ÉTICA CRISTÃ
Prof. Anderson Soares - FIP
MORAL E ÉTICA
Definições
Os gregos tinham duas palavras muito parecidas:
(êtos) = para designar "costume".
(étos) = para designar a índole
Os romanos, utilizavam a palavra latina mos
(mores) p / designar o costume.
Daí a palavra portuguesa "moral".
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MORAL E ÉTICA
O dicionário de Aurélio Buarque:
Ética refere-se ao "o estudo e a reflexão teórica, sobre a
moral, o comportamento moral dos homens e as
valorações morais de diferentes culturas e sociedade”.
Moral refere-se ao "conjunto de regras de conduta
consideradas como válidas para qualquer tempo ou
lugar, quer para grupo ou pessoa determinada".
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SÓCRATES (470-399 A.C.)
Sócrates inicia a Filosofia Moral ao
questionar os atenienses sobre os
valores
sociais e o que eles consideravam certo
(bem) e errado (mal).
Desenvolvia o saber filosófico em
praças públicas
Une o saber ao fazer, a consciência
intelectual à consciência prática ou
O autoconhecimento. “Conhece-te a ti
moral.
mesmo” era a recomendação feita por
Sócrates a seus discípulos.
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PLATÃO (427-347 A.C.)
É na razão que o homem realiza sua humanidade.
A ação racional atinge o sumo bem.
No entanto a natureza racional encontra-se no corpo
que é um obstáculo para atingir o bem.
A moral platônica é de renúncia ao mundo (ascética)
Quanto ao destino das almas após a morte:
» os sábios que se libertaram da sensibilidade, voltam
ao mundo das ideal
» os homens mergulhados na matéria, vão para
um lugar de danação
» as almas intermediárias reencarnam em corpos mais
ou menos nobres, conforme o bem ou mal que
fizeram. 5
ARISTÓTELES (384-322 A.C.)
A felicidade é alcançada mediante a virtude
e, esta é uma atividade segundo a razão.
Características da ética aristotélica:
harmonia entre paixão e razão.
» a virtude é um justo meio.
» a razão domina as paixões, mas não as
aniquila e destrói.
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A ÉTICA CRISTÃ MEDIEVAL.
Religião (cristã) torna-se sinônimo de
doutrina ética.
O guia moral que dá unidade às diversas comunidades
(feudos).
Fundamentada na seguinte concepção metafísica:
Deus criador.
Verdade revelada (plano de Deus).
Mandamentos de Deus.
Desobediência = pecado.
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AGOSTINHO (354 - 430 D.C.)
Justificação filosófica da fé
A moral é teísta cristã
logo transcendente ascética.
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A ÉTICA CRISTÃ MEDIEVAL.
Na Idade Média a Igreja admite o casamento, porém
com menor valor do que o celibato e a virgindade .
Continua negando o prazer sexual mesmo dentro do
casamento definindo regras em relação às posições
sexuais e limita a frequência :
“Teólogos recomendavam a abstenção nas
quintas-feiras, em memória da prisão de
Cristo; nas sextas-feiras em memória de sua
morte; aos sábados, em honra a Virgem Maria;
aos domingos, em homenagem á ressurreição e
às segundas-feiras em comemoração aos
mortos”.
(Tannahill, 1980)27.
TOMÁS AQUINO (1226 - 1274 D.C.)
» O homem se determina livremente em virtude do livre
arbítrio.
» o homem é naturalmente social. Sendo sociedades necessárias a
família, o Estado e a Igreja.
A intenção: ainda que não se efetue o ato, o animus para o ato
desonesto já é, por si só, uma transgressão à ética.
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ÉTICA MODERNA
Do teocentrismo ao antropocentrismo.
Surgimento dos estados modernos (laicos).
Perda de hegemonia católica (reforma
protestante)
Surgem sistemas filosóficos específicos do trato moral
independente da religião (iluminismo) mas fundados
na razão.
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MARXISMO
Moral como função
social
Moral necessária com
instrumento de Karl Marx
mudança social. 05/05 /1818 – 14/03/1883
Moral individual
interpretada com o dever de
atuar na história.
Engels
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28/1820 – 05/08/1895
Marx afirmava que os valores da moral vigente
(burguesa) como liberdade felicidade, igualdade
jurídica, etc, eram hipócritas.
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IMMANUEL KANT
(1724 -1804)
Kant propôs uma regra imperativa
para orientar o comportamento
humano, que ficou conhecida na
filosofia como imperativo categórico
“age de tal modo que a tua ação
se possa tornar princípio de uma lei
universal”.
