Cap. 19 - O Brasil Do Açúcar - REMOTO - Aulas 1, 2 e 3

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O Brasil do açúcar

Prof. Webster Pinheiro


O Brasil do açúcar

Webster Pinheiro
A economia do açúcar entre os séculos XVI e XVII
 A conquista e colonização da
América dependia da exploração
de suas riquezas. Para isso,
os portugueses optaram pela
produção de açúcar.
1. Principais fatores que motivaram
a opção pela empresa açucareira:
* Condições naturais (clima e solo)
bastante favoráveis;

Solo de massapê, típico da


zona da mata nordestina
* A grande demanda pelo produto na Europa, conhecido como
“ouro branco”;
* A experiência trazida das ilhas
do Atlântico, sustentada na
“plantation”;
 A produção se concentrou
principalmente em Pernambuco
e na Baía de Todos os Santos.
 O financiamento para a
montagem dos engenhos coube
aos comerciantes e
banqueiros holandeses.
Engenho real
A organização dos engenhos de açúcar
O centro da economia açucareira era o engenho, no qual o
cultivo monocultor da cana produzia o açúcar.
 Os dois tipos principais de engenho: hidráulicos ou
“engenhos reais”, e os “trapiches”, movidos por tração de bois
ou por escravos.

Engenhos reais

Trapiches

Engenho Morojó – Nazaré da Mata, PE


 A força de trabalho que movia os engenhos era
compulsória.
 Apesar da existência de trabalhadores livres
(assalariados), os escravos eram utilizados em todas as
atividades, desde a produção do açúcar, obras de
infraestrutura, até os trabalhos domésticos.
 Quanto maior o engenho, maior o número de escravos.
 As jornadas eram longas, e os castigos e acidentes de
trabalho, frequentes.
Etapas de produção do açúcar

41 Casa
Balcão de mascavar
Caldeira (fervura)
2
3 Moenda
purgar

5 Encaixotamento e transporte
A sociedade açucareira
Tipicamente rural, aristocrática,
patriarcal, escravocrata e marcada
por forte religiosidade.
É importante destacar que a maioria dos
senhores de engenho vinha de Portugal,
sem títulos de nobreza. Eram sobretudo
plebeus que viam na imigração para a
América uma oportunidade de
enriquecimento e de projeção social.

 No topo dessa sociedade estavam os senhores de


engenho, com grandes poderes e influência sobre a vida
do restante da comunidade.
 Abaixo dos senhores de engenho vinha sua
numerosa família, incluindo, comumente, um
padre e agregados.

 Abaixo destes estavam


os pequenos proprietários
de terra, trabalhadores
livres (mestres do
açúcar, capatazes,
feitores, tropeiros etc).
CHAMBERLAIN, Henry. Uma família brasileira. 1822.
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.
O jantar no Brasil – J. B. Debret
 A base da sociedade
açucareira era composta
pelos escravos, que
realizavam mais
variadas atividades
produtivas locais,
sendo, por isso,
considerados “as
mãos e os pés do
A União Ibérica (1580-1640)
e as Invasões Holandesas

Webster Pinheiro
1. A União Ibérica (1580-1640)
O “desaparecimento” de D. Sebastião
deixou o trono português vago;

D. Sebastião

Batalha de Alcácer-Quibir
O cardeal D. Henrique assumiu, mas faleceu em
1580, o que levou D. Filipe II, da Espanha, a
reivindicar a coroa lusa unificando os dois
países ibéricos em 1580, processo que duraria
60 anos.

