Aula Elaboração Das Oficinas Assicleide UEFS

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ELABORAÇÃO DAS

OFICINAS TEMÁTICAS
PROFESSORA: ASSICLEIDE DA SILVA BRITO
Temas Geradores no Ensino de
Química

 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio


(PCNEM) – área de Ciências da Natureza, Matemática e
suas Tecnologias, ao enfatizarem a interdisciplinaridade e
a contextualização dos conhecimentos no ensino das
disciplinas que compõem a área, abrem a perspectiva de se
pensar a organização curricular a partir de contextos, e não
exclusivamente a partir de conceitos (BRASIL, 1999).
 Especificamente, no que diz respeito à disciplina Química, os
PCNEM apontam como fio a formação da cidadania.
 Segundo os PCNEM, o ensino de Química “deve permitir a
construção de uma visão de mundo mais articulada, menos
fragmentada, que o aluno se enxergue como participante de
um mundo em constante transformação”.
 BNCC e o ensino de Ciências/Química:
- três unidades temáticas: 1. Matéria e Energia; 2. Vida e
Evolução; 3. Terra e Universo. Cada uma é estruturada em um
conjunto de habilidades cuja complexidade cresce
progressivamente ao longo do tempo. Um trabalho em espiral,
em que os eixos se repetem a cada ano, com a indicação de
uma progressão da aprendizagem no conjunto de habilidades
propostas.
 BNCC e o ensino de Ciências/Química:
- Adoção da abordagem investigativa como elemento central da
formação. O docente deve convidar os alunos de forma
intencional para uma participação ativa – algo que está
atrelado diretamente à questão do letramento científico.
- Os alunos devem conseguir compreender, interpretar e formular
ideias científicas em uma variedade de contextos, inclusive os
cotidianos.
 BNCC e o ensino de Ciências/Química:
- A relação ciência-tecnologia se mantém como objeto de estudo,
em que o estudante utiliza conceitos científicos para compreender a
tecnologia.
- As competências gerais da Base possibilitam a construção de um
currículo de Ciências da Natureza que favorece o protagonismo do
estudante ao estabelecer itens como pensamento científico,
crítico e criativo; autoconhecimento e autocuidado;
conhecimento, entre outros.
 O ensino a partir de temas pode ser organizado em três momentos
pedagógicos (DELIZOICOV et al, 2002)6:

Estudo da Organização do Aplicação do


realidade Conhecimento conhecimento
 O estudo da realidade é o momento de problematização, de
estabelecimentos de relações entre o que o aluno sabe e o problema a ser
estudado;
 A organização do conhecimento pressupõe a busca de informações para
que aspectos do problema possam ser entendidos;
 A aplicação sugere a reinterpretação do problema e o estabelecimento de
relações entre essa e outras situações problemáticas e entre os
conhecimentos tratados.
 Ao iniciar o estudo de um tema, o professor tem um papel importante:

problematizar Facilitar a
organização dos
conhecimentos

Possibilitar o aluno expor


seus conhecimentos Possibilitar o interesse do
aluno pela temática
A Contextualização e as Oficinas
Temáticas

 Uma proposta de ensino de Química baseada na utilização de


oficinas temáticas assume a contextualização do conhecimento
como um dos princípios metodológicos, ou seja, uma oficina
temática consiste num trabalho fundamentado no principio da
contextualização.

 A princípio, o que é a contextualização e como esta pode ser


desenvolvida ao longo de uma oficina temática?
A Contextualização e as Oficinas
Temáticas
 A contextualização pode ser concebida:
a) como uma estratégia metodológica de ensino de conceitos
disciplinares;
b) Como ferramenta para ensinar determinados conhecimentos da
ciência, da tecnologia, da cultura, da economia etc., propiciando
ao aluno atuar no mundo físico-social.
c) Como momento de reflexão crítica e interativa sobre situações
reais e existenciais para os estudantes, permitindo o trabalho
com os significados e atribuição de sentidos.
A Contextualização e as Oficinas
Temáticas

 Objetivos da contextualização:
a) Desenvolver atitudes e valores em uma perspectiva
humanística diante das questões sociais relativas à ciência e à
tecnologia;
b) auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de
aspectos relativos à natureza da ciência; e
c) encorajar os alunos a relacionar suas experiências escolares
em ciências com problemas do cotidiano.

