03 Detração, Remissão e Progressão

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REMISSÃO DA PENA (arts.

126 a 130 da Lei de Execução Penal)


1. Conceito: consiste na possibilidade do preso abreviar o tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade nos
regimes fechado e semiaberto, pelo trabalho ou estudo, devendo o tempo remido ser computado como pena já
cumprida.
2. Finalidade: evitar o ócio do preso e estimular a produção humana. Obs.: finalidade da pena à punitiva e preventiva
(preventiva especial – ressocialização do preso)
3. Competência: juízo da execução penal.
4. O tempo remido é computado na pena já cumprida à STJ: Os dias declarados remidos devem ser computados
como dias de pena efetivamente cumpridos, conforme orientação mais favorável ao preso, adotada de forma pacífica
por esta Corte.
5. Requisitos:
5.1 Pena cumprida em regime fechado ou semiaberto. Não cabe no aberto (entendimento majoritário), salvo: para o
condenado que esteja em livramento condicional.
5.2 Três (3) dias de trabalho, com jornada entre 6 e 8 horas, exceto domingos e feriados ou 12 horas de frequência
escolar, divididas, no mínimo, em 3 dias.
5.3 Merecimento, pela ausência de falta grave (art. 50 da LEP).
6. Cabe remição na prisão provisória. Inclusive, 716, STF: Admite-se a progressão de regime de
cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do
trânsito em julgado da sentença condenatória.
7. Não cabe remição na medida de segurança.
8. Jornada de trabalho inferior a seis horas: STJ à Deve ser considerado, para fins de remição da
pena, o total de horas trabalhadas em jornada diária inferior a seis horas.
9. Falta de trabalho por insuficiência administrativa Estatal não tem direito à remição (entendimento majoritário). É a
chamada REMISSÃO FICTA, quando o preso querer trabalhar, mas o Estado não lhe oferecer os meios para tal.
Se o preso que está no regime fechado e que não conta com oportunidade de trabalho interno no presídio. Se assim for, o
advogado deve colher uma declaração do preso neste sentido e peticionar no processo de execução pedindo a remição
ficta.
Trata-se de remição que acontece sem o trabalho, mas considerando-se como se o preso tivesse trabalhado, haja vista que
ele não o fez por motivos que não são de sua culpa.
O STJ entende que não é possível a remição ficta, no HC nº 175.718.
• Na doutrina, há divergência. Júlio Fabbrini Mirabete defende o cabimento da remição ficta.
• Já Guilherme de Souza Nucci, em posição intermediária, defende que o juiz primeiro determine ao Poder Executivo,
responsável pela administração penitenciária, que crie a vaga de trabalho para o preso. Só então, em não havendo o
cumprimento da determinação, talvez por impossibilidade, é que se poderia aplicar a remição ficta.

10. Hora extra: não será computada para fins de remição (entendimento não pacífico).

11. Possibilidade de remissão pelo estudo à distancia.

12. Cumulação entre trabalho e estudo: pode, desde que os horários sejam compatíveis.

13. Acréscimo de 1/3 do tempo para o caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o
cumprimento da pena.
14. Crimes hediondos: É pacífico que cabe remição.

15. Retroatividade da lei penal mais benéfica: concede-se a remição aos presos que já trabalhavam antes da existência
do instituto.

16. Livramento condicional, indulto, progressão de regime: O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos.

17. Revogação de até 1/3 dos dias remidos por prática de falta grave (faculdade do juiz). Não há violação ao direito
adquirido, quanto aos dias remidos o condenado tem uma expectativa de direito.

Súmula Vinculante 09: O disposto no artigo 127 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem
constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.

Lei 7.210/1984 - Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
DETRAÇÃO - Conceito: Detração é o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo de
prisão provisória, no Brasil ou no exterior, de prisão administrativa ou de internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou estabelecimento semelhante.
Art. 42 do Código Penal: “Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior”.

Prisões provisórias são as modalidades de segregação cautelar impostas ao acusado antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória: (a) prisão em flagrante; (b) prisão preventiva; (c) prisão temporária; (d) prisão para extradição.
Seu fundamento é a vedação ao bis in idem, como destaca René Ariel Dotti:
“Há um princípio clássico de justiça segundo o qual ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. A detração visa
impedir que o Estado abuse de poder-dever de punir, sujeitando o responsável pelo fato punível a uma fração desnecessária
da pena sempre que houver a perda da liberdade ou a internação em etapas anteriores à sentença condenatória”.

O art. 319 do Código de Processo Penal, relaciona as medidas cautelares diversas da prisão preventiva.
Em princípio, essas medidas cautelares são incompatíveis com a detração. Excepcionalmente, quando a sanção aplicada
tiver a mesma natureza da medida cautelar, torna-se aplicável a detração, lançando-se mão de analogia in bonam partem.

