Curso de Brigada de Incêndio Basico - Helt Engenharia

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I

Curso de Básico de Brigada de Incêndio

Carlos Ubirajara Helt


BRIGADA DE INCÊNDIO
 INTRODUÇÃO
UM dos grandes marcos da história da civilização humana foi o domínio do fogo pelo homem. A partir daí, foi possível
aquecer e coser alimentos, fundir metais para fabricação de utensílios e máquinas. Essa conquista possibilitou o
desenvolvimento e progresso da sociedade, ainda que associado a essa descoberta tenha surgido o risco de incêndio.
BRIGADA DE INCÊNDIO
MEMBROS DA EQUIPE DE BRIGADA E SUAS FUNÇÕES

BRIGADISTA

Membro da equipe de brigada, que estará subordinado a um chefe de equipe/líder, em um determinado


setor, compartimento ou pavimento da edificação.

LÍDER
Responsável pela coordenação e execução das ações de emergência em sua
área de atuação (pavimento/compartimento/setor).

CHEFE DA BRIGADA
Responsável por uma edificação com mais de um pavimento, compartimento ou setor.

COORDENADOR-GERAL

Responsável por todas as edificações que compõem a organização.


CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A SELEÇÃO DE
BRIGADISTAS
Os candidatos devem atender os seguintes critérios:
 Permanecer na edificação em seu turno de trabalho;
 Experiência anterior como Brigadista;
 Possuir boa condição física e de saúde;
 Possuir bons conhecimentos das instalações, devendo ser escolhidos preferencialmente
os funcionários das áreas de utilidades, elétricas, hidráulica e manutenção.
 Ter responsabilidade legal;
 Ser alfabetizado
TIPOS DE BRIGADA DE EMERGÊNCIA
 Brigada de Evacuação
 Brigada de Primeiros Socorros
 Brigada de Prevenção e Combate a incêndio
 Brigada de Comunicação
CARACTERÍSTICAS DOS BRIGADISTAS
 Vocação para os serviços;
 Ter boa saúde mental e física;
 Disposição de colaboração;
 Pulso de mando e liderança;
 Conhecimento prévio da matéria;
 Capacidade de tomada de decisões ;
 Critério para resolver problemas;
 Responsabilidade, iniciativa, formalidade, calma e cordialidade.
FUNÇÕES GERAIS DOS BRIGADISTAS

Dar voz de alarme em caso de apresentar um alto risco, emergência, sinistro ou desastre.

Utilizar seus conhecimentos quando ocorra um alto risco ou se realizarem simulados de


evacuação.

Suprir ou apoiar os integrantes, cooperar com os corpos de segurança externos.


PROCEDIMENTO BÁSICO DE EMERGÊNCIA

ALERTA – Qualquer pessoa pode alertar através de meios de comunicação.


ANALISE DA SITUAÇÃO – Somente a brigada poderá analisar a situação.
PRIMEIROS SOCORROS – Prestar primeiros socorros as vitimas.
CORTE DE ENERGIA – Cortar quando possível ou necessário.
ABANDONO DE ÁREA – Proceder abandono da área parcial ou total quando necessária.
CONFINAMENTO DO SINISTRO – Evitar propagação do sinistro e suas consequências.
ISOLAMENTO DA ÁREA – Isolar fisicamente e área sinistrada;
EXTINÇÃO – Eliminar o sinistro restabelecendo a normalidade;
INVESTIGAÇÃO – Levantar possíveis causas, emitir relatórios para discussão.
ATRIBUIÇÕES DOS BRIGADISTAS

AÇÃO DE PREVENÇÃO

 Conhecer o plano de emergência contra incêndio da planta;


 Conhecer todos os setores e instalações da edificação;
 Avaliar os riscos existentes;
 Inspecionar os sistemas de proteção contra incêndio e pânico da edificação
 (extintores, hidrantes, sinalizações de escape, luzes de emergência, outros);
 Inspecionar o livre acesso às rotas de fuga e às escadas de emergência;
 Elaborar o relatório de irregularidades e encaminha-lo ao setor responsável; Orientar a população fixa quanto ao
procedimento em caso de abandono da área
 Participar dos exercícios simulados.
AÇÕES DE EMERGÊNCIA
 Atender com presteza ao brado do alarme de incêndio, deslocando-se para o local de reunião;

