Efluentes em Indústrias Químicas

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Universidade de São Paulo


Instituto de Química de São Carlos

“Tratamento de Efluentes de Indústrias Químicas”

75000640- Processos Industriais Inorgânicos e Orgânicos

Prof. Dr. Sergio A S Machado ([email protected])

São Carlos, Agosto de 2023


Evolução, Tecnologia e Poluição

+ = +
Por que a atividade industrial, costuma ser
responsabilizada pelo fenômeno de
contaminação ambiental?

 Acúmulo de matérias-primas e insumos, que


envolve sérios riscos de contaminação por
transporte e disposição inadequada;

 Ineficiência dos processos de conversão, o que


necessariamente implica a geração de resíduos.
Geração de Resíduos Químicos

As indústrias são as
maiores geradoras de
resíduos químicos, sendo
que a maior parcela está
concentrada no estado de
São Paulo (região mais
industrializada do país).
Geração e Tratamentos de Resíduos Químicos

A esse respeito, uma estimativa alarmante da


ABETRE (Associação Brasileira de Empresas de
Tratamento de Resíduos e Efluentes) atesta que
cerca de 2,9 milhões de toneladas de resíduos
industriais perigosos são gerados anualmente no
Brasil.

Sendo que...
Tratamento de Resíduo Industrial no Brasil
Produção de Resíduos Perigosos e Produto
Interno Bruto nos países da União Europeia
(1996 ou 1997)
Tipos de Rejeitos e Consequências

 Gasosos: Compostos organoclorados


voláteis (destruição da camada de ozônio),
gases de combustão (efeito estufa);
Tipos de Rejeitos e Consequências

 Líquidos: Incorporação ao produto, etapas do


processo industrial, lavagens de máquinas,
tubulações e pisos, águas de sistemas de
resfriamento e geradores de vapor, esgotos
sanitários dos funcionários (resíduos do processo
industrial alterando coloração, gosto e cheiro ou
perdas de energia térmica);
Tipos de Rejeitos e Consequências

 Sólidos: Equipamentos e/ou partes em


desuso, frascos e recipientes oriundos dos
processos industriais (contaminação por
contato), restos de filtração, sedimentação
e/ou clarificação (contaminação de solos).
O que Temos, Como Tecnologia, Para o
Tratamento de Efluentes ?

Devido à extrema complexidade dos efluentes


industriais e à diversidade de poluentes que podem
ser encontrados nos mesmos, cada estudo de
viabilidade de tratamento deve ser realizado de
maneira isolada (direcionado a um tipo particular de
efluente). Os principais processos dividem-se em:

Físicos; Biológicos;
Químicos; Térmicos
Processos Físicos

Permitem uma depuração dos efluentes,


entretanto as substâncias contaminantes não
são eliminadas, mas apenas transferidas para
uma nova fase. Nestas novas fases, embora o
volume seja reduzido, continua persistindo o
problema, os poluentes ficam concentrados,
sem serem degradados.
Processos Físicos

Principais processos:

 Gradeamento;  Peneiramento;
 Separação água/óleo;  Sedimentação;
 Filtração;
 Flotação.
Gradeamento

Objetiva a remoção de sólidos grosseiros


capazes de causar entupimentos e aspecto
desagradável nas unidades do sistema de
tratamento. São utilizadas grades mecânicas ou de
limpeza manual (espaçamento entre as barras varia
normalmente entre 0,5 e 2 cm).

Sistema de Gradeamento
Industrial
Peneiramento

 Objetiva a remoção de sólidos com diâmetros


superiores a 1 mm, capazes de causar
entupimentos ou com considerável carga orgânica.
São utilizadas peneiras com espaçamento
variando de 0,5 a 2 mm (indústrias de
refrigerantes, têxtil, pescado, abatedouros e
frigoríficos, curtumes, indústrias de alimentos).
Peneira Gravitacional

Vista Vista
Externa Interna
Separação Água/Óleo

 Ocorre por diferença de densidade, sendo as


frações oleosas mais leves recolhidas na superfície
(indústria do petróleo, postos de serviço, oficinas
mecânicas e outras atividades que utilizam óleo).