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ÉTICA LATINO-AMERICANA
Enrique Dussel -
argentino naturalizado
mexicano
Eduardo Galeano –
uruguaio
Paulo Freire - brasileiro
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ÉTICA LATINO-AMERICANA
O princípio ético que surgiu da reflexão latino- americana
que tem relação com a necessidade de respeito à alteridade
do outro, das suas necessidades, da sua dor, para que o
outro possa ser o que é e conquiste seu espaço no mundo.
Uma coisa, por exemplo, é planejar um modelo de economia
para uma sociedade do ponto de vista de quem já tem
muito, e deseja ter mais; outra bem diferente é pensar do
ponto de vista daquele que está à margem da sociedade,
excluído, negado na sua alteridade.
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ÉTICA PROFISSIONAL
O homem virtuoso convive entre os ladrões,
sem ser ladrão, entre os assassinos, sem matar, em
suma, participa do meio, mas não se deixa
contaminar por ele
BUDA
ASPECTOS FÍSICOS, ÉTICOS E MORAIS
Aparência: configuração exterior agradável, aspecto
satisfatório e boa feição.
Capacidade de decisão: saber tomar as melhores decisões
quando necessário para resolver um problema.
Segurança: qualidade daquele com quem se pode contar
ou em quem se pode confiar inteiramente.
Caráter: coerência nos atos, ter firmeza moral.
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ASPECTOS FÍSICOS, ÉTICOS E MORAIS
Cooperação: estar disposto a atuar juntamente com os
outros para um mesmo fim.
Curiosidade intelectual: ter vontade de aprender, de saber e
de pesquisar.
Dedicação ao trabalho: condição de amor, de consideração às
suas atividades profissionais.
Discrição: não chamar muito a atenção, nem revelar
segredos dos outros; ser reservado.
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ASPECTOS FÍSICOS, ÉTICOS E MORAIS
Humildade: virtude caracterizada pela consciência das
próprias limitações.
Linguagem adequada: expressar-se com correção, moderação
e respeito, nada de gírias ou palavras de baixo calão ou
inadequada para o ambiente.
Moderação: virtude de permanecer na exata medida,
com afastamento de todo e qualquer excesso.
Participação: tomar parte das atividades em equipe;
compartilhar das decisões. 21
ASPECTOS FÍSICOS, ÉTICOS E MORAIS
Simplicidade: comportamento natural e espontâneo.
Ponderação: agir com reflexão, bom senso
e prudência.
Tolerância: admitir nos outros maneiras diferentes e
mesmo opostas de pensar, de agir e de sentir,
sabendo desculpar certas falhas.
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VIRTUDES INDISPENSÁVEIS DE UM
PROFISSIONAL ÉTICO
Zelo
Honestidade
Sigilo
Competência
Coleguismo
É fácil dizer não para o incorreto, basta
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começar.
A VIRTUDE DO ZELO
Um trabalho continua sempre presente, ainda quando falta
aquele
que o produziu.
O que fazemos representa-nos, mesmo na nossa ausência
Por um dever consigo mesmo, o profissional deve cuidar para
realizar sua tarefa com maior perfeição possível
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HONESTIDADE; VIRTUDE MAGNA
NO CAMPO PROFISSIONAL
Trata-se da responsabilidade perante o bem e a felicidade de
terceiros
A desonestidade é a transgressão ao direito de terceiros
É necessário ser honesto, parecer honesto e ter ânimo de sê-lo.
Um dos fatores que mais tem caracterizado a desonestidade
é a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis.
Esse mal alcança principalmente quem disputa o poder:
» Dirigentes de empresas
» Políticos, ministros corrupção
» Juízes, sindicalistas 24
HONESTIDADE
Honestidade não admite relatividade
A tolerância não entra nas cogitações, nem na fixação de
um limite de honestidade.
Não existe menor ou maior desonestidade,
mas desonestidade.
Não há desonestidade temporária, mas
unicamente, desonestidade.
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A INTENÇÃO
Ainda que não se efetue o ato, o animus
para o ato desonesto já é, por si só, uma
transgressão à ética.
Quem tem intenção de fraudar, de
corromper, já se coloca em transgressão
ética.
Ou aqueles que não praticam o ato, mas
abrem caminho para que ele se efetive:
a conivência passiva ou ativa.
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A VIRTUDE DO SIGILO
O respeito pelos segredos das pessoas, dos negócios, das
instituições, é protegido por lei.