 Sempre que acionado, investigar possíveis sinais de princípio de incêndio;

 Combater o fogo no seu início, usando os recursos apropriados (extintores ou hidrantes de parede);

 Retirar as pessoas rapidamente da edificação, quando em caso de incêndio


ou pânico;

 Prestar ações de primeiros socorros aos necessitados (vítimas de casos


traumáticos ou clínicos);

 Relatar imediatamente as irregularidades e os riscos encontrados nas


inspeções;
 Acionar o Corpo de Bombeiros quando necessário e prestar todo apoio.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA O CORPO DE
BOMBEIROS
 Se existe alguém confinado ou preso em algum compartimento do local;
 Onde se desliga a energia parcial ou total da edificação;
 Qual a capacidade da Reserva Técnica de Incêndio – RTI, e onde se localiza;
 Onde se localiza o hidrante urbano mais próximo;
 Se a edificação possui instalação de Gás Liquefeito de Petróleo – GLP, Gás
Natural – GN ou produtos químicos armazenados; e
 Relação de telefones que devem ser acionados em caso de emergência.
PROCEDIMENTOS DIVERSOS
 Os brigadistas devem utilizar constantemente em local visível uma
identificação que o indique como membro da brigada de incêndio;
 Deverão ser realizadas reuniões ordinárias, extraordinárias e exercícios
simulados pelos membros da brigada de incêndio;
 Deverão ser definidos os sistemas de comunicação entre os brigadistas para
facilitar a atuação nas emergências.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
Fogo é uma reação química, na qual o material combustível combina-se com o comburente (normalmente o oxigênio
do ar atmosférico), produzindo luz e calor. Essa reação química chama-se combustão, sendo necessária a união de três
elementos:
 Combustível;
 Comburente;
 Fonte de calor.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
A união desses três elementos forma o triângulo do fogo, que é uma forma didática de se
representar o surgimento do fogo.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
Com a inclusão de um quarto elemento, tem-se o quadrado ou tetraedro do fogo,
uma vez que estudos recentes descobriram mais um elemento, areação em
cadeia.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
COMBUSTÍVEL
 É todo corpo capaz de queimar e alimentar o fogo. Quanto ao seu estado físico, os
combustíveis classificam-se em:
Sólido (exemplo: madeira, papel, tecido, carvão, pólvora etc.).

Madeira em combustão Papel


BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO

Líquido (exemplo: gasolina, álcool, querosene, óleos, tintas etc.).


BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
Gasoso (exemplo: metano, etileno, gás liquefeito de petróleo, gás natural etc.).
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
COMBURENTE
 É o elemento químico que se combina com o combustível, possibilitando o
surgimento do fogo. O comburente mais comum é o oxigênio, encontrado no ar
atmosférico em uma concentração de aproximadamente 21% (não existirá chama em ambientes na faixa de 8% a
16% de O2 e não haverá combustão abaixo de 8%).

CALOR
 É o elemento responsável pelo início da combustão, que representa a energia
mínima necessária para o início do fogo. Esta energia pode ser produzida por choque,
fricção, pressão, faísca, por um ponto quente ou por chama viva.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO

Vale ressaltar que o calor é uma fonte de energia térmica que pode ocorrer em reações químicas ou físicas.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
REAÇÃO EM CADEIA

 A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das


chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se
combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível,
formando um ciclo constante.

MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DO CALOR

 O calor de objetos com maior temperatura é transferido para aqueles com


temperatura mais baixa, levando ao equilíbrio térmico e podendo causar o surgimento
do fogo nos materiais que estão recebendo a quantidade suficiente de calor para entrar
em combustão.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO

O calor pode se transmitir de três formas diferentes: condução, convecção e irradiação.

