Slides Auditoria Governamental

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 55

Auditoria Governamental

Professora Rita de Cassia Zuccolotto


Normas aplicáveis ao objeto de auditoria
 Parágrafo único do Art. 70 da Constituição Federal
(CF, 1988):
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos [...]”.
Lei de Responsabilidade Fiscal
 Este é um nome figurado dado à Lei Complementar nº 101/2000
que definiu regras para a gestão fiscal do Estado brasileiro,
envolvendo os três níveis de governo (União, Estados e
municípios).
 O que faz trazer esta lei é sua capacidade elucidativa de
explicitar as responsabilidades que recaíram, a partir daquele
ano, sobre os agentes públicos que utilizam, arrecadam,
guardam, gerenciam ou administram dinheiros, bens ou valores
do Setor Público.
 É o caso, para primeiro exemplo, relativo à administração dos
valores e dinheiros, do limite imposto por essa lei com gastos
com folha de pagamento (pessoal)
Instrumentos de planejamento da
Administração Pública
 o Plano Plurianual, as Diretrizes orçamentárias e o orçamento
público.
 Estes serão elaborados por cada ente da federação, e são (ou
devem ser) as linhas mestras da gestão de cada governante.
 Por se constituírem em lei, pois passam pela aprovação das
respectivas casas legislativas, tornam-se os objetos centrais de
auditoria.
 Nestes instrumentos encontram-se os programas, as metas e as
iniciativas propostas por determinado governo a serem
financiados pelas receitas públicas arrecadadas ou empréstimos
adquiridos
Auditoria possíveis
• As diretrizes, os objetivos e as metas para as despesas de capital;
• A política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;
• Os programas de governo;
• As propostas de empréstimos a serem adquiridos, nas formas e volume
definidos em lei;
• As proposições de acordos de repasses ou empréstimos de recursos com
outros entes da federação e com entidades privadas para realização de
programas de governo.
• A definição legal do valor a ser gasto para um período em cada uma das
mais variadas despesas de responsabilidade do setor público.
Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica
aplicadas ao Setor Público (NBC TSP)
 Entre elas a principal é a Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas
Entidades do Setor Público¸ aprovada em setembro de 2016 para
vigência a partir de 2017.
 Nos seus capítulos 5, 6, 7 e 8 encontra-se as regras mais
específicas, no aspecto contábil, aplicadas aos órgãos do setor
Público. Assim como nas normas citadas anteriormente, vejamos
alguns elementos que são objetos de autoria, independentemente
do órgão:
• Mensuração e evidenciação de ativos e passivos;
• Apresentação da informação nos relatórios contábeis;
• Critérios de reconhecimento de elementos patrimoniais;
Desdobramento da Estrutura Conceitual para Elaboração
e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral
pelas Entidades do Setor Público
 NBC TSP 01 Receita de Transação sem Contraprestação
 NBC TSP 02 Receita de Transação com Contraprestação
 NBC TSP 03 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
 NBC TSP 04 Estoques
 NBC TSP 05 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente
 NBC TSP 06 Propriedade para Investimento
 NBC TSP 07 Ativo Imobilizado
 NBC TSP 08 Ativo Intangível
Desdobramento da Estrutura Conceitual para
Elaboração e Divulgação de Informação
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades
do Setor Público
 NBC TSP 09 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não
Gerador de Caixa
 NBC TSP 10 Redução ao Valor Recuperável de Ativo
Gerador de Caixa
 NBC TSP 11 Apresentação das Demonstrações Contábeis
 NBC TSP 12 Demonstração dos Fluxos de Caixa
 NBC TSP 13 Apresentação de Informação Orçamentária nas
Demonstrações Contábeis
 NBC TSP 14 Custos de Empréstimos NBC TSP
 15 Benefícios a Empregados
 NBC TSP 16 Demonstrações Contábeis Separadas
 NBC TSP 17 Demonstrações Contábeis Consolidadas
 NBC TSP 18 Investimento em Coligada e em Empreendimento Controlado
em Conjunto
 NBC TSP 19 Acordos em Conjunto
 NBC TSP 20 Divulgação de Participações em Outras Entidades
 NBC TSP 21 Combinações No Setor Público
 NBC TSP 22 Divulgação sobre Partes Relacionadas
 NBC TSP 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de
Erro
 NBC TSP 24 Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis
 NBC TSP 25 Evento Subsequente
 NBC TSP 26 Ativo Biológico e Produto Agrícola
 NBC TSP 27 Informações por Segmento
 NBC TSP 28 Divulgação de informação Financeira do Setor Governo Geral
 NBC TSP 29 Benefícios Sociais
 NBC T 16.11 Sistema de Informação de Custos do Setor Público
Controladoria Geral da União
 A Controladoria Geral da União (CGU) é o principal órgão de auditoria e
controle interno do Governo Federal Brasileiro (União).
 Esse órgão, que possui status de ministério, emite as normas gerais de
auditoria interna no país no seu âmbito de ação.
 A principal norma de uso para todo o sistema de controle interno do Poder
Executivo Federal é a IN CGU nº 3/2017. Em resumo esta norma tem no
conjunto de seus critérios:
 i) a abrangência e organização do sistema de controle e auditoria interna
do Poder Executivo Federal,
 ii) gerenciamento e operacionalização, envolvendo, planejamento,
desenvolvimento das atividades (execução) e
 iii) comunicação e monitoramento
TCU Tribunal de Contas da União
 O Tribunal de Contas da União (TCU) representa o órgão de auditoria
governamental máximo do país.
 As normas do TCU são divididas em grupos dentro das normas
