Cristina

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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Licenciatura em Ensino de História


Grupo 9º

Fontes da História

Discentes: Docente:
Amélia Merlina Massingue Prof Doutor: Óscar Luís Mofate
Cristina Daniel Massinga .
Miguel Julião Jotamo .

Machava, Maio de 2024


Introdução

O presente tralho tem como tema “Fontes da História”, através do mesmo pretende-se apresentar os diversos aspectos que caracterizam as fontes da história, de
modo particular os documentos históricos.

As fontes históricas são as marcas da história. Quando um indivíduo escreve um texto, ou retorce um galho de árvore de modo que esse sirva de sinalização aos
caminhantes em certa trilha; quando um povo constrói seus instrumentos e utensílios, mas também nos momentos em que modifica a paisagem e o meio ambiente
à sua volta — em todos estes momentos, e em muitos outros, os homens e mulheres deixam vestígios, resíduos ou registros de suas acções no mundo social e
natural (Barros, 2019).

Interessa notar que o presente trabalho surge n âmbito do estudo da disciplina de Didáctica da História, dai que vai-se buscar olhar também para o uso das fontes
de história em sala de aula, bem como os documentos históricos no ensino da história. O trabalho realizado tem um carácter descritivo, pois teve como base a
pesquisa bibliográfica, que ajudou a fazer a leitura, analise e interpretação de livros e artigos científicos que foram usados durante a elaboração deste trabalho
como fonte de informação.

O trabalho encontra-se organizado em três partes, onde a primeira é da introdução, que trata da contextualização geral do tema, metodologia usada e objectivos
de estudo. A segunda parte é o desenvolvimento, onde faz-se a revisão da literatura acerca do tema. Já terceira e última parte é das considerações finais e
referências bibliográficas.
1.1. Objectivos do Estudo

Geral

• Analisar as fontes de história

• Específicos

• Apresentar uma abordagem conceptual da palestra;

• Descrever as tipologias de palestras

• Identificar os critérios a ter em conta na seleção do palestrante;

• Apresentar uma abordagem didática da palestra.


2. Fontes de História

2.1. Fontes da História, o que são?

De acordo com Barros (2019), Fonte Histórica” é tudo aquilo que, por ter sido produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e
interferência, pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado humano e de seus desdobramentos no presente.

Segundo Fonseca (2005), a fonte histórica”, é tudo aquilo que, produzido pelo homem ou trazendo vestígios de sua interferência, pode nos
proporcionar um acesso à compreensão do passado humano. Neste sentido, são fontes históricas tanto os já tradicionais documentos textuais
(crónicas, memórias, registros cartoriais, processos criminais, cartas legislativas, obras de literatura, correspondências públicas e privadas e tantos
mais) como também quaisquer outros que possam nos fornecer um testemunho ou um discurso proveniente do passado humano, da realidade um dia
vivida e que se apresenta como relevante para o Presente do historiador.

Segundo Pinsk (2005, p.7), as fontes históricas são o material o qual os historiadores se apropriam por meio de abordagens específicas, métodos
diferentes, técnicas variadas para tecerem seus discursos históricos.

No entanto, interessa notar que actualmente o conceito de fonte histórica ampliou-se significativamente, entendendo-as como vestígios de diversas
naturezas deixados por sociedades do passado. Entretanto, o historiador deve dominar métodos de interpretação, entendendo que as fontes devem ser
criticadas e historicizadas (Pinsk, 2005, p.7).
2.2. Tipologia de fontes históricas

Segundo Barros (2019), a Escola dos Annales ampliou os tipos de fontes históricas não mais restritas ao que foi escrito. O áudio, a imagem, os vestígios se tornaram
objecto de pesquisa para o historiador. Os principais tipos são:

• Documentos textuais: cartas, crónicas, ofícios, diários, relatos;

• Vestígios arqueológicos: objectos de cerâmica, construções, estátuas;

• Representações pictóricas: quadros, pinturas, fotos, afrescos;

• Registros orais: testemunhos pessoais transmitidos oralmente.

Quanto a tipologia de fontes históricas Aquino et al., (2008) defende que estas podem ser classificadas da seguinte forma:

• Fontes arqueológicas – vestígios da presença humana em material variado (restos de animais, utensílios, fósseis, etc), geralmente não intencionais;

• Fontes escritas – traços escritos em material variado (pedra, papiro, papel, etc), geralmente intencionais. De acordo com a intencionalidade, o traço descrito pode
ser:

a) Fontes de arquivo – se a intenção foi comprovar alguma coisa: todo documento recebido ou redigido por uma pessoa pública ou investida, pela lei ou pelo costume,
de uma autoridade especial;

b)Fontes literárias – possuem a intenção de informar aos contemporâneos e à posteridade alguma coisa, mas não de comprovar;

• Fontes Orais – são traços que têm a intenção de informar, mas não possuem um material de transmissão.
2.3. Uso de fontes histórias em sala de aula

Segundo Proença (1992, p.126), sem fontes históricas não é possível fazer história. Sem fontes históricas também não é possível ensinar História, se pretendemos
efectuar o ensino activo, inteligível e capa de desenvolver capacidades e competências.

