Hidráulica - Unidade 6 (Condutos Livres)

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Escoamentos Livres

Professor Daniel Sírio


Equações fundamentais do escoamento
• Equação da continuidade
r1A1V1 = r2A2V2 => A1V1=A2V2=Q

• Equação da quantidade de movimento

• Equação de energia - Bernoulli


Exemplo 1
• Um canal retangular com base 5m transporta uma vazão de 10m³/s
entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1Km e desnível de 13m.
Sabendo-se que a profundidade a montante é de 1m e a velocidade
de jusante é igual a 3m/s, pede-se calcular a perda de carga total
entre o início e o término do canal.
Estudo de condutos livres

mais complexo que a dos condutos forçados

Causas:
• rugosidade das paredes não uniforme;
• parâmetros geométricos:
- deformabilidade da superfície livre
- seção transversal não uniforme
• transporte de matéria sólida;
• empirismo.
Elementos Geométricos dos Canais

yn
Elementos Geométricos dos Canais
Elementos Geométricos dos Canais
Elementos Geométricos dos Canais
Declividade (  )
É a tangente trigonométrica do ângulo que suas geratrizes formam com um
plano horizontal.

 = tg 

Profundidade média
É a relação entre a área da seção transversal e a largura da
superfície líquida,

A
yn
yn = A / B y
A
Número de Reynolds

Re = ρVL/μ = V.Rh/n

Regime Condutos Livres Condutos Forçados


  Re = V.Rh/n Re=V.D/n
Laminar Re<500 Re<2000
Transição 500<Re<2000 2000<Re<4000
Turbulento Re>2000 Re>4000
Variação da velocidade
Equações para cálculo de vazão e velocidade
Valores de g para a fórmula de Bazin
Valores de n para a fórmula de Manning

Substituindo na equação de Chézy, temos:

Em função da vazão:
Geometria da seção Área molhada Perímetro Raio hidráulico Largura Profundidade
(A) molhado (P) (Rh) superficial (B) média (yn)

(𝑏+ 𝑍 . 𝑦 )  
1 (b+Zyn) yn b+2y(1+Z²)0,5 b+2.Z.y A/B
yn 𝑏+2. 𝑦 (1+ 𝑍 )
2 0,5
Z
(𝑏 . 𝑦 )  
yn b yn
b. yn b+2y 𝑏+2. 𝑦

𝜋 .𝐷 ²  
yn = D 𝜋 . 𝐷 - D
4

𝜋 .𝐷 ² 𝜋 .𝐷 𝐷
D = 2.yn πD/8
yn =0,5D 8 2 4

0,7662.D² p/ máx 2,6467.D p/ máx 0,2895.D p/ máx


yn = 0,94.D ( 𝜃 −sin 𝜃)
 
0,125 ¿ .D 0,25
𝜃
.𝐷

2. 𝐵 . 𝑦
B + 8.y²/3.B 2 𝐵2 . 𝑦     2. yn /3
yn 3 2
3 𝐵 +8 𝑦 ²

2yn.(1+Z²)0,5 (𝑍 . 𝑦) 
yn 1 Z. yn²   yn /2
2.(1+ 𝑍 2)0,5
Z
Seções de máxima eficiência
Declividades e velocidades admissíveis
Declividades e velocidades admissíveis
Inclinações admissíveis dos taludes
Energia total por unidade de peso em uma
determinada seção:
E = z + y + V2/2g

Energia específica
É a energia disponível (ou por unidade de peso do líquido) em uma
seção, tomando-se como plano de referência o fundo do canal.

E = y + V2/2g
E = y + Q2/2gA2
Fator Cinético e o Número de Froude
A energia específica em uma seção transversal de qualquer conduto livre não se altera se multiplicarmos e dividirmos a segunda parcela do
segundo membro pela profundidade hidráulica:

y V 2  yn  V 2 
E  y n
yn

 2g  E  y 2 
  gy 
   n 

A expressão entre parênteses é conhecida como fator cinético do escoamento e sua raiz quadrada denomina-se número de Froude.

