Plantas Medicinais e Fitoterapicas
Plantas Medicinais e Fitoterapicas
Plantas Medicinais e Fitoterapicas
Curso de Fitoterapia
resgate do saber popular
UBERLÂNDIA
2023
PLANTAS
MEDICINAIS
FITOTERAPIA
Tarde
COLHEITA DA RAIZ – Não tirar a planta toda. Você deve cavar de lado, cortar pedaços
da raiz suficientes, e não prejudicar o desenvolvimento da planta. Cobrir novamente com
terra. A raiz continuará a crescer. Você agradece a planta. A planta agradece a você.
ATENÇÃO – A passagem da seiva que alimenta a planta deve ser mantida, a seiva é o
sangue e a vida da sua planta.
■ – Sujeira não rima nem combina com qualidade, nem com a higiene
necessária. Se é questão de ser medicinal não pode nem de longe ser adoecedora.
Sujeira adoece.
Você tem nome, data e local de nascimento, com isso você poderá prestar
serviços praticar seu relacionamento com a sociedade. As plantas também!! Que tal
confundir você com outra pessoa? A razão da existência fica perdida. Você tem
suas aptidões. As plantas também.
A rotulagem é o processo de identificar a planta. Se temos certeza, se
aprendemos sobre o uso de cada planta então devemos usar dessa planta. Fazer
confusão com plantas pode causar vários prejuízos: a pessoa não usa o que
precisa, perde tempo, gasta planta atoa, e continua sofrendo porque é
desorganizada.
Se você acha que olhando pelo vidro vai saber qual é a planta, engano, plantas
secas ficam muito parecidas!! Vai identificar pelo cheiro? Engano! A planta e seu
olfato não estão do mesmo jeito sempre.
Então, rotule suas embalagens!
10 – ORIENTAÇÕES
Você que está iniciando sua atividade com plantas medicinais saiba que é privilégio
lidar com essa fonte de energia que restaura a saúde, alivia o sofrimento, refaz o
funcionamento
do corpo e permite você realizar suas profundas aspirações pelo seu semelhante.
Se você ainda não tem muita familiaridade com as plantinhas deve pensar em
organizar sua pequena coleção de plantas secas. É o seu mostruário!!
A coleção de plantas é colocada em pastas com identificações (nome comum e nome
científico) e com a caracterização dos usos mais importantes. O mostruário dos seus
fitopreparados também é muito útil. O mostruário é outro modo de você ter suas
plantinhas secas que vão ajudar na identificação correta pois estando dentro de vidros na
prateleira você logo vê e faz as comparações. Com o tempo o mostruário vai ajudar as
pessoas que vão lhe visitar e que conhecem pouco sobre as espécies de plantas.
Como preparar as plantas destinadas ao herbário? É simples e divertido. Da erva
pequena coletar a planta inteira. Da erva grande coletar apenas um ramo contendo folhas
e flores. Do arbusto ou da árvore coletar a ponta do ramo, com folhas e flores. Secar entre
pedaços de papel (pode ser jornal por fora e papel por dentro, se a erva está muito
úmida). Deixar algum objeto plano e pesado por cima (livro por exemplo). O ramo seco é
fixado em cartolina branca com fita colante ou costura a mão ou cola PVC. Na cartolina
escrever as identificações (nome, data, nome científico, local de coleta). Essa cartolina
dentro de saco plástico transparente vai conservar maior tempo. Organizar as pastas de
plantas é boa ideia. Pode organizar: pasta por família botânica ou pasta por tratamento,
pasta do estômago, pasta do pulmão, etc.
11 – ORIENTAÇÃO FINAL
Sempre que você iniciar seus trabalhos tenha antes o momento
de reverenciar. Peça licença à planta antes de retirar folhas, raízes e
cascas. Faça sua oração antes de começar a fazer o fitopreparado
(chá, sabonete, xarope, extrato, tintura, pomada). Mantenha sua
serenidade pensando apenas no bem que você está praticando. Dê
graças por este momento e ofereça seu trabalho ao Criador, à
Humanidade. Irradiar amor e ter respeito pelos males de quem pede
sua ajuda. Você está doando e recebendo as vibrações mais
positivas e saudáveis. Fique firme na sua fé de colaborar com a obra
de Deus.