Santos, 2007.
A Contextualização e as Oficinas
Temáticas

Nesse processo, buscar-se-á o desenvolvimento de atitudes e


valores aliados à capacidade de tomada de decisões responsáveis
diante de situações reais. Isso pode ser desenvolvido em uma
abordagem temática que, à luz da perspectiva de Paulo Freire,
vise a mediatização dos saberes por uma educação
problematizadora, de caráter reflexivo, de arguição da
realidade, na qual o diálogo começa a partir da reflexão sobre
contradições básicas de situações existenciais, consubstanciando-
se na educação para a prática da liberdade.

Santos, 2007.
A Contextualização e as Oficinas
Temáticas

Nesse processo, os sujeitos têm o que dizer, são capazes de:

Expressar e defender Apropriar-se de novas


pontos de vista (re)construir-se como
linguagens, sujeitos, nas interações
significados/usando/re sociais
construindo
(re)significar conhecimentos
conhecimentos
Negociar entendimentos

Produzir novos sentidos Tomar decisões com


aos saberes/fazeres base em argumentos
As Oficinas Temáticas

 Nas oficinas temáticas as atividades são baseadas em investigações,


interligadas a partir de um tema gerador. Estas atividades
apresentam situações e problemas procurando encorajar a
participação ativa dos estudantes.
 O desenvolvimento de uma oficina temática envolve as seguintes
escolhas:
 Tema
 Investigação/experimentos
 Conceitos químicos
As Oficinas Temáticas

 Para que(m) ensinamos?


 O que ensinar?
 Quais os temas e conteúdos que vamos ensinar?
 Tenho domínio dos conhecimentos envolvidos?
 Como vamos ensinar?
 Como contextualizar?
 Como identificar a aprendizagem?
Escolha do tema

 A escolha do tema leva em consideração a possibilidade de


abordagem de vários aspectos do conhecimento químico e de se
estabelecer relação com outros campos do saber.
 Assim, o tema deve permitir:
 contextualização do conhecimento científico pelo estabelecimento
de relações entre a realidade do aluno (cotidiano imediato),
problemas ambientais, sociais, políticos, econômicos, industriais
(cotidiano social) e os conteúdos da Química;
Escolha dos experimentos

 A experimentação nas oficinas temáticas tem as seguintes finalidades:


a) desenvolver a curiosidade e o gosto pela investigação;
b) permitir ao aluno testar e aprimorar suas próprias idéias, construindo
seus próprios conhecimentos;
c) desenvolver competências e habilidades cognitivas e manipulativas.
d) Permitir explorar vários conceitos relacionados ao tema e
proporcionam situações em que o aluno pode reconhecer uma ligação
entre a química e seu cotidiano.
Os conceitos químicos

 Dessa maneira, as atividades de uma oficina são elaboradas para provocar a


especulação de idéias, a construção de conceitos e o estabelecimento de
relações.
 Deve-se considerar que um conceito, numa oficina, é abordado num nível de
aprofundamento suficiente para o entendimento da situação em estudo.
 Então, um dado conhecimento, na maioria das vezes, não é tratado em todos
os aspectos que uma abordagem conceitual permitiria. Isto significa que os
conceitos podem ser retomados em outro nível de aprofundamento,
necessário para provocar outros entendimentos.
A Dinâmica das Oficinas
Temáticas

