Leitura Da Obra de Arte

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

Campus Apodi
Disciplina: Arte
Professor: Nilton Xavier

LEITUR
A DA
OBRA
DE
ARTE
 Existem diversas abordagens para apreciação da arte.
Para aprender bem a mensagem em uma obra de arte, o
espectador deve esforçar-se por aprimorar sua capacidade
de percepção.
O conteúdo da obra de arte
 A obra de arte, como
entidade física é única,
entretanto, na mente do
observador pode se
multiplicar e ser abordada
em diferentes pontos de
vista. Isso significa que ao
restringirmos nosso olhar
para apenas alguns deles
deixaremos de percebê-la
integralmente.
Conteúdo factual
Frevo em Noite Enluarada, Heitor dos
Prazeres, 50.0 x 70.0 cm

 Corresponde àquilo que a obra representa ou exibe objetivamente. A apreensão


do conteúdo factual se concretiza pela simples descrição dos elementos que
compõem a obra. Em música, o conteúdo factual se compõem dos sons que ela
nos faz ouvir. Num bailado, o conteúdo factual é aquilo que se encontra em
cena: os corpos dos bailarinos com seus movimentos e a música ouvida.
Feira , Hector Bernabó Carybé serigrafia, 50.0 x 70.0 cm
 Nas obras não figurativas, a descrição das formas e cores
constituem o conteúdo factual.

Piet Mondrian
Broadway Boogie Woogie
1942-43;óleo sobre tela, 127 x 127 cm; The Museum
of Modern Art, New York

Tomie Ohtake, Acrílica, da mostra Pinturas Recentes


 Quando nenhuma circunstância de dentro da obra
explica o objeto, o observador deve recorrer a
informações externas à obra, buscando-as em fontes
tanto orais quanto escritas.

Aldravas antigas em bronze e latão


Ponto de vista
expressional

 Parte constituinte da
obra de arte que mexe
com o sentimento do
observador. O artista
consegue induzir no
expectador o
sentimento escolhido
e desencadeado.

Renoir 1881 Rosa e Azul, MASP.  


CANDIDO PORTINARI, Retirantes
(Retirantes), 1944
Óleo s/ tela 190 x 180 cm. Col.
Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand São Paulo, Brasil
Goya, "O fuzilamento de três de maio", óleo sobre tela, 1817.  
Ponto de vista técnico

 É fruto da combinação de
elementos materiais e
imateriais utilizados pelo
artista para a realização
da obra. Compreende
desde os materiais
adotados para a
materialização da obra até
a competência do artista
em utilizá-los.

Michelangelo Buonarroti,
Pietá,1499, escultura em mármore,
174 cm x 195 cm. Basílica de São
Pedro, Vaticano.
Ponto de vista convencional
 Abrange os elementos
simbólicos e culturais
implícitos no objeto artístico.

Procissão do Senhor dos Passos, São Cristóvão/SE.

Aleijadinho. Nosso Senhor dos Passos , Santuário do Bom


Jesus de Matosinhos/MG.
Ritual do Kuarup,comunidade Kalapalo, Alto Xingu, Mato Grosso
Ponto de vista estilístico
 A obra de arte está inserida num tempo e lugar
definidos historicamente, da mesma forma, é integrante
da cultura de um povo. O ponto de vista estilístico
supõe uma ligação entre esses aspectos, é o conteúdo
coletivo, estilo do momento cultural que influencia a
criação de resoluções plásticas diversas. A pluralidade
de culturas justifica a pluralidade de estilos artísticos.
 Outra noção de estilo é resultante do conteúdo
individual do artista criador, forjado pelas influências de
seu mundo cultural, armazenado em sua mente e
transmitido à obra de arte.
Maestro di San Martino alla Palma
Virgem com o Menino Jesus
1310-1320,Têmpera sobre madeira
66 x 39 cm, MASP
Raphael Sânzio, Madonna Alba 1511 – 1513, óleo sobre painel,
National Gallery of Art, Washington, EUA.
Zé Caboclo, Nossa Senhora,
cerâmica policromada.

“Anônimo”. Nossa Senhora,


século XVIII (sacristia Da
Igreja de São Francisco,
Salvador/BA)
O ponto de vista atualizado
 A obra de arte não se limita apenas àquilo que ela mostra ou
simboliza, tampouco ao seu enquadramento estilístico.
Muitas vezes, a obra se “completa” com aquilo que nela
vemos.
 A fruição artística pressupõe além da obra, a existência de
um observador e o aparato mental desse observador deve
ser levado em conta.
 Deslocada no tempo e no espaço a obra de arte pode
acabar sendo vista de uma maneira diversa daquela
originalmente pensada no contexto no qual surgiu. Passado
o tempo ou mudado o lugar, um novo expectador,
pertencente a outro universo cultural, pode fazer
ajuizamento diferente da obra e até tirar dela um desfrute
insuspeitado.
Crianças visitam o Museu Aspes-Urcamp/RS.

