Lição 1 - LP 01 - 03 - 2024
Lição 1 - LP 01 - 03 - 2024
Lição 1 - LP 01 - 03 - 2024
Paulo Freire
Como trabalhar leitura com os alunos que não são alfabéticos? É possível?
O leitor fluente lança mão de diferentes estratégias para construir significados e atribuir
sentidos ao que lê.
Vamos pensar nas estratégias que, como leitoras e leitores experientes, utilizamos sem
nos dar conta.
Se não descobriu, seguem algumas informações: é um texto em alemão, é uma tradução de uma
cantiga popular brasileira e que a estrutura dela em versos é assim:
Outras informações que podem ajudar: a palavra “CAT” em inglês é gato. Será que CAT e KATZE
tem alguma relação? Saber esta informação ajuda a formular alguma hipótese sobre o que pode
estar escrito no texto? “Chica” é uma palavra comum no português? Aparece em alguma cantiga?
Qual cantiga você acha que é? Se formulou alguma hipótese, experimenta voltar no texto anterior
e ler, ajustando o oral ao escrito (cantar a cantiga, acompanhando as palavras escritas para ver se
correspondem ao que imaginou)? Experimente fazer isso na imagem 3:
Neste momento, você já deve ter percebido que é a cantiga Atirei o pau no gato (se não, volte ao
texto e confira). Em uma situação coletiva de análise deste texto, a troca de informações entre as
pessoas favorece a observação destas diferentes pistas (indícios).
Neste momento, você já deve ter percebido que é a cantiga Atirei o pau no gato (se não, volte ao
texto e confira). Em uma situação coletiva de análise deste texto, a troca de informações entre as
pessoas favorece a observação destas diferentes pistas (indícios).
Para ler, antes de saber ler convencionalmente, os e as estudantes farão um movimento semelhante ao
realizado por nós na leitura da cantiga Atirei o pau no gato escrita em alemão: vão buscar coordenar as
informações apresentadas sobre o contexto, os conhecimentos que dispõem e o texto escrito para fazer
antecipações e, em seguida, validá-las ou refutá-las. Ou seja, lançando mão de diferentes estratégias leitoras.
4º ano - Dados final do 3º ano
2023
PS SSV SCV SA ALFAB 4º
BIM
54 17 83 131 75
360 ALUNOS
AEE - 67
API - 46
113 alunos
Atividade Descritores
TIRINHA
01 de março de 2024
LEVANTAMENTO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Nesta vinheta, a
Bruxinha deverá
aparecer pensando
“Hoje é um lindo dia
para voar!”
Praticando
1.Observe a imagem e relacione a expressão,
fala ou intenção da Bruxinha com o balão mais
adequado, conforme a informação do quadro.
Nesta vinheta, a
Bruxinha deverá
aparecer gritando “Eu
sei voar sem colocar as
mãos na vassoura!”
Praticando
1.Observe a imagem e relacione a expressão,
fala ou intenção da Bruxinha com o balão mais
adequado, conforme a informação do quadro.
Nesta vinheta, a
Bruxinha deverá
aparecer falando
“Mas, se eu não me
segurar, posso perder
meu equilíbrio e meu
chapéu!”
Exemplos de onomatopeias
Lição 1 Tirinha
1. Leia esta tirinha.
Neste momento, diga aos estudantes que irão realizar novamente a leitura da tirinha,
convide-os a ler. Volte a pergunta novamente e peça que individualmente marque a
resposta correta, feito isso as duplas irão ver se marcaram a mesma resposta, caso não
tenham, irão discutir e depois socializar com a turma.
Por que a personagem de Calvin fará “todo mundo ficar em lágrimas” até o fim
do segundo ato?
Professor(a) neste momento, realize uma discussão com a turma referente a estas
perguntas e no coletivo, cheguem a uma resposta. Peça para um ou dois alunos irem
até a lousa escrever a resposta.
Professor(a) leia novamente a tirinha e peça dois estudantes para irem até a lousa e registrarem do jeito
que escreveram suas respostas. Incentive-os, pois esse movimento é muito importante para que todos
possam ter conhecimento da forma como os colegas estão pensando. Pergunte ao grupo se concordam e
permita que eles reflitam sobre qual é o propósito comunicativo do texto (divertir o leitor). Leve-os a
perceberem que a quebra de expectativa que ocorre no quarto quadrinho percebe-se uma ironia ligada
ao fato de cebolas, normalmente causarem lágrimas quando são cortadas.
Professor (a) sempre incentive os estudantes a lerem, a ter autonomia, mas por se tratar de
um primeiro contato pode ser que a turma fique um pouco resistente, se esse for o caso,
convide-os a ir lendo junto com você.
Realize uma discussão com a turma referente a estas perguntas e no coletivo, cheguem a
uma resposta. Peça para um ou dois alunos irem até a lousa escrever a resposta.
