Aula 3 1 Série Ginastica Ritmica Textos

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1a

SÉRIE

2024_EM_B1_V1
Educação Física

Ginástica Rítmica (GR)


Combatendo os Preconceitos

1o bimestre – Tema 3
Ensino Médio
Foco no conteúdo

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Leitura de textos
Vocês irão ler os textos que seguem,
mas antes reflitam, por alguns
instantes, na questão norteadora:

Como se constroem as visões sobre o


corpo na ginástica rítmica (GR)?

Agora vamos à leitura.


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O padrão corporal feminino na ginástica rítmica (GR)


“Acordava com o corpo tremendo de tão fraco, mas aliviada. A pesagem
acontecia com todos os ginastas juntos. Para quem aumentava, nem que fossem
100 gramas, os técnicos gritavam: “GORDA, OBESA”. Completavam a
humilhação com agressões à honra. “Não vou te levar para a competição para
passar vergonha com você gorda desse jeito”. As pessoas saíam chorando. Essa
era a cultura da ginástica rítmica.”
O relato da ex-ginasta brasileira Angélica Kvieczynski, para uma série de
reportagens intituladas “Minha História”, de uma página esportiva on-line, é
exemplo de muitas ginastas no Brasil que passaram ou passam pela mesma
situação.
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3 MINUTOS

Além de sofrerem bullying em relação ao seu corpo, muitas atletas de dentro da


equipe chegavam a comentar que ela não merecia ganhar medalhas por estar
acima do peso (SANTOS, 2019).
Atualmente técnica da modalidade, a ex-ginasta, que chegou a se pesar quatro
vezes ao dia devido ao transtorno alimentar por conta das exigências dos técnicos
e clubes que representou, não utiliza balanças e considera mais importante
preservar a saúde das suas atletas. Mas engana-se quem acredita que houve
mudanças nos estereótipos corporais das praticantes da modalidade. Considerado
um esporte de beleza e leveza, ao assistir a apresentações nas mídias, vemos ainda
atletas de alto rendimento magras, esguias, corpos considerados esculturais, que
passam por privações e humilhações diariamente para exercerem a modalidade.
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Em junho de 2020, as técnicas da equipe de ginástica rítmica da Suíça foram


dispensadas em razão de acusações de abuso moral. Nas denúncias das ginastas,
houve relatos de constantes xingamentos, principalmente com relação ao peso.
Elas eram chamadas de gordas. Por outro lado, a atitude dos responsáveis pela
seleção suíça demonstra uma preocupação com a integridade física e psicológica
das suas atletas, o que nos leva a refletir: apenas mulheres magras e de corpos
considerados ideais pelas mídias podem praticar a GR? A sua prática não está
relacionada apenas a grandes competições, mas também ao prazer pelo esporte.
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Homens buscam espaço na ginástica rítmica, 3 MINUTOS
esporte só para elas
Os atletas Gabriel Prado e Albert Berti praticam ginástica rítmica masculina. Ao
som de uma música experimental, eles apresentam coreografias que combinam
balé, dança teatral e acrobacias com arcos, bolas e cordas. Os dois amigos
treinam quatro ou cinco horas por dia, aprimoram os movimentos, analisam
vídeos, mas não têm campeonatos oficiais para disputar. A modalidade não
possui reconhecimento da Federação Internacional de Ginástica (FIG) nem da
Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Nas olimpíadas e em campeonatos
mundiais, apenas as mulheres competem. Confinados aos torneios amadores, os
homens lutam por espaço na modalidade.
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Albert reclama de preconceito. “Tentei entrar em um grande clube de São Paulo,


mas eles não me aceitaram por ser menino. A atendente disse que essa ginástica é
só para meninas. Tive de procurar outros lugares. Não queria competir, só
praticar”, diz o menino de 17 anos, que hoje treina na Academia Dé Dance, em
Francisco Morato, zona oeste de São Paulo.
O baiano Wesley Souza afirma que o preconceito vem do fato de a modalidade
não ser reconhecida oficialmente e por remeter à dança, que seria relacionada,
principalmente, ao sexo feminino. “É uma coisa completamente equivocada e
pejorativa, mas, infelizmente, muitos meninos passam por isso”, opina o baiano
de Cajazeiras, que demora uma hora e meia para chegar à academia Talent,
especializada na modalidade que ele pratica ao lado de 200 meninas.
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Gabriel Prado é o único menino da ginástica rítmica em uma academia especializada


de Ubatuba, desde 2007. São 40 meninas só na equipe dele. Ele já organizou um
abaixo-assinado enviado para a Secretaria de Esportes e Lazer pedindo a inclusão da
modalidade nos Jogos Abertos do Interior. Não teve resposta. [...] No Brasil, o
movimento é lento, como toda mudança cultural, mas presente em várias localidades.
Algumas federações estaduais, como as do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Paraná,
já organizam competições não oficiais para meninos. [...]
Por enquanto, a inspiração dos brasileiros é a Espanha, primeiro país a promover
campeonatos na categoria masculina, no começo dos anos 2000. Um dos pioneiros do
esporte foi Rubén Orihuela, nove vezes campeão nacional, que chegou a competir com
meninas antes que a Federação Espanhola reconhecesse a modalidade.
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Albert não pretende viajar para a Espanha
para poder competir na modalidade
ginástica rítmica. Pessimista quanto a uma
mudança na modalidade a curto prazo,
mas sem perder a esperança de mudança,
ele pretende se tornar professor de
Educação Física e dar aulas de ginástica
rítmica. “Minhas turmas terão meninas e
meninos”, promete o atleta.
Na prática

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Responda em seu caderno às perguntas relacionadas


aos textos
1. Qual o tema tratado nos textos? Eles possuem relações?
2. De que forma o preconceito está presente nos textos lidos?
3. Sobre a experiência dos atletas de ambos os textos, qual o ponto de vista
de cada um e qual postura adotam em relação ao preconceito que sofrem
ou sofreram?
4. Como seria possível ressignificar a prática da ginástica rítmica?

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