Tema 1 o Renascimento Literário Português Definitivo

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BARRA DO CORDA


CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS

LITERATURA PORTUGUESA
O RENASCIMENTO
LITERÁRIO PORTUGUÊS
Prof. Jonh J. Alves
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS

CONTEXTO HISTÓRICO EUROPEU

INTRODUÇÃO

► Sec. XIV – XVI (1300 - 1500)

DEFINIÇÃO

► Movimento cultural e artístico que rompeu com o padrão do pensamento


vigente no mundo medieval.

TRANSIÇÃO

► Idade Média para a Idade Moderna (sistema político / Econômico /


Pensamento / Ideológica). Teocentrismo > Antropocentrismo.

► Sistema feudal de subsistência / Capitalista (comércio / mercantilista).

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS

CONTEXTO HISTÓRICO EUROPEU

A LITERATURA

► Trovadorismo;
► Humanismo (transição na arte portuguesa);
► Classicismo (Camões).

INÍCIO DO RENASCIMENTO

► Itália – França – Inglaterra – Portugal – Espanha – Países Baixos (Holanda,


Bélgica);
► Sociedade = Ricos e Urbanos (Burguesia) / Artistas, Intelectuais, Filósofos,
Mecenas.

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS

CONTEXTO HISTÓRICO EUROPEU

PRINCIPAIS DIFERENÇAS
MEDIEVAL RENASCENTISTA
TEOCENTRISMO ANTROPOCENTRISMO
VERDADE = Bíblia VERDADE = Experimentos
POLÍTICA = descentralizada CENTRALIZAÇÃO = Absolutismo
FEUDALISMO MERCANTILISMO
NATUREZA = Pecado NATUREZA = Hedonismo
CAMPONESES BURGUESES

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS

CONTEXTO HISTÓRICO EUROPEU

FASES DO RENASCIMENTO – TRECENTO (SEC. XIV)

►Transição teocêntrica para o antropocentrismo;


► Dante – Literatura – “A Divina Comédia”
► Petrarca – Literatura – “Lírica do Cancioneiro”;
► Boccaccio – Literatura – “Decameron/Decamerão”;
► Giotto – Pintura – Figuras com aspectos humanos e traços de individualidade.
Pinturas de ‘São Francisco de Assis’.

FASES DO RENASCIMENTO – QUATROCENTO (SEC. XV)

►Família Medici (mecenas); Florença (principal centro);


► Técnica da pintura a óleo;
► Botticelli – figuras leves, delicadeza, inocência “Nascimento de Vênus” e
“Alegoria da Primavera”;
► Da Vinci – Pintor, desenhista, escultor, poeta, inventor, engenheiro, músico,
físico, anatomista, botânico, geólogo... “O homem vitruviano”, “Gioconda”, “Santa
Ceia”.
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CONTEXTO HISTÓRICO EUROPEU

FASES DO RENASCIMENTO – CINQUENCENTO SEC. XVI

►Papa (mecenas), Roma (principal centro);


► Nicolau Maquiavel – Literatura – “O príncipe”;
► Rafael – pintura “Escola de Atenas”, “A sagrada Família”;
► Michelangelo – Pintura e Escultura – “Moises”, “Davi” e “Pietá” (esculturas),
“Os afrescos da capela Sistina” (pinturas).
RENASCIMENTO “ERA DE OURO”

“IDADE DAS TREVAS”
►Shakespeare – “Romeu e Julieta”;
► Montaigne – “Ensaios”;
► Camões – “Os Lusíadas”;
► Cervantes – “Dom Quixote”;

RENASCIMENTO CIENTÍFICO

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS
O RENASCIMENTO LITERÁRIO PORTUGUÊS

Um poeta português chamado


Francisco Sá de Miranda esteve na
Itália durante 8 anos, nessa época, e
levou o movimento para Portugal, em
1527; aqui, chamou-se Classicismo,
numa clara referência aos clássicos em
que os autores iam beber para suas
composições.
É nesse período que surge uma das
mais importantes figuras da literatura
portuguesa: Luís Vaz de Camões, poeta
lírico, sonetista, mas principalmente
épico, autor de “Os Lusíadas”, a
epopeia portuguesa de maior destaque.
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RENASCIMENTO = CLASSICISMO (ARTES)

*Constituição artística dentro do renascimento.

LITERATURA

► ÉPICO – Gênero de construção de uma narrativa nacional, seguindo o modelo


greco-romano. Grandes feitos, conquistas e o homem como herói;
► SÁTIRA – Ridicularização dos ideais / costumes medievais (clero nobreza).

