Maus-Tratos Contra A Pessoa Idosa

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MAUS-TRATOS CONTRA O IDOSO

E AS ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO DA
SECRETARIA DE SAÚDE DE
VITÓRIA - ES
AUTORES

Profª. Ms. Eliane Tozato Pereira


Coordenadora da Pesquisa
Profª. Ms. Ana Maria Monteiro Borlot
Colaboradora
Cleonice Viana dos Santos Angeli
Bolsista de Iniciação Científica
AGRADECIMENTOS

Aos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de


Vitória pela acolhida e disponibilidade na realização da
pesquisa.

A Prefeitura Municipal de Vitória e ao FACITEC pelo


apoio financeiro à pesquisa.

A EMESCAM, a Coordenação do Curso de Serviço


Social e toda equipe do OBVIO pela contribuição e
comprometimento com a pesquisa.
Velhice e Maus-Tratos
 Em 2000, os dados do IBGE apontaram um contingente
de 14.536.029 de idoso, representando 9,1% do total da
população. Projeções demográficas apontam para 32
milhões de idosos brasileiros, representando 15% da
população do país em 2020 (Berzins, 2003).
 Diante desse novo perfil demográfico, à velhice vem se
tornando, de forma particular, uma questão de ordem
pública, não mais restrita à esfera privada e da família.
 Isso significa que envelhecer com dignidade não é
responsabilidade individual, mas sim responsabilidade
coletiva.
Fundamentos Legais/Pessoa
Idosa
 Constituição Federal de 1988: materialização da
luta pela universalização e democratização dos
direitos sociais reivindicados pela sociedade civil
organizada e possibilitou a elaboração de leis que
tem como objetivo atender as necessidades de
diversos segmentos sociais, dentre eles o idoso.
 Lei Orgânica da Assistência Social/8742/93

 
Fundamentos Legais/Pessoa
Idosa
 Política Nacional do Idoso/8842/94: Tem por
objetivo assegurar os direitos sociais do idoso,
criando condições para promover sua autonomia,
integração e participação efetiva na sociedade. 
 A Lei prevê ações governamentais nas áreas de
promoção e assistência social, saúde, trabalho e
previdência social, habitação e urbanismo, justiça
e cultura, esporte e lazer.
Fundamentos Legais/Pessoa
Idosa
 PolíticaNacional de Saúde do Idoso
Idoso/dec.4227/2002: tem como objetivo um
envelhecimento saudável, buscando preservar a
capacidade funcional, a autonomia e a qualidade
de vida do segmento idoso;
 Plano Internacional sobre o Envelhecimento
2002: Conferência de Madri, com a participação
de 160 países, dentre eles o Brasil.
Fundamentos Legais/Pessoa
Idosa
 Os países signatários se comprometeram a seguir
66 recomendações para a organização de uma rede
de defesa dos direitos do idoso.
 As nações foram orientadas a estabelecer ações
estratégicas em áreas como saúde, previdência,
assistência social, trabalho, transporte e lazer,
visando ao envelhecimento digno e saudável.
Fundamentos Legais/Pessoa
Idosa
 Estatutodo Idoso – Lei nº 10.741 de
03/10/2003. Além de ratificar os direitos
demarcados pela Política Nacional do Idoso,
acrescenta novos dispositivos e cria mecanismos
para coibir a discriminação contra os sujeitos
idosos. Prevê ainda penas para crimes de maus-
tratos de idosos e concessão de vários benefícios,
tentando, sobretudo proteger o idoso em situação
de risco social.
Contextualizando o Maus-Tratos no
Brasil
 No ano de 2000, segundo o Ministério da Saúde (2005),
dentre todas as causas de óbito de idosos no Brasil, as
mortes por violências e acidentes constituíram 2,8% do
total das mortes, ocupando o sexto lugar, depois das
doenças do aparelho circulatório, das neoplasias, das
enfermidades respiratórias, das digestivas e das
endócrinas.
 Dados originados do Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e do Sistema
de Informações Hospitalares (SIH-SUS) apontam que em
2002, 14.973 idosos morreram por acidentes e violências,
o que significa cerca de 41 óbitos por dia.
Contextualizando os Maus-Tratos no
Brasil
 Levantamento mais recente realizado pela Universidade
Católica de Brasília (UCB) e patrocinada pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT), nas 27 capitais brasileiras em
2007 demonstrou que 12% dos quase 18 milhões de idosos
do país já sofreram maus-tratos.
 O estudo baseou-se em 61 mil ocorrências registradas no
Ministério Público, nas secretarias de Assistência Social, na
polícia, e no Disque-Idoso, que funciona em algumas
cidades.
 Foram utilizados dados epidemiológicos pré-existentes para
traçar o panorama da violência e resultados foram publicados
no livro Violência contra a pessoa idosa: ocorrências, vítimas
e agressores, lançado em junho de 2007 pela Editora
Universa.
Contextualizando os Maus-Tratos no Brasil
 A violência psicológica é o tipo mais comum e engloba
humilhação, discriminação e ameaças. Mas as ocorrências
contra os maiores de 60 anos também incluem agressões
físicas, uso indevido do dinheiro do idoso, negligência,
abandono e até mesmo a violência sexual, registrada em oito
cidades brasileiras.
 54% das agressões são provocadas pelos próprios filhos dos
idosos. A questão financeira é uma das principais causas da
violência interfamilia.
 Na maioria dos casos, os idosos não têm coragem de
denunciar. Tanto é que Organização das Nações Unidas
(ONU) instituiu o Dia Internacional de Combate à Violência
contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia 15 de junho, para
trazer o assunto à tona.
 60% dos casos de violência ocorrerem contra as idosas. Isso se
deve em grande parte ao machismo ainda presente na
sociedade brasileira.
Os Maus-Tratos Contra Idoso na Agenda
Pública Brasileira
 A violência contra a pessoa idosa é um fenômeno de
notificação recente no Brasil e no mundo. No Brasil a questão
começou a se evidenciar a partir de 1990, quando a
preocupação com a qualidade de vida dos idosos entrou na
agenda pública brasileira, e se intensificou principalmente, em
função da obrigatoriedade da notificação de maus-tratos contra
idosos, prevista no Estatuto do Idoso.

 Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a


Pessoa Idosa (2005), tendo como diretrizes a aplicação do
Estatuto do Idoso, que consagra o reconhecimento dos direitos
e do protagonismo desse segmento, e da intersetorialidade das
ações como estratégia de prevenção e enfrentamento á violência
contra a pessoa idosa, devendo ser destacada a necessidade de
construção de uma rede de proteção a esse segmento
populacional.
Os Maus-Tratos Contra Idoso na Agenda
Pública Brasileira
 Portaria nº. 737/GM de 16 de maio de 2001, que dispõe
sobre a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade
por Acidente e Violência. Essa Política tem como objetivo a
redução da morbimortalidade por acidentes e violências
mediante o desenvolvimento de um conjunto de ações
articuladas e sistematizadas.
 É nesse contexto de surgimento de leis voltadas para o
enfrentamento da violência contra idosos e demais
segmentos da população, que a saúde também passa a ser
convocada a cumprir o seu papel no enfrentamento dos
maus-tratos contra a pessoa idosa na esfera local.
Formas de abuso, violência e maus-
tratos
 A violência cometida contra pessoas idosas, principalmente as
que dependem de cuidados especiais, envolve duas dimensões:
- violência sofrida na sociedade, através de assaltos, agressões
verbais, péssimos atendimentos, escassez de políticas
direcionadas a esse grupo, dentre outras;
- violência sofrida na família ou violência doméstica, através
de maus-tratos, abandono, agressões físicas e psicológicas,
exercidas pelos próprios membros da família.
 Categorias e tipologias estabelecidas internacionalmente para
designar as diferentes formas de violências mais praticadas
contra os idosos:
- Abuso físico, maus tratos físicos ou violência física: referem-
se ao uso da força física para compelir os idosos a fazerem o
que não desejam, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade
ou morte;
Formas de abuso, violência e maus-
tratos
-Abuso psicológico, violência psicológica ou maus tratos
psicológicos: agressões verbais ou gestuais com o objetivo
de aterrorizar os idosos humilhá-los, restringir sua
liberdade ou isola-los do convívio social;
- Abuso sexual, violência sexual: ato ou jogo sexual de
caráter homo ou hetero-relacional, utilizando pessoas
idosas, com objetivos de obter excitação, relação sexual ou
práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física
ou ameaças;
- Abandono: forma de violência que se manifesta pela
ausência ou deserção dos responsáveis governamentais,
institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma
pessoa idosa que necessite de proteção;
- Negligência: recusa ou omissão de cuidados necessários aos
idosos, pelos responsáveis familiares ou institucionais. É
uma das formas de violência mais presente no Brasil;
Formas de abuso, violência e maus-
tratos
- Abuso financeiro e econômico: exploração imprópria ou
ilegal dos idosos ou ao uso não consentido por eles de seus
recursos financeiros e patrimoniais;
- Auto-negligência: conduta da pessoa idosa que ameaça sua
própria saúde ou segurança, pela recusa de prover
cuidados necessários a si mesma.
 As informações sobre morbidade por causas violentas em
idosos ainda são pouco consistentes (sub-notificação em
todo o mundo), o que não permite informações conclusivas
com relação aos agravos da violência.
 É preciso que os profissionais se preparem melhor para a
leitura da violência nos sinais deixados pelas lesões e
traumas que chegam aos serviços ou levam a óbitos.
Fatores Causais de Maus-Tratos
 Aumento do número de idosos dependentes;
 Falta de preparação da sociedade para enfrentar
suas necessidades;
 Discriminação;
 Aceitação social e cultural da violência;
 Desvalorização da velhice;
 Mudança na dinâmica familiar (dependência súbita
e não desejada);
 Envelhecimento da família;
 e exclusão social
Dificuldades Relacionadas à Identificação
dos Maus-tratos

