O Pensamento de Claude Lévi-Strauss
O Pensamento de Claude Lévi-Strauss
O Pensamento de Claude Lévi-Strauss
PENSAMENTO
DE CLAUDE
LÉVI-STRAUSS
28 Novembro de 1908 – 30 outubro 2009
VIDA E OBRA
De Perto e de Longe (1988)
BASES
TEÓRICAS Roman Jakobson e Nikolay Trubetzkoy entendiam que as
regras subjacentes da língua podiam ser analisadas por meio
de relações binária e opositivas. Lévi-Strauss transfere para
a cultura a possibilidade de análise das estrutras básicas da
sociedade por meio de oposições binária, tais como:
natureza-cultura, macho-fêmea e cru-cozido
Cultura e Natureza
a) Os filósofos, a partir do século XVIII, passam a considerar que os humanos não diferem da natureza.
b) Para muitos historiadores, o ponto de ação que demarca a instituição da cultura é o trabalho do homem. Mas assim como
os filósofos (e antropólogos) incluem as categorias: pensamento, linguagem e ação voluntária.
c) A antropologia estuda os seres humanos na condição de seres naturais.
d) A diferença entre homem e natureza, que dá origem à cultura, surge com a lei da proibição do incesto, lei existente entre
os animais.
e) Os seres humanos dão sentido à sexualidade: ela não é apenas a satisfação imediata de uma necessidade biológica.
(UENP/2011)
Na madrugada de 1º de novembro de 2009, morre na França o etnólogo e antropólogo Claude Lévi-Strauss aos 101 anos de idade. Sua morte teve
grande repercussão no Brasil, sobretudo porque foi um dos primeiros professores de sociologia da Universidade de São Paulo, logo na sua fundação,
tendo feito várias expedições ao Brasil Central. Seu pensamento influenciou gerações de filósofos, antropólogos e sociólogos. É correto afirmar:
a) A corrente estruturalista, da qual Lévi-Strauss é o principal teórico, surgiu na década de 40 com uma proposta diferente do funcionalismo,
predominante até então. O funcionalismo se preocupava com o funcionamento de cada sociedade e em saber como as coisas existiam na sua
função social. O estruturalismo queria saber do trabalho intelectual. Olhar para os povos indígenas e buscar uma racionalidade e uma reflexão
propriamente nativa.
b) Lévi-Strauss não encontrou evidências de que os povos nativos desenvolvessem um pensamento selvagem, nem que ocorresse a passagem de
homem natural para o homem cultural entre os povos indígenas.
c) Lévi-Strauss acreditava que o homem não é uma espécie transitória, e sugeriu uma visão essencialista do ser humano, já que o mundo existe
quando o homem o interpreta, chegando a afirmar, em várias passagens, que o mundo começou com o homem e vai terminar com ele.
d) Lévi-Strauss concorda com Sartre que não existe oposição entre sociedades com história e sociedades sem história, sendo que isso é
demonstrado pela sociologia e pela etnografia contemporâneas ao constatarem que toda sociedade se desenvolve no curso de uma história
específica.
e) Não pode ser atribuído ao legado de Lévi-Strauss o respeito ao pensamento dos chamados povos primitivos, em especial dos povos indígenas da
América, pelas diferenças culturais e pela diversidade, sem as quais a criatividade humana cessa e, por tudo que há no mundo, antes e depois da
passagem do humano pela Terra.
O antropólogo belga-francês Claude Lévi-Strauss aponta como marco importante no estabelecimento da Cultura a aparição da primeira
regra social, que para ele é a proibição do incesto. Para Lévi-Struass, este momento é importante para o Homem porque, ao atravessá-lo, é
possível sair da condição de animalidade e atingir a condição humana e produzir símbolos. Sobre esse processo fundamental da
humanidade, assinale a alternativa incorreta:
a) A proibição do incesto deve ser considerada como um dos fundamentos da cultura, conforme a concepção que as diversas sociedades
têm de consaguinidade, do incesto, da exogamia e das regras de parentesco que as organizam.
