Metalurgia Do Po
Metalurgia Do Po
Metalurgia Do Po
1. INTRODUÇÃO
O constante avanço tecnológico exige cada vez mais que peças sejam fabricadas com
geometria complicada.
Além disso, essas peças devem ser fabricadas em larga escala e não pode-se ter
custos elevados para sua manufatura.
Alguns processos mais convencionais como o torneamento e o fresamento, em muitas
vezes, não atendem os requisitos mencionados acima.
É dentro desse cenário que surge o processo de fabricação conhecido como
Metalúrgia do pó, ou simplesmente Sinterização.
Vejamos, então, o que exatamente é esse processo de fabricação, tão importante
para a indústria atualmente.
Metalurgia do pó Flávio
2. DEFINIÇÃO
Processo básico:
- Preparação da matéria prima (pó)
- Configuração do pó em ferramental apropriado
- Aquecimento da peça formada (T < Ponto de fusão) para lhe conferir as propriedades
desejadas.
-Pode ser necessárias operações posteriores (usinagem em geral,acabamentos, pinturas)
Características do processo:
- Extremamente econômico (não produz cavacos, apenas o mínimo em operações
subseqüentes, carepas, e é possível controlar-se a densidade das peças)
- Portanto, ambientalmente mais correto, conservador de energia e material por excelência.
- Produz peças de geometria complexa, tolerâncias rigorosas, em grandes lotes,
possibililta o uso de ligas especiais.
- Pode ser mais econômico que processos convencionais.
- Atende praticamente todos os ramos da indústria. Automobilística, eletronicas, etc.
Metalurgia do pó Flávio
3. HISTÓRICO
Evolução histórica:
- 6.000 a.C.: Armas de ferro, lanças, ferramentas, a partir de aglomerados de ferro (egípicios, etc.)
- 1.200 d.C.: Noções sobre fabricação de aço a partir de aglomerados e seu tratamento térmico.
- 400 a 1.300 d.C.: Colunas, lingotes, utensílios diversos, a partir de aglomerados soldados e
forjados a fogo. Armas de aço obtidas de pós por ação mecânicas. Velhas
lendas alemãs chamadas “A Saga de Siegfried” contam história de produção
de espadas utilizando-se pó de ferro fabricados sob processo técnicos.
- 1827: Fabricação de moedas de platina.
- 1829: Fabricação de platina maleável e moedas (ponto de fusão: 1755º C). Esta técnica é
considerada, historicamente, a precursora da moderna metalurgia do pó.
- 1908: Mancais auto lubrificantes de ferro poroso.
- 1909: Filamentos de tungstênio dútil.
- 1920: Bronze poroso para a indústria de automação, em especial a indústria têxtil.
- 1923: Primeiras experiências com pós de cobalto e carbonetos de tungstênio, que representam
um marco histórico da sinterização.
- 1930: Lançada a marca comercial “Widia”.
- 1930 a 1936: Pós de ferro carbonila. Primeiras experiências com ferro e aço sinterizados.
- A partir de 1934: Peças estruturais sinterizadas de ferro e aço, mancais porosos, discos de
fricção, imãs permanentes, núcleos para a indústria eletrônica, etc.
Metalurgia do pó Bruno Moreira
a) Peças estruturais
b) Metal duro
Automobilística, eletrodomésticos, etc.
Pastilhas para usinagem, ferramentas
Aço ferro, inox, latão de corte, etc.
Metalurgia do pó Bruno Moreira
g) Materiais de fricção
Discos de embreagem, pastilhas de freio.
Metalurgia do pó Bruno Moreira
A distribuição de
aplicações típicas de
peças sinterizadas é:
Como o seguimento
automotivo é a principal
aplicação, segue dados
da evolução de peças
sinterizadas em
automóveis de 1995
(vermelho)a 2004
(preto):
Metalurgia do pó Bruno André
5. ESTAPAS DO PROCESSO
PÓ BASE
ELEMENTOS DE LIGA LUBRIFICANTES
SIMILARES
FERRO
FÓSFORO
NÍQUEL
SULFETO DE
COBRE MANGANES
GRAFITE
MISTURA COMPACTAÇÃO
SINTERIZAÇÃO
USINAGEM
REVESTIMENTO
SUPERFICIAL
CALIBRAGEM IMPREGNAÇÃO
FERROXIDAÇÃO
TRATAMENTO
TÉRMICO
PRODUTO FINAL
Metalurgia do pó Bruno André
Uma peça sinterizada é composta de uma mistura de materiais para que seja
possível realizar o processo de sinterização, basicamente essa mistura é
composta de três grupos de materiais sendo: o pó base que é a base do material
final, os aditivos que dão as propriedades mecânicas desejadas e os lubrificantes
que ajudam na compactação da peça.