Efluentes tratado (esquerda)


Sistema para separação água/óleo
e bruto (direita) de refinaria
de formação de poços de petróleo
de petróleo
Sedimentação

 É uma das etapas de clarificação,


devendo ser aplicado conforme as
características de cada efluente e do
processo de tratamento.
Sedimentação

 Os decantadores apresentam diversas formas


para remoção de lodo, com ou sem
mecanização; com limpeza de fundo por pressão
hidrostática ou com remoção de lodo mecanizada
por raspagem ou sucção.

Vista externa de um Decantador Removedor de Lodo Circular


Filtração

Passagem de uma mistura sólido-líquido


através de um meio poroso (filtro), que retém
os sólidos em suspensão conforme a
capacidade do filtro e permite a passagem da
fase líquida.
Filtração

O processo de filtração em membranas é


atualmente o processo com maior desenvolvimento
para aplicações em efluentes industriais (reatores
de lodos ativados, retenção de microorganismos ou
moléculas orgânicas responsáveis por cor ou
toxicidade).

Filtro-Prensa Sistema de Ultrafiltração por Membrana


Flotação

Muito utilizada para a


clarificação de efluentes e a
consequente concentração de lodos,
tendo como vantagem a necessidade
reduzida de área, e como
desvantagem um custo operacional
mais elevado devido à mecanização;
(sólidos com altos teores de óleos e
graxas e ou detergentes tais como os
da indústria petroquímicas, pescado,
frigoríficas e de lavanderias). Vista externa de um
flotador por Ar Dissolvido
Processos Químicos

Processos que utilizam produtos químicos, tais


como: agentes de coagulação, floculação,
neutralização de pH, oxidação, redução e
desinfecção em diferentes etapas dos sistemas de
tratamento. Através de reações químicas promovem
a remoção dos poluentes ou condicionam a mistura
de efluentes a ser tratada aos processos
subsequentes.
Processos Químicos

Alguns processos encontram-se listados a seguir:

- Clarificação;
- Precipitação química;
- Oxidação de cianetos;
- Precipitação do fósforo;
- Cloração;
- Ozonização.
Clarificação

Processos baseados na desestabilização


(calor; agitação; agentes coagulantes químicos;
passagem de corrente elétrica etc.) dos colóides
por coagulação seguida da floculação e separação
de fases por sedimentação ou flotação.
Clarificação

Pela ELETROCOAGULAÇÃO (passagem da


corrente elétrica pelo efluente):

Oxidação dos compostos; substituição iônica


entre os eletrólitos inorgânicos e os sais orgânicos,
com a conseqüente redução da concentração da
matéria orgânica dissolvida na solução e a
desestabilização das partículas coloidais.
Eletrocoagulação com Flotação

I
N
Í
C
I
O

F
I
M
Precipitação Química

A precipitação de metais ocorre pela


formação de hidróxidos metálicos, devendo ser
verificada a curva de solubilidade dos metais (pH x
solubilidade). A maior dificuldade é a precipitação
concomitante de diversos metais, sem que as
curvas de solubilidade apresentem coincidências
entre as concentrações mínimas.

As alterações de pH são geralmente


conseguidas pela adição de cal ou soda
(carbonato de sódio).
Precipitação Química

O uso de sulfato de alumínio, cloreto férrico ou sulfato férrico permite


geralmente uma boa separação:

a)Reações com a alcalinidade natural:

Al2(SO4)3.18H2O + 3Ca(HCO3)2

2Al(OH)3+ 3CaSO4+ 6CO2+ 18H2O


Precipitação Química

b) Reações com a alcalinidade adicionada:

Al2(SO4)3 + 3Na2CO3 + 4H2O  2Al(OH)3 + 3Na2SO4 + 3CO2 + H2O

3Al2(SO4)3 + 3CaCO3 + 3H2O  Al2(OH)6 + 3CaSO4 + 3CO2

(Em ambas as reações, há produção de hidróxido de


alumínio que é uma borra insolúvel, que ao precipitar
carrega partículas de sujeira e microorganismos).
Oxidação de cianetos

Devido à toxicidade inerente ao íon cianeto é


necessária a oxidação desses íons, para destruir as
ligações formadas entre os cianetos e os metais tóxicos a
esses ligados.

