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ECONOMIA DE EMPRESAS

E LEGISLAÇÃO MINEIRA

Professor: MSc.Manuel Bravo

E-mail: [email protected]
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 42.º
(Propriedade dos recursos minerais)

Os recursos minerais existentes no solo, no subsolo, no mar


territorial, na plataforma continental, na zona económica exclusiva e
nas demais áreas do domínio territorial ou marítimo sob jurisdição da
República de Angola, são propriedade originária do Estado e fazem
parte do seu domínio privado.
ARTIGO 43.º
(Propriedade dos produtos da mineração )

Os minerais e os produtos da mineração explorados e extraídos de


acordo com as regras deste Código e da legislação complementar
são propriedade das entidades titulares dos respectivos títulos de
prospecção e exploração atribuídos nos termos que forem
estabelecidos nos respectivos contratos de concessão.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 44.º
(Concurso de outros minerais)

1. Quando, em virtude de operações mineiras, ocorrer a descoberta


de outros minerais não incluídos no respectivo título de concessão,
pode o seu titular requerer que os direitos mineiros sobre esses
outros minerais lhe sejam atribuídos, nos termos deste Código,
gozando do direito de preferência face a outros pretendentes, em
igualdade de condições.

2. A descoberta de minerais que concorram com os minerais


titulados deve ser notificada ao órgão de tutela ou à concessionária
nacional, num prazo não superior a trinta dias após a sua ocorrência.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 44.º
(Concurso de outros minerais)

3. Caso se trate de minerais estratégicos ou sujeitos a regime


especial, os minerais encontrados são sujeitos ao regime legal
aplicável a esses minerais.
ARTIGO 46.º
(Descoberta casual de minerais)

Qualquer cidadão, nacional ou estrangeiro, que, por simples


inspecção do terreno, fora das áreas já concedidas, descubra recursos
minerais que o órgão competente da tutela comprove terem
interesse económico, deve declará-lo e tem o prazo de cento e
oitenta dias para, individualmente ou em associação, solicitar os
direitos de prospecção e exploração da área respectiva.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

SECÇÃO III
Suspensão e Extinção de Direitos Mineiros

ARTIGO 53.º
(Suspensão das actividades mineiras)

1. O órgão de tutela pode ordenar a suspensão das operações mineiras


em caso de risco grave para a vida e para a saúde das populações,
para a segurança das minas, a salubridade dos locais de trabalho, o
ambiente, a fauna, a flora ou como sanção prevista no presente
Código ou na legislação complementar.

2. Antes de ordenar a suspensão, nos termos do número anterior deste


artigo, o órgão de tutela deve notificar os interessados para que possam
solucionar as causas que fundamentaram a suspensão no prazo de trinta
dias.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

3. Em casos de risco grave para a vida e a saúde das populações e dos


trabalhadores, ou para a segurança da mina, a obrigação de suspender impende
sobre o concessionário, que deve informar ao órgão de tutela as medidas a
tomar para ultrapassar a situação, no prazo de até oito dias.

4. O órgão de tutela pode, a pedido do concessionário e por razões de natureza


técnica e económica devidamente justificadas pelo requerente, autorizar a
suspensão ou redução das actividades geológico-mineiras por um período que
não comprometa a revitalização das operações.

5. A suspensão ou redução das actividades mineiras abaixo do nível estabelecido


nos planos de trabalho, que não forem determinados por razões de força maior
ou quaisquer outras razões atendíveis ,nos termos do diploma de concessão, do
presente código ou da legislação complementar, são consideradas como
incumprimento do contrato de concessão e susceptíveis de penalidades, nos
termos da lei.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 54.º
(Causas de extinção de direitos mineiros)

Os direitos mineiros extinguem-se por qualquer das seguintes causas:


a) caducidade;
b) rescisão do contrato ou revogação do título de concessão;
c) resgate;
d) acordo entre as partes contratuais;
e) suspensão das actividades mineiras por um período de seis meses,
sem justificação;
f) abandono da actividade mineira.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 55.º
(Caducidade)