FITOPREPARADOS
substituindo
os nomes “remédio caseiro” ou “remédio popular”. O nome fitoterápico
foi apossado pela indústria farmacêutica. Outro nome apossado: cura. É
perigoso você falar que curou alguém. Pelo código penal curar é direito
do(a) médico(a). Você pode ser preso(a) sem julgamento. Não fale curar,
fale equilibrar, ou harmonizar, use palavras adequadas não fale
receita/receitar, fale indicação/indicar. Não fale consulta, fale atendimento.
Não fale consultório, fale sala. Não envolva com a justiça, envolva com a
natureza.
XAROPE (LAMBEDOR)
É feito por fervura, com vapor ou com o calor do forno alto. O mais usado é ferver
as plantas em fogo baixo. A quantidade de plantas varia. No xarope de
“plantas fortes de aroma” ou “fortes de
substância” usar menos quantidade. O xarope de criança pequena deve ser menos
forte que xarope de adulto. Após ferver por 20 a 30 minutos, coar em pano limpo e
adicionar melado ou rapadura ralada (raspada) ou açúcar mascavo. Deixar no fogo baixo
até fazer a calda. Esfriar completamente e colocar um pouco de mel de abelha. Embalar
em vidros limpos. Algumas gotas de cachaça ou gotas de própolis (preferível) ajudará a
conservar um pouco mais.
O xarope pode ser feito apenas com mel de abelha. Com a planta fazer o chá forte
(ou tintura), esfriar completamente. Coar e misturar partes iguais: mel e chá forte.
Não tomar o xarope se aparecer: formações brancas, sinal de coalho ou cheiro
azedo.
Guardar o xarope embalado e rotulado em local fresco ou mesmo em geladeira.
TINTURA
É feita a mistura da tintura com o azeite na A base é o pano limpo sobre o qual é
proporção 1:9 (uma parte da tintura por nove derramado o chá forte, a tintura diluída ou
partes de azeite). Pode ser feito com o sumo da outro preparado líquido. O pano embebido é
planta direto no azeite. colocado sobre o ferimento ou sobre o órgão
O preparado de azeite medicinal não vai ao com inflamação, ou outro tipo. A compressa
fogo. Assim evita que o azeite perca suas pode ser aplicada fria ou quente. Pode usar
propriedades funcionais. Embalar e rotular. o
pedaço grande de algodão no lugar do
pano. Pode ser usado o sumo da planta
embebido direto no pano ou no algodão.
FITOPREPARADO DE – CHÁ POR INFUSÃO (INFUSO)
INALAÇÃO
Esse chá tem o nome de infuso.
Colocar as plantas aromáticas dentro da Colocar a planta na vasilha. Em outra vasilha
vasilha. Adicionar sobre as plantas a água ferver a água e derramar a água fervente sobre a
fervendo. Aspirar com calma o vapor, direto planta e tampar. Deixar 5 a 10 minutos, coar e tomar
pelo nariz, com cuidado (evite queimaduras). calmamente. Esse tipo de chá é feito com folhas,
Pode aspirar calmamente por meio do flores, ramos pequenos e macios.
pequeno funil de papel.
CHÁ POR DECOCÇÃO (DECOCTO) 11 – FITOPREPARADO DE GARGAREJ
Fazer a infusão de folhas ou fazer a decocção
Esse chá tem o nome de decocto. cascas. Deixar a vasilha com tampa por 10 minu
Esse tipo de chá é feito com sementes, cascas ou coar e em seguida fazer calmamente o gargarejo
raízes. Por serem duras não liberam seus conteúdos bochecho). O infuso ou decocto deve estar ape
com muita facilidade. morno.
A planta ou parte da planta é colo-
cada na água fria. A vasilha é levada ao fogo.
Aquecer até ferver. Deixar em fervura (pelo menos 10
minutos). Quando as sementes, cascas, raízes são
mais fibrosas ou consistentes (duras) deixar mais
tempo (20 minutos). Após a cocção (cozimento) deixar
10 a 15 minutos em repouso e coar imediatamente.
Está pronto, tomar.
– CHÁ POR MACERAÇÃO
Esse chá tem o nome de chá macerado.
Maceração é amolecer a planta na água. A parte da planta fica na
água fria (de molho). Assim, a água vai tirar lentamente os conteúdos
solúveis e principalmente os aromáticos porque amolece a planta.
