SISTEMA DIGESTÓRIO
Para quê
precisamos
comer?
Para a reposição de
água, substratos
energéticos,
vitaminas e sais
minerais.
Mas como comemos
de tempos em
tempos...
... reservamos
substratos
energéticos.
Tais reservas energéticas são armazenadas
como formas complexas:
TRIGLICERÍDEOS (ácidos graxos e glicerol)
GLICOGÊNIO HEPÁTICO E MUSCULAR
(glicose/lactato)
PROTEÍNAS (aas glicogênicos)
Do quê nos alimentamos?
Da reserva de substratos energéticos
complexos de outros animais e/ou de
vegetais:
-glicogênio hepático e/ou muscular, amido,
sacarose e lactose
-triglicerídeos (ácidos graxos e glicerol)
- proteínas (aas glicogênicos)
ingestão de formas
complexas
digestão de formas
complexas
sistema digestório
complexo
DIFERENTES ANIMAIS
• Diferentes hábitos alimentares
• Particularidades
• Grande diversidade estrutural
•Obedecem as 5 funções do Sistema Digestório 1-
Digestão
2-motilidade
3-secreção 4-
absorção 5-
excreção
ASPECTOS COMPARATIVOS
DA DIGESTÃO
• Grande diversidade estrutural e funcional
• Hábitos alimentares
CLASSIFICAÇÃO
Carnívoros
• Animais cuja alimentação é de origem animal;
• Cão e o gato são carnívoros por excelência;
• O trato gastrintestinal é proporcionalmente curto em relação ao
comprimento do corpo (relação 1:5);
• A alimentação consiste, basicamente, de alimentos ricos em
nutrientes de alta digestibilidade.
Herbívoros
Animais cuja alimentação é de origem vegetal.
Dentre estes, destacam-se eqüídeos, bovinos, ovinos, caprinos e coelhos.
Apresentam, no trato digestório, segmentos ampliados (estômago,
intestino grosso), que são particularmente importantes para
decomposição dos componentes da parede celular (celulose,
hemicelulose etc.) por microrganismos.
Onívoros
Colocados em posição intermediária, pois sua alimentação pode ser
tanto de origem vegetal como animal.
O suíno, algumas sp de peixes, e as aves são considerados
representantes desta classe.
O TGI dos onívoros é mais longo que o dos carnívoros, e
apresenta diferenciação.
Carnívoros
Digestão enzimática – A digestão microbiana é mínima
Herbívoros
2 grupos:
Ruminantes: fermentação microbiana – grande (ocorre antes da enzimática)
Estômago simples: fermentação microbiana ocorre na parte distal do TGI
Onívoros
Digestão principalmente de natureza enzimática
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
RUMINANTES x NÃO RUMINANTES
Sistema digestório de não-ruminantes
Possuem um compartimento simples para digestão gástrica, isso
é, um estômago simples.
Ex: suíno, eqüino e ave.
A maioria dos monogástricos utiliza alimentos fibrosos de modo
pouco eficiente, com exceção dos eqüinos e coelhos.
PARTES DO APARELHO DIGESTÓRIO
Secreção das glândulas salivares
Quimo Secreção
Absorção Secreção fígado, pâncreas e ID
Fezes Secreção do IG
Boca contém quatro grupos acessórios:
1. Lábios – apreensão;
1. Língua – apreensão, mistura e
deglutição. Sentido do paladar;
3. Dentes – apreensão e
mastigação;
4. Glândulas salivares – três pares
de Glândulas, que secretam a saliva.
Saliva
Água – umedece os alimentos abocanhados;
Mucina – lubrifica os alimentos, facilitando a digestão;
Íons bicarbonato – tampões, ajudam a regular o pH do
estômago;
Enzimas – amilase (α-amilase); lisozima.