Os direitos mineiros caducam nos seguintes casos:


a) pelo decurso do prazo de vigência do título de concessão e
respectivas prorrogações, feitas nos termos dos artigos 125.°
(Duração e prorrogação dos direitos de prospecção) e 134.°
(Emissão do título de exploração) deste Código;
b) por se terem concluído antes do prazo as operações mineiras ou
esgotados os recursos minerais objecto da concessão, devidamente
comprovado pelo órgão de tutela;
c) pelo abandono da área de concessão.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 56.º
(Rescisão e revogação)

1. Constituem fundamento de rescisão do contrato de concessão ou


de revogação do título de concessão os seguintes:
a) cláusulas contratuais específicas que a ela dão lugar;
b) inviabilidade técnico-económica superveniente do projecto;
c) incumprimento das obrigações legais ou das resultantes do
contrato ou do título de concessão;
d) abandono, suspensão ou redução das actividades mineiras, fora
das condições estabelecidas neste código, ou no título, ou nos
contratos;
e) suspensão das operações mineiras por motivo de força maior,
definidos no contrato ou título de concessão;
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 56.º
(Rescisão e revogação)

f) condenação do titular da concessão pelo crime de desobediência


qualificada, por factos resultantes de incumprimento de actos
previstos neste Código mandados executar pela autoridade
competente, nos termos do artigo 213.° (Penalizações das inflacções
administrativas);
g) reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação ou exploração
de recursos minerais não incluídos no contrato ou título de
concessão;
h) impossibilidade absoluta de cumprimento das obrigações
contratuais.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 56.º
(Rescisão e revogação)

2. O incumprimento pelos concessionários das obrigações legais ou


resultantes do contrato ou do título de concessão, punível com
qualquer das sanções administrativas previstas no presente Código e
na legislação complementar, só pode ser invocado como fundamento
de rescisão em caso de reiteração.

3. A rescisão por iniciativa do Estado é precedida de uma notificação


do concessionário indicando os motivos legais da rescisão, bem como
os fundamentos de facto e as provas da existência dos mesmos,
estabelecendo-se um prazo de sessenta dias a partir da data da
notificação para responder e exercer o direito de defesa.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 56.º
(Rescisão e revogação)

4. O órgão de tutela aprecia os argumentos de defesa e decide no


prazo de sessenta dias, cabendo recurso desta decisão, nos termos
gerais do direito administrativo. A falta de decisão ou resposta neste
prazo tem os efeitos do indeferimento.

5. A rescisão por parte do concessionário de direitos mineiros é feita


com observância dos procedimentos prescritos no n.º 3 (Exclusões)
deste artigo, com as necessárias adaptações, sendo competente para
dirimir eventuais conflitos o foro judicial da província onde se situa o
órgão de tutela.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 57.º
(Resgate)

1. A área de concessão pode ser resgatada por razões de utilidade


pública, mediante justa indemnização ao concessionário quando
tiverem sido descobertos recursos minerais estratégicos ou
sujeitos a regime especial, cuja exploração se revista de maior
interesse para a economia nacional.

2. O resgate pode ser total ou parcial, e implica a substituição do


concessionário pelo Estado, com transmissão para este da posse e da
propriedade da parte dos bens resgatados, incluindo os imóveis
adquiridos para o exercício de direitos mineiros, a assunção pelo
Estado das dívidas do concessionário resultantes das actividades
geológicas e mineiras e a sub-rogação nos respectivos créditos.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 57.º
(Resgate)

3. Sempre que possível, a seu pedido e em condições comerciais negociadas e


acordadas, o concessionário que vir o seu direito resgatado, nos termos do n.º 1 do
presente artigo, tem o direito de participar da nova concessão.

4. Para calcular a indemnização devida em caso de resgate da concessão, deve


atender-se aos factores seguintes:
a) valores dos investimentos realizados na fase de prospecção, pesquisa,
reconhecimento e avaliação;
b) na fase de exploração, o valor do investimento realizado na fase de prospecção,
pesquisa, reconhecimento e avaliação, não recuperado;
c) valor dos bens referidos no n.° 2 (Âmbito de aplicação) deste artigo, o lucro
médio estimado para os dez anos seguintes de exploração e as dívidas que houver
a pagar.