Fatos que por natureza devem ser mantidos em sigilo, a
revelação deles pode representar sérios problemas para a
empresa ou clientes
EX: » programas, hábitos pessoais, registros
contábeis, pesquisas cientificas, etc.
A infração ética é notória quando os casos se
processam com intenção de tirar proveito próprio.
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A VIRTUDE DO SIGILO
Jamais o advogado, o contabilista, o padre, pode denunciar seu
cliente
A própria Lei brasileira protege o sigilo profissional.
Aqueles que mesmo sendo prejudicados mantém o segredo
profissional fazem história, porém os traidores da confiança são
seres que se desqualificam.
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A VIRTUDE DA COMPETÊNCIA
Os males que a incompetência tem causado à humanidade
são muito grandes, por isso, competência é uma questão
também de ética.
Nem sempre á possível acumular todo o conhecimento que
uma tarefa requer, mas é preciso que se tenha postura ética
de recusar o serviço que se sabe não poder realizar.
EX: » incompetência médica
» Incompetência jurídica
» incompetência contábil
» incompetência política
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ÉTICA DO COLEGUISMO
A virtude do coleguismo de fundamenta na fraternidade
profissional
Isso exige que nos interessemos pelos problemas dos colegas com
sinceridade, lealdade, honestidade, tolerância, cooperação e
compreensão.
Se observarmos dessa forma, evitaremos de ver nosso colega
como um concorrente.
Tira maior proveito aquele que pensa em construir sua vida, do que
aquele que se dedica em destruir a dos outros
O que pratica o bem tende a recebê-lo como remuneração, e o
que pratica o mal, igualmente. 31
ÉTICA PROFISSIONAL E MENTIRA
Mentira é uma afirmação consciente contrária a uma realidade.
A mentira é uma lesão à virtude.
Por natureza o profissional deve ser uma pessoa
seriamente comprometida com a verdade.
Existem casos em que a verdade pode ser perniciosa se dita com sua
dureza
Casos em que existe a proteção de uma virtude maior, como a do
sigilo.
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ÉTICA PROFISSIONAL E MENTIRA
“A verdade pode ser dita conforme o alcance que cada um”
(Voltaire)
Embora a mentira tenha por finalidade um objetivo nobre, não
deixa de ser uma mentira.
A mentira no campo profissional apresenta-se sob vários aspectos:
se um dentista afirma que o tratamento vai causar muita dor...
Sendo o meio menor que o fim, aquele se
justificaria perante a grandeza deste.
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Há um limite de tolerância para a
mentira no campo profissional,
mas jamais isso pode justificar a
negligência e resultar na quebra de
confiança.
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DEZ PRINCÍPIOS DA ÉTICA NO TRABALHO
1. Seja honesto em qualquer situação
2. Nunca faça algo que você não possa assumir em público
3. Seja humilde tolerante e flexível. Ideias aparentemente absurdas
podem ser a solução de um problema.
4. Seja ético, o que significa, muitas vezes, perder dinheiro, status
e benefícios.
5. Seja pontual; se você sempre se atrasar será considerado indigno
de confiança, e poderá perder boas oportunidades.
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DEZ PRINCÍPIOS DA ÉTICA NO TRABALHO
6. Evite criticar os colegas de trabalho pelas costas. Se
tiver que corrigir ou responder alguém faça-o, cara-a-
cara.
7. Respeite a privacidade do vizinho. É proibido mexer
nos pertences dos colegas. Devolva o que pedir
emprestado rapidamente e agradeça a gentileza, de
preferência com um bilhete.
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DEZ PRINCÍPIOS DA ÉTICA NO TRABALHO
8. Competência: não é apenas um dever de ofício, mas uma
exigência ética na atuação profissional.
9. Sigilo profissional: dever ético de não revelar fato cuja ciência se
teve em razão da profissão (Professor, Advogado, Padre...).
10. Assiduidade: o que não falta às suas obrigações; não falta ao
trabalho costumeiramente, sem justificação válida.
O BOM PROFISSIONAL
Tem um conceito positivo de si mesmo
Gosta do que faz
Busca as possibilidades de fazer coisas diante das diversidades. Não se
contamina pelo pessimismo dos outros
Sabe mostrar a beleza e o poder das ideias
Tem expectativas positivas acerca de seus
clientes
Nunca ridiculariza as pessoas
Dialoga com seus companheiros
Não vê os companheiros como adversários
Conhece bem sua área e mantém relações positivas com os demais
profissionais. 38