Saliva
Espécie Quantidade pH
Eqüino 40 L.dia-1 7,56 (7,31 a 7,80)
Suíno 15 L.dia-1 7,32 (7,15 a 7,47)
Homem 1,5 L.dia-1 -
Galinha 25 g.dia-1 6,75
Bovino 98 – 190 L.dia-1 8,30 (8,20 a 8,40)
Ovino 6 – 16 L.dia- -
1Fonte: Teixeira (1987).
Glândulas Salivares
Figura 1 – Distribuição das glândulas salivares no
bovino.
Esôfago
Ondas peristálticas
A ingesta é transportada da boca para o
estômago
PARTES DO
APARELHO
DIGESTÓRIO
Cárdia
Estômago
Órgão digestório oco, em forma de pêra.
Estômago
Estoca por algum tempo e tritura, mediante contrações
musculares, o alimento ingerido.
Secreta o suco gástrico.
Presença do alimento no estômago induz a produção do suco
gástrico.
Contém água, HCl e pepsinogênio (pepsina c/ pH ácido)
HCl possibilita a manutenção do pH (pH 2)
O material que sofreu a ação do suco gástrico e deixa o
estômago é denominado QUIMO.
Intestino Delgado (ID)
Tubo digestório dividido em três seções:
Duodeno – sítio ativo de digestão
e absorção;
Jejuno – sítio ativo de absorção;
Íleo – porção caudal. Sítio ativo
de absorção e reabsorção.
PARTES DO
APARELHO
DIGESTÓRIO
Intestino Delgado (ID)
Vilos digitiformes
Aumenta a superfície
efetiva de absorção e
secreção do intestino.
Intestino Delgado (ID)
Projeções papilares: vilos e microvilos.
Aumentam a área de superfície do intestino (absorção).
Intestino Grosso (IG):
Dividido em três seções:
Ceco – tamanho variável nas diferentes
espécies. Geralmente muito maior em herbívoros do
que em carnívoros e onívoros;
Cólon – seção média;
Reto – última seção.
Intestino Grosso (IG)
Funções:
Reabsorção de água;
Secreção de minerais, como o cálcio;
Câmara de fermentação microbiana, com alguma digestão de
alimentos fibrosos, síntese bacteriana e de vit. K e algumas do complexo
B;
Formação e expulsão do bolo fecal
Distensão do reto Reflexo de defecação
Intestino Grosso (IG)
Freqüência de defecação:
Digestibilidade do alimento
Quantidade de fezes no cólon
Espécie Freqüência (vezes.dia-1)
Eqüinos 5 a 12
Bovinos 10 a 24
Carnívoros 2a3
Fonte: Adaptado de Teixeira (1987).
Ruminantes – da entrada do alimento até a expulsão das fezes (3 a 4 dias)
FATORES RESPONSÁVEIS PELA DIGESTÃO
Sistema digestório de Aves
Sistema Digestório
Ruminantes
Introdução
- Animais domésticos
Digestão
Absorção Similares em termos fisiológicos
Metabolismo
- Alimento
Macromoléculas (grande tamanho) – absorção dificultada
Degradação – pequenas partículas
HCl – estômago
Bile – fígado
Enzimas digestivas – glândulas
Digestão
Abrange uma série de atividades no trato digestivo pelas quais os alimentos são
decompostos em partículas reduzidas e finalmente tornadas solúveis para absorção
Ingestão de Processo Processo
Alimento Digestiv Absortivo
o
grandes moléculas utilização
moléculas menores
Funções
• Armazenamento de alimentos por um período de tempo;
• Preparação do alimento para absorção;
• Absorção de nutrientes
• Rejeição da porção não digerida
• Órgãos do sistema digestivo
• Órgãos acessórios
Abomaso
Omaso
Retículo
Rúmen
Intestinos
Delgado
Grosso
Sequência:
1. Mastigação
2. Deglutição
3. Rúmen
4. Retículo
5. Regurgitação
6. Mastigação
7. Deglutição
8. Omaso
9. Abomaso
10. ID
11. IG
Retículo
Omaso
Rúmen
Abomaso
Ruminação e eructação
Ruminação:
– Forma controlada de “vômito”
– Permite remastigação e nova deglutição de sólidos
– Até 8h/dia – dependente da dieta
Eructação:
• Eliminação de gases da fermentação microbiana (metano e carbônico)
• Timpanismo: espuma no rúmen impede o mecanismo de eructação
pode levar à morte
Ruminação
1) Regurgitação
2) Remastigação
3) Reinsalivação
4) Redeglutição
Eructação
Contrações ruminais forçam os gases voltar
GAS GA
S
A S
G
Remastigação e redeglutição
Espécie
Órgão
s Ovinos Bovinos
Rúmen/Retículo 73 62
Omaso 9 24
Abomaso 18 14
Volume (R/R) 4-8 60-100
(litros)
Intestino
Delgado Esôfago
Omaso
Rúmen
Retículo
Abomaso
Rúmem ou pança
• Maior compartimento: órgão muscular
• Cerca de 120 a 240 l de material, onde há
fermentação, cerca de 150 milhões de mo (bactérias,
fungos e protozoários) ( numa colher de chá)
• Bactérias: ambiente quente e úmido, sem oxigênio, T
39 C, pH 5.8 a 6.4
Características do epitélio ruminal e suas funções
Escamoso
Estratificado
Queratinizad
o Aglandular
•
Funções do epitélio ruminal
Esse mecanismo facilita a absorção
de AGV e reduz o pH ruminal pela
formação de íons bicarbonato
- As c élulas do epitélio ruminal te m
a nidra s e carbônica que sintetiza o ácido carbônico
a partir de CO2 e H2O .
-Esse composto se dissociam em íons bicarbonato
( HCO2 + H+) e íons hidrogênio.
-O H + é transportado para a luz ruminal trocado por
sódio, onde se associa com ânions de ácidos graxos,
fo r m a n d o á c i d o s g raxo s l i v re s q u e p o d e
s e r absorvidos mais rapidamente através do
epitélio ruminal .
- Os íons de bicarbonato vão para o lúmen ruminal
trocados pelo íons de cloro reduzindo o pH deste
compartimento .
Retículo
• Compartimento de onde ocorre a
Regurgitação e remastigação (ruminação)
• Fermentação: retículo e rúmem
• Marca-passo da ruminação
Funções do retículo
-Direciona a ingesta para interior do rúmen e realiza movimentos rumino-reticulares;
-Regula passagem da ingesta para o omaso;
-Fornece umidade aos conteúdos ruminais;
-Se contrai, pressionando o conteúdo rico em água para o cárdia durante a regurgitação;
- Conteúdo parece um caldo de cana;
- Possui um epitélio com lamínulas colunares;
Mucosa com lamínulas colunares
Omaso ( folhoso)
• Redução do tamanho da partícula e redução
do excesso de água antes de seguir para
o abomaso
Omaso ou livro
-Possui uma estrutura parecendo folhas de um
livro;
-Funciona como uma bomba de sucção e
pressão.
-Aspira o conteúdo do reticulo e pelo
alargamento ativo do canal do omaso e pela
contração e transporta o conteúdo para o
abomaso
-Espreme o conteúdo ruminal deixando-o
pastoso;
-Absorve eletrólito, principalmente íons de
bicarbonato, água e AGV.
Abomaso (coagulador)
• Ácidos e enzimas digerem o alimento
• Porção glandular do TGI, ação de enzimas
• Pouco tempo neste compartimento
• Alimento estimula a produção de HCl:
pepsinogênio– pepsina: quebram proteína ( aa
e peptídeo)
• pH 2 a 4
• Posteriormente serão absorvidos no ID
ABOMASO
-É um saco em forma de pêra e corresponde a
parte glandular do estômago dos ruminantes;
-A mucosa glandular possui 12 a 14 pregas que se
dirige em direção ao piloro em forma espiral;
-A parte dobrada da mucosa constitui a região das
glândulas fúndicas e a zona lisa a região das
glandular pilóricas;
-Hidrolisa as proteínas microbianas oriundas do
rúmen e coagula o leite
Intestino Delgado
• Onde há a absorção dos nutrientes o pH vai aumentando
gradativamente
• a enzima secretada pelo pâncreas e pela mucosa tem um pH
ótimo ao redor de 7,0.