 Inicia-se o trabalho em uma oficina temática com a explicitação


das ideias prévias dos alunos sobre o tema gerador.
 Procura-se, assim, conhecer o que o aluno já sabe, aspectos de
sua cultura primeira que o tema evoca.
 Também, ao convidar o aluno a manifestar seus conhecimentos,
procura-se criar as condições para o desencadeamento de
aprendizagem significativa, uma vez que, nesse processo, as
idéias explicitadas podem servir de ancoragem para os conceitos
que se pretende que os alunos construam.
OFICINAS TEMÁTICAS

 A oficina, no sentido que se quer atribuir, pode representar


um local de trabalho em que se buscam soluções para um
problema a partir dos conhecimentos práticos e teóricos.
Tem-se um problema a resolver que requer competências, o
emprego de ferramentas adequadas e, às vezes, de
improvisações, pensadas na base de um conhecimento.
Requer trabalho em equipe, ação e reflexão.
OFICINAS TEMÁTICAS

 As principais características pedagógicas de uma oficina


temática podem, assim ser resumidas:
- Utilização da vivência dos alunos e dos fatos do dia-a-dia para
organizar o conhecimento e promover aprendizagens.
- Abordagem de conteúdos da Química a partir de temas relevantes
que permitam a contextualização do conhecimento.
- Estabelecimento de ligações entre a Química e outros campos de
conhecimento necessários para se lidar com o tema em estudo.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Introdução:
A luta do homem é a luta pela sobrevivência e o alimento é uma das
necessidades básicas para que sobreviva. Primeiro ele aproveita o
que a Terra oferece; fruto, vegetais, caça e pesca. A seguir, observa
a natureza, tenta imitá-la buscando conservar os alimentos – o
processo de secagem provavelmente tenha ocorrido a partir da
observação do homem ao perceber que os frutos maduros secos das
árvores ainda serviam de alimento.
 Questões históricas, sociais, econômicas e políticas.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 SubTema:
Alimentação balanceada
 Qual é a quantidade ideal de cada
alimento de que nosso corpo
necessita?

 Esquema de uma pirâmide


alimentar
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Quatro níveis:
 o arroz, pão, massa, mandioca: fontes de
carboidratos; contribui com a maior
parte das calorias da dieta.
 verduras e legumes e frutas: fontes de
vitaminas e minerais.
 leite, queijo e iogurte/ carnes e ovos:
fontes de proteínas, cálcio e vitaminas.
 óleos e gorduras/ açúcares e doces :
fontes de gorduras e carboidratos
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Alimentos como fonte de energia


 Em nossas atividades diárias gastamos certa quantidade de energia que
depende do esforço que realizamos.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Alimentos como fonte de energia


 Para que possamos realizar todas essas atividades nosso organismo precisa
continuadamente de energia
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Atividade Experimental: Queima de alimentos


 Questões iniciais para provocar interesse e evocação de ideias
1- Normalmente se escuta dizer: “Este alimento é rico em vitaminas e
proteínas”. O que você entende por estes termos?
2- Preencha a tabela abaixo, indicando exemplos de alimentos e
assinalando com um X na coluna dos constituintes que você
considera encontrar nesse alimento.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Atividade Experimental: Queima de


alimentos
3- Com base na tabela anterior, justifique Constituintes
por que você fez as opções entre açúcar
Alimento Açúcar Amido
e amido.
Beterraba
4- Na sua opinião, quais são as
implicações da ingestão de açúcar para Pão
nosso organismo (tanto do ponto de ....
vista dos aspectos positivos quanto
negativos)?
5- Apresente algumas fontes de açúcar.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Atividade Experimental: Queima de alimentos


6- Uma dona-de-casa resolveu preparar um bolo de maçã e
utilizou duas colheres de açúcar mascavo, pois afirmava que
era um açúcar isento de química. Reflita:
a) Você considera que a dona-de-casa está certa na sua afirmação?
Justifique sua resposta.
b) Que diferença você estabelece entre o açúcar refinado e açúcar
mascavo?
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Conceitos químicos que podem ser desenvolvidos com o experimento


