Pedagogia Autonomia Freire

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FREIRE, Paulo.

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à


prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 148 p.

1. Não há docência sem Discência

2. Ensinar não é transferir


conhecimento

3. Ensinar é uma especificidade humana

Não podemos basear nossa crítica a um autor na leitura feita por cima de uma
ou outra de suas obras. Pior ainda, tendo lido apenas a crítica de quem só leu
Profa. Ketiuce Ferreira Silva Keti a contracapa de um de seus livros.
[email protected] www.Ket Freire, 1996, p. 16.
iuce.com.br
Ensinar exige:
1. Rigorosidade metódica
2. Pesquisa
3. Respeitos aos saberes dos educandos
4. Criticidade
5. Estética e ética
6. Corporeificação das palavras pelo exemplo
7.Risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação
8. Reflexão crítica sobre a prática
9. O reconhecimento e a assunção da identidade cultural
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender. (FREIRE, 1996, p.23).
1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica
• Reforçar a capacidade crítica, a curiosidade a insubmissão.
• Criar, instigar, inquietar.
• Curiosidade rigorosa (pesquisa).
• Humildade (não estarmos demasiadamente certos de nossas certezas).
• Persistência.
• Re/construção do saber.
• Sujeitos do processo.
• Ensinar e aprender a pensar certo.
• Intervir no mundo para conhecê-lo e produzir novos conhecimentos.

1.2 Ensinar exige pesquisa


• O professor é essencialmente um pesquisador.
• Buscar, re/procurar, auto/indagar.
• Conhecer o desconhecido e compartilhar a novidade.
1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
• Pensar certo requer também respeitar os saberes
socialmente construídos, discutindo-os a partir da realidade
concreta e relacionando-os aos conteúdos curriculares.

1.4 Ensinar exige criticidade


• Superar a curiosidade ingênua.
• Buscar a curiosidade epistemológica.
• Inquietação indagadora para desvelar algo.
• Não há criatividade sem curiosidade.
• Acrescentar algo que fizemos ao mundo que não fizemos.
• Nem diabolizar, nem divinizar a ciência e a tecnologia, mas considerá-las de maneira
criticamente curiosa.
1.5 Ensinar exige estética e ética
• Decência e boniteza de mãos dadas.
• Pensar certo demanda profundidade e não superficialidade na comunicação e na
interpretação dos fatos.
• O ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral dos educandos.
• Pensar certo supõe a disponibilidade de rever os achados, possibilidade de mudar de opção,
mas a necessidade de agir conforme se pensa.

1.6 Ensinar exige corporeificação das palavras pelo exemplo


• Pensar certo é fazer certo.
• O pensar certo é testemunhado, redito, e não desdito, pela prática.
1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma
de discriminação
• O novo não pode ser acolhido só porque é novo, assim como o velho não pode ser negado
só porque é velho.
• Qualquer prática preconceituosa fere a substantividade do ser humano e nega
radicalmente a democracia.
• O pensar certo é um processo dialógico entre os sujeitos.

1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática


• O pensar certo não é um presente dos deuses e nem algo encontrado nos guias dos
intelectuais, mas uma produção dialógica.
• É preciso pensar criticamente as práticas de hoje e de ontem para melhorar a próxima
prática.
• Investir na rigorosidade para superar a curiosidade ingênua e alcançar a curiosidade
epistemológica.
1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade
cultural
• Assumir-se e ao outros em toda a sua
amplitude, enquanto sujeitos capazes de
reconhecerem-se como objetos.
• Não se pode cobrar aquilo que nos discursos
explícito e oculto não é oferecido.
• Compreender o valor dos sentimentos, das
emoções, do desejo, da intuição, da
insegurança (que precisa ser superada pela
segurança), do medo (que precisa virar
coragem).
Ensinar exige:
1. Consciência do inacabamento
2. Reconhecimento de ser condicionado
3. Respeito à autonomia do ser do educando
4. Bom-senso
5. Humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educandos
6. Apreensão da realidade
7. Alegria e esperança
8. Convicção de que a mudança é possível
9. Curiosidade

(...) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as


possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção. (FREIRE, 1996, p.47).
2. Ensinar não é transferir conhecimento
2.1 Ensinar exige consciência do inacabamento
• Predisposição à mudança e aceitação do diferente.
• Reconhecer que somos seres históricos, culturais, inacabados e conscientes deste
inacabamento.
• O corpo humano que pensa e age é consciente, captador, apreendedor, transformador, criador de
beleza, espiritualizador do mundo.
• A solidariedade entre mente e mãos, quanto maior fica, mais pode contribuir com ações dignificantes, ao
passo que também pode ser usada para ações de baixeza e indignidade.