CONDUÇÃO

 É a transmissão de calor que ocorre de molécula para molécula, através do


aumento do seu movimento vibratório, acarretando, também em um aumento de
temperatura em todo o corpo.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas
desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas,
transferindo-lhes calor.
Quando dois ou mais corpos estiverem em contato, o calor é transmitido através deles como se fosse um só
corpo.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
CONVECÇÃO

Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um


movimento, dentro do próprio líquido, de baixo para cima.
À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais
leve) provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o ar aquecido
se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar
frio toma lugar nos níveis mais baixos.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO

As massas de ar aquecidas podem levar calor suficiente para iniciar o


fogo em corpos combustíveis com os quais entrem em contato.
BRIGADA DE INCÊNDIO - TEORIA DO FOGO
IRRADIAÇÃO

É a transmissão de calor por meio de ondas e raios que se processa através do


espaço vazio, não necessitando de continuidade molecular entre a fonte e o corpo que recebe
o calor.
As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que
os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou
mais afastados da fonte de calor. Isso deve ao fato de que as moléculas do ar
absorvem parte do calor irradiado fazendo com que a propagação perca força com a distância.
INCÊNDIOS
CLASSES DE INCÊNDIO
Quase todos os materiais são combustíveis, no entanto, devido à diferença de
composição, queimam de formas diferentes e exigem maneiras diversas de extinção.
Por este motivo, convencionou-se dividir os incêndios em quatro classes: A, B, C e D.

CLASSE “A”
É o incêndio que ocorre em materiais sólidos ou fibrosos comuns, que ao se
queimarem deixam resíduos. Esses materiais queimam tanto em superfície, quanto em profundidade. Exemplo:
madeira, papel, tecido, espuma etc.
CLASSES DE INCÊNDIO
CLASSE “B”

É o incêndio que ocorre em materiais líquidos inflamáveis. Esses materiais queimam


somente em sua superfície e não deixam resíduos. Exemplos: gasolina, querosene,
álcool, tinta etc.
CLASSES DE INCÊNDIO
CLASSE “C”

É o incêndio que ocorre em equipamentos elétricos energizados


(equipamentos que se encontram conectados à corrente elétrica).
Exemplos: máquinas e motores em geral, painéis elétricos etc.
 Quando o equipamento é desconectado da corrente elétrica, o
incêndio passa a ser Classe “A”.

c
CLASSES DE INCÊNDIO

CLASSE “D”
É o fogo que ocorre em metais pirofóricos, também chamado de ligas metálicas.
Exemplos: magnésio, potássio, alumínio em pó, zinco, antimônio, etc.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

A condição imprescindível para ocorrer o surgimento do fogo é a união dos


elementos, combustível, comburente, fonte de calor e reação em cadeia. A extinção se
dá quando eliminamos um dos lados do quadrado do fogo, e por isso temos quatro
métodos básicos de extinção, são eles: resfriamento, abafamento e isolamento,
também chamado de retirada do material, e extinção química.

RESFRIAMENTO
Consiste em retirar ou diminuir o calor do material incendiado até um
determinado ponto em que não libere vapores que reajam com o oxigênio, impedindo o avanço
do fogo.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

ABAFAMENTO
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio
com o material
combustível. Não havendo comburente para reagir com o
combustível, não haverá fogo. Como exceções estão os
materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam
sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos
orgânicos e a pólvora.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

O abafamento pode ser praticado, seguindo os procedimentos a


seguir:

 Cobertura ou envolvimento total do corpo em chamas;


 Fechamento hermético do local onde ocorre à queima;
 Emprego de substâncias não combustíveis, como: areia, terra e
outros.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

ISOLAMENTO OU RETIRADA DO MATERIAL

Consiste na retirada, diminuição ou interrupção do


material não atingido pelo fogo, com suficiente margem de
segurança, para fora do campo de propagação do fogo.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
 Há técnicas que se encaixam nesse método de atuação, pois há outras formas de atuar no
combustível que não apenas a retirada do que ainda está intacto. Ex.: fechamento de válvula
ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de materiais
combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

EXTINÇÃO QUÍMICA

A extinção química se dá quando os hidrocarbonetos halogenados e sais inorgânicos atuam como


agentes extintores e interferem na cadeia de reações, que se realizam durante a combustão.
Como exemplo, temos o Pó Químico Seco (PQS).
AGENTES EXTINTORES

São substâncias que empregadas contra o fogo, atuarão cancelando a


ação de um dos elementos do quadrado do fogo. Trataremos apenas dos
agentes extintores mais comuns, que são utilizados em aparelhos
extintores.

ÁGUA
É agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por
resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade
de calor. Atua também por abafamento (dependendo da forma como é
utilizada, podendo ser aplicada em diversos tipos de jato como:
neblinado, neblina e compacto.
AGENTES EXTINTORES
ÁGUA
Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a
água conduz eletricidade e seu usuário, em presença de materiais
energizados, pode sofrer choque elétrico. Quando a água é utilizada no
combate ao fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer
transbordamento do líquido que está queimando, aumentando, assim, a
área do incêndio.
É o agente extintor "universal". A sua abundância e as suas características
de emprego, sob diversas formas, possibilitam a sua aplicação em
inúmeros materiais combustíveis.
AGENTES EXTINTORES
ESPUMA
A espuma pode ser química ou mecânica conforme o seu processo de
formação.
A espuma química resulta da reação entre as soluções aquosas de sulfato
de alumínio e bicarbonato de sódio, e a mecânica é produzida pelo
batimento da água, LGE (líquido gerador de espuma) e ar.
A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois se
constitui de aglomerado de bolhas de ar envoltas por película de água.
Mais leve que todos os líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir
incêndios por abafamento e, por conter água, possui uma ação secundária
de resfriamento.
AGENTES EXTINTORES

PÓ QUÍMICO SECO (PQS)


 Os Pós Químicos Secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio,
bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem
de pó sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento.

 Os pós são classificados conforme a sua correspondência com as classes de


incêndios, a que se destinam a combater, conforme as seguintes categorias:

Pó ABC – composto a base de fosfato de amônio ou fosfato monoamônico, sendo


chamado de triclássico, pois atua nas classes A, B e C.
AGENTES EXTINTORES

Pó BC – Nesta categoria está o tipo de pó mais comum e conhecido, o


PQS ou Pó Químico Seco.
 Os extintores de PQS para classe B e C utilizam os agentes extintores
bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, cloreto de potássio,
tratados com um estearato a fim de torná-los antihigroscópios e de fácil
descarga.
Pó D – usado especificamente na classe D de incêndio, sendo a sua
composição variada, pois cada metal pirofórico terá um agente especifico,
tendo por base a grafita misturada com cloretos e carbonetos. São também
denominados de Pós Químicos Especiais ou PQEs.
AGENTES EXTINTORES

GÁS CARBÔNICO (CO2)

Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2, é um gás mais denso


(mais pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro. É um agente extintor limpo, não condutor
de eletricidade, não tóxico, mas asfixiante. Age principalmente por abafamento, tendo
secundariamente ação de resfriamento.

Por não deixar resíduos, nem ser corrosivo, é um agente extintor apropriado
para combater incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais
telefônicas e computadores). O grande inconveniente deste tipo de agente extintor é o
risco de queimaduras por parte do operador, pois ao ser liberado para a atmosfera, a
expansão do gás pode gerar temperaturas da ordem de – 40 ºC na proximidade do
difusor do extintor.
COMPOSTOS HALOGENADOS :

São compostos químicos formados por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo). Esses
compostos atuam na quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades específicas e, de
forma secundária, por abafamento. Assim como o CO2, os compostos halogenados se dissipam
com facilidade em locais abertos, perdendo seu poder de extinção. No entanto, apesar da su
comprovada eficiência, a comercialização deste produto é proibida por razões de ordem
ambiental (destrói a camada de ozônio).
GASES INERTES
Os gases inertes contêm elementos químicos como o Argônio, Hélio, Neônio e dióxido de
carbono. Este tipo de agente extintor não é normalmente utilizado em extintores portáteis de
incêndio, mas sim em instalações fixas para proteger, por exemplo, salas de computadores e
outros riscos semelhantes. A sua eficiência é relativamente baixa porque geralmente são
necessárias grandes quantidades de gás para proteção de espaços relativamente pequenos, que
devem ser estanques para não permitir a dispersão do agente extintor para o exterior.
SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO - SPCIP