Os metais mais comumente ligados ao cianeto são o


zinco, o cobre, o níquel, a prata e o cádmio.
Oxidação de cianetos

A oxidação dos cianetos ocorre pela


reação do íon hipoclorito em meio alcalino, com
a formação de nitrogênio.

Obs: O pH deve ser mantido na faixa superior a


11,5 para evitar a liberação de cloreto de
cianogênio (ClCN), gás extremamente tóxico.
Oxidação de cianetos

As reações típicas de oxidação são:


 (Primeira etapa)
NaCN + NaOCl → NaOCN + NaCl

As reações parciais da primeira etapa são:


NaCN + NaOCl + H2O → ClCN + 2 NaOH
ClCN + 2 NaOH → NaCl + NaOCN + H2O

 (Segunda etapa)
2NaOCN + 3NaOCl + H2O → 3NaCl + 2NaHCO3 + N2
Precipitação do fósforo

A coagulação química e posteriormente


a precipitação do fósforo é o método mais
eficaz para a remoção deste nutriente dos
esgotos sanitários ou efluentes industriais.
Outro processo igualmente eficaz é a
eletrocoagulação.
Precipitação do fósforo

Em ambos os casos a reação mais


comum ocorre entre o íon férrico e o íon
fosfato, com a consequente precipitação do
fosfato férrico. A reação ocorre também com o
íon alumínio, por coagulação ou por
eletrocoagulação.

Fe+3 + [PO4 ]-3 → FePO4 insolúvel


Al+3 + [PO4 ]-3 → AlPO4 insolúvel
Cloração

É a injeção de um produto químico clorado, altamente


oxidante, à água. As finalidade desta operação são:

1 - Desinfetante, para efetuar a desinfecção, visando à


destruição de micro-organismos patogênicos e/ou controle
de outros micro-organismos;
Cloração

2 - Oxidante, oxidar diversas impurezas contidas


no efluente atuando na remoção de ferro e
manganês, na destruição de compostos
causadores de gosto e odor, e na eliminação do N 2
amoniacal.

Bombas Dosadoras
de Cloro
Ozonização

- Oxidação da matéria orgânica, produzindo CO 2;


- Alvejamento e melhoria da cor;
- Redução dos teores de ferro e manganês;
- Ação sobre os ácidos húmicos, formando
produtos biodegradáveis;
- Desintegração dos fenóis;
- Remoção de algumas substâncias orgânicas
não biodegradáveis.
Ozonização

O ozônio é mais eficiente do que o cloro na


eliminação de esporos, cistos de amebas e
de poli vírus.

A demanda do O3 é muito influenciada pelo teor


de matéria orgânica presente.

Desvantagem: residuais obtidos não são


persistentes, desaparecendo em pouco
tempo.
Ozonização

O ozônio pode ser gerado, fazendo-se passar o


ar (oxigênio) através de descargas elétricas de alta
voltagem, com corrente alternada:
O2 O+ + O-
O+ + O- + e-  O2
2O+ + O- + M  O3 + (Predominante)
M
(±1,7%)
M é uma molécula estabilizadora utilizada para, retirar
o excesso de energia estabilizando a molécula de
ozônio.
Ozonização

O ozônio deverá ser misturado à água através de


sistemas que aumentem a sua difusão na água.

A tendência atual é a de aplicar o ozônio a águas


relativamente poluídas primeiro e, depois desinfetar
com cloro, para assegurar residuais persistentes.
Processos Biológicos

Reproduzem em escala de tempo e área os


fenômenos de autodepuração que ocorrem na natureza.

Objetivo: remover a matéria orgânica dissolvida e em


suspensão, por meio da transformação em sólidos
sedimentáveis (flocos biológicos), ou gases.
Processos Biológicos

Os produtos formados devem ser mais


estáveis, tendo os esgotos ou efluentes industriais
tratados um aspecto mais claro, e significativa
redução da presença de micro-organismos e menor
concentração de matéria orgânica.