Na perspectiva de Fonseca (2005, p.56), as fontes históricas assumem um papel fundamental na prática do ensino de história, uma vez que são capazes de ajudar o
aluno a fazer diferenciações, abstrações que entre outros aspectos é uma dificuldade quando tratamos de crianças e jovens em desenvolvimento cognitivo. No
entanto, diversificar as fontes utilizadas em sala de aula tem sido o maior desafio dos professores na actualidade.

Siman (2004, p.88) realça que o professor age como um mediador e através do diálogo, ou seja, do entrelaçamento entre sua fala e a fala do aluno de
forma dinâmica propicia a atribuição de novos significados sobre a história, sobre conceitos históricos. Este pode utilizar mediadores culturais (fontes
históricas) tentando circular assim uma interação entre um objecto da história e as representações que os alunos irão formar sobre a história. Assim:

‘‘A presença de outros mediadores culturais, como os objectos da cultura, material, visual ou simbólica, que ancorados nos procedimentos de produção
do conhecimento histórico possibilitarão a construção do conhecimento pelos alunos, tornando possível “imaginar”, reconstruir o não vivido
diretamente, por meio de variadas fontes documentais (Siman, 2004, p.88) ”.

• Nesse sentido, as fontes históricas forjadas a princípio num circuito de historiadores que as legitimam enquanto tal através do discurso histórico
poderá ir além, tratando-se da relação de ensino/aprendizagem da história. Elas podem durante as aulas tornam-se uma ferramenta cultural capaz de
permitir ao aluno fazer diferenciações entre o passado e o presente através da contextualização das fontes na história.
2.4. O documento histórico

2.4.1. Documento histórico: o que é?

Silva (2006, p.169) sustenta que a palavra ‘‘documento histórico’’ é empregada frequentemente como sinónimo de fonte histórica. Há algum tempo, essa
palavra era até mais comum no linguajar do historiador do que ‘fonte histórica’. A expressão ‘documento histórico’, típica do século XIX, mas que
continuou a ser usada com sentidos ampliados no século XX, estava muito relacionada tanto aos arquivos que começaram a ser organizados
sistematicamente na época, como também à maneira como se concebia a História.

Na perspectiva de Pinsk (2005, p.10), os documentos históricos são fundamentais como fontes de informação a serem interpretadas, analisadas e
comparadas, pois representam visões de mundo e modos de viver, permitindo ao aluno “olhar historicamente”, recolher oralmente informações sobre o
passado mais próximo, pesquisar arquivos familiares e tomar conhecimento de uma grande variedade de fontes.

2.4.2. Tipos de documentos históricos

Os tipos de documentos históricos que pode-se ter são (Proença, 1992, p.127):

• Documentos escritos: Aqui podemos encontrar documentos pontuais e seriais. Nos documentos pontuais, temos (i) pontuais objectivos, tais como
fontes jurídicas e administrativas; (ii) pontuais subjectivos onde temos fontes literárias como correspondência, memórias, romances e autobiografia.
Já nos documentos seriais, temos; (i) seriais objectivos que dizem respeito aos documentos administrativos repetitivos como listas nominais, registos
paroquiais, fontes fiscais e inquirições gerais; (ii) seriais subjectivos, tais como róis confessados, testamentos, cadernos de “agravos” e imprensa.
Conti…

• Documentos não escritos: Aqui encontramos os seguintes tipos de documentos: (i) Incográficos que podem ser originais e reproduções, tais como pinturas,
gravuras, fotografias, filmes, cartas e planos; (ii) Orais, tais como testemunhos directos; (iii) sonoros, tais como registos de discursos, conversas e registos
musicais; e (iv) Documentos materiais diversos, tais como construções, paisagens, artefactos, sendo que nos artefactos encontramos os utensílios, mobiliário e
armas.