denominadas de FISCALIZAÇÃO:
 i) Acompanhamento,
 ii) Auditoria de conformidade;
 iii) auditoria em áreas específicas (obras públicas e tecnologia da
informação);
 iv) Auditoria financeira;
 v) Auditoria operacional;
 vi) inspeções;
 vii) levantamento; e
 viii) monitoramento.
Principais assuntos abordados pelo TCU
 A responsabilidade do TCU em verificar o cumprimento pelos auditados
das suas deliberações.
 A verificação da legalidade, legitimidade, eficiência e eficácias de
resultados através de métodos e técnicas adequadas.
 Definição de etapas e métodos a serem utilizados na execução da ação
de auditoria.
 Descrição das fases relacionadas ao planejamento, execução e emissão
de relatórios e o consequente monitoramento
 A título de exemplo o TCU diz que o foco da auditoria financeira é “[...]
avaliar se as informações financeiras de uma entidade foram elaboradas
e apresentadas de acordo com as normas e regulamentos exigidos para a
sua divulgação.”.
Auditoria
Governamental
Interna
Estrutura e Funcionamento
 A estrutura da Auditoria Governamental Interna está representada,
no âmbito da União, pelo Ministério da Transparência e
Controladoria Geral da União (CGU).
 É o órgão, dentro do Governo Federal que possui a centralidade das
ações relativas a controles internos.
 Criada em 2003 a CGU exerce, desde então, as competências
relativas à auditoria interna no âmbito do Poder Executivo Federal.
 A CGU é o resultado da evolução e adequações de natureza política
e estrutural da Administração Pública brasileira ao longo do século
XX, marcado pela edição do Decreto-Lei 200/67 e, em 1964 com a
aprovação da Lei nº 4.320.
 A partir dessa legislação ficou claro que o controle interno estaria
vinculado à verificação da legalidade e alcance de resultados de
programas de governo numa clara aproximação ao conceito de
auditoria
Curiosidades
 Existe funcionando internamente em cada Poder executivo
de cada ente da federação a auditoria denominada
“fiscal”.
 Esta, apesar de pertencer à hierarquia do Estado, não se
confunde com a auditoria governamental interna.
 A primeira cuida da fiscalização sobre a relação tributária
do ente com o contribuinte, a segunda atua no âmbito das
despesas e resultados públicos
Auditoria
governamental
externa
Auditoria Governamental externa
 Assim como a modalidade da auditoria interna está
sustentada em dispositivo constitucional, a auditoria
externa também possui respaldo na Carta Magna.
 No Art. 71, fixou-se o papel do controle externo na
estrutura do Estado a ser exercido, no âmbito do Governo
Federal (União) pelo Congresso Nacional.
 O mesmo artigo diz que este Poder terá o auxílio do
Tribunal de Contas da União (TCU).
 É o Tribunal de Contas da União (TCU) que tem o papel, na
prática, de realizar fiscalização e auditoria, conforme
caputs dos artigo 70 e 71:
Auditoria Governamental externa
 Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
 Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete.
Auditoria Governamental externa
 Para as outras instâncias governamentais a Constituição
atrelou o que foi exarado na seção IX do Capítulo I (Da
fiscalização contábil, financeira e orçamentária) todos os
demais tribunais conforme texto do Art. 75.
 Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se,
no que couber, à organização, composição e fiscalização
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
 Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados
por sete Conselheiros.
Poder Legislativo e auditoria externa
 A representação social no Poder se dá pela eleição de
representantes para os poderes legislativo e executivo, ou
seja, o cidadão exerce o Poder, porém indiretamente.
 No caso do Poder Legislativo Nacional a representação
segue uma proporcionalidade que hoje é de 594
(quinhentos e noventa e quatro) agentes políticos, sendo
513 na Câmara dos Deputados (deputados federais) e 81
no Senado Federal (senadores), representando a
“totalidade” da população brasileira.
Então, como fazer o controle externo na
Administração Pública?
 O legislador, mais precisamente o constituinte de 1988,
transferiu a atividade de fiscalização propriamente dita
para os tribunais de contas que, no caso da União, a
CF/88, explicitamente, cita ao Tribunal de Contas da
União como órgão de auxílio ao Congresso Nacional no
cumprimento de sua responsabilidade de controle
externo, dada por essa constituição.
Os tribunais de contas
 O maior e mais representativo dos tribunais no Brasil é o
Tribunal de Contas da União (TCU).
 A sua origem, história, competências e jurisdição lhe
diferencia significativamente dos demais tribunais
existentes no país. Basta citar o tempo de existência do
TCU em relação aos demais.
 Registra-se que o TCU nasceu na Carta Constitucional de
1891, com efetivo funcionamento em 1893 (CASTRO, 2010,
p. 273).
Tribunais de Contas
 Na União a CF determinou que o TCU será composto de 9
(nove) ministros (Art. 73). Portanto trata-se de um órgão da
Administração Pública Federal de gestão e deliberação
colegiada.
 Suas decisões são emanadas em reuniões plenárias de
acordo com maioria que exige cada pauta colocada em
deliberação e publicadas em forma de acórdão. Para além
do Plenário, a estrutura do TCU é formada por Auditores de
carreira e sua força de trabalho técnico-operacional,
formada por analista e técnicos.
 Atualmente o TCU dispõe de aproximadamente 2.300
servidores, conforme seu último Relatório de Gestão
O que compete então ao TCU? A
resposta a esta pergunta está no Art. 71
da