• Noções de química orgânica (cadeias carbônicas, grupos funcionais)
• Princípio do funcionamento de um calorímetro
• Unidades de energia (calorias, quilocalorias e Joule)
• Cálculo proporcional
• Conceitos de calor, temperatura
• Cálculos estequiométricos
• Energia
• Reações exotérmica e endotérmica, reações de combustão
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Recomendações técnicas para a realização do experimento


- É interessante discutir com os alunos o funcionamento de um calorímetro
- É importante não esquecer de registrar a temperatura inicial e final da água a
cada alimento testado.
- A massa das amostras de alimento deve ser aproximadamente igual para que
se possa comparar a variação de temperatura.
- Esperar que o alimento testado entre em combustão e só então seja
introduzido no calorímetro.
- Colocar o alimento na chama imediatamente e cuidado para apagar.
- Explicar que podem ocorrer muitas variações, pois o sistema permite perdas
de energia.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Roteiro do Experimento: Energia nos alimentos


 Objetivo: Comparar o calor produzido na queima de alguns alimentos.
 Material e Reagente:
- 1 calorímetro construído com caixa de leite água destilada
- 2 tubos de ensaio pirex de 15mm x 150mm grãos de amendoim ou pedaços
- 1 pinça de madeira de nozes ou castanhas
- Fósforos - 1 frasco de 10mL - 1 termômetro de –10°C a 110°C
- 1 clipe aberto para prender/espetar o alimento
- lamparina a álcool - água
- grãos de amendoim, nozes ou castanha
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Roteiro do Experimento: Energia nos alimentos


 Procedimento:
1. Prender o tubo de ensaio (frasco) com a pinça de madeira e colocá-lo no
orifício superior do calorímetro, como mostra a figura ao lado. Regular a
altura do tubo para que fique cerca de 3 centímetros acima do azulejo.
2. Medir 10mL de água destilada e adicionar ao tubo de ensaio (franco).
3. Introduzir o termômetro no frasco e medir a temperatura inicial da água.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Roteiro do Experimento: Energia nos alimentos


 Procedimento:
4. Iniciar a queima de um dos alimentos através da chama da lamparina.
5. Ao observar que o alimento está queimando, introduzir o alimento no orifício
inferior do calorímetro, deixando-o próximo ao tubo de ensaio (frasco).
6. Quando terminar a combustão do alimento, medir a temperatura da água,
agitando-a previamente, e anotar esse valor.
7. Com outro tubo de ensaio (frasco), repetir o procedimento queimando outro
alimento e anotando novamente o valor.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Anotações e discussões
Solicitar aos alunos a construção de uma tabela como a que se encontra
exemplificada abaixo, e pedir a eles para anotarem suas observações
durante o experimento.

Alimento Temp. inicial ºC Temp. final ºC Variação de temp.


Pão
Noz
Amendoim
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Anotações e discussões
Pedir aos alunos que calculem a variação da temperatura para cada
alimento, utilizando os dados da tabela acima. Questões:
1. Como você explica o aquecimento da água?
2. Como você explicaria a variação de temperatura da água em função da
queima dos diferentes alimentos?

 Obs: Pode-se realizar a interdisciplinaridade com Educação Física (a boa forma


física, a prática de exercícios), Biologia (nutrição, qualidade de vida, teor calórico
dos alimentos, anorexia nervosa.
Exemplo
Os alimentos: composição e Nutrição

 Anotações e discussões
• Sugira pesquisa ou debates sobre como agir diante das irregularidades
na comercialização e industrialização dos alimentos.
• Sugira a realização da preparação de algum alimento. Por exemplo,
massa de pão, e, a partir daí, outras discussões que podem ser tratadas
(massa, fermentação, envolvimento da matemática etc.).
 Sugestão de texto para leitura e questões para o entendimento.
Referência

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