12 Doaá o - Art.ß 80-ß

Doação
Doação
Noção:
• Contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à custa do seu
património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, em benefício do
outro contraente (art.º 940.º CC);
Objecto:
• Bens de qualquer natureza, mas bens futuros não podem ser objecto de doação
(art.º 942.º)
Doação
Doação conjunta :
• A doação feita a várias pessoas conjuntamente, considera-se feita por partes iguais
(art.º 944.º CC).
• Não há direito de acrescer entre donatários (art.º 944.º)

Doação
Aceitação da doação (art.º 945º CC)
• A doação deve ser aceita em vida do doador sob pena de caducar.
• Antes da doação ser aceita poderá existir apenas uma simples proposta de doação,
mas não uma doação, pois o acordo de vontades é elemento essencial da
formação de qualquer contrato (art.º 232º CC).
• Não sendo aceite no próprio acto, a aceitação deve ser celebrada por escritura
pública ou documento particular autenticado e declarada ao doador sob pena de
não produzir os seus efeitos.
Doação
Aceitação da doação (art.º 945º CCivil)
• Existe, porém, uma excepção, em relação às doações puras, feitas a pessoas que
não tem capacidade para contratar, as quais produzem efeitos
independentemente de aceitação, em tudo o que aproveite aos donatários (art.º
951º, nº 2 CCivil).
Doação
Forma:
• Se o objeto consistir em coisas imóveis só é válida se for celebrada por

escritura pública ou documento particular autenticado (art.º 947.º CCivil)
Doação
Carácter pessoal da doação:
• Não é permitido atribuir a outrém, por mandato, a faculdade de designar a

pessoa do donatário ou determinar o objeto da doação (art.º 949.º CCivil)
Doação
Doação a nascituros:
• Os nascituros concebidos ou não concebidos podem adquirir por doação,

sendo filhos de pessoa determinada, viva ao tempo da declaração de vontade
do doador (art.º 952.º CCivil);
• Presume-se, neste caso, que o doador reserva para si o usufruto até ao

nascimento do donatário;
• Estas doações ficam dependentes do nascimento completo e com vida (art.º

66.º do CCivil) e caducam quando houver certeza do não nascimento.
Doação : Reserva de usufruto
Reserva de usufruto (art.º 958.º)
• O doador por reservar para si ou para terceiro o usufruto dos bens doados;
• A reserva a favor de terceiro implica aceitação sob pena de caducidade;

Reserva a favor de várias pessoas (art.º 1441.º CCivil)
• Simultâneo ou conjunto – quando dois ou mais beneficiários adquirem, ao

mesmo tempo, a titularidade do direito;
• Sucessivo – quando um beneficiário é chamado á titularidade na sequência de

ordem instituída;
Direito de acrescer (art.º 1442.º)
• No usufruto conjunto e na falta de estipulação em contrário, admite a lei o

direito de acrescer entre co-usufrutuários.
Reserva de dispor dos bens doados/Art.º 959.º
• O doador pode reservar para si o direito de dispor, por morte ou por ato entre
vivos, de algum ou alguns dos bens doados.
• Este direito, se respeitar a bens sujeitos a registo, carece de ser registado/Art.º

959.º, n.º 2 CCivil e 94.º, alínea b) do CRPredial.
Doação - Reversão
Cláusula de reversão (art.º 960.º CCivil)
• Pode ser estipulada a reversão dos bens doados. Esta dá-se no caso do doador
sobreviver ao donatário, ou a este e todos os seus descendentes.
• Esta cláusula está sujeita a registo, se respeitar a imóveis/Art.º 960.º, n.º 3 e 94.º,
alínea b) do CRPredial.
Efeitos da reversão (art.º 961.º CCivil)

• Havendo lugar à reversão os bens regressam ao património do doador livres de
encargos impostos enquanto estiveram em poder do donatário ou de terceiro a
quem tenham sido transmitidos.
Doação – Substituições fideicomissárias
Substituições fideicomissárias (art.º 962.º CCivil)
• São admitidas substituições fideicomissárias nas doações, aplicando-se, com as

necessárias correcções os art.ºs 2 286.º e segs.
Doação - Revogação
Revogação da proposta de doação (art.º 969.º CCivil)
• O doador pode livremente revogar a sua declaração negocial, enquanto a

doação não for aceita, desde que o faça por escritura pública ou documento
particular autenticado;
Revogação das doações (art.ºs 969.º a 979.º CCivil)
• As doações podem ser revogadas por ingratidão do donatário (art.º 970.º)
Casos de ingratidão (art.º 974.º CCivil)