2.4.3. Utilização do documento histórico na aula de história

Segundo Proença (1992, p.126), embora não seja uma novidade, o ensino da História pela utilização de documentos ainda, por vezes, se processa de forma
inadequada devido a dificuldades experimentadas pelos professores no comentário de textos e documentos com os alunos. Como é evidente não existem “receitas”
ou um modelo único para o comentário de textos históricos, já que um mesmo documento pode ser comentado de várias maneiras; o importante é fazer-se um
estudo exaustivo do mesmo e evitar utilizar documentos apenas como ilustração de afirmações do professor, apesar de também poder ser utilizado com esta
função, o professor não deve abusar desta apresentação, não só porque, ao não realizar uma análise completa do documento está a desperdiçar as possibilidades
desta técnica de ensino, como porque, ao utilizar o documento apenas como ilustração tem tendência a multiplicar o número de fontes utilizadas, banalizando por
isso a sua utilização e tirando-lhe todo o valor de motivação. Mesmo que se use o documento com a função de ilustração ou de criar atmosfera adequada, nunca se
deve utilizar um grande número de documentos na mesma aula.

Antes de iniciar a análise de um documento com os seus alunos o professor deve fazer a apresentação do mesmo. Assim no contexto geral Proença
(1992, p.128) estabelece os seguintes passos para o uso do documento na aula de história:
Conti…

I. Apresentação do documento

a) Natureza do documento

• De que se trata? (texto legislativo, narrativa, memória, etc).

• Trata-se de um documento integral ou dum excerto?

b) Situar o documento no contexto histórico

• Qual a época em que foi escrito?

• Quais as circunstâncias em que foi escrito?

• Mencionar os acontecimentos que podem ter exercido influência na sua redacção (só esses).

c) Origem do documento

• Quem é o autor(es) caso este seja conhecido?

• Dados sobre o autor(es) que interessam à explicação do texto.

II. Análise e explicação do documento


Conti…

a) Análise do documento

• Determinar a ideia geral contida no documento: decompor o texto em diferentes partes ou temas, sublinhando a articulação entre os mesmos. (o que pretende o
autor?)

b) Explicação do documento

• A explicação deve responder a duas exigências

(i) Por em evidencia e explicar toda a informação contida no texto;

(ii) Adoptar uma atitude crítica em relação a essa informação de modo a relativiza-la.

• As informações contidas no documento são essencialmente de dois tipos: directas ou indirectas;

• Esta explicação deve ser feita em relação a cada um dos temas anteriormente delimitados;

• A terminologia (nomes de pessoas, países, regiões, instituições, costumes, etc) e as alusões que apresentem interesse histórico (acontecimentos) devem ser
explicadas;

• Todo o comentário deve estar intimamente relacionado com o texto; devem evitar-se as dissertações, a paráfrase, as longas citações.
2.5. Exemplo de uso de fontes históricas numa aula de história

Tema: A partilha e conquista da áfrica Classe: 11a

Objectivos a alcançar:
 Dar a conhecer os factores que facilitaram a conquista de áfrica pelas potências europeias;
 Saber como ficou dividido a áfrica depois da sua conquista pelos europeus

Fontes Históricas a usar: Fotografias e Mapas


Conti…

Actividades do professor (Ensino e avaliação)

• Fazer a exposição do tema aos alunos;

• Apresentar os mapas e fotografias que podem ajudar no entendimento do tema;

• Fazer perguntas aos alunos sobre a matéria dada como forma de consolidação;

• Responder dúvidas dos alunos caso hajam.

Actividades do aluno

• Assistir a aula, escutando atentamente a exposição do professor sobre o tema;

• Participar na aula, com dúvidas e respostas as perguntas do professor;

• Tomar notas dos principais aspectos da aula;

• Procurar identificar com base nas fontes as facilidades que os europeus tiveram para ocupar áfrica, bem como a divisão da áfrica após sua ocupação.
Considerações Finais

Com base no estudo realizado, foi possível constatar que as fontes históricas são registros do passado e utilizadas pelos historiadores para compreendê-lo. Pode
ainda entender como fontes históricas os documentos ou vestígios feitos por seres humanos ao longo do tempo e indispensáveis para o historiador estudar o
passado. Em termos de tipologias de fontes, podemos encontrar documentos textuais, vestígios arqueológicos, representações pictóricas e registros orais. As fontes
históricas assumem um papel fundamental na prática do ensino de história, uma vez que são capazes de ajudar o aluno a fazer diferenciações, abstracções que
entre outros aspectos ligados ao passado e o presente. No que concerne ao documento histórico percebe-se que o mesmo é considerado a chave para o trabalho do
historiador, pois esta tem sido uma das principais fontes históricas usadas pelo historiador. Estes documentos podem ser documentos escritos e documentos não
escritos que possuem cada um sua subclassificação. Ao nível da aula de história, os documentos históricos o uso dos mesmos deve obedecer a dois passos
fundamentais que são primeiro a apresentação do documento onde busca-se saber da natureza do documento, situar o documento no contexto histórico, bem como
a origem do documento. Depois passa-se para a análise e explicação do mesmo.

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