Cromatografia A Gás - 2020 - Aula 1

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Cromatografia a Gás

• D.C. Harris, Análise Química Quantitativa, 8ª Edição, Cap.


23

• Skoog, West, Holler, Crouch, Fundamentos de Química


Analítica, tradução da 8ª edição Americana, Thompson,
cap. 31

• http://chemkeys.com/br/2000/07/18/cromatografia-a-
gas-curso-em-diapositivos/
CROMATOGRAFIA GASOSA
Aplicabilidade
Quais misturas podem ser separadas por CG ?

(para uma substância qualquer poder ser “arrastada” por um fluxo de um gás
ela deve se dissolver - pelo menos parcialmente - nesse gás)

Misturas cujos constituintes sejam VOLÁTEIS (=“evaporáveis”)


DE FORMA GERAL:
CG é aplicável para separação e análise de misturas cujos
constituintes tenham PONTOS DE EBULIÇÃO de até 300oC e que sejam
termicamente estáveis.
O Cromatógrafo a Gás
1 6
2

5
3
1 - Reservatório de Gás e Controles de Vazão / Pressão.
2 - Injetor (Vaporizador) de Amostra.
3 - Coluna Cromatográfica e Forno da Coluna.
4 - Detector.
5 - Eletrônica de Tratamento (Amplificação) de Sinal.
6 - Registro de Sinal (Registrador ou Computador).

Observação: em vermelho: temperatura controlada


INSTRUMENTAÇÃO
Gás de Arraste

- NÃO interage com a amostra - apenas a carrega através da coluna.

Requisitos:
INERTE Não deve reagir com a amostra, fase estacionária ou com as
superfícies do instrumento.
PURO Deve ser isento de impurezas que possam degradar a fase
estacionária.

Impurezas típicas em gases e seus efeitos:


oxida / hidrolisa algumas Fases Estacionárias
H2O, O2 incompatíveis com alguns detectores
Pode reagir com a amostra analisada
hidrocarbonetos ruído no sinal de alguns detectores
INSTRUMENTAÇÃO
Gás de Arraste
Requisitos: altíssima pureza
CUSTO

A = 99,995 % (4.5)
CUSTO

C B = 99,999 % (5.0)
B
C = 99,9999 % (6.0)
A
PUREZA

COMPATÍVEL COM DETECTOR Cada detector demanda um gás de


arraste específico para melhor funcionamento.

Seleção de Gases de Arraste em Função do Detector:


DCT He , H2
DIC N2 , H2
DCE N2 (SS), Ar + 5% CH4
INSTRUMENTAÇÃO
Gás de Arraste – N2, He ou H2?

Equação de Golay para colunas capilares

Termo A da eq. De van Deemter é desprezível


INSTRUMENTAÇÃO
Gás de Arraste – N2, He ou H2?

Coeficiente de difusão dos solutos é menor em gases com maior massa molar

Portanto, menor contribuição do termo B é esperado para N2

Entretanto, diminuir valor de DG aumenta o termo CM

Se a espessura da fase estacionária for suficientemente pequena (< 0,5 mm)


o processo de transferência de massa será controlada pela difusão lenta na
fase móvel e não na fase estacionária

CS << CM

Para uma coluna de raio r e analito com fator de retenção k, a principal variável
que afeta a velocidade de transferência de massa na fase móvel é o coeficiente
de difusão do analito nessa fase.
DH2 > DHe > DN2
INSTRUMENTAÇÃO
Alimentação de Gás de Arraste
Componentes necessários à linha de gás:

controladores de vazão / pressão de gás


dispositivos para purificação de gás (“traps”)
3
4 6

2
1

5
1 - Cilindro de Gás
2 - Regulador de Pressão Primário
3 - “Traps” para eliminar impurezas do gás
4 - Regulador de Pressão Secundário
5 - Regulador de Vazão (Controlador Diferencial de Fluxo)
6 - Medidor de Vazão (Rotâmetro)
Nota: Tubos e Conexões: Aço Inox ou Cobre
INSTRUMENTAÇÃO
Dispositivos de Injeção de Amostra

Os dispositivos para injeção (INJETORES ou VAPORIZADORES) devem prover


meios de introdução INSTANTÂNEA da amostra na coluna cromatográfica

Injeção instantânea:
t=0

t=x

Injeção lenta:

t=0

t=x
INSTRUMENTAÇÃO
Injetor “on-column” Convencional
1

1 - Septo (silicone)
2
2 - Alimentação de gás de arraste)
3 - Bloco metálico aquecido
4 - Ponta da coluna cromatográfica
3

Septos com diferentes tempos de uso


INSTRUMENTAÇÃO
Injeção “on-column” de líquidos

Gás de
Arraste

3 - “Plug” de vapor de
1 - Ponta da agulha da 2 - Amostra injetada e amostra forçado pelo gás
microseringa é introduzida vaporizada de arraste a fluir pela
no início da coluna. instantaneamente no coluna.
início da coluna.
INSTRUMENTAÇÃO
Injeção com e sem divisão de fluxo
INSTRUMENTAÇÃO
Injeção com e sem divisão de fluxo

Com divisão (Split) Sem divisão (Splitless)


Análise de traços

A divisão de fluxo injeta tipicamente 1:50 a 1:600 partes no capilar, descartando a


maior parte
https://www.youtube.com/watch?v=dWsEsDikpHA
INSTRUMENTAÇÃO
Parâmetros de Injeção

TEMPERATURA DO INJETOR Deve ser suficientemente elevada para que a


amostra vaporize-se imediatamente, mas sem decomposição.

Regra Geral: Tinj = 50oC acima da temperatura de ebulição do componente


menos volátil
VOLUME INJETADO Depende do tipo de coluna e do estado
físico da amostra

Amostras Amostras
COLUNA Líquidas Gasosas
empacotada 0,2 L ... 20 L 0,1 ml ... 50 mL
 = 3,2 mm (1/4”)

capilar 0,01 L ... 3 L 0,001 mL ... 0,1 mL


 = 0,25 mm
INSTRUMENTAÇÃO
Microsseringas para Injeção
LÍQUIDOS Capacidades típicas: 1 L, 5 L e 10 L

Microsseringa de
10  L:
êmbolo agulha (inox 316)

corpo
(pirex)

Microsseringa de 1  L (seção ampliada):


corpo agulha

guia
êmbolo (fio de
aço soldado ao
guia)
INSTRUMENTAÇÃO
Colunas: Definições Básicas

EMPACOTADA CAPILAR
 = 3 a 6 mm  = 0,1 a 0,5 mm
L = 0,5 m a 5 m L = 5 m a 100 m
Recheada com sólido pulverizado (FE Paredes internas recobertas com um
sólida ou FE líquida depositada sobre as filme fino (fração de  m) de FE líquida
partículas do recheio) ou sólida
INSTRUMENTAÇÃO
Colunas capilares

Imagem de uma coluna aberta de Imagem de uma coluna aberta de


sílica fundida sílica fundida recoberta com filme
de fase estacionária

http://chemwiki.ucdavis.edu/Analytical_Chemistry/Instrumental_Analysis/
Chromatography/Gas_Chromatography
INSTRUMENTAÇÃO
Colunas
FASES ESTACIONÁRIAS
Características de uma FE ideal

SELETIVA Deve interagir diferencialmente


com os componentes da amostra.

FE Seletiva:
separação
adequada dos
constituintes da
amostra Regra geral: a FE deve ter
características tanto quanto
possível próximas das dos
FE pouco Seletiva: solutos a serem separados
(polar, apolar, aromático ...)
má resolução
mesmo com
coluna de boa
eficiência
FASES ESTACIONÁRIAS
Características de uma FE ideal

AMPLA FAIXA DE TEMPERATURAS DE USO Maior flexibilidade


na otimização da separação.

