A Origem Dos Deuses e Dos Homens
A Origem Dos Deuses e Dos Homens
A Origem Dos Deuses e Dos Homens
b) O pomo da discórdia.
c) O rapto de Helena.
d) Efigênia em Áulis.
2. PARTE: DA SEPARAÇÃO ENTRE
HOMENS E DEUSES.
a) A disputa entre Aquiles e Agamémnon.
Forma de Educar.
Na Antigüidade grega, sua religião e mitologia eram constituídas por um casal supremo -
Zeus e Hera - e mais doze deuses, que eram seus pares complementares. Havia duas
maneiras de entendê-los:
A primeira, mais simples e concreta, era a chamada visão de Homero, que encontramos
na Ilíada e na Odisséia. Aqui, os deuses só eram diferentes dos homens por serem mais
poderosos e imortais. Tinham, além da forma humana, paixões, rancores, ciúmes,
preferências, enfim, todos os atributos humanos.
Na linguagem de Homero isto era explicado de uma forma muito mais acessível: Zeus era
a paixão que não se continha, e por isso era infiel a sua esposa, tendo inúmeras relações
extra conjugais, das quais nasceram muitos deuses, semideuses e heróis. Já Hera morria
de ciúmes e sempre estava tentando aniquilar as (os) amantes de seu esposo e os filhos
nascidos destas uniões.
Dessa maneira, conseguiam os antigos ensinar às crianças ou pessoas simples a
religião de uma forma mais humana e apaixonante, pois tratava-se de uma
linguagem que todos entendiam. A Criação se dava através do amor e da paixão, e
nem sempre era possível contê-la ou mesmo prevê-la. Talvez seja isso o que tanto
nos encanta na mitologia. Os antigos reuniam os deuses de acordo com suas
funções e aqui apresentamos uma síntese:
Zeus: deus da criação e expansão.
Hera: deusa da fecundidade, consolidação e fortalecimento.
Homero lembra-nos que a distância que os separa dos outros deuses é a mesma
que separa os homens dos deuses.
Apolo: deus da profecia , luz, beleza, música, poesia e artes.
Ártemis (Diana): deusa que honra e protege o sagrado na natureza.
Atená (Minerva): deusa da sabedoria, da justiça e da equidade.
Afrodite (Venus): deusa do amor e da entrega.
Ares (Marte): deus do espírito de luta e dos combates.
Héfestos (Vulcano): deus das ferramentas e dos instrumentos .
Héstia (Vesta): deusa protetora do sagrado do lar e do interior de cada um.
Hermes (Mercúrio): deus condutor das almas após a morte no caminho para
voltarem a viver (todas as religiões antigas acreditavam na regeneração das almas
em outro corpo – séculos mais tarde o espiritismo aí se inspirou). Era além disso o
condutor dos homens aqui na Terra.
Deméter (Vesta): deusa da fertilidade e das artes para se voltar a viver. Simboliza as
estações do ano e a regeneração da natureza.
Dioniso (Baco): deus do vinho, do êxtase e da alegria. No período romano seus
atributos foram completamente degenerados, sendo associados com orgias e
bacanais, típicos da decadente Roma.
Posseidon: deus dos mares e das tarefas inadiáveis para se viver.
Hades ou Plutão: era também irmão de Zeus. É o deus dos mortos e vingador dos
falsos juramentos
Os mitos não podem - e nunca quiseram - competir com a ciência e a razão. Eles
nos abrem as portas para uma outra realidade: o mistério de viver, com seus dramas
individuais e coletivos, suas angústias, medos, alegrias e anseios. Eis onde a ciência
e a razão sempre fracassaram redondamente! Alguém se atreve a explicar sua
própria existência de modo científico, racional e previsível? Se conseguir é porque
já morreu e ainda não foi notificado da data de seu enterro…
Eis a beleza dos mitos que tanto nos fascina e apaixona: eles não prevêem, abrem
portas e possibilidades para a nossa vida. Por isso são fantásticos e ambíguos;
exigem nossa participação e tomada de posição, enfim, cobram-nos a coragem de
viver e não simplesmente vegetar. Assim, cada um tem o desafio de recriar um mito
- qualquer mito - para a sua própria vida de acordo com sua visão e compreensão.
Ontem como hoje, eles fazem o papel dos oráculos e videntes de nosso íntimo.
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O ENIGMA DA ESFINGE E O ORÁCULO DE DELFOS
Quem és tu, que fazes aqui? De onde vieste? Para onde vais?
Édipo e Antígona.
A Esfinge era um monstro mitológico com cabeça de mulher, corpo de leão e
asas de águia. Esfinge é uma palavra do egípcio arcaico, e significa "apertar a
garganta até sufocar ou mesmo asfixiar".
Aliás, é por isso que a Esfinge nos sufoca e ameaça asfixiar-nos. É o que
sentimos quando nada sabemos de nós, quando as incertezas nos invadem e o
tempo nos angustia, pois passa cada vez mais depressa. Enfim, são tantas as
indagações sobre o passado não compreendido e o incerto futuro.
É pouco, muito pouco, para o significado e grandeza contidos nos mitos de Édipo Rei
e Antígona. Seu verdadeiro sentido compreende a história de um homem maldito e
condenado à morte, antes mesmo de nascer e que, pela sua coragem de ser verdadeiro,
alcança o mais alto grau oferecido aos homens pelos deuses: a imortalidade, somente
concedida aos Messias, os filhos de Deus. Édipo é, portanto o antecessor de Moisés,
Buda, Cristo e Maomé - para citar somente alguns.
A origem dos mitos perde-se na noite dos tempos, sem que ninguém possa dizer de onde vieram. São
narrativas fascinantes, porém absurdas para quem quiser neles enxergar algo palpável e "real". E não
adianta neles procurar verdades científicas ou mesmo; quem tentar faze-lo perderá toda a sua beleza e
fascínio, além de desperdiçar seu tempo.
Mas se são absurdas fantasias, para que servem então? Para levar-nos para longe da realidade e
embalar-nos em sonhos impossíveis? E ainda assim ficamos por eles apaixonados e maravilhados.
Falam de coisas que nos dizem respeito e parecem responder a tantas e tantas perguntas que temos
sobre o mistério e o absurdo de existir. Que estranho! Parece que quando conhecemos um mito, "já
sabíamos sem saber", soa-nos tão familiar e, principalmente, toca o coração - se nosso realismo
permitir e não exigir que o descartemos como bobagem ou simples mentira (afinal, mito é seu
sinônimo).
Na Antigüidade, longe de indicar algo falso, os mitos eram considerados a linguagem que os deuses
utilizavam para ensinar a nós, pobres mortais, a arte de viver, amar e deles se aproximar. Eram
narrativas fantásticas e ambíguas porque os deuses nunca se comunicam de forma direta conosco; não
é muito diferente do que ocorre quando consultamos um astrólogo ou um vidente. As respostas que
buscamos nunca são transparentes e diretas - elas exigem nossa intervenção e interpretação para
ganharem sentido e direção. É como se adentrássemos num mundo mágico (esta palavra deriva de
mitoÂ…), onde se abrem novas possibilidades e esperanças para um futuro sempre incerto, mas tão
sonhado e desejado.