• Quando o donatário se torne incapaz, por indignidade (art.º 2034.º Ccivil), de
suceder ao doador ou, quando se verifique alguma das ocorrências que justificam
a deserdação (art.º 2166.º Ccivil).
• Se a doação tiver sido feita para casamento, não poderá ser revogada por com
fundamento na ingratidão (art.º 975.º, n.º 1).
Efeitos da revogação (art.º 978.º CCivil)

• Os efeitos da revogação retrotraem-se à data da propositura da acção, sendo os
bens restituídos ao doador ou aos seus herdeiros, no estado em que se
encontrarem.
• Se os bens tiverem sido alienados ou não for possível a restituição em espécie,

será entregue o valor que os bens tinham ao momento em que foram alienados.
Efeitos em relação a terceiros (art.º 979º CCivil)

• Os direitos reais de terceiros não são afectados pela revogação se adquiridos
anteriormente à demanda, sem prejuízo das regras relativas ao registo.
• Assim, é o que acontecerá com um registo de hipoteca ou de usufruto, por

exemplo, constituídos por terceiro que, para não serem afectados, necessitam de
estar registados antes do registo da acção de revogação.
Doação – Ónus de eventual redução das doações
sujeitas a colação
Colação (art.º 2104.º CCivil):
• Restituição feita pelos descendentes à massa da herança, para igualação na

partilha, dos bens que foram doados pelo autor da herança;
Descendentes sujeitos à colação (art.º 2105.º CCivil):

• Os descendentes que eram à data da doação presuntivos herdeiros legitimários
doador.
Doação para casamento
Doações para casamento/Art.ºs 1753.º a 1 760.º CCivil)
• A doação para casamento é a que é feita a um dos esposados, ou a ambos, em

vista do seu casamento.
Podem também ser feitas por um dos esposados ao outro, pelos dois
reciprocamente, ou por terceiro a um ou a ambos.
Regime (art.º 1 755.º CCivil)

• As doações só produzem efeitos a partir da celebração do casamento, salvo
disposição em contrário;
Doações para casamento/Regime/Art.º 1755
• As doações para casamento produzem efeitos a partir da celebração do

casamento.
Doações para casamento/Forma/Art.º 1 756.º CCivil)
• As doações para casamento só podem ser feitas na convenção antenupcial.

Doações para casamento
Doações para casamento/Incomunicabilidade dos bens doados pelos esposados
• Os bens doados por um esposado a outro consideram-se próprios do donatário,

seja qual for o regime matrimonial, salvo disposição em contrário/Art.º 1757.º
Doações para casamento/Revogação
• As doações entre esposados não são revogáveis por mútuo consentimento dos
contraentes/Art.º 1758-º.
Doações para casamento/Caducidade/Art.º 1 760.º CCivil
As doações para casamento caducam:
• Se o casamento não for celebrado dentro de um ano, ou se vier a ser

declarado nulo ou anulado;
• Se ocorrer divórcio ou separação judicial por culpa do donatário, se este for

considerado único ou principal culpado;
Doação entre casados
Doação entre casados /Art.ºs 1 761.º a 1 766.º CCivil
• É admissível a doação entre casados, exceto se entre eles vigorar o regime da

separação de bens/Art.º 1762.º
Objeto e incomunicabilidade dos bens doados

• Só podem ser doados bens próprios do doador, não se comunicando estes bens
seja qual for o regime matrimonial/Art.º 1764.º
Doação entre casados/Livre revogabilidade
• As doações entre casados podem a todo o tempo ser revogadas pelo doador, não
podendo renunciar a esse direito/Art.º 1765.º CCivil
A doação entre casados/Caducidade
• Falecendo o donatário antes do doador, salvo se este confirmar a doação nos

três meses subsequentes à morte daquele, pela forma prevista para a
doação/Art.º 1766.º, n.º 1, alínea a);
• Se o casamento vier a ser declarado nulo ou anulado/Art.º 1766.º, n.º 1, alínea

b);
• Ocorrendo divórcio ou separação judicial por culpa do donatário, se este for

considerado único ou principal culpado/Art.º 1766.º, n.º 1, alínea c).
Doação - Distrate
Distrate da doação
• É a convenção pela qual as partes revogam o contrato que anteriormente

celebraram.
Doação - Documentos
• Certidão do teor da descrição predial e das inscrições em vigor, passada pela conservatória do
registo predial com antecedência não superior a seis meses ou, quanto a prédios situados em
concelho onde tenha vigorado o registo obrigatório, a respectiva caderneta predial,
actualizada;
• Caderneta predial actualizada ou certidão do teor da inscrição matricial passada com

antecedência não superior a um ano (www.e-financas.gov.pt);
• Tratando-se de doação de prédio urbano ou de fração autónoma deve ser exibida

lautorização de utilização;
• Observação do Rejue – Regime jurídico da Urbanização e Edificação.