BOA ESTABILIDADE QUÍMICA E TÉRMICA Maior durabilidade


da coluna, não reage com componentes da amostra

POUCO VISCOSA Colunas mais eficientes (menor resistência


à transferência do analito entre fases)

DISPONÍVEL EM ELEVADO GRAU DE PUREZA Colunas


reprodutíveis; ausência de picos “fantasma” nos
cromatogramas.
FASES ESTACIONÁRIAS
FE Sólidas: Adsorção
O fenômemo físico-químico responsável pela interação analito +
FE sólida é a ADSORÇÃO

Sólidos com grandes áreas superficiais


(partículas finas, poros)

Solutos polares
ADSORÇÃO
Sólidos com grande número de sítios ativos
(hidroxilas, pares de eletrons...)
FASES ESTACIONÁRIAS
FE Sólidas: Adsorção
- Sólidos finamente granulados (diâmetros de partículas típicos
de 105 µm a 420 µm).

- Grandes áreas superficiais (até 100 m2/g).


Mais usados:

Polímeros Porosos Porapak (copolímero estireno-divinilbenzeno),


Tenax (polióxido de difenileno)

Sólidos Inorgânicos Carboplot, Carboxen (carvões ativos


grafitizados), Alumina, Peneira Molecular (argila microporosa)

- Separação de gases
Principais Aplicações: - Compostos leves
- Séries homólogas
FASES ESTACIONÁRIAS
FE Sólidas: Adsorção
Eficiência maximizada com:

- Diminuição de dC Limitados pela resistência


à passagem de gás de
- Diminuição de dp arraste

- Recheio regular

FASES ESTACIONÁRIAS
FE Líquidas: Partição

área superficial entre 0,5 e 10 m2.g-1


A FE líquida deve ser
microporos regulares (~ 1 mm)
disposta sobre um
NÃO interagir com a amostra
SUPORTE sólido
boa resistência mecânica
FASES ESTACIONÁRIAS
FE Líquidas: Suporte

TERRA DIATOMÁCEA: suporte quase universal

secagem
calcinação
fusão com soda
lavagem com ácido
Esqueletos fósseis silanização
(SiO2 + óxidos
Chromosorb
metálicos) de algas
Anachrom
microscópicas Supelcoport
...
FASES ESTACIONÁRIAS
FE Líquidas: Carga de FE
df = f (% FE no recheio) - espessura da camada de líquido
Maior eficiência (d f = N)
Menor sangria da FE com temperatura programada
Separações rápidas e em temperaturas menores
TIPICAMENTE %
FE = 1 % a 30 %
do recheio

% FE
Maiores volumes de amostra – maior capacidade da coluna
Melhor blindagem dos sítios adsortivos do suporte
Melhor reprodutibilidade no preparo do recheio
FASES ESTACIONÁRIAS
Famílias de FE Líquidas
FASES ESTACIONÁRIAS
Famílias de FE Líquidas

POLIGLICÓIS Muito polares; sensíveis a umidade e oxidação;

ainda muito importantes. Principal: Polietilenoglicol (nomes


comerciais: Carbowax, DB-Wax, Supelcowax, HP-Wax, etc.)

Estrutura Química: H O CH2 CH2 OH 40 – 250 oC


n

Polidimetilssiloxanes – Polaridade modulável em função dos grupos R

Estrutura Química:
FASES ESTACIONÁRIAS
Famílias de FE Líquidas

X= 0 apolar - 60 – 320 oC
(Difenil)x(dimetil)(1-x) X= 0,05 apolar - 60 – 320 oC
polissiloxano X= 0,35 intermediário 0 – 300 oC
X= 0,65 intermediário 50 – 370 oC

(Cianopropilfenil) (0,14) (dimetil)(0,86) Polaridade


-20 – 280 oC
polissiloxano intermediária

(Biscianopropilfenil)(0,10) Fortemente
(cianopropilfenil)(0,90)polissiloxano 0 – 275 oC
Polar
INSTRUMENTAÇÃO
Temperatura da Coluna
Além da interação com a FE, o tempo que um analito demora para
percorrer a coluna depende de sua PRESSÃO DE VAPOR (p0).