5. O resgate da concessão é da competência exclusiva do Titular do Poder


Executivo, por proposta do titular do órgão de tutela.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 58.º
(Extinção por acordo entre as partes)

1. Quando a extinção dos direitos mineiros resultar de acordo entre


as partes, os termos do respectivo acordo deve ser reduzido a
escrito e assinados pelas entidades com a qualidade das que
intervieram na assinatura no contrato de concessão, definindo-se
as condições da extinção.

2. Salvo se de outro modo for convencionado entre as partes, extinta


a concessão, revertem a favor do Estado todas as construções
edificadas e outras benfeitorias realizadas pelos concessionários, nos
terrenos abrangidos pela concessão ou a ela afectos.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 59.º
(Higiene, saúde e segurança)

Os titulares de direitos mineiros devem adoptar as medidas para


assegurar a higiene, a saúde e a segurança no trabalho, bem como a
prevenção dos riscos profissionais e acidentes nos locais de trabalho,
nos termos regulamentados pelos órgãos competentes a aprovar
pelos ministérios da tutela da Geologia e Minas, da Administração
Pública, Emprego e Segurança Social e da Saúde, sem prejuízo do
disposto no presente código e na demais legislação aplicável.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 60.º
(Formação)

1. Os titulares de direitos mineiros devem promover as acções de


formação necessárias em matéria de higiene, saúde e segurança
no trabalho, bem como a observância de uma correcta utilização
das máquinas, dos materiais e dos utensílios de trabalho.

2. Os casos de acidentes de trabalho e de doenças profissionais


ocorridos no exercício das actividades geológicas e mineiras devem
ser informados às autoridades competentes, nos termos legalmente
estabelecidos.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 61.º
(Taxas e emolumentos)

1. Os serviços prestados a entidades terceiras pelas instituições


públicas na realização dos actos e procedimentos formais
previstos no presente Código e na legislação complementar estão
sujeitos a emolumentos e taxas.

2. Compete ao Ministro das Finanças e ao titular do órgão de tutela


da Geologia e Minas aprovar o valor das taxas e dos emolumentos a
que se refere o número anterior, bem como o seu destino.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 61.º
(Taxas e emolumentos)

3. As despesas decorrentes da publicação dos actos são custeadas


pelos interessados.

4. Para garantia do pagamento de taxas, emolumentos e de outras


despesas é, nos termos a determinar pelo órgão da tutela, exigido
aos requerentes o adiantamento de preparos.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 62.º
(Caução)

1. Às empresas privadas titulares ou co-titulares de direitos mineiros


de prospecção ou exploração de recursos minerais à escala
industrial é exigida a prestação de uma caução para garantia do
cumprimento das obrigações contratuais.

2. A garantia bancária é prestada a favor do Estado na Conta Única


do Tesouro e a sua gestão é efectuada, nos termos que o Ministério
das Finanças definir.

3. A caução é prestada por garantia bancária, ou por qualquer outra


forma de garantia admitida por lei.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 62.º
(Caução)

4. A caução deve ser reposta pelo concessionário, no valor primitivo e no prazo de


trinta dias, sempre que, por conta da mesma, for efectuado algum pagamento
devido por obrigação contratual ou legal.

5. O valor da caução na fase de reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação


é de até 2% do valor do investimento e na fase de exploração este valor é de até
4%.

6. A caução deve ser realizada antes da assinatura do contrato, constituindo o


documento de prova da sua realização condição legal para a assinatura do contrato
pelo órgão competente, sem o qual qualquer assinatura eventualmente feita se
considera inexistente.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 62.º
(Caução)

7. O valor da caução é restituído assim que seja concluída a fase do


reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação, ou quando
estiver realizada pelo menos 35% do investimento na fase da
exploração.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 63.º
(Legislação aplicável)

1. Sem prejuízo do disposto no presente código, os titulares dos


direitos mineiros devem observar as normas sobre preservação
do ambiente na actividade mineira, a ser aprovado
conjuntamente pelos órgãos que tutelam o ambiente e a geologia
e minas.

