Processo de Fabricação de Cabos Elétricos de Alta Tensão
Processo de Fabricação de Cabos Elétricos de Alta Tensão
Processo de Fabricação de Cabos Elétricos de Alta Tensão
ISOLAMENTO
PROTEÇÕES AUXILIARES
BAINHA EXTERIOR
CONTROLE DE QUALIDADE
EXPEDIÇÃO
SUSTENTABILIDADE
1. CONDUTOR
INTRODUÇÃO
O condutor elétrico é um produto metálico, com uma determinada seção transversal geralmente circular,
de comprimento bastante elevado.
O condutor elétrico é utilizado para transportar energia elétrica ou transmitir sinais elétricos.
Fio elétrico: produto metálico maciço e flexível, com seção transversal invariável, que pode ou não
possuir isolação e/ou proteção mecânica;
Cabo elétrico: produto metálico composto de fios elétricos justapostos, que pode ou não possuir isolação
e/ou proteção mecânica.
1. CONDUTOR
Material condutor: responsável pelo transporte da energia elétrica, ou dos sinais elétricos, da origem
(fonte) para o destino (carga);
Material isolante: garante a integridade da energia elétrica, ou dos sinais elétricos transportados;
Proteção mecânica: responsável por garantir a integridade física do material condutor e do material
isolante.
1. CONDUTOR
Os materiais condutores utilizados na produção de fios e cabos elétricos são o cobre e o alumínio.
O cobre utilizado é o cobre eletrolítico recozido, com pureza mínima de 99,9% e condutibilidade de
100% na escala da IACS – International Annealed Copper Standard.
O alumínio utilizado é de alta pureza, têmpera meio-dura e condutibilidade de 61% na escala IACS.
1. CONDUTOR
MATERIAIS CONDUTORES
Em instalações elétricas de baixa tensão não se pode utilizar condutores de alumínio: O alumínio oxida
com facilidade e a superfície oxidada possui baixa condutividade, sendo assim, conexões entre dois cabos
de alumínio devem ser feitas por meio de soldas exotérmicas, que não são apropriadas para instalações de
baixa tensão;
Conexões do alumínio com outros materiais, em especial o cobre, resulta em pilhas eletrolíticas que
favorecem a corrosão.
1. CONDUTOR
MATERIAIS CONDUTORES
MATERIAIS CONDUTORES
Platina: possui alta temperatura de fusão e, além disso, é utilizada em contatos por ser um metal “inerte”;
Ouro: não oxida e, portanto, pode ser utilizado para proteger outros metais.
MATERIAIS CONDUTORES
Nus: são fios e cabos sem isolação nenhuma, normalmente aplicados em redes elétricas de distribuição ou
de transmissão (AC – aluminum cable, AAAC – all aluminum alloy conductor, ACSR – aluminum cable
steel reinforced e ACAR – Aluminum conductor alloy reinforced);
Isolados: são aqueles cujo condutor é revestido por um material para isolá-lo do meio que o circunda
(termoplásticos: PVC – cloreto de polivinila e PE – polietileno; termofixos: XLPE – polietileno
reticulado e EPR – borracha etileno propileno).
1. CONDUTOR
SEÇÃO TRANSVERSAL
CM – Circular mil: área de seção tranversal equivalente a um círculo com o diâmetro de um milésimo de
polegada;
Está relacionada com a temperatura máxima de operação do isolante. A passagem de corrente produz
aquecimento no condutor. Parte é armazenada no cabo e parte é transferida para a atmosfera.
1. CONDUTOR
É dada por:
1. CONDUTOR
Temperatura em regime permanente: maior temperatura que a isolação pode atingir continuamente em
serviço normal (principal característica na determinação da capacidade de condução de corrente do cabo);
Temperatura em regime de sobrecarga: temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime de
sobrecarga (segundo normas de fabricação, a duração desse regime não deve superar 100 horas durante
doze meses consecutivos, nem 500 horas durante a vida do cabo);
Temperatura em regime de curto-circuito: temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime
de curto-circuito (segundo normas de fabricação, a duração desse regime não deve superar 5 segundos
durante a vida do cabo).
1. CONDUTOR
TREFILADO
A primeira fase do trefilado denomina-se desbaste. Neste processo, reduz-se o fio de cobre em até 2mm.
A partir deste fio de 2mm entra-se no trefilado fino, onde reduz-se o diâmetro do fio até a medida
definida para cada tipo de condutor.
Na última fase do trefilado fino, todos os fios são submetidos a um tratamento térmico denominado
recozimento. Esta etapa tem como finalidade aumentar a maleabilidade e condutividade do cobre.
1. CONDUTOR
TREFILADO
Depois do trefilado, os fios de cobre recozidos são agrupados para formar os condutores.
Na cablagem, formam-se condutores de seções variadas, desde uma seção de 0,5mm² para circuitos de
baixa potência até seções de 240mm² , 400mm², ou mais, utilizados em circuitos de altas potências.