 Os sistemas de proteção contra incêndio e pânico são dispositivos instalados e/ou


construídos em uma edificação para evitar o surgimento do fogo descontrolado ou
pelo menos retardar a sua propagação, como também facilitar a evacuação de
pessoas destas edificações em caso de algum sinistro. Os sistemas que serão objetos
de estudo no curso são:
 Sistema de proteção por extintores
 Sistema hidráulico preventivo (SHP)
 Saídas de emergência
 Iluminação de emergência
 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)
 Sistema de detecção e alarme
 Sistema de sprinklers.
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES - SPE

Extintores são recipientes que contêm em seu interior agente extintor para o combate
imediato e rápido a PRINCÍPIOS DE INCÊNDIO, isto é, incêndio em sua FASE
INICIAL.
Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho. Classificam se
conforme a classe de incêndio a que se destinam: “A”, “B”, “C” e “D”. Para cada classe
de incêndio há um ou mais extintores adequados.
Seus componentes básicos são:
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES - SPE
O êxito no emprego dos extintores dependerá da:
 Fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);
 Distribuição apropriada dos aparelhos;
 Inspeção periódica da área a proteger;
 Manutenção adequada e eficiente;
 Pessoal habilitado, ou seja, que saiba ESCOLHER o extintor adequado,
 conhecendo a sua LOCALIZAÇÃO e tenha condições de MANUSEÁ-LO.
EXTINTORES PORTÁTEIS

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio.


Recebem o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo:
extintor de água, porque contém água em seu interior).
Os extintores, em relação à capacidade de carga do agente extintor, podem ser portáteis ou
sobre rodas. O extintor deve ser utilizado na classe de incêndio compatível ao seu agente
extintor.
EXTINTOR DE ÁGUA

É indicado para classes de incêndio tipo "A". Dentro do cilindro existe gás junto com água
sobre pressão, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material, tornando a
temperatura inferior ao ponto de ignição.
Não deve ser utilizado em classes de incêndio tipo "C", pois pode acarretar choque elétrico e
curto-circuito no equipamento.
Como o objetivo de usar água é conseguir um resfriamento do material, o extintor de água deve
ser usado buscando a máxima dispersão da água possível, podendo se colocar o dedo na frente
do esguicho, a fim de aumentar a área atingida pela água.
EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO

 É indicado para classe de incêndio tipo "B" mas pode ser utilizado em incêndio tipo "C".
 Dentro do cilindro existe um composto químico em pó, normalmente bicarbonato de sódio,
com um gás propulsor, normalmente dióxido de carbono ou Nitrogênio. Ao entrar em
contato com as chamas, o pó impede a reação em cadeia e isola o oxigênio da superfície do
líquido inflamável, indispensável à combustão, extinguindo também o fogo por abafamento.
 O pó não se dissipa tão facilmente como o gás e tem também maior alcance do jato, então
sua utilização é diferente. O jato não deve ser dirigido à base do fogo, devem ser aplicados
jatos curtos de modo que a nuvem expelida perca velocidade e assente sobre o foco.
EXTINTOR DE ESPUMA

Espuma mecânica pressurizada

 A espuma é um agente indicado para aplicação em incêndios de Classe “A” e “B”. O


extintor de espuma química não é mais fabricado, os existentes têm prazo de até cinco anos
(validade do teste hidrostático do recipiente).
 Para sua utilização, empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para um
anteparo, de forma que a espuma gerada escorra cobrindo o líquido em chamas. Não se deve
jogar a espuma diretamente sobre o líquido.
 Com o objetivo de melhorar o manuseio da espuma para o combate a princípios de incêndio,
foi desenvolvida a espuma mecânica, onde o manuseio do aparelho extintor é similar ao de
água.

Espuma mecaniza a pressurizar Espuma Química


EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO

É indicado para classes de incêndio tipo "C" mas pode também ser utilizado em incêndio tipo
"B", considerando a área e o local (ambiente aberto ou confinado).