2. Na aprovação de normas complementares à regulação da


protecção ambiental na actividade mineira deve-se ter sempre em
consideração a relação entre os riscos para o ambiente e as
vantagens que a actividade mineira pode trazer para as
comunidades, procurando-se equilibrar os dois interesses.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 63.º
(Legislação aplicável)

3. São aplicáveis à actividade mineira a estratégia e programas


sectoriais nacionais e regionais em matéria de ambiente e
desenvolvimento sustentável, bem como os instrumentos
internacionais que tenham sido subscritos por Angola,
designadamente, a Convenção da Biodiversidade e a Convenção
Internacional sobre os Resíduos.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 64.º
(Outras regras sobre proteção do ambiente)

1. Os titulares de direitos mineiros devem zelar pela conservação e


protecção da natureza e do ambiente, cumprindo as respectivas
normas legais.

2. Sem prejuízo do estabelecimento de normas ambientais


específicas para a actividade mineira, o aproveitamento dos minerais
deve ser feito com observância das leis de base do ambiente, dos
recursos biológicos e aquáticos, de águas e das normas sobre a
avaliação de impacte ambiental.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 64.º
(Outras regras sobre proteção do ambiente)

3. Os titulares de direitos mineiros estão especialmente obrigados a


observar os seguintes preceitos:
a) cumprir as obrigações decorrentes do estudo de impacte
ambiental e do plano de gestão ambiental, nos termos neles
estabelecidos;
b) tomar as medidas necessárias para reduzir a formação e
propagação de poeiras, resíduos e radiações nas áreas de exploração
e nas zonas circundantes;
c) prevenir ou eliminar a contaminação das águas dos solos,
utilizando os meios adequados a esse fim;
d) não reduzir nem, de qualquer outro modo, prejudicar o
abastecimento normal de água às populações;
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 64.º
(Outras regras sobre proteção do ambiente)

e) executar as operações mineiras de forma a minimiza os danos aos


solos;
f) reduzir o impacto do ruído e das vibrações a níveis aceitáveis,
determinados pelas autoridades competentes, quando usar
explosivos na proximidade das povoações;
g) não lançar ao mar, correntes de água e lagoas, resíduo
contaminantes nocivos à saúde humana, à fauna e à flora;
h) informar as autoridades sobre qualquer ocorrência que tenha
provocado ou seja susceptível de provocar danos ambientais.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Preservação do Ambiente

ARTIGO 65.º
(Avaliação do impacte ambiental)

1. A aprovação pelo órgão competente do Poder Executivo da


Avaliação do Impacte Ambiental (AIA) elaborada pelo operador
mineiro é condição prévia para a obtenção dos direitos mineiros
na fase da exploração.

2. Não se aplica à indústria mineira o princípio da aprovação tácita


da Avaliação do Impacte Ambiental.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 66.º
(Cláusulas obrigatórias)

Para efeito de desenvolvimento de projectos mineiros a Avaliação do Impacte


Ambiental
deve considerar os seguintes aspectos:
a) avaliação dos efeitos do projecto sobre o ambiente;
b) impacto social dos projectos;
c) plano de gestão ambiental;
d) programa de acompanhamento ambiental;
e) auditorias ambientais, bem como os respectivos relatórios ambientais;
f) programas de reabilitação ambiental;
g) plano de abandono de sítio;
h) encargos financeiros ambientais;
i) garantia financeira dos encargos ambientais;
j) planos de uso de águas;
k) planos de gestão de resíduos;
l) controlo de substâncias perigosas.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 68.º
(Participação das comunidades na preservação do ambiente)

1. Às comunidades locais das áreas de implantação de projectos


mineiros é assegurado o direito de ser informada sobre a
Avaliação do Impacte Ambiental, sempre que este revele poder
vir a afectar o ambiente da zona em que habitam, devendo serem
informadas das medidas que o titular dos direitos mineiros vai
tomar para evitar ou mitigar eventuais prejuízos decorrentes da
exploração de minerais.