CF/88
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
 II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
 III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
 IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
 V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
 VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
 VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
 VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
dano causado ao erário;
 IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
 X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
dos Deputados e ao Senado Federal;
 XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
Outros tribunais de contas
 Temos 27 tribunais de contas estaduais e um federal, o TCU?
 Temos sim estes tribunais, mas falta mencionar mais cinco.
 Na data de promulgação da Constituição Federal existiam, no país,
dois tribunais de âmbito municipal, sendo um de auxílio à câmara
municipal da cidade de São Paulo e outro à da cidade do Rio de
Janeiro, além de outros três de abrangência estadual de auxílio às
câmaras municipais dos municípios do Estado respectivo. Existe
esses tribunais para os municípios nos Estados do Pará, Bahia e
Goiás. Onde não há esses tribunais de auxílio específico às câmaras
de vereadores os tribunais estaduais são quem dão tal auxílio,
acumulando, portanto, o controle externo no âmbito dos órgãos do
Estado e dos municípios do mesmo Estado
 Então,refazendo as contas, existem 30 (trinta)
tribunais de jurisdição estadual, dois municipais e
um nacional, totalizando 33 tribunais.
Curiosidades
 Em 2017 foi extinto o Tribunal de Contas dos Municípios
do Estado do Ceará por meio de Emenda à Constituição
desse estado, apesar de abertura de Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal
Federal – STF, sem êxito.
 As
suas atribuições foram absorvidas pelo Tribunal de
Contas do Estado do Ceará.
Controles internos no Setor Público

