração da história: Um ano, um mês, uma tarde, um dia, etc.;
3. Tempo cronológico: o tempo linear ordem dos fatos – enredo linear;
4. Tempo psicológico: tempo que surge de acordo com a imaginação do
narrador ou da personagem – enredo não linear. Exemplo: Memórias
Póstumas de Brás Cubas – FLASHBACKS.
Espaço = lugar onde se passa a narração
• Situar as ações e estabelecer interação com o comportamento do local.
• Análise de espaço:
• Definição da Época (em que se passa história).
• Definição do Espaço = lugar real, físico.
• Definição do Ambiente = análise do clima da obra:
• Apontar e analisar as condições socioeconômicas, morais, religiosas e psicológicas do
ambiente.
Narrador = elemento estruturador da história
• NARRADOR EM 3ª PESSOA:
• Narrador Intruso – fala com o leitor e julga as personagens;
• Narrador parcial – se identifica com uma personagem, dando-lhe mais destaque na obra.
Ex.: Capitães de Areia (preferência a Pedro Bala).
• NARRADOR EM 1ª PESSOA (NARRADOR PERSONAGEM):
• Narrador testemunha: não é personagem principal, mas narra os acontecimentos que viu
ou presenciou;
• Narrador protagonista: o personagem central é o narrador.
Tema- assunto - mensagem
• Toda análise de narrativa deve apresentar:
• Tema da narrativa: ideia em torno da qual se desenvolve a história. Pode-se
identifica-lo, pois corresponde a um substantivo (ou expressão substantiva) abstrata.
Ex: Amor, ódio, amizade, traição, corrupção, etc.
• Assunto da narrativa: é a concretização do tema, isto é, como o tema aprece
desenvolvido. Pode-se identificar nos fatos da história. Ex: A mudança de
comportamento de Jacinto, em “A cidade e as Serras”.
• Mensagem da narrativa: pensamento ou conclusão que se pode depreender da
obra.
Discursos
= várias possibilidades de que o narrador dispõe para registrar a fala das personagens

• Numa narrativa, existem pelo menos 2 níveis de linguagem: o do narrador


e o das personagens.
• Existem 3 tipos de discursos:
• DISCURSO DIRETO;
• DISCURSO INDIRETO;
• DISCURSO INDIRETO LIVRE.
Discurso Direto
• Registro integral da fala da personagem, do modo que ela diz.
• As mais convencionais são as seguintes:
• Usando travessão: a) verbo de elocução (falar, dizer, perguntar, retrucar, etc.); b) dois-pontos;
c) travessão (na outra linha); d) pode-se usar aspas em vez de travessão.

Estirado sobre a mesa, o administrador gritava:


– Você já esteve no Alentejo?

(QUEIROZ, E. A ilustre casa de Ramires. Rio de Janeiro, 1978, p. 43)


Discurso Indireto
• É o registro indireto da fala da personagem por meio do narrador, isto é, o
narrador é o intermediário entre o instante da fala da personagem e o
leitor, de modo que a linguagem do discurso indireto é a do narrador.

Camilo disse que ia consultá-la, ela fê-lo entrar.

(ASSIS, Machado. A cartomante e outros contos. São Paulo: Moderna, 1995)


Discurso Indireto Livre
• É o registro da fala ou do pensamento da personagem, que consiste num
meio termo entre o discurso direto e o indireto.
• Características:
• Geralmente descreve pensamentos;
• Mantem expressões peculiares das personagens (Ex.: “Droga!”) e a correspondente
pontuação;
• Não apresenta o “que” e o “se”, típicos do discurso indireto;
• Não apresenta verbos de elocução (dizer, falar, exclamar, etc.).
Discurso Indireto Livre

O médico fez que não ouvira, afastou-se do banco giratório em que se tinha
sentado para a observação, e, mesmo de pé, escreveu numa folha de receita os
exames e análises que considerava necessários. Entregou o papel à mulher,
aqui tem, minha senhora, volte cá com o seu marido quando tiver os
resultados.

SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Você também pode gostar