2.2 Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado

• A nossa presença no mundo ocorre de forma permanente.


• Somos seres condicionados, pois somos o que somos em função
das influências genéticas, sociais, culturais e históricas.
• O inacabado que não se sabe e não se assume como tal, ocupa o
lugar de ser determinado.
2.3 Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando
• O respeito à autonomia e à dignidade é um imperativo ético e não um favor.
• Respeito à curiosidade, ao gosto estético, inquietude, linguagem do educando.
• Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever.
• Aquele que assumir uma postura discriminatória deve assumir-se também enquanto
transgressor da natureza humana.

2.4 Ensinar exige bom-senso


• Bom-senso para avaliar de maneira processual, contínua, formativa e diagnóstica os
educandos e a si mesmo.
• Bom-senso para exercer a autoridade (e não o autoritarismo) e ser inquieto, curioso, e não
se achar demasiadamente certo das certezas.
• Bom-senso para respeitar o saber ingênuo e buscar o saber epistemológico; reconhecer que
o trabalho do professor é COM os alunos; diminuir a distância entre o discurso e a prática;
assumir o função essencialmente ética e formadora da profissão; reconhecer e lidar com as
condições perversas que permeiam o trabalho docente.
2.5 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos
educadores
• Pela decência no reconhecimento financeiro que faz parte da atividade docente.
• Não aceitar o discurso fatalista de que “Não há o que fazer”.
• Não posso desgostar do que faço a ponto de não fazê-lo bem.
• A atividade docente não é um “bico” e nem uma prática afetiva de “tios e tias”.

2.6 Ensinar exige apreensão da realidade

• Aprender é um processo criativo de re/construção, constatar para


mudar.
• Toda prática educativa é dialógica e interativa, os sujeitos ensinam
e aprendem em comunhão (cunho gnosiológico).
• Em nome do respeito pelos alunos não posso fingir uma
neutralidade que não existe, ao mesmo tempo que devo
testemunhar o direito de escolha dos educandos.
2.7 Ensinar exige alegria e esperança
• A consciência em relação aos problemas pode nos
desesperançar, mas a consciência de que somos seres de
mudança pode nos devolver a situação primeira de sujeitos
esperançosos.
• A consciência do não determinismos nos ajuda a manter-nos no
exercício revolucionário.

2.8 Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível


• Saber da História como possibilidade e não como determinismo ou fatalismo.
• Sujeitos de constatação e intervenção, engajados no processo radical de transformação do
mundo.
• Mudar é difícil, mas é possível.
• Investir na dialética entre a leitura da palavra e a leitura de mundo (contextual), a fim de
desvelar da realidade, principalmente aquela que coloca os sujeitos na condição de
oprimidos.
2.9 Ensinar exige curiosidade

• A curiosidade e a liberdade têm limite, mas devem estar em permanente exercício.


• Dialogicidade e criatividade em favor de posturas mais rigorosas e epistemológicas.
• Da curiosidade espontânea (ingênua) para a curiosidade epistemológica.
• O exercício da curiosidade requer explorar todas as potencialidades humanas (intelectual,
emocional, interativa).
• Além dos conteúdos programáticos é preciso se preocupar com a maneira que se ensina e
que se relaciona com o educando, considerando a importância da dialogicidade, da liberdade
e da autoridade.
Ensinar exige:
1. Segurança, competência profissional e generosidade
2. Comprometimento
3. Compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
4. Liberdade e autoridade
5. Tomada consciente de decisões
6. Saber escutar
7. Reconhecer que a educação é ideológica
8. Disponibilidade para o diálogo
9. Querer bem os educandos
Nem a arrogância é sinal de competência, nem a competência é
causa de arrogância. Não nego a competência, por outro lado de
certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade
que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor.
Gente mais gente. (FREIRE, 1996, p. 146)
3. Ensinar é uma especificidade humana
3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade
• O professor que investe em sua formação também investe em sua força moral
para estar à altura dos seus alunos.
• A incompetência profissional desqualifica a autoridade docente.
• A disciplina verdadeira existe na dialogicidade, na inquietação, na esperança que
desperta.
• Nos movemos enquanto professores porque, primeiro, nos movemos
enquanto gente.
• O professores precisam superar permanentemente sua ignorância para ajudar os
alunos a superarem as suas.
• O melhor discurso é o exercício da prática.
• O respeito com que tratamos nossos alunos está diretamente relacionado com a
dignidade e decência com a qual somos (ou não) tratados.
3.2 Ensinar exige comprometimento
• O sujeito presente é o sujeito de opções.
• O trabalho pedagógico tem o compromisso ético de
desvelar e questionar as ideologias dominantes que se
escondem na neutralidade.
• A docência não pode ser uma prática apolítica.

