Tuberculose

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Tuberculose

Tuberculose
É uma doença infecciosa e transmissível que atinge principalmente os

pulmões. Causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis ou

bacilo de Koch, em homenagem ao médico alemão que a identificou: Robert

Koch.

Quando atinge outros órgãos é conhecida como forma extrapulmonar.

Pode atingir pele, rins, linfonodos, ossos, cérebro, etc. Geralmente, esta forma

atinge mais pessoas que vivem com HIV e que tem seu sistema imunológico

comprometido.

Com o surgimento do HIV/Aids na década de 1980, o número de casos de

tuberculose aumentou devido ao comprometimento imunológico que algumas

pessoas que vivem com HIV/Aids apresentam.

Pessoas saudáveis que entram em contato com o bacilo da tuberculose

têm aproximadamente 5% a 10% de risco durante a vida de desenvolver a

doença ativa.

Segundo o Ministério da Saúde são notificados cerca de 70 mil novos

casos a cada ano e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da

tuberculose.
Transmissão

A tuberculose é transmitida por via aérea, pela inalação de aerossóis (bacilos)
eliminados no ambiente através da fala, espirro ou tosse de uma pessoa com
tuberculose pulmonar ativa (é considerada “bacilífera”). Estima-se que essa pessoa
possa infectar uma média de 10 a 15 pessoas durante um ano, em uma
comunidade.


Quando se inicia o tratamento, a transmissão diminui gradativamente. Pode-
se dizer que após 15 dias está tão reduzida, que é quase nula.


Em relação aos bacilos que podem se depositar em roupas, lençóis, copos
e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis no meio
ambiente. Por isso, não têm papel na transmissão da doença.


Assim como o compartilhamento de objetos, tais como: talheres, copos, entre
outros, não transmite a tuberculose.


Vale ressaltar, que pessoas com tuberculose extrapulmonar geralmente não
são capazes de transmitir a doença, fato confirmado com a
negativação da baciloscopia.


Também é importante manter os ambientes ventilados e com entrada de
luz natural direta, pois a circulação de ar possibilita a dispersão das
partículas infectantes e o bacilo da tuberculose é sensível à luz solar, assim,
diminui o risco de transmissão da doença.
Fatores de risco
Algumas doenças ou características podem aumentar o risco de desenvolver
tuberculose:

Idosos
Diabéticos
População de rua
Alcoólatras
Insuficientes
renais crônicos
Doentes com neoplasias ou sob quimioterapia
Transplantados
Portadores do vírus HIV
População prisional
Pessoas que usam
imunossupressores
Contatos (indivíduos que convivem no dia a dia) de pessoas com tuberculose
resistente
Pessoas em situação de pobreza (compromete a saúde das pessoas e de
suas famílias, causando impactos econômicos e sociais)
Sintomas
O principal sintoma é tosse seca ou produtiva (nesta última pode ter ou não

presença de sangue). Quando a pessoa está com tosse há mais de três semanas,

deve ser investigado para tuberculose. Também podem estar presentes outros

sintomas, tais como:

febre vespertina (normalmente aparece no final da tarde, pode ser baixa ou

alta);

sudorese noturna;

emagrecimento;

cansaço ou fadiga.

Caso a pessoa apresente alguns desses sintomas, deve procurar a Unidade

Básica de Saúde mais próxima de sua residência para avaliação e realização de

exames. Se confirmado a positividade para tuberculose, deve iniciar o

tratamento o mais breve possível e fazê-lo até o final.


Diagnóstico
São realizados alguns exames como:

• Radiografia de tórax: é o método de escolha na avaliação inicial e no


acompanhamento da tuberculose pulmonar, pois permite verificar se existe outra
doença pulmonar associada, bem como para avaliar a extensão acometida e a
evolução radiológica durante o tratamento.
• Tomografia computadorizada de tórax: por ser mais sensível permite verificar
alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos. É indicada na
suspeita de tuberculose pulmonar com radiografia inicial normal e para
diferenciação com outras doenças pulmonares.
• Exame histopatológico: refere-se a avaliação de fragmento de tecido obtido
por biópsia nos casos de tuberculose pulmonar difusa e nas formas
extrapulmonares.
• Exame de escarro ou baciloscopia: é um método simples e seguro realizado
tanto em laboratórios públicos quanto nos privados. É indicado para os casos
de suspeita de tuberculose pulmonar, os sintomáticos respiratórios e para
acompanhamento e controle da cura. Permite detectar entre 60% a 80%
dos casos de tuberculose pulmonar em adultos, desde que executado
corretamente em todas as suas fases. É realizado em duas amostras – uma
no primeiro contato com a pessoa suspeita de tuberculose pulmonar e
outra no dia seguinte, com a coleta do material ao despertar,
independente do resultado da primeira.
• Cultura: é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da

tuberculose. Permite identificar o tipo de bactéria e os antibióticos que são mais

indicados para o tratamento dessa doença. É indicada para todos os casos

suspeitos de tuberculose, independente do resultado da baciloscopia.

• Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB): encontra-se disponível

na rede pública. É realizado com uma amostra de escarro e o

resultado é disponibilizado cerca de 02 horas. É indicado para o

diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes.

A sensibilidade em amostras de escarro de adultos é de aproximadamente

90%, o que é superior à da baciloscopia. O teste também detecta a

resistência ao antibiótico rifampicina, com uma sensibilidade de 95%.

• PPD (Derivado Proteico Purificado) ou prova tuberculínica (PT ): é utilizado

para diagnosticar Infecção Latente pelo Bacilo da Tuberculose (ILTB).

Consiste na inoculação intradérmica (abaixo da pele) do derivado proteico

purificado do bacilo de Koch para medir a resposta imune a essa bactéria.

A leitura da PT deve ser realizada 48 a 72 horas após a aplicação.

Quando positivo se considera tuberculose latente (dormente), o

paciente é assintomático e deve fazer o tratamento medicamentoso

para evitar uma futura reativação do bacilo de Koch.


Tratamento

Geralmente, o tratamento tem duração de 6 meses e é realizado a nível
ambulatorial.

Para que haja sucesso no tratamento da tuberculose se faz necessária
uma abordagem humanizada entre o profissional de saúde e o paciente. Este
deve ser orientado quanto as características da doença e o tratamento
ao qual será submetido, como tipo de medicamento, consequências do uso
incorreto, eventos adversos (dor de cabeça, febre, náusea ou vômito, etc.),
controle de contatos e duração do tratamento.

Se o tratamento não for adequado ou se for interrompido antes do tempo
determinado, pode induzir o aparecimento de bactérias resistentes aos
medicamentos, dificultando alcançar a cura da doença.

O esquema terapêutico para tuberculose é padronizado no SUS e compreende
duas fases: a intensiva (ou de ataque – objetiva reduzir rapidamente a população
de bacilos, o que reduz o contágio) e a de manutenção (objetiva eliminar os
bacilos persistentes e reduzir a possibilidade de recidiva da doença).
Prevenção

As pessoas diagnosticadas com tuberculose devem, no início do tratamento,
evitar sair de casa, evitar visitantes, durante a tosse cobrir a boca com a mão ou
lenço, a fim de evitar a transmissão da doença para outras pessoas.

Também deve manter o ambiente ventilado e com entrada de luz natural, pois
ajuda a dispersar as partículas infectantes e a eliminar o bacilo da tuberculose,
que é sensível a luz solar.

Os contatos de pessoas com tuberculose ativa também são monitorados
pelos profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde quanto a
possibilidade de desenvolver infecção ativa ou latente pelo bacilo da
tuberculose. Caso isso seja confirmado através de exames, deve ser
iniciado o tratamento o mais breve possível.

A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é uma das mais usadas mundialmente
e protege contras as formas graves da tuberculose. A sua
incorporação nos programas de imunização levou a redução da
mortalidade infantil por tuberculose nos países endêmicos. Indica-se a
vacinação ao nascimento ou o mais precocemente possível. A partir de
5 anos de idade não se recomenda vacinar com BCG, somente as pessoas
que convivem com alguém diagnosticado com hanseníase. A vacina BCG não
protege pessoas já infectadas pelo bacilo da tuberculose.
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições
Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tuberculose. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/pt-br/o-que-e-tuberculose. Acesso em: 11 março 2021.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o
Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.


PINHEIRO, P. Tuberculose – Causas, sintomas e tratamento. Disponível em:

https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/tuberculose/. Acesso em: 18

março 2021.

• TIERNEY, D.B.; NARDELL, E. Tuberculose (TB). Manuais MSD, Kenilworth - NJ

- EUA, abr. 2018. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-

br/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/micobact%C3%A9rias/tuberculose-tb#. Acesso em: 15 março 2021.
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