V O Número de Froude desempenha importante papel no estudo dos canais, permitindo


Fr  definir os regimes de escoamento (Subcrítico, Supercrítico e Crítico).
gyn

Deste modo, a energia específica pode ser posta em função do número de Froude:
yn
E  y Fr 2
2
Estudo do Escoamento Crítico
Neste regime, a energia específica é mínima. Portanto, para se obter a equação característica do regime crítico, basta igualar a zero a
derivada da expressão da energia E em relação a y:

dy
1
dy
dE d  Q2  d  Q2  Q2  3 dA
Logo :  
 y 
0 Mas: 
dy  2
 
 2g  2A 
dy dy  2 gA 2   2 gA  dy
d  Q2  Q 2 dA
  
   gA3 dy
dy 
 2 gA
2

dE Q 2 dA
Então :  1  Mas : dA  B.dy
dy gA3 dy

dE Q2B A
Assim :  1  Mas : B 
dy gA3 yn

dE Q2 A dE Q2 1 dE V2 2
dy
 1 3
gA y n

dy
 1 2
gA y n

dy
 1
gyn
ou
dE
dy  1  Fr
V2
Análise do Número de Froude
a) No escoamento crítico, a energia específica é mínima, logo a derivada de “E” em relação à y é nula (ponto de mínimo).

dE
Se  0  Fr  1 Crítico
dy
dE
dE
dy  1  Fr 2 Se
dy
 0  Fr  1 Subcrítico
dE
Se  0  Fr  1 Supercrítico
dy

b) O Número de Froude representa a razão entre as forças inerciais (Fi) e gravitacionais (Fg) que atuam no escoamento. Logo:

Se Fi  Fg  V  gy n Fr  1 Escoamento Supercrítico

Se Fi  Fg  V  gy n Fr  1 Escoamento Subcrítico

Se Fi  Fg  V  gy n Fr  1 Escoamento Crítico
Equação Característica do Escoamento Crítico
Logo, o escoamento crítico caracteriza-se pelo número de Froude igual à unidade.

Q
Como: V 
V A
Fr  1 Assim: V  g. yh
g . yh
Q
Fica:  g . yh
A
A
Como: yh 
Q2 B
Logo:  g . yh
A2 Q2 A
Fica:  g
A2 B

Então: Q 2 .B  g . A3
Determine o regime de escoamento quanto à energia específica nas
seções 1 e 2 do exercício do slide 3, lembrando que as velocidades na
seção 1 e altura da tirante são V1 = 2,00m/s e y1 = 1,00m e, na seção 2
são V2 = 3,00m/s e y2 = 0,67m.

Determine a profundidade crítica em um canal triangular, com taludes


1:1, transportando uma vazão de 14m/s.
Determinação da Profundidade Crítica
Para seções de geometria conhecida pode-se obter uma expressão para yc. Para seções não parametrizáveis, a
determinação da profundidade crítica é mais trabalhosa, exigindo um cálculo iterativo.

Sabe-se que: Q 2 . B  g . A3
Ex: Para seções retangulares: A  By
Assim: Q 2 .B  g .( Byc ) 3

Q
Q 2 q
Logo: yc  3
B2 g
Vazão Específica: B
q = vazão específica (m3/s/m);
Onde: Q = vazão (m3/s);
B = Largura do canal (m).
q2
Assim: yc  3
g
Energia Crítica
A energia crítica ocorre quando o número de Froude for igual a unidade.

Como: Fr = 1
yh
Sabe-se que: E  y Fr 2 E considerando canal retangular onde yh = y
2
3 yc
Fica: Ec 
2
E = y + Q2/2gA2
E = y + Q2/2gA2
Celeridade
•C=

• , em que:

Velocidade de escoamento superior à Celeridade:


• => V > C então Fr > 1 Escoamento Supercrítico

Velocidade de escoamento inferior à Celeridade:


• => V < C então Fr < 1 Escoamento Subcrítico

Velocidade de escoamento inferior à Celeridade:


• => V = C então Fr = 1 Escoamento Crítico
Regimes de escoamento e celeridade
Seção de Controle
Quando, em um canal, o regime de escoamento muda de supercrítico para subcrítico, ou vice-versa, a profundidade passa,
necessariamente, pelo valor crítico.

As seções em que se verifica a mudança de regime recebem o nome de seções de controle.

Desde que sejam conhecidas as dimensões da seção de controle, pode-se obter a vazão do canal utilizando a equação
característica do escoamento crítico, vista anteriormente.

Ex: Entrada de canais de grande declividade Ressalto Hidráulico

Ressalto Hidráulico em comportas


Degrau
Remanso Ressalto

Uniforme
Gradualmen
te Variado
Gradualmen
te Variado Uniforme

Bruscamente
Variado Bruscamente
Variado
Situações práticas
a) Água escoando por um canal longo, de seção constante com carga
constante: o escoamento é classificado como permanente e uniforme;
b) Água escoando por um canal de seção molhada constante, com
carga crescente ou decrescente: o escoamento é classificado como não
permanente e uniforme;
c) Água escoando por um canal de seção crescente com carga
constante: o escoamento é classificado como permanente e não
uniforme; e,
d) Água escoando através de um canal de mesma seção reta, com
seção molhada constante, mesma declividade de fundo e mesma
rugosidade das paredes: o escoamento é classificado como
permanente e uniforme. Canais com essas características são
chamados de canais prismáticos.
Seção de Controle
• O controle crítico é aquele associado à ocorrência da
profundidade crítica, separando, portanto, um trecho de
escoamento supercrítico de outro de escoamento subcrítico. Em
geral ocorre na passagem do escoamento subcrítico a supercrítico,
como na crista de vertedor de barragem, por exemplo. A passagem
do escoamento supercrítico para o escoamento subcrítico ocorre
através do ressalto, não sendo possível definir-se a seção de
ocorrência do regime crítico, ou seja, a seção de controle.
Seção de Controle
• O controle artificial ocorre sempre associado a uma situação na
qual a profundidade do fluxo é condicionada por uma situação
distinta da ocorrência do regime crítico, seja através de um
dispositivo artificial de controle de vazão ou através do nível
d’água de um corpo de água. Assim, a ocorrência de um
controle artificial pode ser associada ao nível de um reservatório,
um curso d’água, ou uma estrutura hidráulica, como uma comporta,
por exemplo.
Seção de Controle
• O controle de canal ocorre quando a profundidade de escoamento é
determinada pelas características de atrito ao longo do canal, ou
seja, quando houver a ocorrência do escoamento uniforme.
Seção de Controle
As seções de controle desempenham papel extremamente importante na
análise e nos cálculos hidráulicos para determinação do perfil do nível
d’água. Esta importância é devida tanto ao fato de conhecermos a
profundidade de escoamento na seção como também pela sua implicação
com o regime de escoamento, condicionando as características do fluxo. De
fato, as seções de controle constituem-se nos pontos de início para o cálculo e o
traçado dos perfis de linha d’água. De um ponto de vista prático pode ser citado
que os conceitos relativos às seções de controle permitem a adequada definição
da relação “nível d’água (cota)/vazão”. Assim, para efetuar medidas de vazões
em cursos d’água, busca-se identificar seções de controle e, a partir das
equações do regime crítico, pode-se avaliar a vazão diretamente a partir
da geometria, prescindindo da determinação da velocidade de escoamento.
Variação da pressão em canais
h  distância perpendicular ao fundo do
canal
L.A. p - po = h

h y
h = y cos 

 p - po =  y cos 
z

Pressão efetiva
po = 0 e   5o  cos  = 1 p= y
Variação da pressão – forma de fundo

