11 - Décimo - Primeiro
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Uma curiosidade
O que não existe no português falado em Portugal é a
construção do tipo estou comendo, ela está telefonando,
Pedro esteve trabalhando muito — situações em que os
portugueses usam a preposição a seguida do verbo no
infinitivo. Imagine agora se algum de nós, brasileiros,
disser por aí frases como “estou a comer”, “ela está a
telefonar”,”Pedro esteve a trabalhar muito”, que são uma
das características mais marcantes do português de
Portugal!
Real diferença
• Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua,
no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente
e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela.
• No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve como mais
um dos instrumentos de manutenção do status quo das classes sociais
privilegiadas. Essa entidade mística e sobrenatural chamada
“português” só se revela aos poucos “iniciados”, aos que sabem as
palavras mágicas exatas para fazê-la manifestar-se. Tal como na Índia
antiga, o conhecimento da “gramática” é reservado a uma casta
sacerdotal, encarregada de preservá-la “pura” e “intacta”, longe do
contato infeccioso dos párias.
Mito nº 3- Português é
muito difícil
O preconceito linguístico se baseia na crença de que só
existe, como vimos no Mito n° 1, uma única língua
portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada
nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos
dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape
desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada,
sob a ótica do preconceito linguístico, “errada, feia,
estropiada, rudimentar, deficiente”, e não é raro a gente
ouvir que “isso não é português”.
Um hábito