Cartas Joaninas

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A

Primeira
Carta de
São João

Manuscrito: 1Jo,
1,18 - 2,20 (Códice
Vaticanus)
Plano da 1Jo
Obs.: 1Jo não apresenta uma estrutura clara. Porém, há um consenso entre os comentadores em
distinguir um prólogo (1,1-4) e um epílogo (5,13-21)
Prólogo: 1,1-4
Corpo da carta (1,5 – 5,12): Subdivisões
I parte: 1,5 – 2,17: Deus é LUZ, por isso caminhemos na luz e não nas trevas:
a) Deus é Luz, o caminhar na luz e o confissão dos pecados (1,5 – 2,6);
b) Caminhar na luz: o amor fraterno (2,7-17);
c) “A ultima hora”: manifestação do anticristo (2,18-28);

II parte: 2,29 – 4,6: Cristo é “JUSTO”: a pratica da justiça e a filiação divina


a) Ruptura com a pecado e a prática da justiça (2,29 – 3,10)
b) Observância dos mandamentos e vivência do amor fraterno (3,11-24)
c) Ruptura com o mundo e a pertença a Deus (4,1-6)

III parte: Deus é AMOR: conhecimento de Deus e o amor fraterno


a) Conhecimento de Deus pelo amor (4,7 – 16)
b) Amor e confiança (4,17-21)
c) Crer em Jesus Cristo e praticar os mandamentos de Deus (5,1-17)
Epílogo: 5,18-21 : A prece escutada; o pecado mortal; estamos na Verdade
Plano da 1Jo
Para alguns comentadores, 1Jo se inspira do Evangelho de João. Ela seria, em realidade, uma
crítica a falsas intepretações deste Evangelho (Zumstein). Deste modo, o plano da carta segue o
plano do Evangelho, em duas partes:

Prólogo: 1,1-4
I parte: 1,5 – 3,10 (Desenvolve o tema da LUZ):
Deus é LUZ, por isso caminhemos na luz e não nas trevas:

II parte: 3,11 – 5,15 (Desenvolve o tema do AMOR)


Deus é AMOR, permaneçamos no amor.
Epílogo: 5,18-21

Divisão do Ev. de Jo:


Prólogo: 1,1-18: Prologo
Livro dos Sinais: a revelação do Filho diante do mundo (1,19 – 12,50)
Livro da Revelação: a revelação do Filho diante de seus discípulos (13 – 20)
Epílogo: 21
Gênero literário
Características gerais
 Paralelismo antitético
- Caminhar na luz / caminhar nas trevas (1,6-7)
- Não guardar os mandamentos / guardar sua Palavra (2,4-5)
- Estar na luz, odeio o irmão/ ama o irmão, portanto, está na luz (2,9-10)
 Frases no condicional “se”: 1,6.8.10
 Frases afirmativas: 2,4.9
 Pronome indefinido: 2,23; 3,4.18
 Estilo polémico: 2,18-19.22; 3,10
Qual gênero?
Fabris (1988, p.662): “a carta pode ser uma pregação, envida em forma de carta a uma grupo de cristãos
ou diversas comunidades. Possui certas caraterísticas de homília catequética, devido aos conteúdo
doutrinal e à forma de exortação”.
Porém, não possui as característica do gênero epistolar (saudação, destinatários, ação de graças iniciais,
recomendações e saudações finais). Mesmo que haja tais expressões: 2,1. 14-16, 5,13)

Brown (2012, p. 529): “Exortação escrita, interpretando os temas principais do quarto evangelho”.
Zumstein (p. 398): “1Jo quer aconselhar, exortar e, simultaneamente, advertir; neste sentido, trata-se de
um carta parenética (exortativa).
Contextualização histórica: a(s) comunidade(s) de 1Jo

 Comunidade(s) da escola joanina


- Mesma linguagem de Evangelho: Logos (Jo 1,1s e 1Jo 1,1 [Logos da Vida]; oposição Luz/ trevas (Jo
1,4-5; 8,12 12,46 e 1Jo 1,5); Permanecer em Jesus Cristo (Jo 15; 1Jo 2,28); mandamento novo do amor (Jo
13,34 e 1Jo 2,7s) ); Guardar os mandamentos, sinais do amor (Jo 14,21; 1Jo 3,23).

- Algumas diferenças: Nos prólogos, a palavra “Princípio” possui conotações diferentes; 1 Jo


atribui qualidades a Deus que o evangelho confere a Jesus. Ex.: 1Jo 1,5, é Deus que é Luz; em 1Jo
4,21, é Deus quem dá o mandamento do amor fraterno. Há menor ênfase no Espírito Santo em 1Jo;
Jesus Cristo é chamado de Paráclito 1Jo 1,21; Diferenças na concepção escatológica (1Jo tem um
escatologia futura, enquanto Jo tem uma escatologia realizada, cf. px. Jo 3,16ss.