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• Não há direito de acrescer entre donatários (art.º 944.º)

Aceitação da doação (art.º 945º CC)

• A doação deve ser aceita em vida do doador sob pena de caducar.

Aceitação da doação (art.º 945º CCivil)

• Se o objeto consistir em coisas imóveis só é válida se for celebrada por

Carácter pessoal da doação:

• Não é permitido atribuir a outrém, por mandato, a faculdade de designar a

• Os nascituros concebidos ou não concebidos podem adquirir por doação,

• Presume-se, neste caso, que o doador reserva para si o usufruto até ao

• Estas doações ficam dependentes do nascimento completo e com vida (art.º

Reserva de usufruto (art.º 958.º)

• A reserva a favor de terceiro implica aceitação sob pena de caducidade;

Reserva a favor de várias pessoas (art.º 1441.º CCivil)

• Simultâneo ou conjunto – quando dois ou mais beneficiários adquirem, ao

• Sucessivo – quando um beneficiário é chamado á titularidade na sequência de

Direito de acrescer (art.º 1442.º)

• No usufruto conjunto e na falta de estipulação em contrário, admite a lei o

Reserva de dispor dos bens doados/Art.º 959.º

• Este direito, se respeitar a bens sujeitos a registo, carece de ser registado/Art.º

Cláusula de reversão (art.º 960.º CCivil)

Efeitos da reversão (art.º 961.º CCivil)

Substituições fideicomissárias (art.º 962.º CCivil)

• São admitidas substituições fideicomissárias nas doações, aplicando-se, com as

Revogação da proposta de doação (art.º 969.º CCivil)

• O doador pode livremente revogar a sua declaração negocial, enquanto a

Revogação das doações (art.ºs 969.º a 979.º CCivil)

• As doações podem ser revogadas por ingratidão do donatário (art.º 970.º)

Casos de ingratidão (art.º 974.º CCivil)

Efeitos da revogação (art.º 978.º CCivil)

• Se os bens tiverem sido alienados ou não for possível a restituição em espécie,

Efeitos em relação a terceiros (art.º 979º CCivil)

• Assim, é o que acontecerá com um registo de hipoteca ou de usufruto, por

Colação (art.º 2104.º CCivil):

• Restituição feita pelos descendentes à massa da herança, para igualação na

Descendentes sujeitos à colação (art.º 2105.º CCivil):

Doações para casamento/Art.ºs 1753.º a 1 760.º CCivil)

• A doação para casamento é a que é feita a um dos esposados, ou a ambos, em

Regime (art.º 1 755.º CCivil)

Doações para casamento/Regime/Art.º 1755

• As doações para casamento produzem efeitos a partir da celebração do

Doações para casamento/Forma/Art.º 1 756.º CCivil)

• As doações para casamento só podem ser feitas na convenção antenupcial.

Doações para casamento/Incomunicabilidade dos bens doados pelos esposados

• Os bens doados por um esposado a outro consideram-se próprios do donatário,

Doações para casamento/Revogação

Doações para casamento/Caducidade/Art.º 1 760.º CCivil

As doações para casamento caducam:

• Se o casamento não for celebrado dentro de um ano, ou se vier a ser

• Se ocorrer divórcio ou separação judicial por culpa do donatário, se este for

Doação entre casados /Art.ºs 1 761.º a 1 766.º CCivil

• É admissível a doação entre casados, exceto se entre eles vigorar o regime da

Objeto e incomunicabilidade dos bens doados

Doação entre casados/Livre revogabilidade

A doação entre casados/Caducidade

• Falecendo o donatário antes do doador, salvo se este confirmar a doação nos

• Se o casamento vier a ser declarado nulo ou anulado/Art.º 1766.º, n.º 1, alínea

• Ocorrendo divórcio ou separação judicial por culpa do donatário, se este for

• É a convenção pela qual as partes revogam o contrato que anteriormente