Esse tipo de chá é feito se o aquecimento vai causar perdas e
diminuir o efeito terapêutico dos conteúdos medicinais. Quanto mais
consistente a parte da planta maior o tempo que deve ficar na água (de
molho).
As partes macias como folha e ramos podem ser picadas ou
amassadas e ficam 10 a 12 horas em maceração. Raízes, cascas,
sementes e caule (de maior consistência) ficam 20 a 24 horas.
Passado o tempo adequado, coar e está pronto o “chá macerado”.
EMPLASTRO PÓ
Esse fitopreparado é a pasta feita de planta. A Secar a planta e quando estiver no ponto fa
pasta colocada em contato com a pele é amolecida trituração. As raízes e cascas após secagem d
pelo calor do corpo e então adere ao local. Pedaços ser raladas ou moídas. Passar em peneira ou p
de pano são aplicados cobrindo a através de pano fino. Escolher o vidro que fecha
(vedar bem). O pó obtido é guar
pasta assegurando maior tempo de permanência
imediatamente
terapêutica.
no vidro. Fazer boa vedação. Rotular.
Socar a planta fresca e transformar em pasta que
imediatamente é colocada sobre o local afetado. Em
seguida pedaços de tecidos de algodão são colocados
em cima da pasta.
ÓLEO MEDICINAL
2. – Elabore os fitopreparados apenas com plantas conhecidas, consagradas ou validadas. Identifique com
segurança as plantas ou tenha ajuda de quem conhece. Evite as novidades milagreiras. Somente após
você conviver algum tempo é que terá suas próprias convicções. Não queira aparecer. Deus criou as
plantas, não Lhe roube a cena, não invente. Se você é do tipo de pessoa que aprecia descobrir pense na
responsabilidade primeiro, depois, observe muito e adote os critérios de causa-efeito, repetibilidade,
fidelidade das falas e efetividade. Intuição existe, mas, compulsão egoica também existe. Seja racional e
humilde.
3. – Se você vai coletar plantas e tem pouca experiência saiba primeiro quais plantas são tóxicas. E
principalmente quais as tóxicas que se parecem com as plantas que você saiu a coletar.
4. – Mulheres que amamentam (nutrizes) ou que ainda estão na gravidez, cuidado, tenham absoluta certeza
do melhor tipo de fitopreparado, da identidade da planta escolhida, do tempo de tratamento, e, da
compatibilidade dos remédios.
5. – Fitoterapia nas crianças em aleitamento (mamando) materno ou com menos de seis meses. Cuidado!
Escolha a planta efetiva, e no preparo use pouco da planta. É melhor diluir e repetir do que concentrar e
errar. Sobrevivência rima com prudência.
1. - Conhecer qual parte da planta é mais efetiva vai lhe economizar muito e vai ajudar a natureza (no
caso de coleta extrativista). Fique atento(a) nisso!
2. – Antes de sair a coletar leia sobre “Cuidados ao colher” e “Qualidade das plantas”. Está escrito
nesse seu caderno. Plantas são verdes, pessoas fitoterapeutas são maduras. Colete: folha verde e
adulta, flor antes da total abertura, fruto e semente maduros (como a pessoa), casca e raiz de
plantas adultas. Tudo tem seu tempo. Planta sadia não é planta poluída. Planta catada na margem
de córregos coletivos (despejos) ou estradas que passam carros, cuidado! Colete pela manhã.
3. – No preparo: muita higiene, convicção de ter escolhido o tipo de fitopreparado mais conveniente,
vasilha correta (inox, esmaltada, vidro ou barro), preferência por não adoçar (ou usar açúcar
mascavo e rapadura pois mel aquecido perde valores), pensar na quantidade e no consumo (chá é
tomado no mesmo dia), considerar o tempo que usa a mesma planta, saber a quantidade de planta
que vai no preparado (não exagere, melhor é repetir as doses menores se você não tem
experiência, nem certeza).
4. – Conheça as plantas medicinais com propriedades semelhantes porque você deve trocar de
planta. Use no máximo por 14 dias. Se o uso for intensivo troque a cada 7 dias. As plantas variam
seus constituintes e concentrar o uso em única planta não é recomendável. Se o quadro é crônico e
o tratamento é demorado, além de trocar a planta, adote outras terapias que complementam. Você
merece o melhor! E por isso mesmo não tome chá amargo além de 7 dias (acredite: tem pessoas
que passam a gostar e preferir chá amargo, mas gosto não combina com necessidade).
