Realismo Naturalismo

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Realismo e Naturalismo no Brasil

Pinturas de Jean François Millet

Professora: Marly Maria 


O Realismo surgiu como escola artístico-literária nas últimas décadas do século
XIX. Apresentava uma nítida oposição aos valores cultivados pela estética
romântica.

Contexto: Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores


realistas empenharam-se em retratar o homem e a sociedade em conjunto.
.
Realismo e Naturalismo no Brasil - Prosa
Memórias Póstumas
Realismo de Brás Cubas
Prosa Machado de Assis

Final do
Naturalismo
Século XIX
Prosa

1881
O Mulato
Parnasianismo Aluísio de
Azevedo
Poesia
Projeto Literário do Realismo

Representação da Temas de interesse coletivo


Olhar mais • Adultério
realidade – denunciar
racional, objetivo • Opressão
aspectos negativos da
e crítico • Corrupção
sociedade
• Mazelas da sociedade
Influências

Determinismo: Hipollyte Taine


• O homem é influenciado pelo meio, pela raça e pela história.

Positivismo: August Comte


• Fato, razão, ciência, “ordem e progresso”
• Objetividade
• Positivo útil, real, preciso.

Evolucionismo – Charles Darwin


• Origem das espécies – seleção natural;

Socialismo – Karl Max e Engels


• Análise crítica e científica do capitalismo;
• Materialismo histórico.
Livros Realistas mais importantes
Tema: Adultério
França: Madame Bovary, de Gustave Flaubert
“Ofensa à moral pública”.

Portugal: O primo Basílio, de Eça de Queirós


“A destruição das ilusões românticas”.

Brasil: Dom Casmurro, de Machado de Assis


“Capitu – olhos de cigana oblíqua e dissimulada”.
Machado de Assis
Um cético analisa a sociedade
Machado de Assis e sua obra

Duas fases:
• Romântica: As histórias de amor envolvem sempre dinheiro, família,
casamento. Ressurreição; A mão e a luva , Helena e Iaiá Garcia.

• Realista: Melancolia e sarcasmo


Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891);
Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).

Escreveu poemas, contos, crônicas e críticas literárias.

• “Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde


ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a
curiosidade estreita e aguda que descobre o
encoberto.”
Machado de Assis também não conseguiu agradar a todos

“A obra do Sr. Machado de Assis é deficiente, senão falsa, no fundo,


porque não enfrenta o verdadeiro problema que se propôs a resolver e
só filosofou sobre caráteres de uma vulgaridade perfeita; é deficiente
na forma, porque não há nitidez, não há desenho, mas bocejos, não há
coloridos, mas pinceladas ao acaso.”

Urbano Duarte - sobre o Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas

Felizmente... A crítica construtiva foi muito mais intensa.

“O esplêndido achado do romance, serem memórias escritas por um


morto, acrescenta um efeito adicional a esses cuidados reguladores
com aquilo que o leitor pensa. [...] pedir ao leitor que tenha paciência
com a tendência do narrador para a frivolidade é também uma
manobra de sedução, tal como prometer emoções fortes e
conhecimentos novos.”
Susan Sontag (1933-2004) – escritora norte-americana
Palavras-chave para os livros
Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas
“As afrontas de um
“defunto autor”.
Palavras-chave para os livros
Machado de Assis
• Dom Casmurro - Os mistérios da alma humana.
“Olhos de cigana oblíqua e dissimulada.”
Machado de Assis
Quincas Borba

Teoria do Humanitismo

“...ao vencido, ódio ou


compaixão; ao vencedor, as
batatas.”
Aluísio de
Azevedo

O “precursor do
Naturalismo no
Brasil”.
Aluísio de Azevedo
O Cortiço
os mais variados tipos
humanos:
trabalhadores,
prostitutas, lavadeiras,
homossexuais.
Diferenças
Realismo: Visão biológica do homem.
X
Naturalismo: Visão Patológica do homem.
Realismo Naturalismo
Razão/Objetividade. Razão/Objetividade.

Indivíduo. Coletivo.
Análise Psicológica. Determinismo.
Burguesia. Proletariado.
Hipocrisia. Despreocupação com a moral
Herói problemático – cheio de Temas de patologia social – o
fraquezas, manias e incertezas. homem descrito como um animal.
Narrativa lenta – descrição Narrativa lenta – descrição
minuciosa. minuciosa.
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a
sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de
chumbo. […].

O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já


se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia
todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se
discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de
plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da
vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática,1984. p. 28-29.
http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/como-era-a-vizinhanca-do-livro-
o-cortico/
Características de O Cortiço:

• crítica ao capitalismo selvagem;

• higienização dos centros urbanos (separação entre ricos e


pobres - o Rio de Janeiro era conhecido como “Porto Sujo” ou “Cidade
da Morte”, um lugar evitado pelos viajantes – antes das reformas de
Pereira Passos);

• animalização versus humanização (zoomorfização do homem –


como “uma anta bravia” e antropomorfização – o cortiço “acordava”,
“batia palmas”, “se espreguiçava.”

• portugueses versus brasileiros ( os portugueses são superiores).


O Realismo na Pintura
"Oração ao Final do Dia" - Jean François Millet
Pintor realista francês (1814-1875)
"O Semeador" - Jean François Millet
Pintor realista francês (1814-1875)
Intertextualidade - "O Semeador" - Van Gogh – Expressionismo
Pintor holandês (1853-1890)
Professora: Marly Maria 

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