Após a independência de Moçambique em 1975, o país enfrentou desafios como a falta de mão de obra qualificada e a saída de portugueses, agravando a economia. A FRELIMO lançou planos como o PPI e a formação de aldeias comunais para promover o desenvolvimento, porém esbarrou em problemas como a insatisfação camponesa e a mecanização acelerada sem manutenção adequada.
Após a independência de Moçambique em 1975, o país enfrentou desafios como a falta de mão de obra qualificada e a saída de portugueses, agravando a economia. A FRELIMO lançou planos como o PPI e a formação de aldeias comunais para promover o desenvolvimento, porém esbarrou em problemas como a insatisfação camponesa e a mecanização acelerada sem manutenção adequada.
Após a independência de Moçambique em 1975, o país enfrentou desafios como a falta de mão de obra qualificada e a saída de portugueses, agravando a economia. A FRELIMO lançou planos como o PPI e a formação de aldeias comunais para promover o desenvolvimento, porém esbarrou em problemas como a insatisfação camponesa e a mecanização acelerada sem manutenção adequada.
Após a independência de Moçambique em 1975, o país enfrentou desafios como a falta de mão de obra qualificada e a saída de portugueses, agravando a economia. A FRELIMO lançou planos como o PPI e a formação de aldeias comunais para promover o desenvolvimento, porém esbarrou em problemas como a insatisfação camponesa e a mecanização acelerada sem manutenção adequada.
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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO-CHIMOIO
CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2o ANO
CADEIRA: HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE E
UNIVERSAL Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) Com o cessar-fogo e a assinatura dos ‘Acordos de Lusaka’ em Setembro de 1974, sucede-se a criação de um governo de transição, composto por representantes da FRELIMO e do governo português, cuja duração se estende até à independência nacional de Moçambique, a 25 de Junho de 1975. O hiato provocado pela saída massiva dos portugueses que haviam preenchido a maior parte dos lugares do quadro da administração e do aparelho económico, depois da proclamação da independência nacional, teve que ser preenchido e assumido pela FRELIMO. As mudanças operadas em Moçambique pelo sistema de administração portuguesa em finais do período colonial, não foram suficientemente abrangentes de molde a criarem uma elite negra educada. Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) • Na altura da independência, Moçambique tinha uma população com uma percentagem de 90% de analfabetos, um número reduzido de técnicos e pessoas com formação superior. • No geral, havia poucas pessoas preparadas para preencherem os lugares abruptamente deixados pelos portugueses. É importante registar que o êxodo de portugueses e de alguns indianos neste período entre a transição e pós-independência, foi acompanhado por uma ‘sabotagem’ da economia de Moçambique, que pode ser caracterizada pelo esvaziamento das contas bancárias, fraudes na importação de mercadorias e exportações ilegais de bens (carros, tractores, maquinaria,etc). • Na mesma altura, empresas e bancos portugueses procederam ao repatriamento do activo e dos saldos existentes, criando assim um rombo na economia de Moçambique Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) Logo após os primeiros anos de independência, a África do Sul iniciou um processo de repatriamento de trabalhadores moçambicanos com contratos nas minas, e o fluxo de recrutamento de trabalhadores sofreu uma redução nos anos seguintes (de 120 000 para 40 000 num só ano) Este processo foi acompanhado por um redireccionamento da utilização dos serviços dos portos e caminhos-de-ferro de Lourenço Marques, pela África do Sul (recorde-se que por altura da independência nacional, mais de 90% dos serviços prestados pelos portos e caminhos de ferro de Moçambique eram direccionados para os países vizinhos). Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) • Em 1976,Moçambique adere às sanções das Nações Unidas contra a Rodésia (Zimbabwe) e encerra as suas fronteiras com este país. Recorde-se que a Rodésia era uma importante fonte de captação de divisas para Moçambique, não só através da utilização do porto e dos caminhos-de-ferro da Beira, para o transporte de mercadorias de trânsito, mas também através do consumo de derivados do petróleo provenientes da refinaria em Maputo, para suprir os problemas de uma economia embargada.
• O Zimbabwe deixou de utilizar as vias moçambicanas que dão
acesso ao oceano e isso veio reduzir as receitas obtidas através da prestação de serviços ao Zimbabwe. Essa situação agravava o défice da balança de transacções correntes. Transição e consolidação da independência nacional (1974-1977) Com uma economia largamente dependente dos serviços prestados aos países vizinhos, e na sequência do novo tipo de relações agora existentes com a Rodésia e a África do Sul, Moçambique viu assim drasticamente diminuída a entrada de divisas para o país. As calamidades naturais que afectaram o país entre 1977 e 1978, os efeitos da depressão sobre a economia moçambicana, de base agrícola, agravados pelos aspectos acima mencionados, levaram o país a um declínio económico em espiral PLANO PROSPECTIVO INDICATIVO (PPI) Com a realização do III Congresso da FRELIMO em 1977 foi elaborado o Plano Prospectivo Indicativo (PPI), um mega plano com objectivo de acabar com o subdesenvolvimento no país em 10 anos que replicava o modelo de desenvolvimento dos países socialistas, criava-se uma ilusão do real possível alcançável. A economia começou a dar sinais de crescimento, mais ainda estava-se longe de atingir o pico de produção de 1973. Os sectores das pescas, transportes e de energia registaram taxas de crescimento assinaláveis. No seio da elite política começou a acreditar que era possível acabar com o subdesenvolvimento em dez anos. PLANO PROSPECTIVO INDICATIVO (PPI) O PPI era considerado como instrumento base para a construção do desenvolvimento razoável no âmbito da economia socialista. Para a concretização do plano foram definidos seguintes acções: • Socialização do campo e desenvolvimento agrário através do desenvolvimento acelerado do sector estatal agrário, mecanização da agricultura, introdução das cooperativas no campo e criação de aldeias comunais. • Industrialização rápida através do desenvolvimento da indústria pesada. • A formação e qualificação de força de trabalho através da massificação da formação formal e da alfabetização. Sobre a formação e qualificação de força de trabalho através da massificação da formação formal e da alfabetização o PPI tinha como base a educação para impulsionar o desenvolvimento e foi nesta óptica que foi introduzido o Sistema Nacional de Educação (SNE). PLANO PROSPECTIVO INDICATIVO (PPI) Com aprovação do PPI foi adoptado oficialmente o programa específico de industrialização. O Governo centrou as acções em: • Melhorar o aprovisionamento das empresas em matéria primas e matéria auxiliares indispensáveis, • Reorganização das principais linhas de produção e indústrias e • Elaboração de projectos para o desenvolvimento para indústria básica, Como resultado da reorganização ao rápido declínio da produção do sector no período 1974-76, seguiu-se um período de recuperação sensível dos índices de produção. Entre 1977 e 1981 a produção da indústria transformadora cresceu em 18% a uma taxa média de 4%. Nos transportes aconteceu a formação de três empresas de transporte de passageiros a ROMOS, ROMOC e a ROMON, para além da DETA, actual LAM. Formação das Aldeias Comunais
• As aldeias comunais tinham dentre outros objectivos aglomeração das
pessoas dispersas onde podiam colocar uma escola, um hospital e força de trabalho e formação. • As aldeias comunais mostram como as populações viveriam organizadas para desenvolverem a produção colectiva, promovendo o intercâmbio dos conhecimentos. • Os enquadramentos dos camponeses nas aldeias comunais de forma económica e sociopolítica eram consideradas para o desenvolvimento rural aprendida pela FRELIMO nas zonas libertadas. • O processo estava dentro de uma plataforma estrutural agrária que enquadrava as cooperativas formando verdadeiro complexo económico que garantiam o conjunto de funções económicas e serviços administrativos, sociais e culturais. • Esse processo pretendia definir a restruturação da organização da produção do meio rural nos moldes socialistas partindo das aldeias comunais e cooperativas como forma colectiva na produção e de vida. Formação das Aldeias Comunais • A FRELIMO concebeu algumas partes do país, apoios técnicos, intervenção estatal para o trabalho cooperativo. A cooperativa era considerada uma organização socioeconómica de massa que constituía parte integrante do sector popular da economia social. Neste contexto, a cooperativa sem autonomia ficando subordinada ao Estado à planificação económica estatal. • Em algumas aldeias teoricamente todos os aldeões eram considerados membros da cooperativa, sendo destacado para o trabalho de cooperativa, um individuo para cada família, três vezes por semana Plano Económico Central O Plano Económico Central (PEC) tinha como objectivo de gestão de empresas estatais uma vez que todas as empresas estavam nas mãos do Estado. Na agricultura criou-se a MECANAGRO, que controlava todo o equipamento agrícola então pertencente as empresas estatais e os parques de máquinas das Direcções Provinciais da Agricultura (DPA), exercendo as funções de: • Prestação de serviços (aluguer e assistência técnica), • Colocação de encomendas de pecas sobressalentes, • Gestão de parques de máquinas espalhadas pelo país. Plano Económico Central Ainda na agricultura criou-se a empresa AGRICOM, que tinha como objectivo de: • Realizar a comercialização agrícola • Aquisição de excedentes aos camponeses, • Armazenagem e transporte entre as zonas excedentárias e deficitárias, sobretudo do campo para cidade. • Controlar os preços oficiais dos produtos agrícolas Problemas das cooperativas • A grande preocupação dos aldeões era a obrigatoriedade do trabalho colectivo, fazia lembrar o trabalho obrigatório no período colonial. • Após dois anos de vida nas aldeias os restabelecimentos da sua base económica era deficitária • Os campos familiares ficavam longe • Os rendimentos eram precários e as lojas (cooperativas de consumo) não abasteciam com regularidade • Comprar produtos da primeira necessidade no mercado ou na cantina do povo era cada vez mais difícil e complicado. Os problemas com a mecanização acelerada
• A redução de oportunidades de emprego
• Aumento da forca do trabalho sazonal • Destruição precoce de equipamento por falta da adequada manutenção • Falta de pecas sobressalentes • Avarias constantes resultantes da negligência, uso menos cuidadoso do equipamento • O sector agrário tornou-se economicamente inviável dado que a mecanização não resultou em retornos crescentes de investimento • Os custos unitários aumentaram • Houve problemas de gestão Fraquezas do PPI • O programa (PPI) apresentava algumas fraquezas que consistiam na falta de recursos financeiros internos para realizar um investimento de vulto e era demasiado dependente a recursos externos, com uma orientação comercial e económica centralizada no mercado interno, uma gestão macroeconómica desequilibrada e excessivamente centralizada com uma articulação não efectiva com o sector agrário.