Aula 5 - Pan-Africanismo - Resistência e Lutas Na África Do Pós Segunda Guerra Mundial
Aula 5 - Pan-Africanismo - Resistência e Lutas Na África Do Pós Segunda Guerra Mundial
Aula 5 - Pan-Africanismo - Resistência e Lutas Na África Do Pós Segunda Guerra Mundial
SÉRIE
2024_EM_V1
História
2o bimestre - Aula 5
Ensino Médio
Conteúdo Objetivos
2024_EM_V1
● Pan-africanismo; ● Identificar o enfraquecimento
● Conferência de Bandung; dos impérios coloniais no pós
Segunda Guerra Mundial;
● Descolonização e
Independências no continente ● Compreender os principais
africano. fatores que levaram a
independência dos povos
africanos;
● Analisar o projeto político e
cultural do pan-africanismo;
Para começar
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Todos falam!
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Na prática
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De surpresa!
Para
Para leitura
leitura do
do Texto
Texto II:
II: A
A violência
violência epistêmica
epistêmica éé uma
uma forma
forma de
de dominação
dominação
que
que ocorre
ocorre no
no campo
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conhecimento, onde
onde aqueles
aqueles que
que detêm
detêm poder
poder
impõem
impõem discursos
discursos ee posições
posições sociais
sociais considerados
considerados corretos
corretos ee naturais,
naturais, em
em
detrimento ao de grupos oprimidos. Isso resulta na desvalorização
detrimento ao de grupos oprimidos. Isso resulta na desvalorização ou ou
marginalização
marginalização das
das formas
formas dede conhecimento
conhecimento desses
desses grupos,
grupos, mantendo
mantendo as as
desigualdades
desigualdades ee injustiças.
injustiças.
10 MINUTOS
Na prática
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TEXTO I. Afinal, descolonização por quê?
“No seu nascedouro, a palavra descolonização já vem carregada de
ideologia, parecendo definir um destino histórico dos povos
colonizados: depois de ter colonizado, o europeu descoloniza, estando,
pois, implícita a vontade do país colonizador de abrir mão de pretensos
direitos adquiridos em determinado momento. A generalização do termo
implica, de certa forma, uma interpretação eurocêntrica da História, ou
seja, a noção de que só a Europa possui uma História ou é capaz de
elaborá-la. Os outros não têm História: nem passado a ser contado
nem futuro a ser elaborado” (LINHARES, 2005, p. 41).
Na prática
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TEXTO II. Uma história de negações
“[...] o colonizador destrói o imaginário do outro, invizibilizando-o e subalternizando-o,
enquanto reafirma o próprio imaginário. Assim, a colonialidade do poder reprime os
modos de produção de conhecimento, os saberes, o mundo simbólico, as imagens do
colonizado e impõe novos. Opera-se, então, a naturalização do imaginário do invasor
europeu, a subalternização epistêmica do outro não-europeu e a própria negação e o
esquecimento de processos históricos não-europeus. [...] Essa negação [...], implanta
problemas reais em torno da liberdade, do ser e da história do indivíduo subalternizado
por uma violência epistêmica. Podemos afirmar [...], que o discurso da história do
pensamento europeu é, de um lado, a história da modernidade europeia e, de outro, a
história silenciada da colonialidade europeia. Pois, enquanto a primeira é uma história
de autoafirmação e de celebração dos sucessos intelectuais e epistêmicos, a segunda é
uma história de negações e de rejeição de outras formas de racionalidade e história”.
(OLIVEIRA; CANDAU, 2010, p. 19-22).
Na prática
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Correção
● O fim do colonialismo não representou o fim das práticas
coloniais nos sentidos político, econômico e social. A
colonialidade continua a influenciar e perpetuar sistemas de
poder desiguais, reprimindo saberes, imaginários sociais e formas
de pensar e viver no mundo não-europeus. Isso ocorre por meio
da imposição de um imaginário eurocêntrico, subalternizando
outros conhecimentos e negando a história e a racionalidade não-
europeias, resultando em uma violência epistêmica que reprime a
liberdade e a identidade dos povos colonizados.
Foco no conteúdo
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A África entre o pan-africanismo e a fragmentação
“No século XIX, os europeus se apossaram de grandes porções da Ásia e
da África e submeteram seus povos. A dominação europeia nesses
continentes caracterizou-se pela violência e, por vezes, pela
irracionalidade; foram comuns práticas como o confisco de terras, o uso
de trabalho forçado, a cobrança de impostos abusivos e o racismo, que
oprimia os africanos e os asiáticos em sua própria terra. Esses fatores
ajudam a explicar a resistência africana e asiática à dominação europeia.