2. A informação às comunidades locais referida no número anterior


deste artigo é feita aos habitantes da área da concessão através das
autoridades tradicionais locais e de outras entidades representativas,
devendo realizar-se preferencialmente antes da execução do
projecto.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 69.º
(Protecção da flora e da fauna)

Sempre que seja desenvolvida actividade mineira numa área de


comprovado potencial vegetal ou animal, os operadores mineiros
devem realizar estudos que prevejam a preservação desse potencial
e desenvolver uma base de dados com informação organizada e de
fácil consulta sobre a biodiversidade local, podendo obter o concurso
e a parceria de instituições especializadas públicas ou privadas.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 71.º
(Regras sobre o ordenamento urbano e territorial)

1. A libertação das zonas onde a actividades geológico-mineira não


tiver resultados positivos deve ser feita com a recuperação ou
reposição da cobertura vegetal e aproveitamento das infra-
estruturas, estradas e terrenos para o cultivo em benefício das
comunidades, sendo obrigatório informar do facto o órgão
competente da tutela.

2. Os titulares dos direitos mineiros devem proteger as vias de


acesso, estradas, pontes e outros meios de comunicação viária por si
construídas que deixem de ser necessárias para o projecto, para que
sejam aproveitadas para o assentamento populacional ou para
outros fins públicos, devendo informar sobre a sua existência o órgão
do Estado responsável pelas obras públicas e o órgão de tutela da
geologia e minas, mediante meios de identificação cartográfica.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 71.º
(Regras sobre o ordenamento urbano e territorial)

3. Ao construir os estaleiros e outras instalações mineiras, os


titulares de direitos mineiros devem prever dimensões e
ordenamento dos mesmos que evitem ou reduzam ao mínimo um
impacto e uma estética negativos na paisagem.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

Responsabilidades sobre o Uso e Aproveitamento do Solo

ARTIGO 72.º
(Utilização dos solos)

1. A concessão de direitos mineiros não implica a transferência da propriedade


sobre as áreas atribuídas para investigação geológico-mineira ou sobre os
terrenos onde se localizam as jazidas minerais, mas confere aos titulares dos
direitos mineiros respectivos, sempre que tais terrenos pertençam ao domínio
público do Estado e não estejam afectos a fins determinados, o direito de os
utilizar e aproveitar nos termos e para os fins constantes das alíneas c), e) e f)
do artigo 92.°, contra o pagamento das taxas de superfície estabelecidas.

2. Sendo os terrenos pertença de particulares ou do domínio privado do Estado ou


de pessoas colectivas de direito público, os titulares de direitos mineiros só podem
utilizá-los ou aproveitá-los com o consentimento dos respectivos donos ou
possuidores e nos termos autorizados ou convencionados entre eles.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 72.º
(Utilização dos solos)

3. Só depois de suprido o consentimento referido no número anterior o titular dos


direitos mineiros em causa pode realizar os trabalhos de investigação geológico-
mineira que impliquem a utilização dos terrenos.

4. Para além do acordo expresso, referido no n.° 2 deste artigo, considera-se


suprido o consentimento com o depósito da renda anual e da caução provisória,
fixadas nos termos do n.° 1 do artigo 77.° (fixação de renda anual e de caução por
ocupação de terrenos)

5. Na fase de exploração, não chegando o concessionário a acordo com os donos


ou possuidores dos terrenos situados dentro da área demarcada, as operações não
podem iniciar-se sem o concessionário os adquirir ou o Estado obter a sua
expropriação por utilidade pública, nos termos da lei.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 74.º
(Protecção dos solos e da paisagem)

1. Os trabalhos de prospecção e pesquisa devem ser executados por


forma a perturbar o menos possível o uso normal dos solos pelos
seus donos ou possuidores e, concluídos os trabalhos, devem os
titulares dos direitos de prospecção tratar ou remover os
entulhos e tapar as sanjas e trincheiras, procurando devolver aos
terrenos a sua antiga configuração.