LUÍS DE CAMÔES
Os Lusíadas (Epopeia)

“O amor é fogo que arde sem se ver è ferida que dói e não se sente...”

► HOMEM ENFRENTANDO DEUSES;


► HOMENAGEM A DOM SEBASTIÃO, GRANDE REI DE PORTUGAL.

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
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Vamos conhecer a vida de Luís Vaz de Camões.

A vida de Camões ainda representa


uma incógnita em muitos aspectos.
Nasceu provavelmente em 1524 ou
1525, em Lisboa, Alenquer, Coimbra ou
Santarém – as quatro cidades
reivindicam o nascimento do poeta.

De família fidalga da Galiza (era


filho de Simão Vaz de Camões e de Ana
de Sá de Macedo), é possível que na
juventude tenha frequentado a Corte e
talvez a Universidade de Coimbra, mas
não há registro de sua passagem nesta
Nesse tempo, travaria contato
instituição.
com escritores antigos e modernos,
como Homero, Virgílio, Ovídio,
Petrarca, Boscán, Garcilaso e outros.
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Segundo alguns textos, “vivia uma


vida boêmia e turbulenta. (...) Os
testemunhos dos seus contemporâneos
descrevem-no como um homem de porte
mediano, com um cabelo loiro arruivado,
cego do olho direito, hábil em todos os
exercícios físicos e com uma disposição
temperamental, custando-lhe pouco
engajar-se em brigas.

Diz-se que tinha grande valor como soldado, exibindo coragem,


combatividade, senso de honra e vontade de servir, bom companheiro nas
horas de folga, liberal, alegre e espirituoso quando os golpes da fortuna não
lhe abatiam o espírito e entristeciam. Tinha consciência do seu mérito como
homem, como soldado e como poeta”.

fonte: http:// pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es


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HERÓI ÉPICO

Valente, forte, destemido, características que se destacam dos demais,


características sobre-humanas, herói do coletivo.

LUÍS DE CAMÔES

LÍRICA AMOROSA = Usa redondilhas menores, tipo de poema trovadoresco;

LÍRICA FILOSÓFICA = Amor neoplatônico, mais alcançável, porém perfeito;

LÍRICA ÉPICA = Caráter nacionalista. Vasco da Gama como Metonímia de Portugal.

OS LUSÍADAS

Dez contos
1.102 estrofes
8.816 versos
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“Os lusíadas”
(...) Os Lusíadas, que narra a aventura
marítima de Vasco da Gama, é a grande
epopeia do povo lusitano. Publicada em
1572, o poema é considerado o maior
poema épico da língua portuguesa.
Evidentemente não por conter 8816
versos decassílabos distribuídos em
1102 estrofes de oito versos cada, mas
pelo seu valor poético e histórico.
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ASPECTOS FUNDAMENTAIS:

•Título – Camões foi buscar a palavra lusíadas numa epístola escrita por
André de Resende, em 1531. A palavra significa ‘lusitanos’ e é ‘um nome
que logo nos anuncia a história heroica de todo um povo. Os Lusíadas são os
próprios lusos, em sua alma como em sua ação.’

• Herói – O herói de Os Lusíadas não é apenas Vasco da Gama, como se


poderia pensar numa leitura mais superficial, mas sim todo o povo
português (do qual Vasco da Gama é digno representante). O próprio poeta
afirma que vai cantar ‘as armas e os barões assinalados’ que ‘navegaram
por mares nunca dantes navegados’. Ou seja, todo o povo lusitano
navegador que enfrenta a morte pelos mares desconhecidos (lembre-se de
que corriam várias lendas sobre o Mar Tenebroso).

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
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• Tema – O poeta deixa expresso o tema da epopeia já nas duas primeiras


estrofes: a glória do povo navegador português, isto é, os navegadores que
conquistaram as Índias e edificaram o Império Português no Oriente, bem
como as memórias dos reis portugueses que tentaram ampliar o império (‘E
também as memórias gloriosas / Daqueles reis que foram dilatando / A Fé, o
Império...’). Portanto, Camões cantará as conquistas de Portugal, as glórias
dos navegadores, os reis do passado; em outras palavras, a história de
Portugal.

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
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OS LUSÍADAS: Episódios importantes.