Dentro do cilindro contém dióxido de carbono, um agente extintor não tóxico, mas asfixiante,
não condutor de eletricidade, limpo, que recobre o fogo em forma de uma camada gasosa,
isolando o oxigênio, indispensável à combustão, extinguindo o fogo por abafamento.
EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO

Como esse extintor funciona a alta pressão, quando o gás é liberado ele se resfria
violentamente. Para que não ocorram queimaduras pela baixa temperatura, o operador deve
segurar a mangueira pelo punho ou manopla e nunca pelo difusor. Como o CO2 age
principalmente por abafamento, sua utilização deve visar substituir o ar atmosférico no espaço
sobre o combustível, para tanto o gatilho deve ser apertado constantemente ou em rápidas
sucessões para que se forme uma nuvem de gás sobre o combustível e as chamas se apaguem
pela ausência de O2.
UTILIZAÇÃO DOS EXTINTORES PORTÁTEIS

Os aparelhos extintores possuem operações de manejo semelhantes, cabendo observar a


distância em relação à base do fogo (local onde as chamas se originam).
Os procedimentos gerais em relação ao manuseio dos aparelhos extintores são:
1º - Identifique a classe do incêndio
2º - Retire o extintor adequado do seu suporte
3º - Rompa o lacre e retire o pino de segurança

4º - Teste o extintor, acionando o gatilho


5º - Desloque-se para o local do sinistro
UTILIZAÇÃO DOS EXTINTORES PORTÁTEIS
6º No local, observar a direção do vento, uma vez que o extintor de incêndio
deve sempre ser utilizado a favor do vento;

7º - Apontar o esguicho (extintores de AP eObservações:


PQS) e difusor (extintor de CO2)
para o foco e acionar o gatilho, dirigindo o jato a base do fogo, a uma
distância de aproximadamente 01 metro.
ERROS COMUNS NA UTILIZAÇÃO DOS EXTINTORES:
OBSERVAÇÕES:

Nos extintores pressurizados diretamente, basta retirar a trava de segurança e acionar o gatilho.
Nos extintores a pressurizar, é necessário abrir a válvula do cilindro de pressurização, para que o
gás propelente entre no corpo do extintor e pressurize o agente extintor, acionando o gatilho em
seguida.

Após o uso dos extintores em uma situação de incêndio, depois de utilizado ou depois de testado e
constatada a falha, o extintor deve ser deixado deitado para que outros não percam tempo
tentando usá-lo.
 MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO
A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a
correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficaz. É realizada
través de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de
identificação, sinalização, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução do esguicho e
pressão dos manômetros (nos que possuem).
INSPEÇÕES

SEMANAIS: Nas inspeções semanais devem ser verificados se o acesso, a visibilidade e a


sinalização dos extintores estão desobstruídos, além de observar se os aparelhos estão de fato
nos lugares determinados pelo memorial descritivo dos extintores.
MENSAIS: Verificar se o esguicho está desobstruído, se a pressão nos manômetros está na
marcação recomendada (nos extintores que possuam manômetro), e se o lacre e a trava de
segurança estão em perfeitas condições.
SEMESTRAIS: Observar o peso dos aparelhos extintores, principalmente no extintor de CO2.
Caso o peso tenha diminuído de 90% do peso de trabalho, é prudente recarregar o aparelho.
ANUAIS: Verificar se não existem danos físicos no corpo do aparelho extintor, e recarregá-lo.
QUINQUENAIS: Efetuar o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o aparelho
extintor a cada 5 anos, ou todas as vezes que o aparelho sofrer acidente, tais como: batidas,
exposição a temperaturas altas, ataques químicos (corrosão) etc.
RECARGA

 Os aparelhos extintores devem ser recarregados após o


uso em princípios de incêndio, quando tiverem o lacre de
segurança rompido (mesmo que acidentalmente) e todas
as vezes que completarem 1 ano da sua recarga anterior,
mesmo que não tenham sido utilizados.
QUADRO INFORMATIVO DE USO DOS EXTINTORES
HIDRANTES
São dispositivos existentes em redes hidráulicas que possibilitam a captação de
água para emprego nos serviços de bombeiros, principalmente no combate a incêndio.
Esse tipo de material hidráulico depende da presença do homem para utilização final
da água no combate ao fogo. É a principal instalação fixa de água, de funcionamento manual.