2. As operações de extracção dos recursos minerais e de tratamento


dos minerais extraídos devem efectuar-se de forma a não
comprometer a reintegração paisagística, a recuperação dos solos e o
seu futuro aproveitamento.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 75.º
(Restauração e recuperação de solos)

1. As actividades geológicas e mineiras devem processar-se de


acordo com as normas técnicas e regulamentares de
racionalidade mineira, porforma a permitir, na medida do
possível, a restauração dos solos para os fins a que se destinavam
antes de iniciadas as actividades mineiras, ou a sua recuperação
para usos alternativos, sem prejuízo do ambiente.

2. Os titulares de direitos mineiros devem, depois de terminados os


trabalhos, proceder à restauração dos terrenos e à recuperação
paisagística, conforme previsto pelo Estudo de Avaliação do Impacte
Ambiental.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 75.º
(Restauração e recuperação de solos)

3. Antes de abandonar definitivamente a área da concessão, os


titulares de direitos mineiros devem solicitar ao ministério da tutela a
vistoria da respectiva área de operações mineiras, a qual se faz nos
termos do plano de encerramento e abandono das operações
mineiras aprovado pelo órgão de tutela nos termos deste Código.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

SECÇÃO V
Responsabilidades Sobre o Uso de Explosivos

ARTIGO 78.º
(Regime aplicável)

1. A aquisição, transporte, armazenamento e uso de substâncias


explosivas para uso na actividade mineira são regulados pelas leis e
regulamentos actualmente em vigor e aplicadas pela Polícia
Nacional, ou por diploma específico que as substitua, o qual deve
ser aprovado pelo Titular do Poder Executivo mediante proposta do
Ministério do Interior e do órgão de tutela da geologia e minas.

2. Em cada mina devem ser adoptadas técnicas e medidas de


segurança sobre o planeamento, a execução e o monitoramento do
uso de explosivos, que devem constar do Plano de Exploração da
Mina.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 79.º
(Explosivos permitidos na actividade mineira)

As substâncias explosivas permitidas na actividade mineira


são as pólvoras e os explosivos, podendo apresentar-se a
granel ou encartuchadas.
ARTIGO 80.º
(Aquisição, transporte e uso de explosivos)

A aquisição, transporte e uso de produtos explosivos,


pólvoras e artifícios de iniciação deve ser feito por pessoal
devidamente habilitado e carece de autorização da Polícia
Nacional.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 81.º
(Operador de explosivos)

1. As operações de manuseamento de substâncias explosivas e


acessórios de fogo na indústria mineira só podem ser executadas
por operador de explosivos que cumpra os requisitos
estabelecidos neste capítulo.

2. O emprego de produtos explosivos na actividade mineira só pode


ser efectuado por operador de explosivos habilitado com a Cédula de
Operador de Explosivos, emitida pela Polícia Nacional.

3. Sem prejuízo do procedimento criminal ou civil a que haja lugar, a


Cédula de Operador de Explosivos pode ser retirada pela entidade
emissora quando o operador revele incúria, incompetência evidente
ou desrespeite as regras estabelecidas sobre o uso de explosivos na
actividade mineira.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 81.º
(Operador de explosivos)

1. As operações de manuseamento de substâncias explosivas e


acessórios de fogo na indústria mineira só podem ser executadas
por operador de explosivos que cumpra os requisitos
estabelecidos neste capítulo.

2. O emprego de produtos explosivos na actividade mineira só pode


ser efectuado por operador de explosivos habilitado com a Cédula de
Operador de Explosivos, emitida pela Polícia Nacional.

3. Sem prejuízo do procedimento criminal ou civil a quen haja lugar, a


Cédula de Operador de Explosivos pode ser retirada pela entidade
emissora quando o operador revele incúria, incompetência evidente
ou desrespeite as regras estabelecidas sobre o uso de explosivos na
actividade mineira.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 90.º
(Capacidade para o exercício de direitos mineiros)

Só é permitido o exercício de actividade mineira a pessoas


singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, com
capacidade técnica e financeira adequada ao exercício da
actividade mineira a que se proponham.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 98.º
(Concurso público)

1. O órgão de tutela realiza obrigatoriamente concurso público para


atribuição de direitos mineiros nos seguintes casos:

a) quando, em razão de estudos realizados ou aprovados pelo órgão


responsável pela geologia, a área seja considerada de elevado
potencial geológico;
b) quando se trate de um mineral considerado estratégico nos
termos deste Código.