Em que: P’ é a pressão resultante corrigida; P é a pressão


hidrostática; γ é o peso específico; h é a profundidade; g é a
P’ = P + ΔP;
aceleração da gravidade; V é a velocidade média; e, r é o raio de
Onde:
curvatura do fundo no qual é positivo para fundos côncavos e
ΔP = γhV²/gr
negativo para fundos convexos.
Variação da pressão – declividade
O efeito da declividade na distribuição das
pressões afasta-se da hidrostática. Para um
canal com inclinação q e em condições de
escoamento uniforme, temos:
PB = g . y. cos² q
Essa pressão é denominada pseudo-
hidrostática pois difere em cos²q da
pressão real. Em canais com declividade
menor que 10% pode-se desprezar esse
efeito pois a diferença total entre a pressão
real e a pseudo-hidrostática é inferior a 1%.
Logo:
•Canais com declividade reduzida (<10%)
pode ser considerada desprezível;
•Canais com declividade acentuada (I>10%)
considera-se a distribuição pseudo-
hidrostática de pressões.
Variação da pressão
Exemplo 2
Durante uma cheia, um vertedor de altura igual a 8m e largura 5m descarrega uma
vazão de 22m³/s. Os raios de curvatura do vertedor nos pontos A e C são,
respectivamente, 1,2m e 4,0m. A calha (ponto B) tem uma inclinação de 90%.
Sabendo-se que no ponto A a lâmina de água atinge 1,4m de altura e nos pontos B
e C as velocidades de escoamento são de 9m/s e 13m/s, respectivamente, pede-se
calcular a pressão hidrostática nesses três pontos.
Solução:
Seção A (forma de fundo convexo):
P’ = P + (g.h/g).(V²/r)
P = g.h = 9810N/m³ . 1,40m = 137434Nm²
V = Q/A = 22m³/s / (1,40m . 5m) = 3,14m/s
P’ = 2232N/m² =2,23kN/m²
Seção B (declividade):
I = 90% => q = 42°
A = Q/V => B. h = Q/V= (22m³/s / 9m/s)/5m => h= 0,49m
P’ = g.h.cos² q = 9810N/m³ . 0,49m . cos² (42°) = 2,65kN/m²

Seção C (forma de fundo côncavo):


Q = V.A => Q= V / B. h = (13m/s . 5m) / 22m³/s => h= 0,34m
P’ = P + (g.h/g).(V²/r) = 17,70kN/m²
Folga das bordas dos canais
Exemplo 3
Calcular o raio hidráulico (RH) e a profundidade do canal trapezoidal da
Figura abaixo, sabendo-se que a profundidade do fluxo é de 2m.
Calcule a vazão sabendo que n = 0,013 e a declividade de fundo é 1%

1
2m 4

4m
Exemplo 3
Calcular o raio hidráulico (RH) e a profundidade do canal trapezoidal da
Figura abaixo, sabendo-se que a profundidade do fluxo é de 2m. Calcule
a vazão sabendo que n = 0,013 e a declividade de fundo é 1%. Determine
o regime de escoamento. A = (b+Zyn) yn = 24m²
P = b+2y(1+Z²)0,5 = 20,49m
1
2m 4 B = b+2.Z.y = 20,00m
4m Rh = = 1,17m
yh = A/B = 1,20m
Exercício 1 – Conhecemos as dimensões dos
canais
Num canal de seção trapezoidal com talude 1:1 e executado em
concreto não muito liso, com declividade de fundo de 0,4%, determinar
a vazão capaz de escoar em regime uniforme, com uma profundidade
da água de 0,40m e largura de fundo de 0,30m.
n = 0,014 P= 1,43m b+2y(1+Z²)0,5
Z=1 A= 0,28m² (b+Zyn) yn
b = 0,30m Rh = A/P = 0,196m
yn = 0,40m V= 1,56m/s
I = 0,004 m/m Q= A.V = 0,423m³/s
4,2
0,6611
Transições verticais


Se > 0 ocorre uma elevação do fundo do canal

Se < 0 ocorre uma rebaixamento do fundo do canal


Transições verticais
Transições horizontais

=0
Se > 0 ocorre um alargamento do canal

Se < 0 ocorre estreitamento do canal


=0
Transições horizontais

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