3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de


intervenção no mundo
• Educação como força de desocultação das imoralidades (e não fatalidades) do mundo
mercadológico.
• Não somos seres determinados e nem livres de condicionamentos.
• Conscientizar as minorias de que, juntas, são a maioria.
• Coerência entre o que digo, escrevo e faço.
3.4 Ensinar exige liberdade e autoridade
• A liberdade sem limite é tão negada quanto a liberdade castrada.
• A liberdade se amadurece na medida em que a defesa dos
direitos ocorre em face à autoridade alheia.
• A decisão é um processo responsável que se aprende decidindo.
• Autonomia, liberdade e autoridade são conquistadas ao longo de
experiências de responsabilidade e decisão.
• Não há liberdade sem autoridade e vice versa.

3.5 Ensinar exige tomada consciente de decisões


• A educação é uma especificidade humana que pode ser usada para mudanças radicais ou para
imobilizar.
• Uma vez que as condições de vida não são as mesmas para todos e que as pessoas são
humanas, os sujeitos têm diferentes necessidades e a educação não é neutra.
• A educação crítica, sozinha, não pode mudar o mundo, mas pode mostrar que é possível mudar.
• A educação é político-pedagógica.
3.6 Ensinar exige saber escutar
• É escutando que aprendemos a falar COM, e não para.
• Avaliação em favor da formação crítica, libertadora e não da domesticação.
• Falar é problematizar e inquietar quem escuta a também falar.
• Escutar significa estar aberto ao outro.
• A verdadeira escuta compreende o silêncio e a discórdia.
• Respeitar a leitura de mundo, tomando o sujeito como ponto de partida,
mas sem submeter-se à arrogância.

3.7 Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica


• É preciso reconhecer que os discursos neoliberais disseminam a perigosa ideia de fatalidade
dos avanços mercadológicos.
• É preciso colocar os avanços, de maneira ética, a serviço dos seres humanos sem privilegiar
apenas o lucro.
• Só ideologicamente se pode matar uma ideologia, mas é preciso reação crítica e não se
fechar em nossas verdades.
3.8 Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
• Conscientes da nossa inconclusão, reconhecemos nossa ignorância e nos
abrimos para aprender com os outros.
• Precisamos estar íntimos ou minimamente menos estranhos à forma de estar
sendo dos sujeitos.
• A relação dialógica em favor da desmistificação e desocultação das farsas
ideológicas.
• Discutir a televisão enquanto algo que não é um demônio, mas também não
nos liberta.

3.9 Ensinar exige querer bem os educandos


• Não sou obrigado a querer bem os educandos de forma igual, mas a afetividade é algo de que
preciso, pois me move, e não pode interferir em minha postura ética.
• Sem alegria a prática educativa perde os sentido.
• Por lidarmos com gente, e não com coisas, precisamos apreciar a boniteza do vir a ser humano.
• Apesar de sua dimensão terápica a docência não pode ser confundida com
assistencialismo.
Temática central da obra:

• Formação docente
• Reflexão sobre a PRÁTICA EDUCATIVA em
favor da autonomia do ser dos educandos
Objeto de estudo da PEDAGOGIA

Prática
EDUCAÇÃO
Educativa
Práxis
educativa
Prática Educativa Práxis educativa

Prática Educativa – dimensão privilegiada da EDUCAÇÃO.

confluem
Prática SOCIAL INTENCIONADA intencionalidades e as
expectativas sociais

Contextos da existência humana em determinados grupos sociais


Processo histórico-social
Toda prática educativa exerce “influências educacionais”.

Quando a prática educativa exerce “influências educacionais” que


contribui para uma formação ética e emancipatória dos sujeitos

PRÁXIS EDUCATIVA
Assim que discernir o mero exercício de influências educacionais de um
exercício comprometido, intencional e ético da prática educativa. A este
último denomino de práxis educativa. Passo a partir disso a considerar
que toda prática educativa deve incorporar o mesmo sentido de práxis
educativa, alertando que, na dimensão educativa, prática deve ser vista
sempre no sentido de práxis (FRANCO, 2008, p 80).
v

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