Princípio: utilizar a matéria orgânica dissolvida ou


em suspensão como substrato para micro-
organismos tais como bactérias, fungos e
protozoários, que a transformam em gases, água e
novos micro-organismos.
Processos Biológicos

Dependendo da natureza do aceptor de


elétrons, os processos biológicos podem ser
divididos em:
Processos Biológicos

Aeróbios, levam à formação de CO2 e H2O, o aceptor de


elétrons é oxigênio molecular.

Principais Processos: normalmente representados por


lodos ativados e suas variantes: aeração prolongada;
lodos ativados convencionais; lagoas aeradas
facultativas; aeradas aeróbias;
Processos Biológicos

Anaeróbios, degradam à CO2 e CH4, o oxigênio


molecular está ausente, sendo que algumas formas
de carbono, enxofre e nitrogênio participam como
aceptores de elétrons (ex. NO3-, SO4-2, CO2).

Principais Processos: Lagoas anaeróbias e


fotossintéticas.
Processos Aeróbios

Fundamentam-se na utilização de bactérias e


fungos que requerem oxigênio molecular. As suas formas
mais comuns de aplicação industrial estão representadas
pelas lagoas aeradas e pelos sistemas de lodos ativados.

O tratamento por lodos ativados é o sistema de


biorremediação mais versátil e eficiente (com pouco
substrato auxiliar remove grande parte da toxicidade com
um menor tempo de aeração).
Processos Aeróbios

No lodo existe um grande número de espécies


bacterianas, além de fungos, protozoários e
outros micro-organismos, que podem favorecer
a redução de um grande número de compostos.
Esquema de tratamento por lodo ativado

1 2

Tanque de aeração (I): oxidação da matéria orgânica.


Mistura do efluente com o lodo ativado;
Tanque de sedimentação (II): sedimentação dos flocos
microbiais, produzidos durante a fase de oxidação.
Obs: Os flocos do lodo ativado são constituídos,
principalmente, de bactérias. Estima-se que existam
mais de 300 espécies de bactérias no lodo que são
responsáveis pela oxidação da matéria orgânica.
Lodo ativado

Grande Vantagem:

Recirculação de uma grande proporção de


biomassa. Isto faz com que um grande número de
micro-organismos permaneça por um longo tempo de
residência no meio, o que facilita o processo de
oxidação dos compostos orgânicos, diminuindo o
tempo de retenção do efluente.
Lodo ativado

 Grandes Desvantagens:

Alto custo de implementação e a formação de grandes


quantidades de lodo (biomassa).

Existe uma forte tendência pela reutilização desta


biomassa como adubo. No entanto, alguns estudos
mostraram uma grande capacidade deste material para a
adsorção de compostos orgânicos diversos, o que poderia
inviabilizar esta utilização.
Processos Anaeróbios

A biodegradação sob condições anaeróbias


tem sido objeto de muito interesse nos últimos
anos, em função da capacidade de certas
bactérias para transformar um grande número de
compostos clorados em espécies menos tóxicas
e mais susceptíveis à degradação posterior por
micro-organismos aeróbios.

Nestes procedimentos, o processo de


descloração de compostos orgânicos tem sido
documentado, sendo o cloro removido e liberado
na forma de cloreto.
Exemplo de dois processos pelos quais
ocorre a descloração

(A) hidrogenólise, (B) redução vicinal


Exemplo de dois processos pelos
quais ocorre a descloração

A tendência relacionada com o


tratamento de efluentes está representada
pela utilização de processos anaeróbio-
aeróbios alternados aumentando de maneira
significativa a eficiência do processo de
tratamento, permitindo a redução do tamanho
das estações e dos tempos de residência.
Obs: 7 dias em aeróbios = 7 horas em
anaeróbio-aeróbios, com mesma redução de
halogênios.
Métodos Térmicos
Métodos Térmicos

Quase todas as técnicas apresentadas


anteriormente originam novos efluentes que
são ambientalmente indesejáveis.