5. – O tempo de uso dos fitopreparados vai depender do quadro de desequilíbrio e do estado do
organismo. Em quadros crônicos, apenas com fitoterapia, vai demorar. Pense logo no início em
somar outros procedimentos.
a) Alimentação: além de adequada e não
intoxicante deve ter os alimentos funcionais que estimulam funções dos
órgãos.
b) Plantas medicinais que podem ser ingeridas em sa-
ladas ou participarem dos sucos de frutas.
c) Homeopatia ou florais e outras práticas alternativas
que são integradas à fitoterapia.
d) Psicoterapia: “mente saudável em corpo sadio”,
esta frase revela tudo o que deve ser feito por você mentalmente.
Algumas plantas medicinais mais utilizadas popularmente pelas
comunidades de Uberlândia e região , durante as visitas domiciliares
Nome científico:
Dillenia indica L.
Sinonímia popular:
Fruta-cofre, árvore-da-pataca, maçã-de-elefante,
árvore-do-dinheiro, flor-de-abril.
Sinonímia científica:
Dillenia elongata Miq.
Família:
Dilleniaceae
Partes usadas:
Fruto, flor.
Princípio ativo:
Triterpeno lupeol (ácido betulínico, betulina,
betulinaldeido), flavonóis (miricetina), isoramnetina,
"dillenetin", glicosídeos, triterpenoides, flavonoides.
Propriedade terapêutica:
Adstringente, refrescante, cardiotônico, laxante.
Indicação terapêutica:
Angina, febre, sistema nervoso central.
Bardana
Com o exemplo deste avanço, observa-se o número crescente de constituintes ativos identificados
de espécies vegetais de renome na medicina popular e descritos seus efeitos biológicos em
publicações científicas. No Brasil, esse avanço refletiu na crescente busca por medicamentos
fitoterápicos, acompanhado pelo crescente número de centros de pesquisa, indústrias privadas e
estabelecimentos comerciais voltados para os produtos fitoterápicos
ESPINHEIRA SANTA
Considerando o valor das plantas medicinais não apenas na terapêutica, mas também
como recursos econômicos, tendo em vista a crescente utilização de fitoterápicos, a
obtenção dos derivados vegetais requer um desenvolvido conjunto de técnicas que garanta
a produção, quantidade e qualidade da matéria-prima vegetal. Para isso, as ações
necessárias para transformar uma planta medicinal em droga vegetal consistem em
aperfeiçoar as condições de cultivo, controle de pragas, colheita na fase e época ideal,
seleção e padronização das plantas colhidas, desinfecção das partes vegetais,
estabilização e secagem, divisão, controle de qualidade, exame botânico e análises por
testes químicos e físicos.
CONCLUSÃO
•Importância da educação da
população em saber usar e preparar
plantas medicinais;
•Profissionais de saúde
conhecedores de plantas e dos
costumes da população;
•Horta Comunitária;
•“Farmácia Verde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALUNAS, M. J., KINGHORN, D. Drug discovery from medicinal plants. Life Sciences, 2005. p. 431-41.
BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº 6.360 de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos
os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos e dá outras
providências. D. O. U. Brasília, 24 set. 1976.
BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 210, de 04 de agosto de 2003.
Determina a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no
Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos, conforme ao Anexo I da presente Resolução. D.
O. U. Poder Executivo, Brasília, 14
ago. 2003.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 48
de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. D.
O. U. Brasília, 18 mar. 2004.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 48
de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. D.
O. U. Brasília, 18 mar. 2004.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 88 de 16 de março de 2004. Dispõe sobre a Lista
de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de fitoterápicos. D. O. U. Brasília, 18 mar. 2004.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 89 de 16 de março de 2004. Dispõe sobre a Lista
de registro simplificado de fitoterápicos.
D. O. U. Brasília, 18 mar. 2004.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 90 de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o Guia
para os estudos de toxicidade de medicamentos fitoterápicos. D. O. U. Brasília, 18 mar. 2004.
:Fitoterapia na atenção primaria a saúde autor manole
Plantas medicinais em cacsa tradução Teo Lorent
Plantas.
Flora nacional na medicina domestica A. BALBACH
Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas - 2ª Ed. - Harri Lorenzi