 Seráque auditoria governamental possui alguma


intersecção com controles internos?
Controles internos no Setor Público
 o controle interno serve para potencializar o atingimento dos
objetivos organizacionais a cargo de um gestor público, orientado
pelos limites legais.
 A este interessa atingir tais objetivos, porque passará pelo crivo das
instâncias de fiscalização e auditoria e poderá responder por
impropriedades e ilegalidades na forma da lei. Assim, o gestor público
está preocupado em fazer funcionar, da melhor forma possível, o
órgão que administra.
 Como então fazer isso? A teoria vigente responde a essa questão.
Castro (2010, p. 294), em sua obra, apresenta os princípios que, se
utilizados, contribuem para o atingimento das finalidades do próprio
controle interno.
Os princípios básicos do Controle interno
são:
 Fixação de responsabilidade
 Segregação de funções.
 Ciclo de uma transação.
 Seleção de pessoal.
 Rodízio de pessoal.
 Instruções devidamente formalizadas/manualizadas.
 Processamento eletrônico de informações.
Administração Pública e Auditoria
Governamental
 “Afiscalização contábil, financeira, orçamentária e
patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.” (BRASIL, 1988, Art. 70)
Exemplos:
A lei de licitações (Lei nº 8.666/93). A discussão e
aprovação dela não coube aos órgãos de auditoria, nem
a estes couberam discussões ou interpretações de ordem
teórica, mas somente avaliar o cumprimento objetivo
dela pelos agentes públicos, de qualquer dos poderes.
 No âmbito do judiciário: a auditoria governamental não
audita a decisão de um juiz ou tribunal dada sobre um
processo judicial, mas tem a responsabilidade de auditar
os atos de gestão do juiz ou presidente do tribunal
quando, por exemplo, adquire bens de consumo para o
órgão ou autoriza uma dispensa de licitação.
Portanto

o foco recai sobre a legalidade, legitimidade e


economicidade dos aspectos contábil, financeiro,
orçamentário e patrimonial dos atos neles praticados.
Planejamento e Orçamento Públicos