Nos trinta anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial
(1945), a imensa maioria dos povos daqueles continentes conquistou sua
independência” (BOULOS JR., 2018). Continua…
Continua…
Foco no conteúdo Continua…
Continua…
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Os principais fatores da independência dos povos africanos e asiáticos
foram:
a luta dos próprios africanos e dos asiáticos pela independência de
seus países;
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Continua…
Continua…
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Continua…
Continua…
“A negritude, movimento político-literário nascido no final dos anos
1930, também contribuiu com ideias que alimentaram as
independências africanas. A negritude teve entre seus principais
representantes o senegalês Léopold Senghor, primeiro presidente
do Senegal (1960-1980), e Aimé Césaire (natural da Martinica),
ambos escritores e poetas.
Defendiam a valorização das culturas negras e rejeitavam
radicalmente a dominação colonialista. A ideia central desse
movimento era que os africanos e seus descendentes
tinham um patrimônio cultural comum, daí a necessidade de
estreitamento e trocas culturais entre eles e de busca por
uma vida melhor e independente” (BOULOS JR., 2018).
Léopold
Léopold Sédar
Sédar Senghor
Senghor (1906-2001),
(1906-2001), em
em 1975.
1975. Biblioteca
Biblioteca Nacional
Nacional da
da França.
França. Grafite
Grafite de
de A.
A. Colyr
Colyr Bonnin,
Bonnin,
em
em homenagem
homenagem aa Aimé
Aimé Césaire
Césaire no
no Skatepark
Skatepark de
de Royan,
Royan, França.
França.
Na prática
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Faça agora!
“O Pan-africanismo é uma teoria libertária que procura a unidade e a autonomia dos povos
africanos e afrodescendentes e o combate à desumanização imposta pelos sistemas
coloniais e escravistas às populações negras do mundo, compreendendo a população negra
como parte de uma identidade cultural, política, econômica e social de povos que vivem ou
são originários do continente africano.” (SILVA, 2014, p. 58-59).
Na prática
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TEXTO 2. “Eu falo da liberdade”
Durante séculos, os europeus dominaram o continente africano, o homem branco se arrogou
o direito de governar e ser obedecido pelos não-brancos; sua missão, dizia ele, era "civilizar"
a África. Sob esse manto, os europeus roubaram o continente de vastas riquezas e
infligiram sofrimentos inimagináveis ao povo africano. Tudo isso forma uma história triste,
mas agora devemos estar preparados para enterrar o passado com suas memórias
desagradáveis e olhar para o futuro. Tudo o que pedimos às antigas potências coloniais é
sua boa vontade e cooperação para remediar os erros e injustiças do passado e conceder
independência às colônias na África? É evidente que devemos encontrar uma solução
africana para os nossos problemas e que isso só pode ser encontrado na unidade africana.
Divididos somos fracos; unidos, a África poderia se tornar uma das maiores forças pelo bem
no mundo” (MANOEL; LANDI, 2019, p. 108).
Kwame
Kwame Nkrumah.
Nkrumah. Excerto
Excerto do
do texto
texto "Eu
"Eu falo
falo da
da liberdade:
liberdade: uma
uma declaração
declaração de
de ideologia
ideologia
africana",
africana", publicado
publicado em
em 1961.
1961.
Na prática
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Correção
● O discurso de Kwame Nkrumah reflete os princípios do pan-
africanismo ao afirmar que a colonização europeia na África foi
uma imposição de domínio e exploração, e não uma “missão
civilizadora”. Ele ironiza a necessidade de buscar a “cooperação
das antigas potências coloniais” nos processos de
independência, destacando que a unidade africana seria a forma
de superar a divisão e fortalecer o continente, no intuito de
enfrentar os desafios futuros. Assim sendo, em seu discurso,
destaca que a solução para os problemas africanos deve ser
encontrada internamente, por meio da cooperação e
solidariedade entre os povos africanos.
Foco no conteúdo
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Independências e alinhamento
As lutas pela independência da África e da
Ásia também contaram com a solidariedade
dos países recém-libertos.
Na Conferência de Bandung, realizada na
cidade de Bandung, na Indonésia, em 1955,
29 países independentes se
autodenominaram ‘Terceiro Mundo’,
Acesse o link e veja a
declararam-se não alinhados, ou seja, cronologia das
neutros na Guerra Fria entre Estados Unidos independências dos países
e União Soviética, e prometeram apoiar as africanos.
independências na África e na Ásia”
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(BOULOS JR., 2018).
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Na prática
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Virem e conversem!