Em todo caso, trata-se de um escrito que nasce no seio das comunidades marcadas pela
tradição joanina
Isso nos impõe a questão da autoria: seria o mesmo autor da Evangelho de Jo? Ou dois autores
distintos que redigiram seus escritos em períodos diversos?

AUTOR: alguém que pertencia à escola joanina


DESTINATÉRIOS: Não identificados
DATAÇÃO E LUGAR DE COMPOSIÇÃO: entre os anos 100 a 130, na Ásia Menor (Éfeso?)
Contextualização histórica: a(s) comunidade(s) de 1Jo

 Uma comunidade em tempos de crise


Ler 1Jo 2,18ss: dois grupos em conflito no cristianismo de tradição joanina.

 Motivos da crise: a significação da encarnação e a pessoa do Jesus terreste


Ler 2,22 e 4,2-3.15 (ver também 5,6: parece que o enviado do Pai teria vindo sobre Jesus no momento do batismo,
mas o deixado antes da cruz). A Pessoa de Jesus foi apenas um maio para revelar o Filo de Deus. Ele não seria, de fato,
o Filho.

 Tentativas de identificação deste grupo:


- Influencia de Cerinto (em torno do 100/120, heresia combatida por Inácio de Antioqui). Afirmação: o Cristo
celeste e espiritual se uniu ao homem Jesus apenas por um período provisório indo do batismo ao início da paixão.
Porém, o oposição que faz Cerinto entre o Deus criador do mundo e o Deus Verdadeiro é ausente em 1Jo;
- Hipótese de Docetimo (dokéo - aparecer): negação da humanidade de Jesus. O Cristo não teria verdadeiramente
o corpo de um homem. Porém, o grupo opositor não parece negar a humanidade de Jesus do homem Jesus, mas sua
coloca em dúvida seu papel salvífico;
- Gnosticismo e seus mistérios esotéricos. Negação da matéria.
- Grupo opositor no seio da(s) comunidade(s) de tradição joanina (hipótese mais provável): “Ambos conheciam a
proclamação do cristianismo que nos foi feita através do quarto evangelho, mas a interpretavam diferentemente”
(Brown, Comunidade do discípulo amado, p. 111).

“Nós nos encontramos no centro de um conflito de intepretação concernente o evangelho. A leitura “ortodoxa”,
defendida pela escola joanina, sublinharia que a encarnação radical da revelação e a historicidade da fé, se opondo a
um grupo que favorizaria uma leitura desencarnada, até mesmo gnostizante, do evangelho” (Zumenstein, Les epîtres
de Jean, p. 403
Dimensões teológicas da 1Jo
 Teologia (reflexão sobre Deu Pai)
- Deus é luz (1,5); Deus é amor (4,8.16)
- Deus é conhecedor de todas as coisas (3,20) e misericordioso
- Fonte do amor (4,11ss)
- Benevolente em seu plano salvífico através do envio de seu Filho na carne (4,11; 5,11)

 Cristologia ( reflexão sobre a pessoa de Jesus Cristo).


- Cristo, Palavra da Vida, é a o Jesus de carne e osso “que nossas mãos apalparam” (1,3).
- Veracidade da encanação. Os opositores negavam o significado salvífico da humanidade de
Jesus. Afirmação do evento histórico da encanação (4,2.14)
- Valor redentor da morte de Jesus (1,7; 2,2; 4,10; 5,6.8)
- A comunidade cristã é chamada a crer em Jesus e a segui-lo pela prática do amor (3,24): “o
“amor para com o outro, como ‘expressão da fé’, se reveste de um significado salvífico e
cristológico” (Silvano, Primeira carta de João: crer em Jesus Cristo e amar os outros, p. 18).
- o Filho, enviado, é o verdadeiro Deus (5,20).
- Jesus Cristo é a Vida eterna que estava junto de Deus (1,1; 5,20).
Dimensões teológicas da 1Jo
 Escatologia (reflexão sobre o fim da história): “A ultima hora” (2,18) – o definitivo já começou,
embora não ainda não se tenha manifestado completamente.

 Eclesiologia de Comunhão: 1,3 (com os irmãos) e com o Pai e o Filho (

 Dimensão filial da vida cristã: o cristão como filho de Deus (3,1).

 A vida cristã como experiência de discernimento (4,1ss)

 A prática do amor, centro da vida cristã: “a fé é um estilo de vida marcado pelo amor”. O
amor, conteúdo a ser transmitido (3,11); mandamento a ser vivido 3,23ss; fonte do
conhecimento de Deus (4,7ss – ler).

 JESUS CRISTO, MODELO DA VIDA CRISTÃ (2,6)

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