A máquina usada para fazer os cabos depende da secção transversal de cada condutor.
2. ISOLAMENTO
A capacidade de isolamento do material e o seu espessor irão determinar a tensão máxima de serviço do
cabo. Um material de isolamento de maior nível térmico permitirá transmitir maior energia para uma
mesma seção de condutor. Neste processo, o material de isolamento funde-se e aplica-se sobre o
condutor, continuamente, para evitar a fuga de corrente. Os materiais do isolamento podem ser de
distinta natureza: PVC, EPR, XLPE, etc.
2. ISOLAMENTO
ISOLAÇÃO EM PVC
A rigidez dielétrica do PVC apesar de elevada é menor do que de outros isolantes. Já sua resistência aos
agentes químicos em geral é muito boa. O material quando devidamente formulado não propaga chama,
mas sua combustão emite grandes quantidades de fumaça, gases corrosivos e tóxicos. Além disso, o
PVC tem classe térmica, que em condição de regime permanente, pode suportar temperatura de operação
de até 70º C.
ISOLAÇÃO EM EPR
Entre as vantagens desse material estão a excelente rigidez dielétrica e a grande flexibilidade do produto
final, até mesmo em temperaturas relativamente baixas.
Além disso, possui boa resistência à água e aos agentes químicos. E sua classe térmica permite que em
condição de regime permanente os fios e cabos elétricos com essa isolação possam aquecer até 90º C
durante a passagem de energia elétrica. Também possui uma ótima resistência às descargas e radiações
ionizantes e grande resistência à deformação que permite temperaturas de 250º C durante os curtos-
circuitos.
2. ISOLAMENTO
ISOLAÇÃO EM HEPR
Nos últimos anos surgiu no mercado uma variação do EPR, chamada de HEPR. De acordo com Moreno,
o HEPR possui as mesmas características do EPR, sendo que a diferença principal fica por conta do
processo de aplicação do material em fábrica. Ambas as isolações são bastante flexíveis e fáceis de
trabalhar”, afirma o profissional.
Além disso, esse tipo de isolação, assim como o EPR, é praticamente isento do fenômeno ‘treeing’, que
são arborescências que se formam no material isolante, que provocam descargas parciais e deterioração
do material isolante. Essa isolação permite temperaturas de até 90º C em regime permanente, 130º C em
caso de sobrecarga e 250º C quando em curto-circuito.
ISOLAÇÃO XLPE
Os cabos com essa isolação são mecanicamente bastante resistentes inclusive ao impacto. Tem excelente
rigidez dielétrica, suporta 90º C de temperatura em regime permanente, resistência à deformação térmica
em temperaturas de até 250º C. Também suporta bem o contato com as intempéries.
2. ISOLAMENTO
Todo o comprimento do cabo é submetido à ABNT NBR 6813-1981, onde é realizado o ensaio de
resistência do isolamento nos fios (condutores).
O ensaio de resistência do isolamento dos cabos tem a finalidade de verificar a integridade dos
enrolamentos ou cabos em motores e transformadores, bem como nos mecanismos de distribuição e
instalações elétricas. O ensaio verifica possíveis pontos de fuga de corrente elétrica.
2. ISOLAMENTO
Leituras de resistência que apontem valores menores que 1,5 megaohms demonstram que há algum
problema nos fios ou motor testados. A resistência de isolamento ideal tem valores acima de 999
megaohms.
Neste processo aplica-se a ABNT NBR 6242-1980, onde são prescritos os métodos para verificação
dimensional de condutores, materiais isolantes e coberturas protetoras para cabos elétricos.
3. CABLAGEM DAS FASES
A cablagem das fases consiste em agrupar distintos condutores isolados, para formar um cabo multi-
condutor.
A identificação das fases pode-se realizar pelas diferentes cores ou pela numeração das mesmas.
4. PROTEÇÕES AUXILIARES
Já vimos como se fabrica o núcleo de um cabo elétrico. Contudo, em alguns casos, podem ser
necessários elementos auxiliares para melhorar o nível de proteção do núcleo.
Desta forma, os cabos incorporam proteções metálicas, quer sejam estas proteções elétricas ou
mecânicas.
4. PROTEÇÕES AUXILIARES
PROTEÇÕES ELÉTRICAS
As proteções elétricas, também denominadas “malhas”, isolam os sinais que circulam pelo cabo de
possíveis interferências externas. Também protegem os cabos de energia para evitar que façam
interferências em circuitos de sinal adjacentes.
4. PROTEÇÕES AUXILIARES
PROTEÇÕES MECÂNICAS
As proteções mecânicas, chamadas de “armaduras”, protegem o cabo de agressões externas, como
golpes, ataques de roedores, trações, etc. As armaduras fabricam-se em aço ou alumínio e podem ser em
fita, em fios ou em malha de fios.
Neste processo também aplica-se a ABNT NBR 6242-1980, onde são prescritos os métodos para
verificação dimensional de condutores, materiais isolantes e coberturas protetoras para cabos elétricos.