• Os sais biliares, sintetizados no fígado a partir do colesterol,
ajudam na manutenção do pH alcalino e agem como
emulsificantes que separam os glóbulos de gordura e dá a lipase
maior área para agir.
• As secreções biliares e pancreáticas neutralizam os ácidos
gástricos e fornecem enzimas para hidrólise de amido, proteína e
gordura.
Intestino Delgado
Duodeno (60 – 80 cm iniciais)
• Liberação de bile e secreções pancreáticas
• Sítio da digestão enzimática
Jejuno (maior parte do ID)
• Sítio ativo de absorção de nutrientes
Íleo (parte final do ID)
• Sítio ativo de absorção de nutrientes
• Absorção de água, vitaminas e minerais
• Presença de bactérias - fermentação
INTESTINO GROSSO
Funções:
• A) Digestão fermentativa - não existem secreções enzimáticas
• B) Absorção água, ácidos graxos e minerais
• C) Armazenamento de material digerido
CECO
• Parte inicial do intestino grosso
• Função: digestão vegetal (herbívoros) – apêndice vermiforme
• bactérias celulolíticas
• bactérias hemicelulolíticas
COLON
• Ascendente, Transverso e Descendente
• Função: absorção de líquidos
• movimentação do material fecal para o ânus
RETO
• Área muscular terminal do trato gastrointestinal
• Função: armazenamento de fezes e defecação
Gás
Zona Sólida
Zona Pastosa
Zona Líquida
• Órgãos acessórios
Dentes, língua, glândulas salivares, fígado e pâncreas
Gotera Esofâgica
Goteira esofágica
• Normalmente, as bordas da goteira esofágica estão
separadas, deixando passar certos tipos de alimento
(forragens sólidas, água, etc.), para o rúmen e o retículo.
• nos filhotes, a ingestão de leite provoca um reflexo que
faz com que as bordas da goteira se unam, fazendo com
que o leite passe diretamente ao abomaso.
• Manter cabeça bezerro no alto ao amamentar
Fatores que influenciam a coagulação da
caseína do leite no abomaso
• Temperatur l
a
• pH
• Prorenina (renina-coagulação do leite)
• Íons de cálcio
Fatores que influenciam o reflexo de
formação da goteira esofagiana
• Sais de sódio estimula o reflexo em bovinos
• Sais de alumínio estimula o reflexo em caprinos e ovinos
• Desidratação estimula o reflexo nos ruminantes adulto
• Desmame e idade – desaparece o reflexo para leite
Goteira esofagiana ou sulco reticular
• É uma formação reflexa de um canal desde a
cárdia, parte ventral do retículo até o orifício
retículo-omasal
receptores – parte posterior cavidade oral e mucosa faringe
via sensitiva – nervo glossofaríngeo
centro nervoso- tronco encefálico
via motora – Ramo do nervo vago dorsal
Os bovinos, bubalinos ovinos e caprinos,
nascem monogástrico
Ao nascimento o maior compartimento é o abomaso
ocupa 56% a 62% do estomago total
Desenvolvimento ruminal
Não-desenvolvido Desenvolvido
DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ-
ESTÔMAGOS
• Depende da dieta
-Leite
-Concentrado
-Volumoso
Proporções dos compartimentos do trato digestório de
bezerros em sistema de pastejo
VANTAGENS DE SE ALIMENTAR O RUMINANTE JOVEM
COM VOLUMOSO
• FORMAÇÃO DAS FOLHAS DO OMASO;
• FORMAÇÃO DAS PAPILAS DO RÚMEN PELA AÇÃO DOS AGV;
• DESENVOLVIMENTO DA MUSCULATURA LISA ;
• DESENVOLVIMENTO DA FLORA E FAUNA NOS PRÉ-ESTÔMAGOS
OBRIGADA.......................