O manejo dos pacientes;


 O baixo índice de suspeição;
 Atribuição de sintomas ou sinais físicos de maus-
tratos a patologias de base da vítima;
 Problema se apresentar através de
descompensações repetidas de doenças crônicas
do idoso podem comprometer a sua identificação;
Dificuldades Relacionadas à
Identificação dos Maus-Tratos

• Grande dificuldade no manejo e na intervenção


concreta com o objetivo de uma resolução adequada
dos casos;
• Intervenções podem levar a reflexões éticas sobre
quebra de sigilo, informação à polícia, justiça e
sobre o compromisso dos profissionais de saúde
com o paciente idoso.
Objetivos
 Verificar como os profissionais de saúde
do município de Vitória - ES percebem e
notificam suspeitas ou situações de maus-
tratos nos serviços públicos de saúde;
 Conhecer como os profissionais vêm
enfrentando a questão da violência
contra esse segmento;
Procedimentos Metodológicos
 Estudo exploratório-descritivo;
 Realizada com 14 profissionais de saúde, sendo 02
médicos, 05 enfermeiros, 05 assistentes sociais e 01
psicólogo que atuam nos serviços de saúde e 01 técnico
de referência da Secretaria Municipal de Saúde de
Vitória.
A escolha da formação se deu a partir do envolvimento
direto destes profissionais com os idosos nos serviços de
saúde, e, principalmente, em função da disponibilidade
do técnico para a realização da pesquisa, e de forma a
não interferir na dinâmica do atendimento nas
unidades/prontos atendimentos.
Procedimentos Metodológicos
A escolha da formação se deu a partir do
envolvimento direto destes profissionais com os
idosos nos serviços de saúde, e, principalmente,
em função da disponibilidade do técnico para a
realização da pesquisa, e de forma a não
interferir na dinâmica do atendimento nas
unidades/prontos atendimentos.
Procedimentos Metodológicos
 Serviços de saúde pesquisados: unidades de
saúde do Bairro República, Jardim da Penha,–
da Região Continental; Bairro da Penha, e
Maruípe – da Região Maruípe; Vitória –
Região Centro; Pronto Atendimento (PA) do
HPM e Pronto Atendimento (PA) do Bairro
São Pedro; e o Centro de Referência de
Atenção ao Idoso (CRAI).
 A amostra da pesquisa foi selecionada a partir
do critério de maior incidência de moradores
idosos nessas regiões.
Procedimentos Metodológicos

 Instrumentos para Produção do Material:


Entrevistas semi-estruturadas, individuais, gravadas
(com a permissão dos sujeitos) e realizadas em espaço
privado da instituição em data e horários previamente
agendados.
 A análise dos dados:

Constou de leitura das entrevistas transcritas


simultâneas à escuta, buscando apreender as categorias
temáticas do estudo, que foram analisadas conforme
referencial teórico apontado no estudo.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
No que tange a mensuração de maus-tratos contra o idoso
foram elaboradas questões de forma que pudessem ser
identificados os casos, e se estes apresentam de forma
explícita ou não para o profissional no momento da
abordagem com o idoso.
 Os dados revelam que 84% dos entrevistados
declararam que os idosos não relatam serem vítimas de
maus-tratos:
Eles não trazem na queixa a questão da violência.
Especificamente, eu não tenho tido abordagem de
agressão,talvez a assistente social tem uma escuta diferente
mais voltada..., mais direcionada porque é a área mais dela
e pode ser que isso seja mais fácil de detectar e até
expressar...
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Quando questionados sobre os casos mais comuns de
maus-tratos estes se referem a violência intra-familiar
caracterizada pela violência psicológica, financeira,
seguido de negligência, abandono e violência física
respectivamente.
 No que se refere ao número de atendimento de suspeita
ou de casos de maus contra idosos verificou-se que 09
entrevistados afirmaram não terem atendido casos de
suspeitas ou de maus-tratos contra os idosos.
 Apenas 04 profissionais relataram atendimento, embora
não soubessem quantificar o número real por
registrarem apenas nos prontuários e posteriormente
não terem acesso aos dados.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
então assim num mês no máximo uns dois ou três casos no
máximo...
...todo mês sempre tem um caso.
.. não tem estatística pra te responder .
... Não daria para quantificar, pois os casos não acontecem
com tanta freqüência, então, geralmente acontecem com o
acamado, onde o cuidador não dá assistência, a
alimentação também, às vezes não se alimenta
adequadamente, etc.
Mensal, dois três casos, de violência e espancamento
aproximadamente dois a três...Eu não sei se o médico tem
identificado, pois ele faz perguntas mais na área da saúde,
eu mais na questão social, mas eu acredito que não
tenham aparecido tantos casos, pois quando aparece eles
vem e falam...
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Quando identificado algum caso de suspeita ou de
queixas de maus-tratos contra os idosos os
procedimentos adotados pelos profissionais
entrevistados foram: encaminhamentos ao Serviço
Social totalizando 04 casos, de intervenção da equipe
com a família com 03 casos, seguidos de
encaminhamento para Ministério Público e Conselho de
Idosos também com três encaminhamentos e de visitas
domiciliares realizadas pela equipe com 02 casos.
 Quanto aos registros dos casos de maus-tratos
relataram que não existia um documento específico de
registro e que não tem uma orientação da secretaria de
saúde para especificar esses casos.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Além da questão da dificuldade do registro dos
casos os técnicos citaram também as
dificuldades que os profissionais encontram em
dar prosseguimento ao atendimento com o
idoso em função das resistências que a
comunidade e/ ou familiar oferece nessa
intervenção.
 Falta de suporte no encaminhamento desse
idoso, no caso da necessidade do afastamento
deste do convívio familiar. Onde levá-lo após a
apuração das denúncias aos órgãos
competentes?
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
A maioria destes idosos vive sobre o mesmo
teto do agressor e os profissionais não contam
com recursos para intervir nessa situação, uma
vez que podem sofrer represálias por parte dos
agressores:
     ...eu não cheguei a entrar em contato com o 
conselho do idoso... Porque...eu tentei resolver 
primeiro aqui. Porque se eu acionasse eles 
[agressores] iam vir. E eles iam saber que foi eu.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Importância do registro e necessidade de
notificar os casos de maus-tratos no serviço de
saúde: A maioria dos profissionais considerou
importante representando 84% dos técnicos,
8% no entanto, não considerou necessário o
registro da saúde, pois, isso é função de outros
órgãos como o SOS Idoso, e 8% não respondeu
por que nunca atendeu casos de maus-tratos.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Motivos considerados como importantes para o
registro: atitude resguarda a ação do
profissional, promove a discussão da temática,
favorece a estatística e o acompanhamento dos
casos pelos profissionais, respectivamente, além
de resguardar o usuário e atender aos
princípios estabelecidos pelo Estatuto do Idoso.
 São várias as dificuldades encontradas na
abordagem ao idoso: dificuldade de registro dos
casos e de dar prosseguimentos nos
atendimentos em função da falta, ou número
reduzido de profissionais, de encaminhamentos
dos casos, e de até insegurança pelas suas
próprias vidas.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
 Sugestões de melhoria: divulgação do Estatuto do
Idoso, ampliação no quadro de funcionários, incentivo
na capacitação dos técnicos envolvidos no atendimento
aos idosos e também um trabalho de prevenção à
violência com as equipes do programa de saúde da
família, uma vez que eles estão em contato mais direto
com a comunidade e vivenciam mais de perto as
questões de maus-tratos.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
- No que se refere à prevenção, 69% dos entrevistados
responderam que não existe trabalho educativo com o
idoso voltado para essa temática e 23% realizam
trabalhos educativos com palestras que às vezes
abordam maus-tratos e 8% não soube informar.
- Quanto ao trabalho realizado pelos profissionais (03)
verificamos por meio dos relatos que esses ocorrem
através de palestras interdisciplinares envolvendo
diversos profissionais, e nos grupo de cuidadores, de
Parkinson e de Alzheimer.
Maus-tratos contra o idoso e a saúde em
Vitória - ES
Quanto à percepção acerca de maus-tratos os
profissionais fazem menção nos seus relatos às
múltiplas tipologias simultaneamente. Referem-se aos
maus-tratos como:
- violência psicológica,
- negligência,
- violência física,
- abandono ,
- abuso financeiro, e
- abuso sexual.
A Contribuição da Secretaria de Saúde
de Vitória – SEMUS
 Uma das iniciativas da atual gestão municipal em
resposta à questão da criminalidade e à violência na
capital se refere ao Programa Vitória da Paz. De
acordo com a PMV (2005, p.04) trata-se de um
programa constituído por um conjunto estruturado de 
políticas públicas que se desdobra em programas de 
inclusão social, integração e mobilização comunitária, 
fiscalização e monitoramento, educação e 
desenvolvimento urbano devendo ser implementado
pelas secretarias municipais de forma articulada e
intersetorial tendo como eixos principais a defesa da
vida e respeito à cidadania.
A Contribuição da Secretaria de Saúde
de Vitória – SEMUS
 Criação de um banco de dados para
informações sobre mortes por causas externas
através da elaboração de instrumento único de
notificação caracterizado por uma Ficha de 
Notificação Compulsória de Violências contra a 
criança, adolescente, mulher e idoso, embora
ainda não utilizado pelo setor em função da
necessidade de capacitação de todos os
profissionais da rede básica de saúde para
preenchimento desse formulário.
A Contribuição da Secretaria de Saúde
de Vitória – SEMUS
A criação desse instrumento de notificação
representa o primeiro passo para conhecimento
da situação de maus-tratos contra idosos no
município, porém não basta notificar é
necessário capacitar os profissionais de saúde a
identificar esses maus-tratos e acionar a rede
de serviços existente com vistas à proteção da
vítima e o acompanhamento dos casos
identificados.
 Criação de uma referência técnica na SEMUS.
Desafios
 Visão curativa da saúde que muitos
profissionais ainda possuem nos serviços,
dificultando muitas vezes o olhar do
profissional na abordagem com pessoas idosas
vítimas de maus-tratos nos serviços de saúde;

