3.1 - Modernismo - Terceira Geração
3.1 - Modernismo - Terceira Geração
3.1 - Modernismo - Terceira Geração
Cacaso
(Antônio Carlos Ferreira de Brito)
Tropicalismo
Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando
deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música
popular brasileira, até então dominada pela estética da bossa
nova. Liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o
Tropicalismo usa as idéias do Manifesto Antropofágico de Oswald
de Andrade para aproveitar elementos estrangeiros que entram no
país e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criar um
novo produto artístico. Também se baseia na contracultura,
usando valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante,
incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou
subdesenvolvidas
O movimento é lançado com a apresentação das músicas
Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gil,
no Festival de MPB da TV Record em 1967.
O Tropicalismo manifesta-se, ainda, em outras artes,
como na escultura Tropicália (1965), do artista plástico Hélio
Oiticica, e na encenação da peça O Rei da Vela (1967), do
diretor José Celso Martinez Corrêa (1937-).
O movimento acaba com a decretação do Ato
Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Caetano e Gil
são presos e, depois, exilam-se na Inglaterra.
Alegria, Alegria
Caetano Veloso
Caminhando contra o vento Em caras de presidentes
Sem lenço, sem documento Em grandes beijos de amor
No sol de quase dezembro Em dentes, pernas, bandeiras
Eu vou Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
O sol se reparte em crimes, Quem lê tanta notícia
Espaçonaves, guerrilhas Eu vou
Em cardinales bonitas
Eu vou
Cálice
Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa