Tricomoníase
Tricomoníase
Tricomoníase
DEFINIÇÃO
A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é
uma doença sexualmente transmissível, causada
pelo parasita protozoário unicelular Trichomona
vaginalis. O T. vaginalis é um protozoário oval ou
piriforme, anaeróbio facultativo, flagelado, e que
possui movimento contínuo característico. É
responsável por cerca de 10 a 15% dos
corrimentos genitais infecciosos.
SINTOMAS FEMININO
Nas mulheres, a doença pode começar com uma
secreção espumosa de cor verde-amarelada e odor
desagradável, proveniente da vagina. Nas demais,
a referida secreção é apenas ligeira ou ausente.
Nos casos graves, a vulva e a pele que a rodeia
inflamam-se, bem como os grandes e pequenos
lábios. Outros sintomas são dor ao urinar ou um
aumento na frequência das micções, que se
assemelham aos de uma infecção do trato urinário
baixo. Ao exame, o cérvice uterino apresenta um
aspecto de colpis macularis (descrito como aspecto
de morango ou framboesa). Dor abdominal pode ser
indicativa de infecção do trato urogenital superior.
SINTOMAS MASCULINO
Os homens com tricomoníase não manifestam
habitualmente sintomas mas podem infectar as suas
parceiras sexuais. Alguns apresentam uma secreção
proveniente da uretra, espumosa e semelhante ao pus,
sentem dor ao urinar e polaciúria. Os referidos
sintomas costumam ter lugar principalmente de manhã
cedo. A uretra pode sofrer uma ligeira irritação e por
vezes aparece umidade no orifício do pênis. Pode
também se manifestar como doença sintomática leve e
clinicamente indistinguível de outras causas de
uretrites.
Disúria, uretrite ou contaminação por bactérias
oportunistas são ocorrência comum em ambos os
sexos.
COMPLICAÇÕES
Estudos demonstraram que o T. vaginalis favorece
a transmissão do HIV, tanto pelas lesões e
sangramento de mucosa que produz, como pela
estimulação de reação inflamatória, atraindo para o
local infiltração de leucócitos, inclusive Linfócitos.
Além disso, está associado a bebês de baixo peso
e nascimentos prematuros em mulheres infectadas.
Predispõe mulheres à Doença Inflamatória Pélvica,
câncer de cévix uterino e infertilidade. Já foi
descrita a sua associação com ruptura prematura
de membrama amniótica, endometrite pós-parto,
adesão e oclusão tubária (levando à infertilidade), e
até feto natimorto e morte neonatal.
DIAGNÓSTICO
No caso das mulheres, o diagnóstico geralmente estabelece-se
em poucos minutos, examinando uma amostra da secreção
vaginal ao microscópio. No caso dos homens, é necessária a
coleta de secreção uretral por meio de Zaragatoa ou alça de
platina, preferencialmente pela manhã, quando a secreção é
mais abundante. A massagem prostática pode auxiliar na sua
detecção. O material deve ser analisado imediatamente.
Concomitantemente, devem ser efetuadas análises para outras
doenças de transmissão sexual, cujo risco de contágio
acompanha o da tricomoníase (Como Sífilis, HIV, Gonorréia e
Hepatite B). Em ambos os sexos, pode fazer-se
também o diagnóstico através da coleta de urina de primeiro jato,
a qual é imediatamente concentrada por meio de centrifugação,
e analisada em preparações a fresco à microscopia óptica (o
parasita tem aspecto e motilidade característicos) ou em
preparações coradas.
TRATAMENTO
O tratamento, que é específico e eficiente, pode ser realizado com
os quimioterápicos nitroimidazólicos metronidazol ou tinidazol,
administrados em dose oral única. Na gestação, até o primeiro
trimestre, não é recomendado o uso dos nitroimidazólicos devido a
seu potencial mutagênico e carcinogênico observado em animais
(não comprovado em humanos); aconselha-se o uso de
clotrimazol tópico, de eficácia moderada (cura em 40-60% dos
casos), por ser inócuo ao feto. Na nutriz, recomenda-se a
suspensão da amamentação durante o tratamento. Efeitos
colaterais (incomuns) podem incluir cefaléia, náusea, boca seca, e
gosto metálico; muito raramente, efeitos no Sistema Nervoso
podem ocorrer, incluindo encefalopatia, convulsões, perda de
coordenação motora e ataxia. Efeitos alérgicos também são
possíveis. O consumo de álcool deve ser evitado, pois sua
associação pode resultar em efeitos colaterais importantes.
Também devem ser evitados os anticoagulantes orais..
TRATAMENTO
Evita-se a transmissão do parasita causador da
doença praticando o sexo seguro, ou seja, pela
adequada higiene genital, diminuindo-se o número
de parceiros sexuais e usando-se preservativos.
Tanto o preservativo masculino quanto o feminino
provaram-se eficazes em reduzir as chances de
contaminação.
IMAGENS DAS CÉLULAS
Trichomonas vaginalis em
preparação corada pelo Giemsa