D. Filipe II
D. Henrique
 Durante a vigência da União Ibérica, a Espanha
passou a controlar também os domínios coloniais
lusos e entrou em conflito com os holandeses,
parceiros da empresa açucareira no Nordeste
brasileiro.
2. A guerra de independência das Províncias
Unidas (Holanda) afetou a economia açucareira
do Nordeste:
 Impedidos de
continuar no comércio
do açúcar brasileiro,
os holandeses
decidiram invadir e
dominar o Nordeste.
3. As invasões holandesas
3.1. Invasão a Salvador (1624-1625);
3.2. Invasão a Pernambuco (1630-1654)
A polêmica figura de Domingos Calabar;
A administração de João Maurício de
Nassau (1637-1644);

Domingos
Fernandes Calabar
Invasões
holandesas ao
Nordeste.
Destaque para a
invasão a
Pernambuco,
em 1630.
Ponte Maurício de Nassau
4. A expulsão dos holandeses (1654)
 Marcouo início do processo de decadência
da empresa açucareira nordestina.

Batalha dos Guararapes


Colonos se revoltam
Com o fim da União Ibérica,
em 1640, e a consequente
perda de alguns dos domínios
coloniais portugueses na
África e na Ásia, sua colônia
na América tornou-se a mais
importante de todo o império.
Aclamação de D. João IV –
A restauração da monarquia
lusa pós-União Ibérica

D. João IV
 Economicamente fragilizada,
a Coroa portuguesa decidiu
ampliar o controle sobre o
Brasil. Para isso, foi criado o
Conselho Ultramarino, em 1642,
que se sobreporia até mesmo
ao Governo-Geral.
 Funcionários régios foram
enviados para representar os
interesses do monarca na
Colônia.
Alcântara - MA
Movimentos
Nativistas

Webster
Pinheiro
1. Primeiros indícios da crise do Sistema Colonial
 De caráter local, contestavam aspectos
específicos do pacto colonial sem
necessariamente buscar a emancipação em
relação à metrópole.
Cena do cotidiano pacato da colônia entre o final
do séc. XVII e o início do séc. XVIII.
 Principais movimentos nativistas:
1.1. Revolta de Beckman (Maranhão, 1684)

Motivada pela insatisfação dos colonos locais


com o monopólio exercido pela Cia. Geral de
Comércio do Maranhão e com os padres jesuítas
que se opunham à escravização dos nativos;

Alcântara – MA – Cenário
da Revolta de Beckman
A revolta: Os irmão Manuel e Tomás Beckman e
Jorge Sampaio, além de outros proprietários de
terras invadiram os armazéns da Cia. de Comércio,
expulsaram os jesuítas e tomaram o poder. Tomás
Beckman foi enviado a Portugal para negociar uma
solução para a
situação,
sendo preso;
O governo português enviou reforço militar ao
Maranhão. Manuel Beckman fugiu, mas foi traído,
sendo condenado à forca junto com Jorge Sampaio;
A Cia. de Comércio permaneceu extinta, mas os
jesuítas puderam retornar para o Maranhão.
Manuel Beckman refugiado na mata,
antes de ser preso
1.3. Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710-1714)
Envolveu os decadentes senhores de engenho de
Olinda contra os
emergentes comerciantes
portugueses do Recife numa
relação de devedores e
credores, respectivamente.
Recife Antigo

Vista parcial de Olinda


Envolvida em violenta crise, a nobreza
olindense tentou impedir a emancipação política
do Recife, o que representaria grandes prejuízos
aos seus cofres públicos;
Em fevereiro de 1710,
um grupo de aristocratas
rurais olindenses invadiu
o Recife e destruiu o
pelourinho, símbolo da
autonomia política,
dando início ao conflito;

Olindenses destroem o
pelourinho do Recife
A nomeação de um novo governador, Félix
José de Mendonça, e o apoio de tropas enviadas
da Bahia puseram fim à guerra. A burguesia
mercantil recebeu o apoio da metrópole, e o
Recife manteve a sua autonomia.
Mascate Senhor de engenho
e sua família

X
 Essa decisão
gerou diversos
atritos entre
colonos e as
autoridades
coloniais a
FinalizandÔÔÔ!!! serviço da
metrópole,
sendo
popularmente
conhecidas
como
Movimentos
 Essas insurreições não tinham um caráter
Nativistas.
separatista. Apenas questionavam aspectos pontuais
da dominação colonial, os quais estudaremos
adiante.

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