Idoso de região carente da capital mineira participa de


programa cultural no Museu Histórico Abílio Barreto.
Édouard Manet, Olympia,
Óleo sobre tela, 130,5 x 190 cm, 1863.

Yasumasa Morimura, "Portrait“ 1988-1990 ,


266 x 366 cm. Fotografia.
O ponto de vista institucional
 “Há pessoas que entram em um museu com o
mesmo ar de reverência e contrição com o qual
se ajoelham numa igreja. Em qualquer vernissage
sempre existe alguém que, de tão intimidado,
parece estar pisando em ovos. Mesmo em
ambientes musicais, que já conquistaram
generosas doses de descontração, vêem-se, ao
menos em teatros mais solenes, algumas figuras
acanhadas a ponto de pedir desculpas quando
esbarram numa coluna” (COSTELLA, 1997).
Auguste Rodin, O Beijo, Museu Rodin, Paris.

Escultura de Ron Mueck em


exposição na National Gallery
of Victoria, Melbourne,
Austrália.
 A arte muitas vezes assusta e a presença do artista,
com freqüência, intimida.
 Historicamente, a democratização do acesso às
obras de arte e o reconhecimento social à figura do
artista são fenômenos recentes.
 Museus, universidades e veículos de comunicação,
selecionam, escolhem, rejeitam, louvam, criticam e
até, por vezes, sonegam as obras de arte a serem
levadas ao público exercendo uma forma de poder.
Essas instituições influenciam o publico, hierarquizam
as obras de arte e lhes atribuem um valor que
denominamos institucional. A análise da obra de arte
sob o ponto de vista institucional pode ser entendida
como uma forma “protocolar”, não espontânea, de
atualização da obra.
Telomar Florêncio - Artista Plástico de Blumenau,
apresenta suas obras de arte ao ar livre no Anel Viário
Norte na Ponta Aguda onde mora. No cartaz está
escrito: "Visite meu site e saiba porque eu nunca serei
um bom pintor".

Grafiteiro trabalhando numa rua


do Rio de Janeiro.
O ponto de vista comercial
 O valor comercial de uma obra resulta da soma
de vários fatores: matéria-prima empregada;
mão de obra necessária, características finais
do produto, raridade da peça e eventualmente a
notoriedade do artista.
 Desde a mais remota antiguidade até os dias de
hoje sempre foi atribuído um valor comercial à
obra de arte. Esse preço geralmente tem muito
que ver com o enfoque institucional da arte.
 O enfoque comercial é apenas um entre os
vários enfoques sob os quais uma obra de
arte pode ser observada. Um só. Nem mais
importante nem menos importante que os
outros.
O ponto de vista neofactual
 Quando perceptíveis mudanças materiais
são desvendadas pelo objeto artístico
denomina-se conteúdo neofactual ou
“conteúdo acrescido”. A obra passa a exibir
algo originalmente não previsto pelo artista.
Algo diferente do enfoque atualizado no qual
a elaboração é toda mental, a obra mesmo
sem sofrer alterações físicas é vista de modo
diferente pelo observador.
A Última Ceia, Leonardo da Vinci, Mista com predominância da têmpera e óleo sobre duas camadas de preparação de gesso
aplicadas sobre reboco (estuque) 460 × 880 cm Refeitório de Santa Maria delle Grazie , Milão, Itália, 1495-1497 .
Guerra e Paz são dois painéis de c. 14 x 10 m cada um pintados a óleo sobre madeira compensada naval por Cândido Portinari,
entre1952 e 1956. Doados pelo governo brasileiro para a sede da ONU em Nova York, e recentemente restaurados no Brasil.
Processo de restauração dos quadros que compõem a obra
"Guerra e Paz", de Portinari (01/02/2011)
Técnicos passaram dois anos apenas estudando pintura. Uma das maiores obras-primas do Renascimento italiano está retornando
ao público depois de longos dez anos de estudo e restauração, que testaram tanto a paciência humana quanto a tecnologia de
ponta.  O quadro "Madona do Pintassilgo", de Rafael, é um sobrevivente. O óleo sobre tela de 107cm por 77cm, que mostra a
Madona com duas crianças acariciando um pintassilgo, sobreviveu a tudo, desde o desabamento da casa que o abrigava, em
1547, até a devastação causada pelo passar do tempo e os erros de intervenções passadas. O resultado da restauração é
espantoso. As camadas de sujeira marrom acumuladas ao longo dos séculos desapareceram. As faces da Madona agora
aparecem rosadas. Suas vestes são vermelhas e azuis profundas, e quase se consegue ouvir o cascatear de um riacho na
paisagem toscana que forma o pano de fundo do quadro

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/PopArte
Nicolas Poussin
Himeneu Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo óleo sobre tela, 1634-38, 167 x 376 cm, MASP
Obra restaurada no estúdio de restauração do MASP entre janeiro e agosto de 2009 pela restauradora do
Museu do Louvre Regina da Costa Pinto Dias Moreira, pelos restauradores de suporte também do Museu do
Louvre Jean-Pascal Viala e Emmanuel Joyerot.

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