Ex.: cautelar de proibição de frequentar determinados lugares (art. 319, II, do CPP) e pena restritiva de direito de mesma
natureza (art. 47, IV, do CP); cautelar de suspensão do exercício de função pública (art. 319, VI, do CPP) e pena alternativa
de proibição do exercício de função pública (art. 47, I, do CP); internação cautelar (art. 319, VII, do CPP) e medida de
segurança (art. 96 do CP).
Terceira Seção admite que tempo de recolhimento domiciliar com tornozeleira seja descontado da pena
A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, definiu ser possível o benefício
da detração no caso de cumprimento da medida cautelar de recolhimento domiciliar cumulada com fiscalização eletrônica.
Segundo o artigo 42 do Código Penal, é permitido descontar da pena privativa de liberdade o tempo de prisão
provisória cumprida no Brasil ou no exterior.
O colegiado entendeu que, embora o recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, juntamente com o uso de
tornozeleira eletrônica – previstos no artigo 319, incisos V e IX, do Código de Processo Penal (CPP) –, não constituam pena
privativa de liberdade, as limitações a que a pessoa fica submetida se assemelham ao cumprimento de pena em regime
prisional semiaberto.
"Interpretar a legislação que regula a detração de forma que favoreça o sentenciado harmoniza-se com o princípio da
humanidade, que impõe ao juiz da execução penal a especial percepção da pessoa presa como sujeito de direitos", afirmou
a relatora do processo, ministra Laurita Vaz.
Por sugestão do ministro Rogerio Schietti Cruz – que alertou para o fato de que o recolhimento noturno, diferentemente
da prisão preventiva, tem restrições pontuais ao direito de liberdade –, a seção decidiu que o cálculo
da detração considerará a soma da quantidade de horas efetivas de recolhimento domiciliar com monitoração
eletrônica, as quais serão convertidas em dias para o desconto da pena.
Assim, o tempo a ser aferido para fins de detração é somente aquele em que o acautelado se encontra
obrigatoriamente recolhido em casa, não sendo computado o período em que lhe é permitido sair.
HC 455097 de 22/04/2021
Medidas de segurança – Critério bio-psicológico – Sistema vicariante (art. 26 do CP).
Na medida de segurança, a detração se opera em relação ao prazo mínimo de internação ou tratamento ambulatorial
(um a três anos), de modo a antecipar a realização do exame de cessação de periculosidade (art. 97, § 1º e 2º, do CP e art.
175 da Lei 7.210/1984).
Por exemplo, se o agente permaneceu preso cautelarmente durante seis meses, sendo-lhe aplicada medida de segurança
pelo prazo mínimo de um ano, o aludido exame poderá ser realizado dentro de seis meses.
É possível de internação cautelar na medida de segurança, na forma do art. 319, VII, do CPP, e o prazo de internação
cautelar será computado para fins de detração.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
A detração também pode produzir efeitos com relação ao prazo máximo da medida de segurança. Embora a legislação
estabeleça apenas a sua duração mínima (1 a 3 anos), firmou-se o entendimento de que as medidas de segurança, como
espécies de sanção penal, não podem ter caráter perpétuo, nos termos do art. 5o, inciso XLVII, alínea “b”, da Constituição
Federal.
O período de segregação cautelar deve ser levado em consideração para compor o prazo máximo de duração da medida de
segurança. Assim, se alguém permaneceu preso preventivamente durante 3 anos, e lhe foi imposta medida de segurança,
esta não poderá exceder a 27 anos. Isso, evidentemente, caso antes não tenha sido constatada a cessação da
periculosidade em exame pericial.
Lei 7.210, de 11 de julho de 1984. Lei de Execuções Penais – LEP;

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser

determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;

II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;

III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave

ameaça;

IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;

V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário;

VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:

a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;

b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo

ou equiparado; ou

c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;

VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;

VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o

livramento condicional.
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério
Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de
penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para
progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da
progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito
temporal exigível para a obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IMPORTANTE.
Decisão do Juiz - A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de
manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes (art. 112, § 2º, da LEP).

Falta grave – Nos termos do § 6º do art. 112 da LEP, o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa
de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

Exame criminológico. Desde a Lei nº 10.792/03, que alterou o art. 112 da LEP, não mais se exige o exame criminológico,
mas pode o juiz determinar a sua realização, desde que haja motivação (Súmula 439 do STJ).

Súmula 439 do STJ: “É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao
regime aberto”.

Crime contra a Administração Pública – Nos termos do art. 33, § 4º, do CP o condenado por crime contra a Administração
Pública terá a progressão de regime do cumprimento de pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais.
COLABORAÇÃO PREMIADA - De acordo com o art. 4º da Lei 12.850/13:
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena
privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a
investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:...

§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão
de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.

§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações
do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor,
oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação:
I - regularidade e legalidade;
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas
que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11
de julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste
artigo;
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve sob efeito de
medidas cautelares.
SÚMULA VINCULANTE 56 do STF - A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção
do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE
641.320/RS.

SÚMULA 717 do STF - Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em
julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

Obs. O STF declarou inconstitucional o inciso VII do art. 295 do CPP, restringindo as hipóteses de prisão especial, afirmando
que é incompatível com a Constituição a prisão especial dos diplomados por qualquer das faculdades superiores da
República; (ADPF 334 de 30/03/23)

SÚMULA 716 do STF - Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime
menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

SÚMULA 491 do STJ - É INADMISSÍVEL a chamada progressão per saltum de regime prisional.

Nos termos do Art. 387 do CPP o juiz da condenação deve fixar o regime menos severo aplicando a detração:
Código de Processo Penal - Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado
para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
PROGRESSÃO ESPECIAL em 1/8 da pena – no caso de MULHER GESTANTE ou que for MÃE OU RESPONSÁVEL POR
CRIANÇAS OU PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Art. 112 da LEP:

§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos
para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
II - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
V - não ter integrado organização criminosa.
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo.
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IPC - Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o chamado TRÁFICO PRIVILEGIADO, no qual as penas podem
ser reduzidas, conforme o artigo 33, parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime de
natureza hedionda. A discussão ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 118533, de 23/06/16.
SÚMULA VINCULANTE 26 DO STF
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.

Deve ser superado o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no
regime fechado) para aqueles que preencham todos os demais requisitos previstos no art. 33, § 2º, b, e 3º, do CP/1940,
admitindo-se o início do cumprimento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo em vista a
declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/1990, na parte em que impõe a
obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento da pena aos condenados pela prática de
crimes hediondos ou equiparados, concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimendas
impostas ao paciente para o semiaberto.
HC 111.840, voto do rel. min. Dias Toffoli, P, j. 27-6-2012, DJE 249 de 17-12-2013.

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