 Dificuldade de diagnóstico e escassez de


recursos para atendimento das demandas desse
segmento, que se constituem na falta de
informação, na dificuldade de parcerias, e em
uma rede de serviços de retaguarda;
Desafios

 Número insuficiente de recursos


humanos e regimes temporários de
trabalho dos profissionais de saúde
dificultando a continuidade das ações, e
as duplas jornadas de trabalho
contribuindo muitas vezes, com o alto
nível de estresse desses profissionais;

 Capacitação dos profissionais de saúde.


Considerações Finais
 Criação no setor de saúde da consciência da urgência
que o idoso requer na utilização dos serviços seja de
atenção primária, nas emergências, no tratamento, ou
na reabilitação;

 Criação de estratégias que promovam a melhoria no


atendimento aos idosos nos serviços de saúde. A
insensibilidade e o desrespeito provocam maiores
sofrimentos aos idosos, pela forma com que os
profissionais muitas vezes, os atendem ou negligenciam
atenção;
Considerações Finais

 Criação de cursos de formação e apoio às famílias e


cuidadores de idosos enfermos e dependentes, para que
estes não cometam maus-tratos em função da ausência
de recursos técnicos e financeiros no cuidado com os
idosos;

 Criação de estratégias para maior envolvimento dos


profissionais no sentido de melhorar o diagnóstico em
casos de maus-tratos e abordagem no atendimento aos
idosos no município;
Considerações Finais

 Divulgação e implantação do instrumento de


notificação de maus-tratos contra esse
segmento nos serviços de saúde;

 Articulação com as demais secretarias e com os


diversos setores da sociedade civil, visando à
construção/ ampliação da rede de apoio aos
idosos vítimas de maus-tratos no município;
Considerações Finais

 Enquanto a maior parte dos serviços em nosso


meio não dispuser de rotinas para esses casos e
também de uma adequada equipe multidisciplinar,
o improviso e o compromisso com o doente,
associado ao bom senso clínico, continuarão
orientando o profissional de saúde tanto a não se
restringir à busca de justiça quanto a não
abandonar o idoso aos maus-tratos.
Considerações Finais
 Osprofissionais de saúde ocupam um lugar
de destaque no trabalho de prevenção e
promoção em saúde, principalmente no
âmbito da violência, nesse sentido trata-se
de um espaço político a ser ocupado,
configurando-se como um desafio a mais
para a saúde.
“Admiro a juventude
Não querer envelhecer,
Velho ninguém quer ficar,
Novo ninguém quer morrer,
Só é velho quem vive,
Bom é ser velho e viver”.

Poeta popular Oliveira das Panelas.

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