Para estudantes que ainda não dominam a escrita alfabética, só é possível enfrentar
situações como essa contando com a mediação do docente.
8º ano
Apólogo
8º ano - Dados final do 7º ano
2023
PS SSV SCV SA ALFAB
19 04 10 10 40
83 alunos
AEE - 46
API - 37
ano
8 º
LIÇÃO 3
APÓLOGO
01 de março de 2024
Atividade Descritores
3. O sujeito parte sempre daquilo que já sabe, das suas hipóteses sobre o
funcionamento da língua.
Leitura Colaborativa - favorecer a compreensão dos alunos.
(O que pode ser feito antes, durante e depois da leitura para favorecer a compreensão
leitora?)
Antes da Leitura
1. Motivação para leitura – criar condições para que o aluno se sinta capaz, que tenha os recursos necessários e
a possibilidade de pedir e receber ajuda, além de conhecer os objetivos.
2. Objetivos da leitura – os objetivos determinam a forma em que um leitor se situa frente a ela. É importante
explicitar esses objetivos: (ler para obter uma informação precisa, para seguir instruções, para obter uma
informação de caráter geral, para aprender, revisar um escrito, por prazer, para comunicar um texto a um
auditório, para praticar a leitura em voz alta, para verificar o que se compreendeu...).
3. Revisão e atualização do conhecimento prévio – revisão: ativação dos conhecimentos já existentes sobre
determinado assunto. Atualização: articulação dos conhecimentos já existentes com novas informações sobre um
determinado assunto (reorganização dos conhecimentos).
Durante a leitura
Formular previsões sobre o texto.
Formular perguntas sobre o que já foi lido.
Interrupção da leitura para propor algumas perguntas sobre o texto.
Perguntas sobre o que já foi lido com a intenção de ajudar os alunos no controle da
compreensão.
Objetivos da leitura
Ler para compreender o texto;
Ler para conhecer a história: “Um apólogo”
Leitura colaborativa - Um Apólogo
1. Iremos ler um texto do gênero literário
apólogo. Você já ouviu falar?
5º
Orientações
retiradas do
Aprova Brasil
Um apólogo
Já sabemos que o gênero apólogo é uma narrativa agora ao ler o título, ele me dá alguma
pista sobre como será a história?
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
- Por que você está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa
neste mundo?
- Deixe-me senhora.
5º
- Que a deixe? Que a deixe por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito
que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
Por que a agulha falou com o novelo de linha assim?
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe
importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
outros.
Vocês concordam com o novelo de linha? Justifique sua resposta.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Por que coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
Neste último parágrafo do diálogo acima, existe alguma palavra que te impede de
entender o que quis dizer?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito
eu? 5º
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados…
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás
obedecendo ao que faço e mando…
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
Será que esta discussão terá um fim? Você concorda com algum ponto de vista?Quem tem
razão? Explique sua resposta.
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e
começou a coser.
Quais expressões o texto apresenta que mostram ser de outra época? O que elas
significam?
5º
Por que o novelo de linha disse que a agulha essa subalterna? Localize no texto essa
informação.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os
dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana - para das a isto uma cor poética. E dizia a
agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia a pouco? Não repara que esta distinta costureira
só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e
acima…
Você concorda com a agulha?
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa
e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela
não lhe dava resposta, calou-se também e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura;
não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra e
ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a
agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido
da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,
5º
acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
Quem será?
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,
murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto
aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me
espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
- Também eu tenho servido de agulha muita linha ordinária!
5º
ASSIS, Machado de. Contos. São Paulo: Ática, 1984. P.59. (Para Gostar de Ler, 9).
Quem será?
1- Explique a temática do texto.
Professor(a) neste momento, realize uma discussão com a turma referente a estas
perguntas e no coletivo, cheguem a uma resposta. Peça para um ou dois alunos irem
até a lousa escrever a resposta. Estimule a oralidade, convide os alunos a participar,
faça boas perguntas.
Convide um estudante para reler o trecho, leia, discuta quantas vezes for necessário.
● Qual é o sentido da palavra destacada no contexto em que é empregada?
a) Embolar. b) Esperar. c) Zombar d) Demorar.
4- No texto lido, qual a função do travessão?
Caso observe que a turma apresenta muita dificuldade com os sinais de pontuação
converse com e se necessário construa um cartaz.
● Qual é o sentido da palavra destacada no contexto em que é empregada?
a) Embolar. b) Esperar. c) Zombar d) Demorar.
5- Nesse apólogo predomina o diálogo. Que efeito de sentido é criado por meio
desse recurso? Para responder, leve em conta o enredo da história.
Chame a atenção dos alunos para os parágrafos iniciados por travessão. Por exemplo:
“- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale
alguma cousa neste mundo?” Os diálogos revelam alguns aspectos marcantes da
natureza humana. Ajude os alunos a perceber as características das personagens
pedindo que descrevam a agulha e a linha.