 PPA – Plano Plurianual


 LDO – Lei de Diretrizes orçamentárias
 LOA – Lei Orçamentária Anual
Princípios orçamentários
 Princípio da Unidade - Também conhecido como princípio da
totalidade, a principal ideia é agregar, em um único documento
(a lei orçamentária), todas as receitas e despesas de um
determinado ente governamental. Esse princípio elimina, em
tese, a criação de orçamentos paralelos ou secundários.
 Princípio da Universalidade - considera que será possível ver,
em uma única peça documental, a totalidade dos ingressos de
receitas orçamentárias e extraorçamentárias e dos desembolsos
de despesas orçamentárias e extraorçamentárias.
 Princípio da Anualidade - O Orçamento deve contemplar o
período de um ano.
Princípios orçamentários
 Princípio do Orçamento Bruto - “impedir a inclusão, no
orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão
apenas do saldo positivo ou negativo resultante do
confronto entre as receitas e as despesas de determinado
serviço público”. Cada item ou elemento de despesa ou
receita do orçamento deve estar consignado ao seu valor
bruto ou total.
 Princípio da Discriminação ou Especialização - exige o
máximo de detalhamento possível da origem (receitas) e
aplicações (despesas) elencadas no orçamento, sendo que
as aplicações precisam ser materializadas nos programas e
ações governamentais. Este princípio tem o propósito de
ajudar o Poder Legislativo na sua função de fiscalização.
Princípios orçamentários
 Princípio da Exclusividade - Por meio do Art. 165, §8º, da
Constituição, está resguarda a não inclusão de assunto
estranho à previsão da receita ou fixação da despesa públicas.
A imposição legal decorre do fato de que o trâmite
diferenciado e rápido do projeto de lei orçamentária seduzia
os agentes políticos a incluírem outros assuntos. Cabe observar
que os princípios estão sustentados ou na CF/88 ou na Lei º
4.320/64, portanto de cumprimento obrigatório pelos gestores,
quando da elaboração dos respectivos orçamentos públicos.
Por tal razão, ele é objeto de fiscalização e avaliação das
auditorias governamentais. Não apenas os aspectos formais
que decorrem dos princípios, mas também de conteúdo e de
execução desses orçamentos passarão pelo crivo da atividade
da auditoria governamental.
Fases do processo do Orçamento Público
Movimentação de crédito orçamentário:
Como ocorre a movimentação dos créditos
orçamentários?
 Por meio da descentralização dos créditos orçamentários na proporção ou na
equivalência daquilo que foi demandado pelo órgão ou autarquia.
 Essa demanda ocorre através do processo de programação. Funciona como
uma pirâmide. Os órgãos da base da pirâmide solicitam créditos
orçamentários ao Órgão que está no topo da pirâmide.
 Tal organização piramidal está viabilizada, no Governo Federal, por meio da
Lei nº 10.180/2001, que a estruturou em três níveis de órgãos que assumem
competências.
 O primeiro, a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional, classificado como
Órgão Central do Sistema, o segundo os Ministérios, a Advocacia Geral da
União, a Vice-Presidência e a Casa Civil da Presidência da República,
classificados como Órgãos Setoriais, e o terceiro os órgãos e entidades
diretamente vinculados ao segundo, identificadas como Unidades Gestoras
Executoras.
É de extrema relevância, para uma disciplina como
Auditoria Governamental, entender a estrutura, etapas
e critérios que viabilizam essa movimentação, pois é
nessa dinâmica que inconsistências, erros e fraudes
comumente aparecem ou é a condição para que os
mesmos aconteçam.
 Deantemão, a certeza é a de que é possível
movimentá-los. Ou seja, os valores que são aprovados
pelos Poderes Legislativos não são imutáveis.
Créditos adicionais
 Osorçamentos públicos são aprovados definindo dotações para
cada programa que o compõe, mas devido à realidade imposta
pelos acontecimentos da vida real, o orçamento passa por
mudanças porque o cotidiano se impõe e faz alterar as
perspectivas dos gastos públicos, afetando diretamente as
ações orçamentárias, que compõem os programas.
O crédito adicional no Setor Público é a autorização legislativa
para novos gastos não previstos ou insuficientemente, fixados
inicialmente na lei orçamentária.
Créditos adicionais
Atuação de auditoria
 Trata-se de uma temática que aparece corriqueiramente
nos planejamentos de auditoria. O ato de alterar o
orçamento em execução é regra e as auditorias devem
ficar atentas, porque, a cada modificação desencadeia-
se outras que não podem se afastar dos mandamentos
legais. É nesse momento que a auditoria deve estar
atenta para observar se a anulação de um crédito
orçamentário não infringe outra regra, ou se a operação
de crédito atende aos limites e critérios definidos pelo
Senado Federal nas suas resoluções 40 e 43, ambas de
2001
Dívida Pública
 São débitos ou obrigações que o ente público tem com terceiros para
suportar insuficiência de caixa ou investimentos de longo prazo
 Há uma classificação em dois tipos pela Lei nº 4.320/64.
 Uma é denominada dívida flutuante e a outra dívida fundada, também
chamada de consolidada
 Se esse prazo for superior a 12 meses, a amortização (pagamento do
principal) originada de operação de crédito contratada ou obrigação
assumida em virtude de lei, contrato ou convênios, considera-se dívida
fundada.
 A dívida flutuante também tem elementos de caracterização claros.
Primeiro deve ser exigível a curto prazo, ou seja, inferir a 12 meses; o
pagamento independe de autorização legislativa, isto é, não precisa mais
ser colocado no orçamento anual para execução; ou cobrir insuficiência
de caixa de curto prazo
Divida pública
 • Restos a pagar: são despesas que foram empenhadas, porém não se fez o
pagamento até o último dia do exercício (31 de dezembro). Dentro dele pode
existir o processado, quando foi feito além do empenho a liquidação respectiva,
restando apenas o pagamento, e o não processado, quando resta proceder a
liquidação e o pagamento do respectivo empenho.
 • Serviços da dívida a pagar: São encargos financeiros, a pagar dentro do
exercício, incidentes sobre a dívida contratada, como juros e taxas ou comissões
de corretagem.
 • Depósito de terceiros: São recursos financeiros que estão nos cofres públicos
transitoriamente, a exemplo de recursos retidos de folha de pagamento para
transferências relativas ao processo de consignação em folha de dívida de
servidores públicos.
 • Depósitos de Tesouraria: Operações de crédito por antecipação de receita.
Recorre-se a este expediente, na maioria das vezes, por possível descompasso
entre a arrecadação das receitas e os desembolsos. Por isso tem característica
de curto prazo, tendo em vista que o equilíbrio se reestabelece.
Atuação da auditoria
Planejamento da Auditoria governamental
Achados de Auditoria
Evidência de auditoria
 a) validade - a evidência deve ser legítima, ou seja, baseada em informações
precisas e confiáveis
 b) confiabilidade - garantia de que serão obtidos os mesmos resultados se a
fiscalização for repetida. Para obter evidências confiáveis, é importante considerar
que: é conveniente usar diferentes fontes; é interessante usar diferentes
abordagens; fontes externas, em geral, são mais confiáveis que internas; evidências
documentais são mais confiáveis que orais; evidências obtidas por observação direta
ou análise são mais confiáveis que aquelas obtidas indiretamente;
 c) relevância - a evidência é relevante se for relacionada, de forma clara e lógica,
aos critérios e objetivos da fiscalização;
 d) suficiência - a quantidade e qualidade das evidências obtidas devem persuadir o
leitor de que os achados, conclusões, recomendações e determinações da auditoria
estão bem fundamentados. É importante lembrar que a quantidade de evidências
não substitui a falta dos outros atributos (validade, confiabilidade, relevância).
Quanto maior a materialidade do objeto fiscalizado, o risco, e o grau de
sensibilidade do fiscalizado a determinado assunto, maior será a necessidade de
evidências mais robustas.
Formas de evidência de auditoria
Exercícios