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TEXTO I. A Conferência de Bandung
“[…] A luta por soberania implicou a escolha de estratégias eficazes definidas
pelas elites culturais e políticas africanas em fóruns internacionais com o objetivo
de superar uma série de impasses para que se constituíssem os Estados
Nacionais. Tratava-se, portanto, de estabelecer ações comuns em torno dos
mesmos interesses como forma de impedir que a consecução do objetivo maior, a
independência, se dissolvesse em protestos isolados. Assim, estava posta a
questão dos caminhos, decisiva para os países africanos, no pós-Segunda Guerra
Mundial, quando ganhou prevalência o tema da autodeterminação, mas também
os da cooperação e da integração dos países do ‘Terceiro Mundo’. […] Em 1954,
foi lançada a realização de um encontro, cabendo a Sukarno, presidente da
Indonésia, preparar o evento que resultou na Conferência Governamental Afro-
Asiática ou, como é mais conhecida, Conferência de Bandung. Continua…
Continua…
Na prática
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Pode-se identificar que em Bandung foi escolhida fundamentalmente uma
estratégia retórica que denunciava a existência de relações assimétricas entre
os espaços geopolíticos afro-asiáticos e os blocos dos países aliados dos dois
superpoderes que emergiram da Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos
e a URSS.
Propunha como necessária a constituição de um espaço de manobra buscando
romper o âmbito das relações verticalizadas que implicavam dominação e
exploração, por meio da ideia de pacificação fundada por Gandhi. Nesse
sentido, formou-se um movimento pela intervenção das Nações Unidas
identificada para regulamentar os ‘[…] conflitos por meios pacíficos, tais como
as negociações, a conciliação, a arbitragem ou a regulamentação jurídica ou
outras medidas decididas pelas partes em causa no quadro da Carta das
Nações Unidas’.”(HERNANDEZ, 2005. p. 166-167).
Na prática
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Correção
É importante destacar, que nos anos seguintes à realização da
Conferência de Bandung, mais de 30 colônias conseguiram a
independência. Dentre os objetivos mais explícitos em suas
resoluções, estavam a promoção de uma cooperação dos países
recém-independentes (denominados de Terceiro Mundo), tanto no
aspecto econômico como cultural, além da instituição de um
tribunal que julgaria os crimes contra a humanidade. Havia o intuito
de fazer frente ao colonialismo, defendendo a autodeterminação dos
povos, além de manter uma “neutralidade” em relação à Guerra Fria
com os blocos de influência dos EUA e URSS.
Para aprender mais!
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Dez princípios da Conferência de Bandung
1º) respeito aos Direitos do Homem (destacando a não-distinção entre raças
e crenças) e à Carta das Nações Unidas (constitucionalizando as relações
internacionais na busca de estabilidade para o sistema internacional, com a
delimitação jurídica do exercício do poder);
2º) respeito à soberania e à integridade de todas as nações;
3º) não-ingerência nos assuntos internos de outros países;
4º) direito de cada nação de se defender só ou coletivamente;
5º) abstenção de recorrer a acordos de defesa coletiva que tenham em vista
servir aos interesses particulares de uma grande potência;
6º) abstenção de qualquer país de exercer pressão sobre outros países;
7º) não-recurso à força contra outro país;
8º) resolução negociada dos problemas em litígio e cooperação;
9º) respeito pela justiça;
10º) respeito pelos compromissos internacionais.
(HERNANDEZ, 2005. p.167).
Aplicando
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Todo mundo escreve!
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● Identificamos o enfraquecimento dos
impérios coloniais no pós Segunda
Guerra Mundial;
● Compreendemos os principais fatores
que levaram a independência dos povos
africanos;
● Analisamos o projeto político e cultural
do pan-africanismo.
Referências
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BOULOS JR., A. Sociedade & Cidadania. História. São Paulo: FTD, 2018.
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo
Negro, 2005.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre:
Penso, 2023.
MANOEL, J.; LANDI,G. (orgs.). Revolução Africana: uma antologia do pensamento marxista. São
Paulo: Autonomia Literária, 2019.
OLIVEIRA, L. F. DE .; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural
no Brasil. Educação em Revista, v. 26, n. 1. Disponível em: https://cutt.ly/3w1dmX6C. Acesso em:
05 mar. 2024.
REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. (orgs.). O Século XX. O Tempo das
Dúvidas. Do declínio das utopias às globalizações. (vol. 3). Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira, 2005.
SILVA, Renata Aquino; Júnior, Henrique Cunha. Mandela líder maior de uma geração de Pan-
africanismo Libertário. In: Ciência e luta de classes digital. Ano I, Vol. I. N. 1.
Referências
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Lista de imagens e vídeos
Slide 10 - Bandeira Pan-Africana, pela AUPN. Disponível em: https://cutt.ly/Xw1wmJfI. Acesso em:
05 mar. 2024.
Slide 15 - Cronologia das independências políticas africanas. Google Maps. Disponível em:
https://cutt.ly/Uw1hRlD0. Acesso em: 06 mar. 2024.
Referências
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Lista de imagens e vídeos
Slide 22 - Mia Couto. Um retrato sem moldura. Excertos do prefácio do livro A África na sala de
aula, de Leila Hernandez. Apud: HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à
história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 11. Disponível em:
https://cutt.ly/Ww1D1ZR4.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do Canva.
Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/. Acesso em: 06 mar. 2024.
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