A destruição dos compostos orgânicos


pode ser conseguida utilizando processos
térmicos. Ao contrário das tecnologias
biológicas, químicas e físicas, as técnicas de
destruição pelo calor são muito menos
dependentes da especificidade do produto a
tratar.
Métodos Térmicos

No tratamento térmico basta garantir que


determinadas temperaturas sejam atingidas
durante um tempo mínimo, para poder
considerar-se que praticamente todas as
moléculas orgânicas iniciais vão ser destruídas.

Os Métodos Térmicos dividem-se em 3:


Incineração
(Combustão na presença de oxigênio )

Nos processos de incineração o oxigênio é


fornecido em excesso para permitir a combustão
completa.

A capacidade de destruição das moléculas


orgânicas depende da temperatura atingida e do
tempo de residência à alta temperatura.

Incinerador Industrial
Incineração
(Combustão na presença de oxigênio )

Os produtos finais mais


importantes, no caso da
incineração, serão o anidrido
carbônico (CO2), óxidos de
nitrogênio (NOx) , o vapor de
água e cinzas.
Incinerador Industrial
Gaseificação
(Combustão com deficiência de oxigênio)

No tratamento por gaseificação podem usar-se


várias alternativas de combustão incompleta,
com produção de um gás combustível.
Gaseificação
(Combustão com deficiência de oxigênio)

Deve sublinhar-se que embora muitos


equipamentos não façam a combustão da
matéria orgânica, a verdade é que produzem
combustíveis gasosos que depois serão
queimados, normalmente em caldeiras.
(Alternativamente à introdução de oxigênio
pode usar-se o vapor de água que se vai
combinar com os produtos orgânicos para
originar a produção de gás combustível).
Pirólise
(Efetuada ao abrigo do ar)

Nos tratamentos de pirólise, provoca-se a


decomposição da matéria orgânica com
formação de metano, monóxido de carbono e
vapor de água. Estes gases combustíveis
permitem obter energia térmica, que será depois
aproveitada para a produção de vapor que
poderá ser transformado em eletricidade.
Pirólise
(Efetuada ao abrigo do ar)

Os processos pirolíticos são endotérmicos


ao contrário do processo de gaseificação ou de
incineração; é, pois necessário fornecer
externamente calor ao sistema para que a
reação de pirólise se possa processar.
TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS
Sistemas de Tratamento de Efluentes Líquidos

Os sistemas de tratamento são


constituídos de etapas (operações unitárias),
que objetivam a remoção dos poluentes.

Elas se dividem em 4 diferentes estágios:

Preliminar; Primário;
Secundário; Terciário.
Preliminar

Destina-se à remoção de sólidos


sedimentáveis grosseiros (areia, terra
diatomácea, carvão, pó de pedra e similares),
em caixas de areia; sólidos com diâmetros
superiores a 1 mm (penas, plásticos, fios e
similares), são removidos em peneiras; sólidos
com diâmetros superiores a 10 mm podem ser
removidos em grades.
Preliminar

O nível preliminar compreende


também a remoção por diferença de
densidade dos óleos e graxas livres em
separadores (SAO) de água e óleo.
Primário

Destina-se à remoção de sólidos por


sedimentação ou flotação (utilizando-se
sedimentadores ou flotadores), ou pela
associação de coagulação e floculação química
(clarificação físico-química para a remoção de
matéria orgânica coloidal ou óleos e gorduras
emulsionados)
Primário

Nesta etapa são removidos


normalmente componentes tóxicos
(excesso de detergentes, corantes,
amidas), matéria orgânica, gorduras e
metais pesados (dissolvidos).
Secundário

Destina-se à remoção de matéria


orgânica biodegradável dissolvida ou coloidal.
Nesta etapa podem ser também removidos os
nutrientes: nitrogênio e/ou fósforo.
Terciário

Destina-se à melhoria da qualidade dos


efluentes tratados pelas remoções de cor
residual; turbidez (remoção de colóides,
metais pesados, nitrogênio, fósforo,
compostos orgânicos refratários aos níveis
de tratamento anteriores); e desinfecção do
efluente tratado.
Principais Processos de Tratamento