► O velho do Restelo

Velho do Restelo é uma personagem introduzida


por Luís de Camões entre as estrofes 94 e 104 do
canto IV. É variamente interpretado como símbolo
dos pessimistas, dos que não acreditavam no
sucesso da epopeia dos descobrimentos Portugueses,
e surge na largada da primeira expedição à Índia
com avisos sobre a odisseia que estaria prestes a
acontecer.

Um ancião (o Velho do Restelo) põe-se então a acoimar as viagens e os


ocupantes das naus, sob o argumento de que os temerários navegadores, movidos
pela cobiça de fama, glória e riquezas, procuravam desastre para si mesmos e
para o povo português.
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OS LUSÍADAS: Episódios importantes.

► O velho do Restelo

A sua fala pode ser interpretada como a sobrevivência da mentalidade


feudal, agrária, oposta ao expansionismo e às navegações, que configuravam os
interesses da burguesia e da monarquia. O Velho do Restelo representa a
oposição passado x presente, antigo x novo. O Velho chama de vaidoso aqueles
que, por cobiça ou ânsia de glória, por sua audácia ou coragem, se lançam às
aventuras ultramarinas. Simboliza a preocupação daqueles que anteveem um
futuro sombrio para a Pátria.

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
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OS LUSÍADAS: Episódios importantes.

► O velho do Restelo
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Nicola diz que “teve início assim uma longa jornada de 17 anos,
em que o poeta viveu nas colônias portuguesas da África e da Ásia,
chegando a morar em Macau, colônia portuguesa na China. Foram
anos de dificuldades e algumas passagens pela cadeia”.

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos


dias. São Paulo: Scipione, 1999, p. 77)

(NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.)
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OS LUSÍADAS: Episódios importantes.

► Inês de Castro

A história e o mito que envolvem os


amores de D. Inês de Castro e D. Pedro têm
servido como tema para várias obras
literárias. Desde autores nacionais a
estrangeiros; autores de séculos distantes a
autores nossos contemporâneos, a verdade é
que a morte de Inês de Castro tem servido
de inspiração literária e, por tal, esta
história de amor portuguesa superou a
temporalidade.
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O amor-paixão e o inevitável fim trágico


Tristão e Isolda; Romeu e Julieta; Teresa e Simão; são todos casais que
têm como destino um fim trágico. Esse destino surge a partir do momento
que decidem tentar alcançar o impossível. Todos estes casos caminharam
para o abismo, abismo esse que em Amor de Perdição, de Camilo Castelo
Branco, vem bem retratado numa carta que Simão escreve a Teresa:
Lembra-te de mim. Vive, para explicares ao mundo, com a tua lealdade a
uma sombra, a razão por que me atraíste a um abismo.

(CASTELO BRANCO, Camilo, Amor de Perdição, Mem Martins,


Publicações Europa-América, 1995, capítulo X, p. 106).
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O amor-paixão e o inevitável fim trágico

No caso específico de Inês de Castro, esta desafia o poder do Estado,


isto é, desafia a vontade de Afonso IV, é esta a sua hybris. Por motivos de
ordem política, Afonso IV não aceita Inês de Castro como esposa legítima de
D. Pedro e, por tal, ela terá de morrer, pois escolheu entregar-se a este amor.
O abismo é, então, a partir dessa escolha, inevitável.

*Hybris é um termo grego que significa o desafio, o crime do excesso e do


ultraje. Traduz-se num comportamento de provocação aos deuses e à ordem
estabelecida.
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► Inês de Castro
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Lirismo e simbolismos presentes no episódio de


Inês de Castro de Luís de Camões

O caso triste e digno de memória,


Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de morta foi rainha.
REFERÊNCIAS
AAVV. Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Mem Martins, Ed. Verbo, 1976
CAMÕES, Luís de Vaz. Os Lusíadas, 2. ed. Porto: Livraria Figueirinhas, 1999
FRANCO, António. Memória de Inês de Castro. Mem Martins: Edições
Europa-América, 1990
LOPES, Óscar e SARAIVA, António José. História da Literatura Portuguesa.
17. ed. Porto: Porto Editora, 1996
NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São
Paulo: Scipione, 1999.
SOUSA, Maria Leonor de, Inês de Castro – Um Tema Português na
Europa. Lisboa: Edições 70, 1987

Web
Biblioteca Virtual: http://www.portalcen.org/bv/estudante/ inesdecastro . pdf
SILVA, Fernando Correia; http://www.vidaslusofonas.pt/inesdecastro.
htm
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/portugues/Ines_de_C
astro.htm

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