Metalurgia Do Po

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Metalurgia do pó

Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo

Grupo: 10º EGI


Bruno André da Silva - RA 0417584
Bruno Rafael Alves Moreira - RA 0632448
Fabio Leandro Minetti - RA 0409862
Flávio Donizete Poloni - RA 0415075
Luigi Fernandes Ercolin - RA 0819979
Vinicius Marzura - RA 0420265

Disciplina: Tecnologia da Fabricação

Professor: André de Lima

Trabalho sobre: Metalurgia do pó


Metalurgia do pó Fabio

1. INTRODUÇÃO

O constante avanço tecnológico exige cada vez mais que peças sejam fabricadas com
geometria complicada.
Além disso, essas peças devem ser fabricadas em larga escala e não pode-se ter
custos elevados para sua manufatura.
Alguns processos mais convencionais como o torneamento e o fresamento, em muitas
vezes, não atendem os requisitos mencionados acima.
É dentro desse cenário que surge o processo de fabricação conhecido como
Metalúrgia do pó, ou simplesmente Sinterização.
Vejamos, então, o que exatamente é esse processo de fabricação, tão importante
para a indústria atualmente.
Metalurgia do pó Flávio

2. DEFINIÇÃO

A Metalúrgica do Pó é um processo altamente desenvolvido de manufatura de peças


metálicas ferrosas e não ferrosas.

Processo básico:
- Preparação da matéria prima (pó)
- Configuração do pó em ferramental apropriado
- Aquecimento da peça formada (T < Ponto de fusão) para lhe conferir as propriedades
desejadas.
-Pode ser necessárias operações posteriores (usinagem em geral,acabamentos, pinturas)

Características do processo:
- Extremamente econômico (não produz cavacos, apenas o mínimo em operações
subseqüentes, carepas, e é possível controlar-se a densidade das peças)
- Portanto, ambientalmente mais correto, conservador de energia e material por excelência.
- Produz peças de geometria complexa, tolerâncias rigorosas, em grandes lotes,
possibililta o uso de ligas especiais.
- Pode ser mais econômico que processos convencionais.
- Atende praticamente todos os ramos da indústria. Automobilística, eletronicas, etc.
Metalurgia do pó Flávio

3. HISTÓRICO
Evolução histórica:
- 6.000 a.C.: Armas de ferro, lanças, ferramentas, a partir de aglomerados de ferro (egípicios, etc.)
- 1.200 d.C.: Noções sobre fabricação de aço a partir de aglomerados e seu tratamento térmico.
- 400 a 1.300 d.C.: Colunas, lingotes, utensílios diversos, a partir de aglomerados soldados e
forjados a fogo. Armas de aço obtidas de pós por ação mecânicas. Velhas
lendas alemãs chamadas “A Saga de Siegfried” contam história de produção
de espadas utilizando-se pó de ferro fabricados sob processo técnicos.
- 1827: Fabricação de moedas de platina.
- 1829: Fabricação de platina maleável e moedas (ponto de fusão: 1755º C). Esta técnica é
considerada, historicamente, a precursora da moderna metalurgia do pó.
- 1908: Mancais auto lubrificantes de ferro poroso.
- 1909: Filamentos de tungstênio dútil.
- 1920: Bronze poroso para a indústria de automação, em especial a indústria têxtil.
- 1923: Primeiras experiências com pós de cobalto e carbonetos de tungstênio, que representam
um marco histórico da sinterização.
- 1930: Lançada a marca comercial “Widia”.
- 1930 a 1936: Pós de ferro carbonila. Primeiras experiências com ferro e aço sinterizados.
- A partir de 1934: Peças estruturais sinterizadas de ferro e aço, mancais porosos, discos de
fricção, imãs permanentes, núcleos para a indústria eletrônica, etc.
Metalurgia do pó Bruno Moreira

4. TIPOS DE PEÇAS FABRICADAS


Vários tipos de peças, para diversas aplicações, com diferentes materiais podem ser fabricados.
Vejamos alguns exemplos:

a) Peças estruturais
b) Metal duro
Automobilística, eletrodomésticos, etc.
Pastilhas para usinagem, ferramentas
Aço ferro, inox, latão de corte, etc.
Metalurgia do pó Bruno Moreira

c) Contatos elétricos d) Escovas elétricas


Contatores, reles, chaves e interruptores Aplicação: motores elétricos, alternadores.