HIDRANTE DE COLUNA URBANO – Tipo “Barbará”


Esse tipo de hidrante é encontrado comumente nas ruas e avenidas. Sua abertura é feita
através de um registro de gaveta, cujo comando é colocado ao lado do hidrante.
HIDRANTES

HIDRANTE INDUSTRIAL

É um dispositivo existente em redes hidráulicas no interior


de indústrias. Esse tipo de hidrante é utilizado com água da
Reserva Técnica de Incêndio(RTI), do Sistema Hidráulico
Preventivo (SHP) da empresa.
HIDRANTE DE PAREDE - HP
HIDRANTE DE PAREDE – HP
Dispositivo que integra o Sistema Hidráulico Preventivo (SHP) das edificações.

Localizado no interior das caixas de incêndio ou abrigos, poderá ser utilizado nas operações de
combate a incêndio pelo Corpo de Bombeiros, brigada de incêndio e ocupantes da edificação
que possuam treinamento específico.

Obrigatoriamente, as caixas de incêndio deverão possuir: 01 esguicho, 01 chave de mangueira e


mangueiras de incêndio, conforme o projeto da edificação.
HIDRANTE DE RECALQUE - HR

HIDRANTE DE RECALQUE - HR
Dispositivo do SHP, normalmente encontrado em frente às edificações.
Esse hidrante é utilizado pelos bombeiros para pressurizar e alimentar o sistema
hidráulico preventivo, possibilitando assim que todos os hidrantes de parede tenham
água com pressão suficiente para o combate ao fogo.

Esse sistema também pode ser utilizado para abastecer as viaturas do Corpo de
Bombeiros, em casos de extrema necessidade onde não existam hidrantes de coluna
nas proximidades.
MANGUEIRAS

São condutores flexíveis, utilizados para conduzir a água sob pressão da fonte de suprimento ao
lugar onde deve ser lançada. Flexível, pois permite o seu manuseio para todos os lados,
resistindo a pressões elevadas.

As mangueiras podem ser de 1 ½” ou 38 milímetros, e de 2 ½” ou de 63 milímetros, de acordo


com a especificação no projeto contra incêndio e pânico.

São constituídas de fibra de tecido vegetal (algodão, linho, etc.) ou de tecido sintético
(poliéster), dependendo da natureza de ocupação da edificação. Possuem um revestimento
interno de borracha, a fim de suportar a pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas, oferecidas pelo
SHP.
ESGUICHOS

São peças metálicas, conectadas nas extremidades das mangueiras, destinadas a


dirigir e dar forma ao jato d’água.

ESGUICHO AGULHETA
É um tipo de esguicho simples, considerado comum, encontrado em algumas
edificações por conta da aprovação antiga do seu projeto de prevenção contra
incêndio e pânico. Esse esguicho só produz jato compacto, não possui controle de
vazão e está sendo substituído pelos esguichos reguláveis.

Esguicho agulha 1¹/2


ESGUICHO REGULÁVEL

Equipamento que permite a produção de jato compacto, neblinado, neblina e controle de


vazão. Os jatos neblinado e neblina são formados pelo desvio da água, que em sua trajetória
choca-se com um disco que se localiza na saída da água. Os esguichos reguláveis podem ser
encontrados para juntas de 1 ½” e 2 ½” e possuem a mesma construção com tamanhos
diferentes.

Esguicho regulável
CHAVE DE MANGUEIRA

Ferramenta utilizada para facilitar o acoplamento ou desacoplamento de juntas de


união das mangueiras. Versátil, uma vez que a mesma ferramenta pode ser utilizada
em juntas de 1 ½” e 2 ½”.

