Aula 4 - o Inconsciente
Aula 4 - o Inconsciente
Aula 4 - o Inconsciente
Inconsciente e o
Percurso Histórico de
sua Elaboração
Antes da atividade...
• Vamos sistematizar o conhecimento até agora?
• Pré-história dos tratamentos de doenças mentais;
• Histéricas – Hipnose – Charcot.
• Breuer e o método da ab-reação.
• Caso Ana O.
• Freud deixa a hipnose e chega a conceituação de resistência.
• Freud cria uma nova ciência: a psicanalise
Antes da atividade...
• Freud (1923) define a Psicanálise:
Em grupos de 4 a 5 Com base no artigo adotado para O material irá compor a Teremos 1h15 para
alunos aula, cada grupo deve sistematizar o avaliação em grupo para atividade. Na segunda
percurso histórico que levou a N1 parte haverá a
importância do inconsciente para a apresentação dos grupos
psicanálise. Adicionando uma breve e construção do quadro
definição de ICS e a sua estreita
relação com os conceitos de sobre o inconsciente
representação, recalque, desejo e
resistência.
O inconsciente
O inconsciente é um sistema constituído por representações associadas
umas às outras de acordo com as leis do deslocamento e da
condensação, ele se constitui na verdadeira instância onde os
pensamentos se produzem, e esses pensamentos inconscientes podem
encontrar um meio de expressão simbólica na palavra. Essa é a síntese
das elaborações freudianas presentes na primeira tópica.
• Inicialmente, Freud utilizou a hipnose visando promover a catarse nos
pacientes, buscando aliviar o sofrimento dos sintomas. Ele observou a
resistência dos pacientes em relacionar seus sintomas com aspectos
inconscientes.
• Esse método durou pouco tempo já que Freud, em sua prática clínica,
observou a ineficácia pois aos resultados obtidos com ela ficarem por pouco
tempo. O método sugestivo fomenta as resistências tornando o desejo
inconsciente ainda mais inacessível, além de alienar o sujeito ao desejo de um
outro ao qual passa a se submeter.
• A clínica prática de Freud comprova que as emoções penosas despertadas
pelos eventos traumáticos permaneciam estreitamente vinculadas a lembrança
e com a ab-reação havia uma expulsão da emoção estrangulada. Para ele os
eventos traumáticos deveriam receber expressão verbal por parte do sujeito,
conduzindo a catarse.
O trauma
• Freud observa que as lembranças traumáticas permaneciam no aparelho psíquico e
operavam como um corpo estranho ao próprio sujeito, comprovando uma
desproporção temporal entre o surgimento dos sintomas e o evento traumático
desencadeante.
• O centro do trauma foi deslocado do evento para a interpretação e produção de
sentido pelo sujeito. Freud reconheceu a realidade psíquica como decisiva na
estrutura da neurose.
• Freud formula uma teoria do trauma em dois tempo: o tempo do acontecimento e o
posterior que é o tempo de produção de uma significação, que pode ser o sintoma.
Isso leva a entender que o valor do trauma não está no acontecimento em si mas na
associação estabelecida pelo sujeito, tornando traumático sempre singular.
O trauma, o desejo e a fantasia
• A satisfação inicial do desejo deixa uma marca mnésica, tornando-se o modelo de
busca do sujeito. A realização do desejo é uma tentativa de restabelecer essa
satisfação original de forma alucinatória, evidenciando o caráter ficcional do
desejo (a primeira percepção, situação originária).
• O fantasma é destacado como fundamental na formação dos sintomas histéricos,
expressando-se através de devaneios, sonhos diurnos, entre outros.
• Na "Interpretação de Sonhos", o fantasma é relacionado à estrutura do sonho e ao
desejo inconsciente, apresentando-se como formas de realização do desejo.
O trauma, o desejo e a fantasia
• O fantasma é formalizado como objeto libidinal do id e representa a
construção ficcional do sujeito sobre sua história. Ao longo da obra de
Freud, o conceito de fantasma passa por diversas revisões, sendo
reconhecido como central na organização do desejo do sujeito.
• Desde o início, o trauma é associado ao excesso de excitação que deixa uma
forte impressão no psíquico. Um real não assimilável, não integrado ao
sistema simbólico do sujeito, e que lhe exige esforço de produção de um
sentido.
• Um único trauma está ligado a uma série de traumas parciais ligados entre
si a partir de uma ordem de conexão lógica causal simbólica, e não
cronológica ou factual.