Devido à complexidade da
composição dos efluentes industriais, são
necessárias as associações de diversos
níveis de tratamento para a obtenção de
efluentes com as qualidades requeridas
pelos padrões de lançamento.
Principais Processos de Tratamento

Deve-se considerar também: custos de


investimentos e custos operacionais (energia
requerida, produtos químicos, mão-de-obra,
manutenção, controle analítico e geração de
resíduos), área disponível para a implantação
do tratamento, clima, legislação, a classe do
corpo receptor, proximidade de residências,
direção de ventos, estabilidade do terreno,
assistência técnica e controle operacional.
Tintas

As indústrias de tintas podem


sintetizar componentes (sínteses de
esmaltes acrílicos, fenólicos, etc.), ou
simplesmente misturarem os
componentes utilizando moinhos,
balanças, misturadores e enchedoras.
Tintas

Indústrias de simples mistura, os efluentes


são oriundos de lavagens de equipamentos e
da higiene pessoal na área de produção.

Indústria de síntese, existem também as


águas de condensação desta etapa do
processo que são tóxicas e apresentam
elevada carga orgânica. Os pigmentos são
orgânicos, ditos não tóxicos e os inorgânicos
compostos por óxidos de metais pesados.
Tintas

O tratamento dos efluentes dessas


indústrias é feito por processos físico-químicos,
e na maioria dos casos são completados por
processos biológicos aeróbios. O objetivo
desses tratamentos é reduzir a carga orgânica,
a carga tóxica associada e a concentração de
metais pesados.
Tintas

As etapas mais comuns são:

Preliminar (equalização);
Primário (clarificação físico-química por adição de
coagulantes químicos ou eletrocoagulação e
sedimentação/ flotação);
Secundário (lodos ativados).
Têxteis

 As indústrias têxteis têm abrangência desde a


produção dos fios, sejam sintéticos ou naturais
beneficiados, até a produção dos tecidos ou
produtos finais.

 A produção envolve diversas etapas incluindo


diversos tratamentos químicos. Os efluentes
têxteis são ricos em produtos químicos
variados incluindo os corantes naturais e os
sintéticos.
Têxteis

Os processos de tratamento objetivam


clarificar os efluentes e reduzir a toxicidade
inerente aos produtos químicos utilizados,
reduzindo também a carga orgânica, os
detergentes e a cor oriunda da mistura de
corantes aplicados.
Têxteis

As etapas de tratamento estão indicadas


a seguir:
Preliminar (peneiramento para a remoção de
fios e equalização);
Primário (eletrocoagulação).

Normalmente são utilizados processos


de coagulação química e flotação, seguido de
lodos ativados.
Petroquímicas

Os efluentes petroquímicos são


compostos de resíduos de petróleo de diversas
origens, seus derivados e produtos químicos
utilizados no processamento de refino ou
beneficiamento. Existe também a presença de
poluentes originados no próprio petróleo (fenóis,
metais pesados, hidrocarbonetos, etc.), ou
originados no transporte (águas de lastro).
Petroquímicas

Os processos de tratamento objetivam


reduzir a carga orgânica, sua toxicidade, a
carga oleosa incluindo óleos emulsionados, a
presença de compostos nitrogenados, etc.
Petroquímicas

As etapas normalmente encontradas em


instalações petroquímicas são:

Preliminar (remoção de areia e separação de


água e óleo);
Secundário (lagoas aeradas ou lodos
ativados).
Petroquímicas

Pode ser necessária também a introdução


de um tratamento de nível primário para a
clarificação físico-química dos efluentes (remoção
de óleos emulsionados, metais pesados, sulfetos
e compostos orgânicos tóxicos). Nesse caso
recomenda-se a utilização de flotadores a ar
dissolvido ou ejetado.
Farmacêuticas

Os efluentes são gerados em indústrias de


síntese ou de misturas.