e) Buchas autolubrificantes f) Componentes cerâmicos


Automobilística, eletrodomésticos, etc. Corpo de velas, isoladores elétricos, etc.
Metalurgia do pó Bruno Moreira

i) Filtros metálicos h) Materiais magnéticos

Automobilística, pneumática, etc. Aplicação: injeção de combustível, imãs, etc.

g) Materiais de fricção
Discos de embreagem, pastilhas de freio.
Metalurgia do pó Bruno Moreira

4.1 DISTRIBUIÇÃO E EVOLUÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE PEÇAS SINTERIZADAS

A distribuição de
aplicações típicas de
peças sinterizadas é:

Como o seguimento
automotivo é a principal
aplicação, segue dados
da evolução de peças
sinterizadas em
automóveis de 1995
(vermelho)a 2004
(preto):
Metalurgia do pó Bruno André

5. ESTAPAS DO PROCESSO

O processo de metalurgia do pó é composto de várias etapas subseqüentes, onde


pode haver tanto etapas obrigatórias que são as etapas iniciais até certo ponto do
processo, como etapas opcionais ou complementares dependendo do tipo de material e
peça que se deseja obter.

As etapas obrigatórias são:


- A fabricação ou preparação do pó;
- A mistura dos pós de acordo com a composição do material
escolhido;
- A compactação e formação da peça;
- A sinterização da peça compactada;

A partir daí as etapas são opcionais e variadas de acordo com o material e o


tipo de peça fabricada, podendo haver:
- Processos de calibragem;
- Processos de usinagem;
- Processos de retificação;
- Processos de tratamento superficial;
- Processos de impregnação;
- etc.
Metalurgia do pó Bruno André

PÓ BASE
ELEMENTOS DE LIGA LUBRIFICANTES
SIMILARES
FERRO
FÓSFORO
NÍQUEL

SULFETO DE
COBRE MANGANES
GRAFITE
MISTURA COMPACTAÇÃO

SINTERIZAÇÃO

USINAGEM

REVESTIMENTO
SUPERFICIAL
CALIBRAGEM IMPREGNAÇÃO

FERROXIDAÇÃO

TRATAMENTO
TÉRMICO
PRODUTO FINAL
Metalurgia do pó Bruno André

5.1 MATÉRIA PRIMA

Uma peça sinterizada é composta de uma mistura de materiais para que seja
possível realizar o processo de sinterização, basicamente essa mistura é
composta de três grupos de materiais sendo: o pó base que é a base do material
final, os aditivos que dão as propriedades mecânicas desejadas e os lubrificantes
que ajudam na compactação da peça.

Tipos de fabricação:

- Atomização
- Eletrólise
- Métodos mecânicos (trituração e moagem)
- Métodos físico-químicos (pirólise)
- Métodos químicos (redução de óxidos por H)

Vídeo: Exemplo de atomização


Metalurgia do pó Bruno André

5.2 MISTURA

A mistura dos pós é feita com base na especificação do material definido para
peça, os componentes da mistura são pesados e colocados no misturador de forma a
obter uma mistura homogênea. Adiciona-se também o pó lubrificante necessário na
etapa de compactação. Este pó evita que o ferramental seja desgastado e facilita a
compactação e a extração da peça.
Os pós são misturados em misturadores tipo "Y" ou "duplo cone" .

Vídeo
Metalurgia do pó Fabio

5.3 COMPACTAÇÃO

A compactação dos pós é uma das operações básicas do processo. O pó é colocado


em cavidades de matrizes, montadas em prensas de compressão, especialmente
fabricadas para essa finalidade e, então, é aplicado sobre ele pressões determinadas,
de acordo com o tipo de pó utilizado e com as características finais das peças
sinterizadas.

Vídeo Vídeo
Metalurgia do pó Fabio

Prensas

As prensas utilizadas são mecânicas ou hidráulicas. Existem diversos


modelos e capacidades.

Mecânica

Vídeo
Hidráulica
Metalurgia do pó Fabio

Ferramental

Geralmente o ferramental é constituído de um porta-ferramenta padrão, para


encaixe na prensa, mais a ferramenta em si, que é constituída de peças como matriz,
punção, bases, pinos.
Dependendo do produto pode ser simples ou extremamente complexo. Podem ser
fabricadas de aço (bases) e materiais especiais (metal duro: matriz; VC-131: punções
e pinos).
Exige-se: - acabamento polido em todas as superfícies que terão
contato com o pó.
- tolerâncias de montagem milesimais entre os componentes.
- Altas resistência ao desgaste e alta tenacidade
- Prensas com grande precisão dimensional.
Metalurgia do pó Vinícius