Recalque
• A dificuldade de recuperação dessa cadeia simbólica fala de uma teoria do recalque, de defesas
estabelecidas como operação por meio da qual as representações de desejos são inscritas no
inconsciente.
• O recalque é definido como o processo pelo qual ideias incompatíveis são expulsas da consciência
para o inconsciente.
• “A teoria da repressão é a pedra angular sobre o qual repousa a estrutura da psicanálise.” Freud
• No período dos "Estudos...", Freud destaca a relação entre os eventos traumáticos e os sintomas
histéricos, baseada em conexões simbólicas, sendo que o recalque é estabelecido como o
mecanismo responsável pela dissociação psíquica.
• O inconsciente freudiano é definido inteiramente pelo recalque, sendo essencial para a estrutura da
psicanálise. A teoria do recalque substitui a teoria dos estados hipnóides na explicação da histeria.
Sugestão X associação livre
• Freud passa diferenciar o tratamento psicanalítico do tratamento por sugestão,
demonstrando que a transferência toca de perto a questão da sugestão. A
transferência traz o poder da influência porém a partir do tratamento psicanalítico
se propõe tirar de uma posição de servidão mental.
• A necessidade de manejo da transferência, como princípio ético da prática da
psicanálise demonstrando que ela tem uma dupla face, sendo ela um poderoso
instrumento e o maior obstáculo da análise. Deve-se operar a transferência de um
modo diverso daqueles que a crença, a fé ou a sugestibilidade.
A associação
• Freud descreve diferentes formas de organização do material psíquico, incluindo uma
disposição cronológica, temática e baseada no conteúdo do pensamento. Essa organização pode
ser:
• Uma organização psíquica cronológica com sequências de material mínimo ordenados de
forma temporal linear organizados por proximidade primeiro as coisas que aconteceram
mais recentemente até recordar lembranças remotas da infância e traumáticas. Essa
sequência é ligada por laços de contiguidade.
• Por arranjos temáticos. O material psíquico se apresenta e se organiza por temas que tem
traços de semelhança simbólica estão fadados se associar entre si.
• A organização do material psíquico em forma de arranjo que não obedece cronologia e nem
semelhança temática ele se organiza por conteúdo do pensamento. A organização de acordo
com fios lógicos que mantém ligados entre si em forma de Zig Zag obedecendo a ordem de
associação que evoca imagens e uma ramificação própria da lógica da Associação Livre.
A associação
• Para Freud o perdido pela memória consciente não são os eventos, por mais penosos que
eles possam se revelar; o que o sujeito perde pela associação do recalcamento são os fios
de articulação lógica que se estabelecem entre sistemas de sintomas manifestos e as
cadeias de representação do desejo inconsciente.
• O conflito entre o ego e ideias antitéticas leva à divisão psíquica, onde o recalque isola as
ideias indesejadas, mas não as elimina, resultando em uma luta constante contra o retorno
do recalcado.
• A compreensão do inconsciente e sua relação com o recalque e os desejos inconscientes
passam por diversas fases de desenvolvimento ao longo do trabalho de Freud.
• A associação livre é fundamentado na ideia de que o sujeito pode acessar os pensamentos
inconscientes abandonando as resistências e seguindo os fios lógicos das associações.
Como o ICS se torna consciente?
• Freud formula três hipóteses:
• A primeira, denominada tópica, formula a possibilidade de um duplo registro
do material mnêmico inconsciente. Apenas uma mudança de registro. Trazer
para consciência. Hipótese refutada
• A segunda hipótese, denominada funcional, aventa a possibilidade de que a
passagem de uma ideia inconsciente para o consciente implicaria uma
mudança pura e simples de seu estado. Hipótese refutada.
• A terceira hipótese, onde Freud introduz a distinção entre “representação de
coisa” (Sachvorstellung) e “representação de palavra” (Wortvorstellung),
esclarecendo que no inconsciente subsistem as representações de coisa sem as
representações de palavra correspondentes.
Como o ICS se torna consciente?
• Freud responde: “O que o recalque recusa às representações
inconscientes é a sua tradução em palavras. Associar as representações
inconscientes com as palavras abre a única via possível de acesso do
inconsciente à consciência”.
• A tradução em palavras é o recurso disponível ao sujeito para
reconhecer e elaborar algo sobre o seu desejo. É também por meio do
ato de fala que o sujeito encontra recursos para tornar simbólico um
real traumático não integrado ao sistema simbólico.
Sugestão de leitura para aprofundar
O inconsciente
– 1915 - Freud
Bibliografia