Tipos de fabricação:
- Atomização
- Eletrólise
- Métodos mecânicos (trituração e moagem)
- Métodos físico-químicos (pirólise)
- Métodos químicos (redução de óxidos por H)
5.2 MISTURA
A mistura dos pós é feita com base na especificação do material definido para
peça, os componentes da mistura são pesados e colocados no misturador de forma a
obter uma mistura homogênea. Adiciona-se também o pó lubrificante necessário na
etapa de compactação. Este pó evita que o ferramental seja desgastado e facilita a
compactação e a extração da peça.
Os pós são misturados em misturadores tipo "Y" ou "duplo cone" .
Vídeo
Metalurgia do pó Fabio
5.3 COMPACTAÇÃO
Vídeo Vídeo
Metalurgia do pó Fabio
Prensas
Mecânica
Vídeo
Hidráulica
Metalurgia do pó Fabio
Ferramental
5.4 SINTERIZAÇÃO
A sinterização pode ser definida como um processo físico, termicamente ativado, que
faz com que um conjunto de partículas de determinado material, inicialmente em contato
mútuo, adquira resistência mecânica. Sua força motora é o decréscimo da energia
superficial livre do conjunto de partículas, conseguido pela diminuição da superfície total
do sistema. Em muitas ocasiões isto traz como conseqüência a eliminação do espaço
vazio existente entre as partículas, chamados de poros, resultando em um corpo rígido e
completa ou parcialmente denso. A sinterização é utilizada para se fabricar peças
metálicas, cerâmicas e compósitos metal-cerâmico.
A sinterização é comumente processada em fornos contínuos, caracterizados por três
zonas de operação: pre-aquecimento, manutenção e resfriamento.
O processo necessita de alto controle, como por exemplo, manipulação da atmosfera
de queima e até mesmo a pressão.
Os fornos tradicionais utilizam elementos resistivos para aquecimento, mas existem
processos avançados de sinterização por microondas, laser e plasma.
Metalurgia do pó Vinícius
Metalurgia do pó Vinícius
6. ANÁLISE DO PROCESSO
Vantagens
- As temperaturas de sinterização utilizadas são baixas em relação a outros processos, com
utilização de fornos de concepção simples com menor consumo de energia.
- O produto final possui estreita tolerância dimensional, e excelente acabamento superficial não
precisando na maioria dos casos de operações finais.
- É possível produzir componentes com formas complexas, muitas vezes inacessíveis a outros
processos de fabricação.
- Perfeito controle da composição química do material, podendo ser produzidos componentes de alta
pureza.
- Possibilidade de obtenção de materiais com propriedades físicas e/ou químicas para os quais a
metalurgia do pó é a única técnica viável de fabricação. Ex: materiais porosos, metal duro, materiais
refratários.
- O processo é de alta produtividade proporcionando a fabricação de grande quantidade de bens de
consumo em menor tempo, além de facilitar a automação, minimizando o custo de inspeções para
controle de qualidade.
- Apresenta consistência de processo (alto Cpk), e consequentemente baixo scrap;
-Peças sinterizadas tem bom desempenho em aplicações críticas de longa duração.
- Materiais refratários com alto ponto de fusão não podem ser obtidos economicamente por outros
processos (filamentos de tungstênio para lâmpadas, metal duro, etc...);
- Produz formas complexas que seriam impossíveis ou impraticáveis por outro processo de
transformação mecânica.
Metalurgia do pó Luigi
Desvantagens
- A forma geométrica da peça é limitada, devendo possibilitar que seja extraída de uma
matriz de compactação.
- Nos processos convencionais de compactação e sinterização o tamanho da peça é
limitado, uma vez que as potências requeridas para compactação são proporcionais a
sua área transversal. Algumas técnicas avançadas da M/P em desenvolvimento já
superam esse problema.
- O processo produz uma porosidade residual que deve ser eliminada, no caso de
aplicações que requerem altas solicitações mecânicas.
Metalurgia do pó Luigi
Comparando a resistência
Metalurgia do pó Luigi
Metalurgia do pó Fabio
7. CONCLUSÃO
Obrigado !