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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


Tema:
COMPLEXIDADE DAS ARTICULAÇÕES ENTRE OS ÓRGÃOS DO PODER CENTRAL DO ESTADO E OS
ÓRGÃOS DE PODER LOCAL
Estudantes:
Élzia Ariande
Elina Mabutana
Quitéria Jamisse
Silvano Macameiro

Docente:
Eduardo J. Sitoe
CONTEXTUALIZAÇÃO
 Por Razões Adversas, O País Tem Passado Por Enumeras Dificuldades Económicas E Financeiras,
Com Problemas A Nível Da Consolidação Das Contas Públicas, Associado As Dividas Não
Declaradas, Facto Que Levou O País A Um Atraso No Processo Da Descentralização De Poderes.

 A Redução Das Receitas Provenientes Do Orçamento Do Estado É Uma Realidade A Qual Não Se
Pode Fugir. Por Isso Hoje É Evidente A Necessidade De Um Novo Modelo De Gestão Que Vise A
Sustentabilidade Financeira, Que Garanta Uma Melhor Prestação De Serviços aos Cidadãos.

 Palavras-chave: Órgão Central E Local, Estado E Poder


INTRODUÇÃO
 No presente estudo de pesquisa, abordaremos sobre a complexidade das
articulações entre os órgãos do poder central do estado e os órgãos de
poder local, fazendo uma análise analisar da articulação dos poderes no
âmbito da descentralização, com recurso a identificação das atribuições dos
poderes central e local segundo a Constituição da República de Moçambique.
De acordo com Boone (2003), as técnicas e politicas variam entre a
negligencia benigna, via partilha de poder, até a usurpação do poder local,
dependendo do tipo do grau de organização central e politica económica, ou
seja, se encara ao estado local e as suas elites como potenciais ameaças ou
como aliados.
OBJECTIVOS

Objectivo Geral
 Analisar a complexidade das articulações entre os órgãos do poder central do
Estado e órgãos do poder local.

Objectivos Específicos
 Identificar as atribuições do poder central e local;
 Compreender a complexidade na articulação dos poderes central e local.
Problema de Pesquisa

Até que ponto a articulação entre o Órgão Central do Estado e do poder


Local pode contribuir para a descentralização politica, Administrativa e
Fiscal?
2. METODOLOGIA

 A metodologia do trabalho consistiu fundamentalmente na revisão de


literatura. A revisão de literatura permitiu a revisão e consulta das obras e
documentos escritos sobre a articulação dos poderes central e poderes
locais do Estado no funcionamento da Administração Pública e as
perspetivas de análise para a orientação do estudo.
EMBASAMENTO TEÓRICO

• No auge da colonização, durante o estado novo, acentuou-se a criação de


estruturas administrativas fortemente centralizadoras em que as estruturas
municipais eram uma extensão do poder central.

• Declarada a independência em 1975, sub a denominação da República


Popular de Moçambique, a administração do país foi marcada pela
necessidade de reforçar a Unidade Nacional e criar mecanismos de unificar
a liderança do partido único e o planeamento central.
CONT.

 A quando da independência, o Estado Moçambicano enfrentou três principais


desafios. Em primeiro lugar, o Estado era uma criação externa, sem nenhuma
legitimidade, projectado sobre um ambiente social e político altamente diverso,
predominantemente Africano. Segundo, ele era altamente centralizado em
termos da sua economia política e do sistema administrativo-político
estabelecido, para garantir a extração de recursos e a acumulação na metrópole.
Terceiro, o Estado era fraco e com pouca penetração social, na medida em que as
suas funções administrativas e do governo estavam concentradas.
AS ESTRUTURAS LOCAIS DE PODER

• Depois do fim da guerra civil, em 1992, o relacionamento entre o Estado


dirigido pela Frelimo e as autoridades tradicionais houve uma dinâmica
diferente em Nampula, não só pelo facto de terem prestado apoio à Renamo,
durante a campanha eleitoral para as Eleições Gerais de 1994, mas também por
se terem, na maior parte das vezes, recusado a colaborar com o sistema
administrativo estatal implantado nas zonas sob seu domínio.

 Em Agosto de 1995, houve a primeira grande reunião com todas as Autoridades


Locais, com o objectivo de discutir a situação e o futuro das Autoridades Locais
na nova conjuntura político-administrativa do país’ (GPN, 1995).
ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DO PODER CENTRAL E LOCAL DO
ESTADO

Conceitos relevantes
 Estado

 Entende como unidade administrativa de um território, não existe estado sem território, é formado pelo conjunto de
instituições públicas que representam, organizam e atendem (Ao menos em tese) os anseios da população que habita
o seu território.

 De acordo com Max Weber 1982, p:98 define o Estado é aquela comunidade humana que, dentro de determinado
território – este o território, faz parte de suas características – reclama para si (Com êxito) o monopólio da coação
física legitima.

 “Estado” tem três elementos: primeiro, um povo, segundo, um território, onde o povo vive e de que é dono.
Terceiro, dentro dos limites deste território, existe uma autoridade própria que exerce poderes dentro do território e
sobre as pessoas vivendo dentro o mesmo.
Órgãos locais do Estado e Orgão Central

 São órgãos locais do Estado, os que representam o Estado a nível do distrito e


posto administrativo responsáveis pela realização de tarefas e programas
económicos, sociais e culturais de interesse local e nacional na sua área de
jurisdição e funcionam com a supervisão do governo provincial.

 Orgão Central- Segundo artigo n 0 138 da Lei 1/2018 de 12 de Junho, São órgãos
Centrais do estado, os órgãos de soberania, o conjunto dos órgãos governamentais e
as instituições a quem cabe garantir a prevalência do interesse nacional e a
realização da política unitária do Estado.
ATRIBUIÇÕES DO GOVERNO CENTRAL

 De acordo com o artigo n 0 139 da Lei 1/2018 de 12 de Junho, os órgãos centrais têm, de forma
geral, as atribuições relativas ao exercício da soberania, a normação das matérias do âmbito da lei e
a definição de políticas nacionais.
 2. Constituem atribuições dos órgãos centrais nomeadamente:
 a) As funções de soberania;
 b) A normação de matérias de âmbito da lei;
 A definição de políticas nacionais;
 A realização da política Unitária do Estado;
 A representação do Estado ao nível provincial, distrital e autárquico;
 A definição e organização do território;
 A defesa nacional;
 A segurança e ordem pública;
ATRIBUIÇÕES DO GOVERNO DESCENTRALIZADO

 Segundo o plasmado no artigo n 0 276 da Lei 1/2018 de 12 de Junho, a governação


descentralizada exerce funções em áreas não atribuídas as autarquias locais, e que não sejam da
competência exclusiva dos governos centrais, nomeadamente:
 Agricultura, pesca, pecuária, silvicultura, segurança alimentar e nutricional;
 Gestão de terra, na medida a determinar por lei;
 Transporte público, na área não atribuída as autarquias;
 Gestão e proteção do meio ambiente;
 Floresta e fauna bravia e áreas de conservação;
 Habitação cultura e desporto;
 Saúde no âmbito de cuidados primários;
 Educação no âmbito do ensino primário, do ensino geral e de formação técnica profissional
básica;
O PODER CENTRAL E AS ESTRUTURAS LOCAIS DE PODER

 A relação do Estado e do governo no poder, com a sua filosofia e prática de


controlo e centralização, gera uma dinâmica de governação na província, que
vai na contramão da consolidação das boas práticas. Neste ponto particular, o
destaque vai para a relação do poder central com as autoridades locais, com a
máquina administrativa do Estado e com os municípios.
 A implementação do Decreto 15/2000 não resolveu o problema da Autoridade
tradicional. Apesar dos avanços acima referidos, as deficiências no
reconhecimento e na legitimação destas autoridades impedem-nas de preencher
cabalmente a sua função de representação ao nível dos Conselhos Consultivos
Locais, o que, no entender de alguns, faz do discurso de inclusão de todos os
segmentos sociais um ‘mero discurso político’,106 na medida em uma parte da
população é excluída de participar activamente neste fórum para a identificação,
discussão e aprovação de projectos de desenvolvimento das comunidades que
representam.
Cont.
 O reconhecimento das Autoridades Comunitárias, apesar de haver uma base legal, a essência da própria autoridade tradicional no

contexto democrático ainda é ambígua. Neste âmbito, é preciso também levar em conta que a relação dessas autoridades

comunitárias com as elites políticas, e a sua consequente captura por estas, num contexto de competição eleitoral, pode levar à

‘captura de cidadania’ das suas comunidades, impondo e/ou influenciando as suas escolhas políticas, obrigando-as a votar num

determinado partido.

 As relações entre a província e o poder central, seja ele o Estado/Governo Central ou o partido no poder com as estruturas de

poder local em muitas ocasiões enfraqueceram a autoridade destas, reduziram as suas competências de forma sub-reptícia

(mesmo violando a legislação), ou manipularam a sua essência (como no caso das autoridades tradicionais), subvertendo os

processos democráticos e limitando os direitos dos cidadãos.

 É importante realçar que esta relação extravasa as relações partidárias, uma vez que a influência do partido governamental sobre

a máquina administrativa tem efeitos deletérios mesmo para o cumprimento do manifesto eleitoral deste mesmo partido, que está

materializado nos planos e programas do governo. Ainda mais, no caso da relação com os municípios, os conflitos começaram

mesmo num contexto em que os órgãos de poder local eram controlados pela Frelimo.
Cont.

 Isso reforça a ideia de que, acima de tudo, se está perante uma relação de poder
entre o central e a província que tem alguns efeitos deletérios e que
compromete a consolidação da governação democrática descentralizada,
algumas vezes não importando se o governo e o poder local são controlados
pela mesma força política que controla o Governo Central.

 Esta fraqueza, que data desde a primeira experiência de municipalização (1998-


2003), com apenas a Frelimo no poder, resultou na eclosão de conflitos para a
manutenção e conservação do monopólio da cobrança de taxas e impostos no
território autárquico (Rosário, 2009).

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