Acidez Do Solo e Calagem

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Acidez do solo e

calagem
Disciplina: adubos e adubações
Docente: Mayara De Carli
ACIDEZ DO SOLO E
CALAGEM
POR QUE OS SOLOS SÃO ÁCIDOS?

A resposta é simples: o solo pode ser ácido por


motivos de “causas naturais” ou por “ações
antrópicas”
Causas naturais: Gênese do
Ações antrópicas: Manejo
solo e o intemperismo.
inadequado do solo pelo
Regiões tropicais (altas
homem. Exaustão de
temperaturas e precipitações)
nutrientes do solo provocada
tem alto grau de
pelas retiradas das culturas,
intemperismo, e com isso a
maiores que pelas adições via
remoção de nutrientes do
adubação
solo é mais acelerada
ACIDEZ DO SOLO E
CALAGEM
O conhecimento da relação entre acidez e
disponibilidade de nutrientes no solo e o crescimento
e desenvolvimento das plantas é fundamental para o
estabelecimento de práticas de correção e adubação
do solo, que visem à maior eficiência dos sistemas de
produção agrícola e ao uso eficiente dos recursos
naturais.
A única forma de saciar a
deficiência nutricional das
plantas neste caso e
aumentar sua produtividade,
é através da reposição de
nutrientes ao solo pelas
práticas corretivas (calagem e
gessagem) e pela adubação.
Infertilidade dos solos ácidos
O pH afeta direta e indiretamente o crescimento e a
produção vegetal:
a) Disponibilidade de nutrientes
Infertilidade dos solos ácidos
A grande maioria dos solos brasileiros apresenta reação ácida, o que
confere características desfavoráveis ao desenvolvimento das
plantas, daí sua infertilidade. Dentre essas características, pode-se
destacar:

a) Pobreza em bases trocáveis (K, Ca e Mg)


b) Baixa capacidade de troca catiônica (CTC)
c) Teores elevados de alumínio trocável (tóxico)
d) Níveis tóxicos de manganês (Mn)
e) Alta capacidade de fixação de fósforo (P)
f) Baixa disponibilidade de molibdênio (Mo)
g) Condições inadequadas à vida microbiana, etc.
Origem da acidez do solo
O solo será tanto mais ácido quanto menor a parte
da CTC ocupada por cátions básicos (Ca, Mg, K e Na).
A acidificação do solo consiste na remoção desses
cátions do complexo de troca catiônica, substituindo-
os por alumínio trocável e hidrogênio.
Há solos naturalmente ácidos devido à pobreza em
bases do material de origem ou a processos
pedogenéticos que favoreceram as perdas de
elementos básicos, como potássio (K), cálcio (Ca) e
magnésio (Mg).
Origem da acidez do solo
O processo de acidificação do solo pode ser
simplesmente representado por uma remoção de
cátions básicos do solo e entrada de cátions “ácidos”
(H+ e/ou Al3+) nos seus lugares.
A acidificação em termos de fase sólida significa que as
cargas negativas do solo vão sendo saturadas por H+
e/ou Al3+, o que leva a diminuição do índice de
saturação por bases (V%).
Na verdade, o que se tem é a remoção de bases da
solução do solo e a adição de íons H+ nesta mesma
solução.
Correção da acidez do solo
A correção da acidez do solo se faz necessária para obter
maiores produtividades das culturas e maior eficiência no uso
da água e nutrientes. Para essa correção, o insumo mais
barato utilizado para a camada superficial (ou camada arável)
do solo é o calcário. Para eliminação do Al3+ da camada
subsuperficial é usado o gesso agrícola.
Correção da acidez do solo
A prática mais utilizada para correção da acidez na
camada arável (0 a 20 cm) do solo é a calagem.
Para tanto, os materiais mais empregados são rochas
calcárias moídas, constituídas por mistura de minerais,
como a calcita e a dolomita, que são constituídos por
carbonato de cálcio (CaCO3) e/ou carbonato de
magnésio (MgCO3), cujos constituintes neutralizam a
acidez, fornecendo Ca e Mg.
São menos usadas rochas calcárias calcinadas, que
contém óxidos de cálcio (CaO) e de magnésio (MgO), e
os silicatos de cálcio e de magnésio.
Os principais benefícios da
calagem
1) Adicionar Ca e Mg ao solo, e todos os reflexos do
aumento da disponibilidade desses nutrientes;
2) Diminuir a toxidez do alumínio, manganês e
eventualmente o ferro;
3) Diminuir a lixiviação de Ca, Mg e K;
4) Diminuir a fixação do fósforo;
5) Elevar o pH, com consequente aumento da
disponibilidade de nutrientes: N, P, K, S, Mg, Ca e Mo;
6) Melhorar o aproveitamento dos fertilizantes
aplicados.
Mecanismos de neutralização da
acidez pelo calcário
A pequena dissolução dos carbonatos (CaCO3 e
MgCO3), que ocorre em presença de água (H2O) e gás
carbônico (CO2), é suficiente para desencadear uma
série de reações, representadas a seguir, que resultam
na neutralização da acidez do solo:

CaCO3 + H2O  Ca2+ + HCO3 - + OH

a) HCO3 - + H+ CO2 + H2O


b) OH- + H+ H2O
c) Al + + 3 OH- Al (OH) (precipita)
Mecanismos de neutralização da
acidez pelo calcário
É importante destacar que a neutralização da acidez ocorre
por meio dos ânions (OH e HCO3 - ), que são os receptores
de prótons (H+ ), sem os quais a eliminação da acidez não
seria possível.
À medida que as reações se processam, o Ca e Mg do
corretivo vão ocupando os pontos de troca onde estavam o
alumínio e o hidrogênio.
Para que o calcário produza os efeitos desejáveis, é
necessário haver umidade suficiente no solo para sua
reação.
A velocidade de reação do calcário depende do grau de
acidez do solo, da granulometria do corretivo e do grau de
intimidade da mistura do calcário com o solo.
Corretivos de acidez do solo
Há uma série de materiais que podem ser utilizados
como corretivos, os principais são: óxidos, hidróxidos,
silicatos e CARBONATOS.
Os carbonatos são os mais utilizados pois são
encontrados em maiores quantidades e por isso são
mais baratos.
De acordo com a legislação brasileira: - “Corretivos da
acidez dos solos são produtos capazes de neutralizar
(diminuir ou eliminar) a acidez dos solos e ainda
carrear nutrientes de plantas ao solo, principalmente
cálcio e magnésio” (Alcarde, 1992).
Corretivos de acidez do solo
Os corretivos de acidez do solo são classificados em:
a) Calcário (tradicional, "filler", calcinado)
b) Cal virgem agrícola
c) Cal hidratada agrícola
d) Carbonato de cálcio
e) Escórias industriais (siderurgia e papel)
a) Calcário: pode ser tradicional,
filler ou calcinado.
Calcário tradicional é o produto obtido pela moagem
da rocha calcária. Seus constituintes são carbonato
de cálcio (CaCO3) e carbonato de magnésio (MgCO3).
a) Calcário: pode ser tradicional,
filler ou calcinado.
Calcário Filler é a matéria-prima obtida através da
moagem fina de calcário, basalto, materiais
carbonáticos, etc. O calcário libera Ca2+, Mg2+ e CO3 -2; a
base química, isto é, o componente que proporciona a
formação de OH é o CO3 -2(e posteriormente o HCO3 - );
o CO3 -2 é uma base fraca, isto é, a reação de formação
de OH é relativamente lenta e parcial; e o OH
produzido neutralizará o H+ da solução, responsável
pela sua acidez.
a) Calcário: pode ser tradicional,
filler ou calcinado.
Calcário calcinado é produto obtido industrialmente
pela calcinação parcial do calcário. Apresenta-se na
forma de pó fino. Sua ação neutralizante é devida à
base forte OH e a base fraca CO3 -2.
b) Cal virgem agrícola
Produto obtido industrialmente pela calcinação ou
queima completa do calcário. Seus constituintes são
o óxido de cálcio (CaO) e o óxido de magnésio (MgO)
e se apresenta como pó fino. A cal virgem libera Ca2+,
Mg2+, OH e calor; a liberação de OH é imediata e
total, o que confere à cal virgem o caráter de base
forte; e o OH produzido neutralizará o H+ da solução
do solo, responsável pela sua acidez.
c) Cal hidratada agrícola ou cal
extinta
Produto obtido industrialmente pela hidratação da
cal virgem. Seus constituintes são o hidróxido de
cálcio - Ca(OH)2 - e o hidróxido de magnésio -
Mg(OH)2 - e também se apresenta na forma de pó
fino. A ação neutralizante da cal hidratada é muito
semelhante à da cal virgem: a cal virgem “se hidrata”
no solo utilizando água nele contida, enquanto a cal
hidratada é hidratada industrialmente
d) Escória básica de siderurgia
Subproduto da indústria do ferro, do aço e papel.
Seus constituintes são o silicato de cálcio (CaSiO3) e o
silicato de magnésio (MgSiO3) ação neutralizante da
escória é muito semelhante à do calcário: neste caso,
a base química é o SiO3 -2 que também é fraca, mas é
mais forte que a base CO3 -2 .
Características físicas e químicas
dos corretivos de acidez
A qualidade do corretivo é função do teor de
neutralizante e do tamanho das partículas que
compõem o calcário, forma química dos
neutralizantes, e variedade e conteúdo de nutriente.
a) Poder de neutralização (PN)
a) Poder de neutralização (PN)
b) Tamanho das partículas ou
granulometria (RE)
A análise granulométrica do corretivo é feita por
meio do peneiramento mecânico da amostra do
corretivo, usando peneiras com aberturas de malhas
específicas, e permite a avaliação da sua
granulometria.
A granulometria do material interfere na reatividade
do calcário.
Quanto menor a partícula, maior será a superfície de
exposição da rocha e, consequentemente, maior será
a reatividade.
b) Tamanho das partículas ou
granulometria (RE)
Poder relativo de neutralização
total (PRNT)
Cálculo do PRNT
Cálculo do PRNT
Cálculo do PRNT
Recomendação de calagem e
modo de aplicação
O sucesso da prática da calagem depende
fundamentalmente de quatro fatores:

a) da dosagem adequada
b) do produto (ou melhor, das características do
corretivo utilizado),
c) da localização correta de aplicação e
d) da época adequada (para reação do calcário).
Classificação química e escolha
dos calcários
Aplicação do calcário no solo
a) Antecedência do plantio A antecedência na
aplicação do calcário é função de sua capacidade
de reagir.
b) Distribuição e incorporação do corretivo O
corretivo deve ser espalhado o mais uniforme
possível sobre o solo e incorporado.
c) Frequência de aplicação A frequência da
aplicação de corretivos deve ser norteada pela
análise de solo.
Aplicação do calcário no solo
d) Dose máxima de aplicação de calcário Aplicação anual de doses
de calcário acima de 4t/ha deve ser evitada, por ser
economicamente inviável, promover mudanças drásticas nas
propriedades químicas do solo. Neste caso, parcelar a aplicação
em 2 ou 3 ANOS.
e) Dose mínima de aplicação de calcário Em sistemas de cultivo
convencional, a aplicação anual de doses de calcário abaixo de 1
t/ha deve ser evitada, já que as operações de incorporação do
calcário são muito caras, e não compensam financeiramente em
dosagens menores que 1 tonelada/ha. Já em sistemas de cultivo
que não há o revolvimento do solo, tais como sistemas de
manejo conservacionistas (SPD, ILPF), pastagens e perenes
implantadas, as dosagens de calcário podem ser inferiores a 1
tonelada/ha, já que não haverá incorporação do calcário.
Métodos de recomendação de
calagem
• Há vários métodos de recomendação de calcário
em uso no Brasil. Vamos nos restringir aos três
principais:
a) Critério baseado na eliminação do Al-trocável
e elevação dos teores de Ca e Mg (Quaggio,
1983).
b) Método do Tampão SMP
(Shoemaker et al., 1961).
c) Métodos baseado na elevação da saturação
por bases (Raij et al., 1996; Cantarella et al,
2022).
Mão na massa
1. Calcule e dê a recomendação da necessidade de calcário para o solo da Amostra 1
da análise de solo, sabendo-se que a cultura a ser cultivada será o milho (V2 = 70%),
em sistema de cultivo convencional e que o PRNT do calcário utilizado é igual a 65%
Mão na massa
2) Calcule e dê a recomendação da necessidade de calcário para o solo da Amostra 2
da análise de solo acima, sabendo-se que a cultura a ser cultivada será a soja (V2 =
70%) e que o PRNT do calcário utilizado é igual a 80%.
ACIDEZ
SUBSUPERFICIAL DO
SOLO
Uso do gesso na agricultura
As raízes da maior parte das plantas cultivadas não se desenvolvem
bem em solos ácidos, por duas razões principais: excesso de alumínio
ou deficiência de cálcio.
Os solos podem apresentar problemas de acidez subsuperficial, ou
seja, abaixo da camada arável (0 a 20 cm), e a incorporação profunda
de calcário para controlar essas condições nem sempre é viável na
lavoura.
Assim, camadas mais profundas do solo, abaixo de 25 a 40 cm,
podem continuar com excesso de alumínio tóxico, associado ou não à
deficiência de Ca, mesmo que se tenha efetuado calagem adequada.
Consequência: as raízes da maioria das espécies cultivadas iriam
desenvolver-se apenas na camada superficial do solo. Esse problema
aliado à baixa capacidade de retenção de água desses solos, podem
causar a diminuição na produção das plantas, principalmente nas
regiões onde é mais frequente a ocorrência de veranicos.
Uso do gesso na agricultura
Uso do gesso na agricultura
Para cada tonelada de ácido fosfórico produzido, é
separado cerca de 4,5 ton. de gesso.
O ácido fosfórico obtido por esta reação é usado na
fabricação do superfosfato tripo (SFT), monoamônio
fosfato (MAP) e diamônio fosfato (DAP). Quando se
produz o SFS, o gesso continua no produto final,
sendo esta a principal diferença entre os dois super
fosfatos: o triplo, mais concentrado, não possui
gesso, enquanto o simples, com menor teor de P, o
possui.
Recomendação de gesso
Alterações nas características
químicas do solo com o uso de gesso
Com a aplicação de gesso no solo:
- o sulfato movimenta-se para as camadas inferiores
acompanhado por cátions (Ca);
- o teor de Ca e Mg aumenta e reduz a toxidez por
alumínio, melhorando o ambiente do solo para as
raízes desenvolverem;
- elevação da saturação por bases (V%) nas camadas
subsuperficiais, em consequência da lixiviação de
bases
Diferenças entre a reação do
calcário e do gesso

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