5. BAINHA EXTERIOR
Os cabos elétricos normalmente levam uma cobertura polimérica exterior que os protege. Isto é o que se
denomina de “bainha exterior”. Esta bainha isola o interior do cabo de elementos externos (humidade,
etc) que poderiam alterar as suas propriedades elétricas, e também o protege dos golpes que possa
receber durante a instalação e uso.
Neste processo, como no do isolamento, o material funde-se e é aplicado sobre o núcleo do cabo, em
continuo. Os materiais da bainha podem ser de distinta natureza, em função do nível de proteção
necessário, da flexibilidade final do cabo, do tipo de ambiente de trabalho, etc.
6. CONTROLE DE QUALIDADE
Para garantir as altas exigências de qualidade conforme Normas Regulamentadoras, os cabos são
submetidos a um exaustivo controle de qualidade nos seus laboratórios. Assim assegura-se que todos os
cabos estão livres de defeitos e preparados para serem comercializados.
Os sistemas de garantia de qualidade, homologados segundo a norma ISO 9000, e aplicados em todas as
fases do processo de fabricação, garantem o perfeito funcionamento do cabo.
Segundo a Norma NBR 6814, para se medir a resistência de um fio condutor devem ser levadas em
conta alguns pontos, como:
As superfícies do contato e do condutor devem estar devidamente limpas para manter um bom contato
elétrico;
A resistência do condutor medida a uma determinada temperatura deve ser corrigida a temperatura
especificada, utilizando a seguinte fórmula:
6. CONTROLE DE QUALIDADE
Onde:
Nos diversos centros logísticos são coordenadas as encomendas dos clientes e procede-se à sua
expedição para a comercialização dos produtos já testados, certificados e prontos para operação.
8. SUSTENTABILIDADE
Existem sistemas de reciclagem dos resíduos produzidos durante o processo de fabricação de um cabo
elétrico.
Todos os resíduos, tanto os procedentes de perdas de cabo como os gerados durante o processo, são
entregues à empresas especializadas que fazem a própria gestão, recuperando-os ou eliminando-os, de
forma segura, na sua totalidade.
NORMAS APLICÁVEIS
ABNT 5111-1997: Fios de cobre nus, de seção circular, para fins elétricos.
Esta Norma fixa as condições exigíveis na aceitação e/ou recebimento de fios nus de cobre mole, meio
duro e duro, de seção circular, para fins elétricos.
ABNT NBR 6242:1980: Verificação dimensional para fios e cabos elétricos - Método de ensaio.
Esta Norma prescreve os métodos para verificação dimensional de condutores, materiais isolantes e
coberturas protetoras para cabos elétricos.
ABNT NBR 6881:1981: Fios e cabos elétricos de potência ou controle - Ensaio de tensão elétrica.
Esta Norma prescreve o método para execução do ensaio de tensão elétrica contínua ou alternada em fios
e cabos elétricos de potência ou de controle.
ABNT NBR 6813:1981: Electric cables and wires - Test of insulation resistance - Method of test.
Esta Norma prescreve o método de execução do ensaio de resistência de isolamento em fios e cabos
elétricos.
ABNT NBR 6814:1986 Versão Corrigida:2001: Electric cables and wires - Test of eletrical resistance -
Method of test.
Esta Norma prescreve o método de medição da resistência elétrica do condutor em corrente contínua,
para fios e cabos elétricos.
NORMAS APLICÁVEIS
NBR 6810 de 11-2010: Fios e cabos elétricos – Tração à ruptura em componentes metálicos.
Esta Norma estabelece o método de ensaio de tração à ruptura de condutores para fins elétricos.
1. NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE CABOS
ELÉTRICOS DE ALTA TENSÃO, QUAIS SÃO OS
PRINCIPAIS MATERIAIS UTILIZADOS?
Resposta:
MATERIAL CONDUTOR
ISOLAMENTO
PROTEÇÕES AUXILIARES
BAINHA EXTERNA.
2. QUAIS TIPOS DE ISOLAMENTO SÃO NORMALMENTE UTILIZADOS NA
FABRICAÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS ?
Resposta:
ISOLAÇÃO EM PVC
ISOLAÇÃO EM EPR
ISOLAÇÃO EM HEPR
ISOLAÇÃO EM XLPE
TREFILADO FINO: REDUZ-SE O DIÂMETRO DO FIO ATÉ A MEDIDA DEFINIDA PARA CADA
TIPO DE CONDUTOR.
PROTEÇÕES ELÉTRICAS
As proteções elétricas, também denominadas “malhas”, isolam os sinais que circulam pelo cabo de
possíveis interferências externas. Também protegem os cabos de energia para evitar que façam
interferências em circuitos de sinal adjacentes.
PROTEÇÕES MECÂNICAS
As proteções mecânicas, chamadas de “armaduras”, protegem o cabo de agressões externas, como
golpes, ataques de roedores, trações, etc. As armaduras fabricam-se em aço ou alumínio e podem ser em
fita, em fios ou em malha de fios.