2. O órgão de tutela deve publicar, pelo menos uma vez por ano, no
decurso dos primeiros três meses de cada ano, a relação das áreas e
recursos minerais cuja concessão pode ser atribuída por concurso
público.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 99.º
(Regulamento do concurso público)

1. As regras e procedimentos do concurso público são, com as


devidas adaptações, as aplicáveis aos concursos para empreitadas
de obras públicas, devendo ser elaborada pelo órgão da tutela e
aprovada pelo Titular do Poder Executivo regulamentação
específica para o concurso público à concessão de direitos
mineiros.

2. Os termos de referência do concurso público são sempre


divulgados em aviso mandado publicar pelo órgão de tutela no Diário
da República ou num dos jornais diários de maior circulação nacional.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 100.º
(Pedidos de informação sobre áreas para concessão)

1. Os pedidos de informação sobre áreas para a concessão de direitos mineiros são


feitos junto dos serviços de informação geológica, devendo ser formulados em
requerimento dirigido ao ministro da tutela, contendo os seguintes dados:
a) identificação do requerente e a indicação do representante legal, caso se trate
de pessoa colectiva;
b) indicação do mineral para cujos direitos mineiros de prospecção e/ou
exploração
solicita informação;
c) indicação, sob juramento de honra, de que não está abrangido por nenhum dos
impedimentos referidos no artigo 96.° (Condições de acesso aos direitos mineiros)
para ser titular dos direitos mineiros cuja informação se solicita;
d) mapa geodésico com a indicação exacta da area requerida.

2. O requerimento referido no número anrerior dá entrada nos serviços de


informação geológica, passando a ter um número de entrada.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 100.º
(Pedidos de informação sobre áreas para concessão)

3. A informação deve ser prestada no espaço de trinta dias após a


entrada do requerimento e está sujeita ao pagamento de taxas e
emolumentos.

4. A informação prestada em resposta ao pedido de informação não


confere ao requerente qualquer direito mineiro sobre a área em
causa, podendo, contudo, servir de base para o pedido de concessão
de direitos mineiros.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 116.º
(Estudos de viabilidade e de impacte ambiental)

1. Antes de iniciar a fase de exploração, o investidor deve


apresentar um Estudo de Viabilidade Técnica Económica e
Financeira (EVTEF) e um estudo de impacte ambiental e de
reposição do ambiente após as actividades mineiras, os quais,
uma vez negociado e aprovado o contrato de investimento
mineiro, fazem parte integrante do mesmo.

2. O contrato de investimento mineiro deve incluir cláusulas sobre a


necessidade de juntar posteriormente os estudos referidos no
número anterior deste artigo, contando a sua validade contratual a
partir da data da sua aprovação pelo órgão competente.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 116.º
(Estudos de viabilidade e de impacte ambiental)

1. Antes de iniciar a fase de exploração, o investidor deve


apresentar um Estudo de Viabilidade Técnica Económica e
Financeira (EVTEF) e um estudo de impacte ambiental e de
reposição do ambiente após as actividades mineiras, os quais,
uma vez negociado e aprovado o contrato de investimento
mineiro, fazem parte integrante do mesmo.

2. O contrato de investimento mineiro deve incluir cláusulas sobre a


necessidade de juntar posteriormente os estudos referidos no
número anterior deste artigo, contando a sua validade contratual a
partir da data da sua aprovação pelo órgão competente.
LEGISLAÇÃO MINEIRA

ARTIGO 116.º
(Estudos de viabilidade e de impacte ambiental)

3. A autoridade com competência para aprovar o contrato de


investimento mineiro pode submeter o EVTEF e o Estudo de Impacte
Ambiental a uma auditoria independente, devendo os custos dessa
auditoria ser suportados pelo investidor como custos de negociação,
a ser recuperados com o produto da exploração caso a negociação
tenha êxito.

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