 Após o recebimento de uma série de recomendações e notificações do tribunal de contas sobre


a aplicação de recursos de transferências vinculados à área de educação, uma entidade do
setor público decidiu realizar uma auditoria com o objetivo de avaliar se ações realizadas na
área ao longo do último exercício financeiro observaram os regulamentos aplicáveis aos
recursos transferidos para esta área.

 À luz desse objetivo e dos Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público, o auditor
deverá planejar o trabalho com base nas normas para realização de auditoria:

 A)de gestão; 

 B)financeira;

 C)operacional; 

 D)de desempenho;

 E)de conformidade.

  Resposta: E
 Dadas as afirmativas sobre os requisitos básicos dos achados em auditoria governamental,
I. Mostrar a relevância do fato. 

 II. Estar respaldado nos papéis de trabalho. 

 III. Ser convincente àqueles envolvidos diretamente no processo.


verifica-se que está(ão) correto(s)

 A I, apenas.

 B III, apenas.

 C I e II, apenas.

 D II e III, apenas.

 E E I, II e III.

 Resposta: C
 Considerando os princípios básicos de auditoria no âmbito do setor público,
julgue o item a seguir. 

As auditorias governamentais devem ser realizadas nas instalações da


instituição auditada.

 Certo

 Errado

Você também pode gostar