Estrutura química
do analito

p0 = f Temperatura
da coluna

Temperatura Pressão Velocidade


da de de
coluna vapor migração

ANALITO ELUI MAIS RAPIDAMENTE


Significa: (MENOR RETENÇÃO)
INSTRUMENTAÇÃO
Temperatura da Coluna

Análise rápida, mas


T3 sem resolução dos T1<T2<T3
picos

TEMPERATURA DA COLUNA
ideal
T2 CONTROLE CONFIÁVEL DA
TEMPERATURA DA COLUNA É
ESSENCIAL PARA OBTER
BOA SEPARAÇÃO EM CG
Boa resolução, mas
separação lenta
T1
INSTRUMENTAÇÃO
Forno da Coluna
Características Desejáveis de um Forno:

AMPLA FAIXA DE TEMPERATURA DE USO Pelo menos de Tambiente até 400oC.

Sistemas criogênicos (T < Tambiente) podem ser necessários em casos especiais.

TEMPERATURA INDEPENDENTE DOS DEMAIS MÓDULOS Não deve ser


afetado pela temperatura do injetor nem do detector.

TEMPERATURA UNIFORME EM SEU INTERIOR Sistemas de ventilação


interna muito eficientes para manter a temperatura homogênea em todo forno.
INSTRUMENTAÇÃO
Forno da Coluna
Características Desejáveis de um Forno:

FÁCIL ACESSO À COLUNA A operação de troca de coluna pode ser


frequente.

AQUECIMENTO E ESFRIAMENTO RÁPIDO Importante tanto em


análises de rotina e durante o desenvolvimento de metodologias
analíticas novas.

TEMPERATURA ESTÁVEL E REPRODUTÍVEL


A temperatura deve ser mantida com exatidão e precisão de ± 0,1°C.
INSTRUMENTAÇÃO
Programação Linear de Temperatura
Misturas complexas (constituintes com volatilidades muito diferentes)
separadas ISOTERMICAMENTE:
TCOL BAIXA:
- Componentes mais voláteis são
separados

- Componentes menos voláteis


demoram a eluir, saindo como
picos mal definidos
TCOL ALTA:
- Componentes mais voláteis não são
separados

- Componentes menos voláteis eluem


mais rapidamente
INSTRUMENTAÇÃO
Programação Linear de Temperatura
A temperatura do forno pode ser variada linearmente durante a separação:

Consegue-se boa separação dos


componentes da amostra em menor tempo

Parâmetros de uma programação TFIM

TEMPERATUR
de temperatura:
TINI Temperatura Inicial R
TFIM Temperatura Final A TIN
tINI Tempo Isotérmico Inicial I

tFIM Tempo Final do Programa tINI tFIM


R Velocidade de Aquecimento
TEMP
INSTRUMENTAÇÃO
Detectores
Dispositivos que examinam continuamente o material eluido, gerando sinal quando
da passagem de substâncias que não o gás de arraste

Tempo

Gráfico Sinal x Tempo =


CROMATOGRAMA
Idealmente: cada
substância separada
aparece
como um PICO no
cromatograma.
DETECTORES
Classificação

UNIVERSAIS:
Geram sinal para qualquer
substância eluida.

SELETIVOS:
Detectam apenas substâncias
com determinada propriedade
físico-química.

ESPECÍFICOS:
Detectam substâncias que
possuam determinado elemento
ou grupo funcional em suas
estruturas
DETECTORES
Definições Gerais
Dispositivos que geram um sinal elétrico proporcional à
quantidade eluida de um analito
~ 60 detectores já usados em CG

~ 15 equipam cromatógrafos comerciais

4 respondem pela maior parte das aplicações

DCT TCD DIC FID


Detector por Detector por
Condutividade Ionização em
Térmica Chama

DCE ECD EM MS
Detector por Detector
Captura de Espectrométrico
Eletrons de Massas
Resumo –Parte 1
• Configuração básica de um cromatógrafo a gás

• Gás de arraste – Natureza e influência na eficiência

• Injeção da amostra – tipos

• Colunas Empacotadas

• Colunas Capilares

• Fases Estacionárias

• Influência do filme (natureza química, espessura - capacidade e eficiência)

• A importância do controle de temperatura

• Detectores – em detalhes na próxima aula

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