5.4 SINTERIZAÇÃO

A sinterização pode ser definida como um processo físico, termicamente ativado, que
faz com que um conjunto de partículas de determinado material, inicialmente em contato
mútuo, adquira resistência mecânica. Sua força motora é o decréscimo da energia
superficial livre do conjunto de partículas, conseguido pela diminuição da superfície total
do sistema. Em muitas ocasiões isto traz como conseqüência a eliminação do espaço
vazio existente entre as partículas, chamados de poros, resultando em um corpo rígido e
completa ou parcialmente denso. A sinterização é utilizada para se fabricar peças
metálicas, cerâmicas e compósitos metal-cerâmico.
A sinterização é comumente processada em fornos contínuos, caracterizados por três
zonas de operação: pre-aquecimento, manutenção e resfriamento.
O processo necessita de alto controle, como por exemplo, manipulação da atmosfera
de queima e até mesmo a pressão.
Os fornos tradicionais utilizam elementos resistivos para aquecimento, mas existem
processos avançados de sinterização por microondas, laser e plasma.
Metalurgia do pó Vinícius
Metalurgia do pó Vinícius

5.5 ETAPAS COMPLEMENTARES

Dependendo das peças a serem produzidas, pode-se necessitar de


algumas etapas complementares, tais como:
- recompressão;
- ressinterização;
- usinagem;
- retificação;
- tamboreamento;
- tratamentos superficiais
- tratamentos térmicos;
- calibragem;
- etc.
Metalurgia do pó Luigi

6. ANÁLISE DO PROCESSO

Vantagens
- As temperaturas de sinterização utilizadas são baixas em relação a outros processos, com
utilização de fornos de concepção simples com menor consumo de energia.
- O produto final possui estreita tolerância dimensional, e excelente acabamento superficial não
precisando na maioria dos casos de operações finais.
- É possível produzir componentes com formas complexas, muitas vezes inacessíveis a outros
processos de fabricação.
- Perfeito controle da composição química do material, podendo ser produzidos componentes de alta
pureza.
- Possibilidade de obtenção de materiais com propriedades físicas e/ou químicas para os quais a
metalurgia do pó é a única técnica viável de fabricação. Ex: materiais porosos, metal duro, materiais
refratários.
- O processo é de alta produtividade proporcionando a fabricação de grande quantidade de bens de
consumo em menor tempo, além de facilitar a automação, minimizando o custo de inspeções para
controle de qualidade.
- Apresenta consistência de processo (alto Cpk), e consequentemente baixo scrap;
-Peças sinterizadas tem bom desempenho em aplicações críticas de longa duração.
- Materiais refratários com alto ponto de fusão não podem ser obtidos economicamente por outros
processos (filamentos de tungstênio para lâmpadas, metal duro, etc...);
- Produz formas complexas que seriam impossíveis ou impraticáveis por outro processo de
transformação mecânica.
Metalurgia do pó Luigi

Desvantagens

- A forma geométrica da peça é limitada, devendo possibilitar que seja extraída de uma
matriz de compactação.
- Nos processos convencionais de compactação e sinterização o tamanho da peça é
limitado, uma vez que as potências requeridas para compactação são proporcionais a
sua área transversal. Algumas técnicas avançadas da M/P em desenvolvimento já
superam esse problema.
- O processo produz uma porosidade residual que deve ser eliminada, no caso de
aplicações que requerem altas solicitações mecânicas.
Metalurgia do pó Luigi

Comparação com outros processos

De acordo com Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, em comparação


com os processos convencionais, como usinagem ou fundição, a metalurgia do pó
requer menos energia e aproveita melhor a matéria-prima, da ordem de 97%.
Metalurgia do pó Luigi

Comparando complexidade x Produção

Comparando a resistência
Metalurgia do pó Luigi
Metalurgia do pó Fabio

7. CONCLUSÃO

A metalurgia do pó é um processo de gigantesca importância para a evolução da


indústria, pois possibilita a fabricação de peças que seriam complicadas ou mesmo
impossíveis de serem fabricadas por processos mais convencionais, como o
torneamento ou fresamento.
Uma outra característica forte no processo é a extrema economia de matéria-
prima, uma vez que cada peça utiliza apenas o necessário para ser fabricada, não
produzindo sobras, retalhos ou cavacos. Dessa forma pode-se dizer que é um
processo mais ecologicamente e economicamente correto.
Para o grupo, o trabalho foi bastante motivador e enriquecedor, pois apresentou-
nos um processo de fabricação que, apesar da importância, ainda é pouco conhecido
e divulgado em nosso meio acadêmico.
Metalurgia do pó

Obrigado !

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