Chave de mangueira
SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME
São equipamentos que tem por objetivo detectar e avisar a todos os ocupantes da edificação, da
ocorrência de um incêndio ou de uma situação que possa ocasionar pânico. O alarme deve ser
audível em todos os setores da edificação, abrangidos pelo sistema de segurança.

FUNCIONAMENTO
O acionamento do alarme pode ser manual ou automático. Quando for automático, o mesmo
estará conectado a detectores de fumaça ou de calor. A edificação deve contar com um plano de
abandono de área, a fim de aperfeiçoar a utilização do alarme de incêndio.

ALARME DE ACIONAMENTO MANUAL


São equipamentos que necessitam do acionamento direto, a fim de fazer soar a sirene.
ALARME DE ACIONAMENTO
AUTOMÁTICO

São equipamentos preparados para enviar ao módulo de acionamento um sinal,


para que o mesmo possa disparar a sirene, assim que detectarem no ambiente à
quantidade mínima necessária de fumaça ou calor para os quais estejam
dimensionados.
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
O Sistema de Iluminação de Emergência é o conjunto de componentes que, em
funcionamento, proporciona a iluminação suficiente e adequada para permitir a saída fácil e
segura do público para o exterior, no caso de interrupção da alimentação normal, como
também proporciona a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de
socorro.

Esse sistema é obrigatório nas áreas comuns das edificações, sendo elas:
 corredores, escadas, elevadores, saídas de emergência etc
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

São caminhos contínuos, devidamente protegido, a ser percorrido pelo usuário, em


caso de sinistro, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço
aberto protegido do incêndio, permitindo ainda fácil acesso de auxílio externo para o
combate ao fogo e a retirada da população.

As Saídas de Emergência em Edificações são dimensionadas para o abandono seguro


da população, em caso de incêndio ou pânico e permitir o acesso de guarnições de
bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.
PORTA CORTA FOGO

Porta Corta-fogo (PCF)


As portas corta fogo são próprias para o isolamento e
proteção das vias de fuga, retardando a propagação do
incêndio e da fumaça na edificação.

Barra antipánico para porta corta fogo


EQUIPAMENTOS DE CORTE E ARROMBAMENTO
Para que o brigadista possa realizar entradas forçadas, a fim de acessar locais para salvar vidas ou extinguir chamas, precisa ter
ferramentas que possibilitem executar tais serviços, bem como conhecer sua nomenclatura e emprego.
Alavanca
Barra de ferro rígida que se emprega para mover ou levantar objetos pesados. Apresenta-se em diversos tamanhos ou tipos.
ABANDONO DE ÁREA
Ninguém espera o acontecimento de um incêndio. Baseado nesta afirmação é preciso ter um
plano de abandono, para ser utilizado em caso de sinistro, pois o incêndio poderá ocorrer em
qualquer lugar.

É importante falar que todo incêndio começa pequeno, e se não for controlado
No início, pode atingir proporções que o próprio Corpo de Bombeiros terá dificuldade em
combatê-lo. Portanto, se faz necessário observar se a edificação possui todos os recursos
destinados a prevenção e combate a incêndio e pânico, de acordo com a legislação vigente.

A seguir, veremos uma série de orientações que, se seguidas, darão condições aos ocupantes da
edificação, para que possam sair em segurança.
Orientações
1. Tenha um plano de abandono da edificação;
2. Acione o alarme, e chame o Corpo de Bombeiros;
3. Pratique a fuga da edificação, pelo menos a cada seis meses;
4. Procure conhecer a localização da escada de emergência, dos extintores e do SHP;
5. Tenha cautela ao colocar trancas nas portas e janelas, pois os mais prejudicados são as
crianças e os idosos;
6. Estabeleça um ponto de reunião, para saber se todos conseguiram deixar a edificação;
7. Caminhe rapidamente e não corra, evitando o pânico;
8. Ao encontrar uma porta, toque a mesma com o dorso da mão, estando quente, não abra;
9. Não use o elevador, e sim as escadas de emergência;
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo
material de uso individual, com o objetivo de proteger a integridade
física do brigadista, sendo obrigação da empresa fornecer o EPI, de
acordo com a NR 06 do Ministério do Trabalho.

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