b) A proibição do incesto tornou-se uma regra cultural decorrente de nosso condicionamento genético, que leva as sociedades humanas
à percepção de que a reprodução consanguínea provoca males para a espécie humana.
c) A proibição do incesto define-se como uma regra cultural particamente universal, responsável pela exogamia observada na grande
maioria das sociedades e que está na base do sistema de alianças de parentescos.
d) A proibição do incesto é uma das regras culturais mais presentes nas sociedades humanas e faz parte do repertório crescente de
desnaturalização dos costumes observado com clareza maior nas sociedades humanas.
e) A proibição do incesto, apesar exisistir em todas as sociedades, é socialmente construída, o que explica as diferenças de sociedade
para sociedade.
O Mito e a Linguagem
A ANTROPOLOGIA
ESTRUTURAL
Mito e
Os prejuízos Linguagem
psicologista, Mito e tempo (mito como um
religioso e histórico objeto
filosófico linguístico
privilegiado)
O Mito e a Linguagem
A ANTROPOLOGIA
ESTRUTURAL
O Mito e a Linguagem
O estruturalismo nasce na linguística, sobretudo a partir dos estudos de Ferdinand de Saussure, que concebeu a língua como
um sistema ou conjunto autônomo e unitário de signos. Ao longo do século XX, a análise estrutural foi ampliada, sendo
aplicada a outros campos de saber, incluindo a antropologia e a sociologia. Em termos gerais, com o termo estrutura, os
estruturalistas definem:
A ANTROPOLOGIA
ESTRUTURAL
O Mito e a Linguagem
“É hora de ilustrar diretamente o método. Tomemos como
exemplo o mito de Édipo”
A ANTROPOLOGIA Laio, rei da cidade de Tebas e casado com Jocasta, foi advertido
ESTRUTURAL pelo oráculo de que não poderia gerar filhos e, se esse
mandamento fosse desobedecido, o mesmo seria morto pelo
próprio filho, que se casaria com a mãe.
O rei de Tebas não acreditou e teve um filho com Jocasta.
Depois, arrependeu-se do que havia feito e abandonou a
criança numa montanha com os tornozelos furados para que
ela morresse.
A ferida que ficou no pé do menino é que deu origem ao nome
Édipo e, consequentemente à história de Édipo, que significa
pés inchados. O menino não morreu e foi encontrado por alguns
pastores, que o levaram a Polibo, o rei de Corinto. Ele o criou
como filho legítimo.
Já adulto, Édipo também foi até o oráculo de Delfos para saber
o seu destino.
O Mito e a Linguagem
O oráculo disse que o seu destino era matar o pai e se casar com a mãe.
Espantado, ele deixou Corinto e foi em direção a Tebas. No meio do caminho,
A ANTROPOLOGIA encontrou com Laio, que pediu para que ele abrisse caminho para passar.
Édipo não atendeu ao pedido do rei e lutou com o rei até matá-lo.
ESTRUTURAL Sem saber que havia matado o próprio pai, Édipo prosseguiu sua viagem para
Tebas.
No caminho, encontrou-se com a Esfinge, um monstro metade leão, metade
mulher, que atormentava o povo de Tebas, pois lançava enigmas e devorava quem
não os decifrasse.
O enigma proposto pela esfinge era o seguinte: Qual é o animal que de manhã tem
quatro pés, dois ao meio dia e três à tarde?
Ele disse que era o homem, pois na manhã da vida (infância) engatinha com pés e
mãos, ao meio-dia (idade adulta) anda sobre dois pés e à tarde (velhice), precisa
das duas pernas e de uma bengala. A Esfinge ficou furiosa por ter sido decifrada e
se matou.
O povo de Tebas saudou Édipo como seu novo rei, e entregou-lhe Jocasta como
esposa. Depois disso, uma violenta peste atingiu a cidade e Édipo foi consultar o
oráculo. Ele respondeu que a peste não teria fim, enquanto o assassino de Laio
não fosse castigado.
Ao longo das investigações, a verdade foi esclarecida e Édipo provocou a
própria cegueira, enquanto Jocasta se enforcou.
O Mito e a Linguagem
A ANTROPOLOGIA
ESTRUTURAL