Os efluentes de síntese apresentam altas


concentrações de matéria orgânica, sais e
toxicidade. A presença de compostos aromáticos ou
cíclicos, nitrogenados e que apresentam cor residual
também é frequente.
Farmacêuticas

A indústria de misturas produz efluentes


muito semelhantes aos seus produtos diluídos,
pois preponderantemente são originados nas
lavagens de pisos das áreas de produção,
equipamentos e tanques de processo.
Farmacêuticas

Os processos de tratamento objetivam a


correção de pH, a remoção da carga orgânica, e
eventualmente a redução de cor. Alguns
efluentes contendo antibióticos também
necessitam serem desativados antes do
processo biológico de tratamento, pois afetam a
eficiência do mesmo. Os processos são
normalmente compostos das seguintes etapas:

Primário (correção de pH);

Secundário (lodos ativados).


Reuso da Água na Indústria

O reuso de efluentes tratados, para fins


não potáveis torna-se muito viável e tem sido
cada vez mais aceito. Enquanto o tratamento
de efluente convencional tem como objetivo
natural atender aos padrões de lançamento, a
motivação para o reuso é a redução de custos
e consequente asseguração do abastecimento
de água.
Reuso da Água na Indústria

Para implantar um sistema de reuso,


deve-se definir a especificação da qualidade da
água requerida e complementar o sistema de
tratamento de efluentes existente. A
complementação do tratamento tem como
objetivo garantir a qualidade do efluente tratado
com a do uso a que estiver destinado.
Reuso da Água na Indústria

A implantação do reuso é feita com a instalação


de unidades necessárias ao polimento, tais como:
sistemas de filtração em membrana; oxidação química;
desinfecção; etc.

Os casos de poluição térmica são os mais


conhecidos casos de reuso, pois é necessário
somente realizar o resfriamento da água para o
fechamento do circuito.
Reuso da Água na Indústria

O tratamento biológico dos efluentes


seguido de ultrafiltração em membranas
possibilita o reuso dos efluentes industriais ou
sanitários tratados.

Nesses casos a melhor reutilização é para


sistemas de resfriamento.
Gestão Ambiental

Para a implementação de qualquer


tecnologia de tratamento de resíduos é
necessário estabelecer padrões de controle que
permitam garantir um nível de cumprimento
aceitável de metodologias adequadas, bem
como oferecer garantias quanto ao respeito
pelas especificações e limites legais.
Gestão Ambiental

Para isso existem normas internacionais que


por meio de um processo complexo de registros e
procedimentos protocolados, permite a demonstração
de que foi seguido um processo de tratamento
adequado, e simultaneamente garantir que os limites
para as emissões de resíduos foram respeitados.

Responsável Implementação/Fiscalização:
ISO (International Standard Organization) é uma
federação mundial de organismos nacionais de
normalização.
Gestão Ambiental

Estas normas especificam os requisitos


necessários para o estabelecimento duma
estratégia ambiental. Além de serem aplicáveis à
avaliação da organização (Sistema de Gestão
Ambiental, Auditorias Ambientais e Avaliação de
Performance Ambiental), podem também servir
para avaliação do produto, (Ciclo de Vida do
Produto - LCA, Rotulagem Ecológica a Aspectos
Ambientais em Normas de Produtos).
Gestão Ambiental

Objetivo “Principal”: Permitir uma boa


relação entre a opinião pública e a
empresa, garantindo um elevado nível de
segurança com custos razoáveis e
reduzindo o número de incidentes, o que
incrementa o clima de confiança do
público.
Atitude Politicamente Correta

É ambiental e economicamente mais eficaz


estimular a redução de resíduos na fonte, do que
transferir a resolução do problema para a sua
fiscalização e gestão finais.
Não será somente o avanço tecnológico das
técnicas de produção e de tratamento de resíduos
que irá resolver os problemas resultantes de uma
sociedade de consumo descontrolada.
Atitude Politicamente Correta

Deve-se impor uma cultura de maior incentivo à


criação de bens duradouros, nomeadamente
pelo emprego das melhores tecnologias na
concepção de produtos em que seja possível a
substituição fácil das partes constituintes
gastas ou danificadas, em alternativa a
soluções do tipo reciclagem/destruição.
Escala de prioridades a ser seguida com relação à geração
e/ou tratamento de efluentes

Entretanto,tragicamente, essa hierarquia é, na maioria das


vezes, observada no seu sentido inverso.
Obrigado!!!

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